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Sistema respiratório O sistema respiratório é constituído pelo nariz, pela faringe, pela laringe, pela traqueia, pelos brônquios e pelos pulmões. Estruturalmente, o aparelho respiratório é constituído por duas partes: o sistema respiratório superior inclui o nariz, a cavidade nasal, a faringe e estruturas associadas; e o sistema respiratório inferior inclui a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões. Consiste em uma parte externa visível, uma estrutura de suporte constituída por osso e cartilagem hialina recoberta por músculo e pele e revestida por túnica mucosa; e uma parte interna (intracraniana) chamada de cavidade nasal, formada pelo frontal, os ossos nasais e as maxilas. Os componentes da estrutura cartilaginosa são a cartilagem do septo nasal, que forma a parte anterior do septo nasal; as cartilagens nasais acessórias inferiormente aos ossos nasais; e as cartilagens alares, que formam uma parte das paredes das narinas. Como é formada por cartilagem hialina maleável, a estrutura cartilaginosa do nariz é um pouco flexível. As estruturas internas do nariz têm três funções: •Aquecimento, umidificação e filtragem do influxo de ar. •Detecção de estímulos olfatórios. •Modificação das vibrações da fala à medida que elas passam pelas grandes e ocas câmaras de ressonância. A ressonância se refere a prolongar, amplificar ou modificar um som pela vibração. A cavidade nasal se encontra inferiormente ao osso nasal e superiormente à cavidade oral, e está alinhada ao músculo e à túnica mucosa. Uma estrutura vertical, o septo nasal, divide a cavidade nasal nos lados direito e esquerdo. A parte anterior do septo nasal é composta principalmente por cartilagem hialina, o restante é formado pelos ossos vômer, lâmina perpendicular do etmoide, maxila e palatinos. Anteriormente, a cavidade nasal se funde ao nariz; posteriormente, comunica-se com a faringe por meio de duas aberturas chamadas de cóanos. As estruturas ósseas e cartilagíneas do nariz ajudam a manter o vestíbulo do nariz e a cavidade nasal pérvios desobstruídos. A cavidade nasal está dividida em uma parte respiratória inferior maior e um parte olfatória superior menor. A parte anterior da cavidade nasal logo no interior das narinas, chamada de vestíbulo do nariz, é circundada por cartilagem; a parte superior da cavidade nasal é circundada por osso. Nariz Também conhecido como garganta, é um tubo em forma de funil com aproximadamente 13 cm de comprimento que começa nos cóanos e se estende para o nível da cartilagem cricóidea (cartilagem mais inferior da laringe). A faringe encontra-se discretamente posterior às cavidades nasal e oral, superior à laringe, e imediatamente anterior às vértebras cervicais. Sua parede é constituída por músculos esqueléticos (relaxados ajudam a manter a faringe patente e sua contração auxilia na deglutição) e é revestida por túnica mucosa. •A faringe atua como uma passagem para o ar e comida. •Fornece uma câmara de ressonância para os sons da fala. •Abriga as tonsilas, que participam das reações imunológicas contra invasores estranhos. A faringe pode ser dividida em três regiões anatômicas: 1. parte nasal da faringe (chamada nasofaringe), 2. parte oral da faringe (chamada orofaringe) 3. parte laríngea da faringe (chamada laringofaringe). A parte superior da faringe, chamada de parte nasal da faringe (parte superior), encontra-se posterior à cavidade nasal e se estende até o palato mole. O palato mole, que forma a porção posterior do céu da boca, é uma partição muscular em forma de arco entre as partes nasal e oral da faringe que é revestida por túnica mucosa. Há cinco aberturas na sua parede: dois cóanos, dois óstios que conduzem às tubas auditivas e a abertura para a parte oral da faringe. Por meio dos cóanos, a parte nasal da faringe recebe o ar da cavidade nasal, juntamente com o muco com pó. A parte nasal da faringe também troca pequenos volumes de ar com as tubas auditivas para equalizar a pressão do ar entre a orelha média e a atmosfera. A parte oral da faringe (parte intermediária), encontra-se posterior à cavidade oral e se estende desde o palato mole inferiormente até o nível do hioide. Ela tem uma abertura para ela, a fauce, a abertura da boca. Esta porção da faringe tem funções respiratórias e digestórias, servindo como uma via comum para o ar, a comida e a bebida. Dois pares de tonsilas, as tonsilas palatina e lingual, são encontradas na parte oral da faringe. A parte laríngea da faringe (parte inferior), começa no nível do hioide. Em sua extremidade inferior, se abre no esôfago posteriormente e na laringe anteriormente. Como é a parte oral da faringe, é tanto uma via respiratória quanto digestória. Faringe É uma pequena conexão entre a parte laríngea da faringe e a traqueia. Encontra-se na linha média do pescoço anteriormente ao esôfago e às vértebras cervicais IV a VI. A parede da laringe é composta por nove fragmentos de cartilagem. Três ocorrem isoladamente (cartilagem tireóidea, epiglote e cartilagem cricóidea) e três ocorrem em pares (cartilagens aritenóidea, cuneiforme e corniculada). Das cartilagens pares, as cartilagens aritenóideas são as mais importantes, porque influenciam as mudanças na posição e na tensão das pregas vocais. Os músculos extrínsecos da laringe conectam as cartilagens a outras estruturas na garganta; os músculos intrínsecos conectam as cartilagens entre si. A cavidade da laringe é o espaço que se estende desde a entrada da laringe até a margem inferior da cartilagem cricóidea. A parte da cavidade da laringe acima das pregas vestibulares (cordas vocais falsas) é chamada de vestíbulo da laringe. A parte da cavidade da laringe abaixo das pregas vocais é chamada de cavidade infraglótica. A epiglote é um segmento grande de cartilagem elástica que é recoberta por epitélio. Existe uma parte inferior (pecíolo epiglótico) que está conectada à margem anterior da cartilagem tireóidea. A parte superior (cartilagem epiglótica) não está presa a nenhuma estrutura e se move para cima e para baixo. A glote é composta por um par de pregas de túnica mucosa, as pregas vocais (cordas vocais verdadeiras) na laringe, e o espaço entre elas é chamado de rima da glote. O fechamento da laringe desta maneira durante a deglutição desvia líquidos e alimentos para o esôfago e os mantêm fora da laringe e das vias respiratórias. •A laringe exerce função respiratória e fonatória. •Impedem a entrada de partículas estranhas. Laringe A cartilagem tireóidea (pomo de Adão) consiste em duas lâminas fundidas de cartilagem hialina que formam a parede anterior da laringe e conferem a ela um formato triangular. Ela é encontrada tanto em homens quanto em mulheres, mas geralmente é maior no sexo masculino em decorrência da influência dos hormônios sexuais masculinos em seu crescimento durante a puberdade. O ligamento que liga a cartilagem tireóidea ao hioide é chamado membrana tíreohióidea. É uma via tubular para o ar, e está localizada anteriormente ao esôfago e se estende desde a laringe até a margem superior da vértebra TV, onde se divide em brônquios primários direito e esquerdo. Sua principal função é a condução de ar até os pulmões. Sua principal função é a condução do ar que respirado até os alvéolos pulmonares nospulmões. Na margem superior da vértebra TV, a traqueia se divide em um brônquio principal direito, que vai para o pulmão direito, e um brônquio principal esquerdo, que vai para o pulmão esquerdo. O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o esquerdo. Como resultado, um objeto aspirado tem maior probabilidade de entrar e se alojar no brônquio principal direito do que no esquerdo. No ponto em que a traqueia se divide em brônquios principais direito e esquerdo, uma crista interna chamada de carina, é formada por uma projeção da última cartilagem traqueal. A túnica mucosa da carina é uma das áreas mais sensíveis de toda a laringe e traqueia para desencadear um reflexo da tosse. Ao entrar nos pulmões, o brônquio principal se divide formando brônquios menores – os brônquios lobares, uma para cada lobo do pulmão (o pulmão direito tem três lobos –superior, médio e inferior-, o pulmão esquerdo tem dois –superior e inferior-) Os brônquios lobares continuam ramificando-se, formando brônquios ainda menores, chamados brônquios segmentares (existem 10 brônquios segmentares em cada pulmão), que irrigam segmentos broncopulmonares específicos dentro dos lobos. Os brônquios segmentares então se dividem em Traqueia Estruturas envolvidas na produção da voz Embora as pregas vestibulares não atuem na produção da voz, possuem outras funções importantes. Quando elas estão unidas, atuam no prender a respiração contra a pressão na cavidade torácica, como pode ocorrer quando uma pessoa faz força para levantar um objeto pesado. As pregas vocais são as principais estruturas envolvidas na produção da voz. Profundamente à túnica mucosa das pregas vocais, que é de epitélio escamoso estratificado não queratinizado, estão faixas de ligamentos elásticos entre as cartilagens da laringe. Músculos intrínsecos da laringe se inserem tanto às cartilagens quanto às pregas vocais. Quando os músculos se contraem, eles movem as cartilagens, que tensionam os ligamentos elásticos, e isso distende as pregas vocais para fora para as vias respiratórias, de modo que a rima da glote é estreitada. O ar que passa pela laringe vibra as pregas e produz som (fonação) pela criação de ondas de som na coluna de ar na faringe, no nariz e na boca. O tom do som é controlado pela tensão nas pregas vocais. Se elas estão esticadas pelos músculos, vibram mais rapidamente, e isso resulta em um tom maior. A diminuição da tensão muscular nas pregas vocais faz com que elas vibrem mais lentamente e produzam sons de tons mais baixos. Por causa da influência de andrógenos (hormônios sexuais masculinos), as pregas vocais geralmente são mais espessas e maiores no sexo masculino do que no feminino e, portanto, vibram mais lentamente. É por isso que a voz do homem geralmente tem menor variação no tom do que em uma mulher. O som se origina da vibração das pregas vocais, mas outras estruturas são necessárias para a conversão do som em fala reconhecível. A faringe, a boca, a cavidade nasal e os seios paranasais atuam como câmaras de ressonância que dão à voz a sua qualidade humana e individual. Produzimos os sons das vogais pela constrição e relaxamento dos músculos da parede da faringe. Os músculos da face, da língua e dos lábios nos ajudam a pronunciar palavras. O sussurro é realizado ao fechar toda a rima da glote, exceto sua parte posterior. Como as pregas vocais não vibram durante o sussurrar, não há tonalidade nesse modo de expressão. No entanto, ainda é possível produzir a fala inteligível ao sussurrar alterando a forma da cavidade oral quando nos pronunciamos. À medida que o tamanho da cavidade oral muda, suas qualidades de ressonância mudam, o que dá ao ar um tom semelhante a vogal quando ele vai em direção aos lábios. Brônquios bronquíolos. Os bronquíolos também se ramificam repetidamente e o menor dos ramos ramifica-se em tubos ainda menores chamados bronquíolos terminais. As células exócrinas bronquiolares podem proteger contra os efeitos nocivos de toxinas inaladas e substâncias cancerígenas, produzem surfactante e funcionam como células tronco, que dão origem a várias células do epitélio. Os bronquíolos terminais representam o fim da zona de condução do sistema respiratório. São órgãos cônicos pareados na cavidade torácica. Eles são separados um do outro pelo coração e por outras estruturas do mediastino, que dividem a cavidade torácica em duas câmaras anatomicamente distintas. Cada pulmão é fechado e protegido por uma túnica serosa de camada dupla chamada pleura. A camada superficial, chamada de pleura parietal, reveste a parede da cavidade torácica. A camada profunda, a pleura visceral, recobre os pulmões propriamente ditos. Entre a pleura visceral e a pleura parietal há um pequeno espaço, a cavidade pleural, que contém um pequeno volume de líquido lubrificante que é secretado pelas membranas. Este líquido pleural reduz o atrito entre as membranas, o que lhes possibilita deslizar facilmente uma sobre a outra durante a respiração. O líquido pleural também faz com que as duas membranas adiram uma à outra. A inflamação da membrana pleural, chamada de pleurisia ou pleurite, pode em seus estágios iniciais causar dor decorrente do atrito entre as camadas parietal e visceral da pleura. Se a inflamação persistir, o líquido em excesso se acumula no espaço pleural, em uma condição conhecida como derrame pleural. Os pulmões se estendem desde o diafragma até a região discretamente superior às clavículas e encontra- se contra as costelas anterior e posteriormente. A larga parte inferior do pulmão, a base, é côncava e se encaixa sobre a zona convexa do diafragma. A parte superior do pulmão é o ápice. A superfície do pulmão apoiada sobre as costelas é a face costal. A face mediastinal (medial) de cada pulmão contém uma região, o hilo do pulmão, por meio da qual os brônquios, os vasos sanguíneos pulmonares, os vasos linfáticos e os nervos entram e saem. Estas estruturas são mantidas unidas pela pleura e tecido conjuntivo. Medialmente, o pulmão esquerdo também contém uma concavidade, a incisura cardíaca, em que o vértice do coração se encontra. Em razão do espaço ocupado pelo coração, o pulmão esquerdo é aproximadamente 10% menor do que o pulmão direito. Embora o pulmão direito seja mais espesso e mais largo, é também um pouco mais curto do que o pulmão esquerdo, porque o diafragma é maior no lado direito, acomodando o fígado que se encontra inferiormente a ele. Os pulmões preenchem quase todo o tórax. O ápice dos pulmões encontra-se superiormente ao terço médio das clavículas. As faces anterior, lateral e posterior dos pulmões se apoiam sobre as costelas. A base dos pulmões se estende da 6ª cartilagem costal anteriormente ao processo espinhoso da vértebra TX posteriormente. A pleura se estende abaixo da base, da 6ª cartilagem costal anteriormente à costela XII posteriormente. Assim, os pulmões não preenchem completamente a cavidade pleural nesta área. Pulmões À medida que a quantidade de cartilagem diminui, a quantidade de músculo liso aumenta. O músculo liso circunda o lúmen em faixas espiraladas e ajuda a manter a permeabilidade. No entanto, como não há cartilagem de suporte, espasmos musculares podem fechar as vias respiratórias. Isto é o que acontece durante uma crise de asma brônquica. Durante o exercício, a atividade na parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA) aumenta e a medula da glândula suprarrenal libera os hormônios epinefrina e norepinefrina, estesdois eventos causam o relaxamento do músculo liso nos bronquíolos, que dilata as vias respiratórias. Como o ar chega aos alvéolos mais rapidamente, a ventilação pulmonar melhora. A parte parassimpática do SNA e os mediadores de reações alérgicas, como a histamina, têm efeito oposto, causando contração do músculo liso brônquico, o que resulta em constrição dos brônquios distais. ➢ Lobos, fissuras e lóbulos: Uma ou duas fissuras dividem cada pulmão em lobos. Ambos os pulmões têm uma fissura oblíqua, que se estende inferior e anteriormente; o pulmão direito tem também a fissura horizontal do pulmão direito. A fissura oblíqua no pulmão esquerdo separa o lobo superior do lobo inferior. No pulmão direito, a parte superior da fissura oblíqua separa o lobo superior do lobo inferior também, mas a parte inferior da fissura oblíqua separa o lobo inferior do lobo médio. Cada segmento broncopulmonar dos pulmões tem muitos pequenos compartimentos, chamados lóbulos. Cada lóbulo é envolvido por tecido conjuntivo elástico e contém um vaso linfático, uma arteríola, uma vênula e uma ramificação de um bronquíolo terminal. Os bronquíolos terminais subdividem-se em ramos chamados bronquíolos respiratórios. Eles têm alvéolos, que participam das trocas gasosas, portanto, os bronquíolos respiratórios iniciam a zona respiratória do sistema respiratório. Os bronquíolos respiratórios por sua vez se subdividem em vários (2 a 11) ductos alveolares, que consistem em epitélio escamoso simples. As vias respiratórias da traqueia aos ductos alveolares contêm aproximadamente 25 ordens de ramificação, a ramificação da traqueia em brônquios primários é chamada de ramificação de primeira ordem; aquela dos brônquios principais em brônquios lobares é chamada ramificação de segunda ordem, e assim por diante até os ductos alveolares. ➢ Alvéolos: Em torno da circunferência dos ductos alveolares estão diversos alvéolos e sacos alveolares. As paredes dos alvéolos são formadas por dois tipos de células epiteliais alveolares. As células alveolares do tipo I (epiteliais escamosas pulmonares), mais numerosas, são células que formam um revestimento quase contínuo da parede alveolar. As células alveolares do tipo II, também chamadas células septais, existem em menor número e são encontradas entre as células alveolares do tipo I. Irrigação sanguínea dos pulmões Os pulmões são irrigados por dois conjuntos de artérias: as artérias pulmonares e os ramos bronquiais da parte torácica da aorta. O sangue venoso passa pelo tronco pulmonar, que se divide em uma artéria pulmonar esquerda que entra no pulmão esquerdo e uma artéria pulmonar direita que entra no pulmão direito (artérias pulmonares são as únicas artérias do corpo que transportam sangue desoxigenado.) O retorno do sangue oxigenado para o coração ocorre pelas quatro veias pulmonares, que drenam para o átrio esquerdo. Uma característica única dos vasos sanguíneos pulmonares é a sua constrição em resposta à hipoxia (baixo nível de O2) localizada. Em todos os outros tecidos do corpo, a hipoxia provoca a dilatação dos vasos sanguíneos para aumentar o fluxo sanguíneo. Nos pulmões, no entanto, a vasoconstrição em resposta à hipoxia desvia sangue pulmonar de áreas dos pulmões com pouca ventilação para regiões bem ventiladas para possibilitar trocas gasosas mais eficientes. Este fenômeno é conhecido como equilíbrio ventilação-perfusão, porque a perfusão (fluxo sanguíneo) para cada área dos pulmões corresponde à extensão da ventilação (fluxo de ar) para os alvéolos nessa área. Os ramos bronquiais da parte torácica da aorta levam sangue oxigenado aos pulmões. Este sangue perfunde principalmente as paredes musculares dos brônquios e bronquíolos. No entanto, existem conexões entre os ramos bronquiais e os ramos das artérias pulmonares, a maior parte do sangue retorna ao coração por meio das veias pulmonares. Um pouco de sangue drena para as veias bronquiais, ramos do sistema ázigo, e retorna ao coração por meio da veia cava superior. Perviedade do sistema respiratório Ao longo da discussão dos órgãos respiratórios, foram dados vários exemplos de estruturas ou secreções que ajudam a manter a perviedade do sistema de modo que as vias respiratórias permaneçam desobstruídas. Estas incluíram as estruturas ósseas e cartilagíneas do nariz, os músculos esqueléticos da faringe, as cartilagens da laringe, os anéis de cartilagem em formato de C da traqueia e brônquios, o músculo liso dos bronquíolos e o surfactante dos alvéolos. Porém, há também condições que podem comprometer a perviedade, estas incluem lesões por esmagamento de ossos e cartilagens, desvio de septo nasal, pólipos nasais, inflamação das túnicas mucosas, espasmos do músculo liso e deficiência de surfactante. Processo respiratório O processo de troca gasosa no corpo, chamado de respiração, tem três passos básicos: •Ventilação pulmonar (respiração): é a inspiração (inalação) e expiração (exalação) do ar e envolve a troca de ar entre a atmosfera e os alvéolos dos pulmões. •Respiração externa (pulmonar): é a troca de gases entre os alvéolos dos pulmões e o sangue nos capilares pulmonares através da membrana respiratória. Neste processo, o sangue capilar pulmonar ganha O2 e perde CO2. •Respiração interna (tecidual): é a troca de gases entre o sangue nos capilares sistêmicos e as células teciduais. Nesta etapa, o sangue perde O2 e ganha CO2. Dentro das células, as reações metabólicas que consomem O2 e liberam CO2 durante a produção de ATP são denominadas respiração celular. Ventilação Pulmonar ➢ Mudanças de pressão durante a ventilação pulmonar: Na ventilação pulmonar, o ar flui entre a atmosfera e os alvéolos dos pulmões em decorrência das diferenças de pressão alternadas produzidas pela contração e pelo relaxamento dos músculos respiratórios. A taxa de fluxo de ar e o esforço necessário para a respiração também são influenciados pela tensão superficial alveolar, complacência dos pulmões e resistência das vias respiratórias. ✓ Inspiração: Pouco antes de cada inspiração, a pressão do ar dentro dos pulmões é igual à pressão do ar na atmosfera, que ao nível do mar é de aproximadamente 760 mmHg ou 1 atm. Para o ar fluir para os pulmões, a pressão alveolar (intrapulmonar) tem de se tornar mais baixa do que a pressão atmosférica, ela cai de 760 para 758 mmHg. Esta condição é alcançada aumentando o tamanho dos pulmões. Diferenças de pressão causadas por alterações no volume do pulmão forçam o ar para dentro dos pulmões quando inspiramos e expiramos (esta relação inversa entre o volume e a pressão, chamada de lei de Boyle). Para que a inspiração ocorra, os pulmões precisam se expandir, o que aumenta o volume pulmonar e, assim, diminui a pressão nos pulmões para níveis inferiores aos da pressão atmosférica. O primeiro passo na expansão dos pulmões durante a inspiração tranquila normal envolve a contração do principal músculo inspiratório, o diafragma, com a resistência dos intercostais externos. A contração do diafragma faz com que ele se achate, abaixando a sua cúpula e é responsável por aproximadamente 75% do ar que entra nos pulmões durante a respiração tranquila. Os próximos músculos mais importantes para inspiração são os intercostais externos. Quando esses músculos se contraem, eles elevam as costelas e como resultado, ocorre um aumento nos diâmetros anteroposteriore lateral da cavidade torácica. Sua contração é responsável por aproximadamente 25% do ar que entra nos pulmões durante a respiração tranquila, que forma assim, 100% da inspiração. Mudanças de pressão durante a ventilação pulmonar O ar se move para dentro dos pulmões quando a pressão de ar intrapulmonar é menor do que na atmosfera. O ar se move para fora dos pulmões quando a pressão de ar intrapulmonar é maior do que a pressão do ar na atmosfera. ✓ Expiração: É também decorrente de um gradiente de pressão, mas neste caso o gradiente é no sentido oposto: a pressão nos pulmões é maior do que a pressão atmosférica. É um processo passivo, pois não há contrações musculares envolvidas. Em vez disso, a expiração resulta da retração elástica da parede torácica e dos pulmões, sendo que ambos têm uma tendência natural de retornar à posição inicial depois de terem sido distendidos. Duas forças dirigidas para dentro contribuem para a retração elástica: a retração das fibras elásticas que foram distendidas durante a inspiração e a força para dentro da tensão superficial decorrente da película de líquido alveolar. A expiração começa quando a musculatura inspiratória relaxa. À medida que o diafragma relaxa, sua cúpula se move superiormente, graças a sua elasticidade. Conforme os músculos intercostais externos relaxam, as costelas são deprimidas. Estes movimentos reduzem os diâmetros vertical, lateral e anteroposterior da cavidade torácica, o que diminui o volume do pulmão. Por sua vez, a pressão alveolar aumenta para aproximadamente 762 mmHg. O ar então flui da área de pressão mais elevada nos alvéolos para a área de pressão mais baixa na atmosfera, formando assim a expiração. ➢ Outros fatores que influenciam a ventilação pulmonar: Tensão superficial do líquido alveolar: Uma fina camada de líquido alveolar reveste a face luminal dos alvéolos e exerce uma força conhecida como tensão superficial. No pulmão, a tensão superficial faz com que os alvéolos assumam o menor diâmetro possível. Durante a respiração, a tensão superficial deve ser ultrapassada para expandir os pulmões a cada inspiração. É também responsável por dois terços da retração elástica pulmonar, o que diminui o tamanho dos alvéolos durante a expiração. O surfactante (uma mistura de fosfolipídios e lipoproteínas) presente no líquido alveolar reduz a sua tensão superficial abaixo da tensão superficial da água Durante inspirações profundas e forçadas, os músculos acessórios da inspiração também atuam no aumento do tamanho da cavidade torácica. Os músculos são assim chamados porque têm pouca contribuição, se é que têm alguma, durante a inspiração tranquila normal, mas durante o exercício ou ventilação forçada podem se contrair vigorosamente. Os músculos acessórios da inspiração incluem os músculos esternocleidomastóideos, que elevam o esterno; os músculos escalenos, que elevam as duas primeiras costelas; e o músculo peitoral menor, que eleva as costelas III a V. Como tanto a inspiração tranquila normal quanto a inspiração durante o exercício ou ventilação forçada envolvem a contração muscular, o processo de inspiração é dito ativo. A expiração torna-se ativa apenas durante a respiração forçada, como ocorre ao tocar um instrumento de sopro ou durante o exercício. Nestes momentos, os músculos expiratórios (abdominais e intercostais internos) se contraem, o que aumenta a pressão nas regiões abdominal e torácica. A contração dos músculos abdominais move as costelas inferiores para baixo e comprime as vísceras abdominais, forçando assim o diafragma superiormente. A contração dos músculos intercostais internos, que se estendem inferior e posteriormente entre costelas adjacentes, puxa as costelas inferiormente. pura. A deficiência de surfactante em prematuros provoca a síndrome da angústia respiratória do recém- nascido, em que a tensão superficial do líquido alveolar é grandemente aumentada, de modo que muitos alvéolos colabam ao final de cada expiração. Então é necessário grande esforço na próxima inspiração para reabrir os alvéolos colabados. ➢ Complacência: Se refere o quanto esforço é necessário para distender os pulmões e a parede torácica. Uma complacência alta significa que os pulmões e a parede torácica se expandem facilmente, enquanto uma complacência baixa significa que eles resistem à expansão. Nos pulmões, a complacência está relacionada com dois fatores principais: a elasticidade e a tensão superficial. Os pulmões normalmente têm complacência alta e se expandem facilmente porque as fibras elásticas do tecido pulmonar são facilmente distendidas e o surfactante no líquido alveolar reduz a tensão superficial. ➢ Resistência das vias respiratórias: O fluxo de ar é igual à diferença de pressão entre os alvéolos e a atmosfera dividida pela resistência. As paredes das vias respiratórias, especialmente os bronquíolos, oferecem alguma resistência ao fluxo normal de ar para dentro e para fora dos pulmões. À medida que os pulmões se expandem durante a inspiração, os bronquíolos se ampliam porque suas paredes são “puxadas” para fora em todas as direções. A resistência das vias respiratórias então aumenta durante a expiração conforme o diâmetro dos bronquíolos diminui. O diâmetro das vias respiratórias também é regulado pelo grau de contração e relaxamento do músculo liso das paredes das vias respiratórias. Os impulsos da parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso causam o relaxamento deste músculo liso, o que resulta em broncodilatação e diminuição da resistência. Qualquer condição que estreite ou obstrua as vias respiratórias aumenta a resistência, de modo que é necessário mais pressão para manter o mesmo fluxo de ar. A característica da asma brônquica ou da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), é o aumento da resistência das vias respiratórias decorrente de sua obstrução ou colapso. ➢ Padrões respiratórios e movimentos respiratórios modicados: O termo para o padrão normal de respiração (eupneia), pode consistir em respiração superficial, profunda ou superficial-profunda combinada. Um padrão respiratório superficial (torácico), chamado de respiração costal, consiste em movimento ascendente e para fora do tórax decorrente da contração dos músculos intercostais externos. Um padrão respiratório profundo (abdominal), chamado de respiração diafragmática, consiste no movimento do abdome para fora decorrente da contração e da descida do diafragma. Os movimentos respiratórios também são modificados e controlados ao falar e cantar por exemplo, ou por reflexos. ➢ Volumes e capacidades pulmonares: Em repouso, um adulto médio saudável respira 12 vezes por minuto, movendo a cada inspiração e expiração aproximadamente 500 mℓ de ar para dentro e para fora dos pulmões. O volume de uma respiração é chamado volume corrente (VC). A ventilação minuto (VM) – o volume total de ar inspirado e expirado a cada minuto – é dada pela frequência respiratória multiplicada pelo volume corrente: VM = 12 ciclos/min × 500 mℓ/respiração = 6 ℓ/min A ventilação minuto menor do que o normal geralmente é um sinal de disfunção pulmonar. O aparelho utilizado para medir o volume de ar trocado durante a respiração e a frequência respiratória é o espirômetro ou respirômetro. O registro é chamado de espirograma. A inspiração é registrada como uma deflexão para cima, e a expiração é registrada como uma deflexão para baixo. O volume corrente variaconsideravelmente de uma pessoa para outra e na mesma pessoa em momentos diferentes. Em um adulto típico, aproximadamente 70% do volume corrente (350 mℓ) alcança efetivamente a zona respiratória do sistema respiratório (bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos) e participa na respiração externa. Os outros 30% (150 mℓ) permanecem nas vias respiratórias de condução (nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais). Coletivamente, as vias respiratórias de condução com ar que não é submetido à troca respiratória são conhecidas como espaço morto anatômico (respiratório). Vários outros volumes pulmonares são definidos em relação à respiração forçada. Em geral, esses volumes são maiores no sexo masculino, indivíduos mais altos e adultos mais jovens, e menor nas mulheres, indivíduos mais baixos e idosos. Ao realizar uma inspiração muito profunda, você pode inspirar mais 500 mℓ de ar. Este ar inspirado adicional, chamado de volume de reserva inspiratório. Se você inspirar normalmente e depois expirar com o máximo de força possível, você deve ser capaz de expulsar consideravelmente mais ar, além dos 500 mℓ do volume corrente, é chamado de volume de reserva expiratório. Mesmo depois que o volume de reserva expiratório é expirado, um volume considerável de ar permanece nos pulmões, porque a pressão intrapleural subatmosférica mantém os alvéolos discretamente insuflados, e um pouco de ar permanece nas vias respiratórias não colabáveis. Este volume, que não pode ser medido pela espirometria, é chamado de volume residual. Se a cavidade torácica é aberta, a pressão intrapleural sobe para se igualar à pressão atmosférica e força para fora um pouco do volume residual. O ar que permanece é chamado de volume mínimo. As capacidades pulmonares são combinações de volumes pulmonares específicos. A capacidade inspiratória é a soma do volume corrente e do volume de reserva inspiratório. A capacidade residual funcional é a soma do volume residual e do volume de reserva expiratório. A capacidade vital é a soma do volume de reserva inspiratório, volume corrente e volume de reserva expiratório. A capacidade pulmonar total é a soma da capacidade vital e do volume residual. Transporte de O2 e CO2 ✓ Respiração externa e interna: A respiração externa ou troca gasosa pulmonar é a difusão do O2 do ar nos alvéolos pulmonares para o sangue dos capilares pulmonares e a difusão do CO2 na direção oposta. A respiração externa nos pulmões converte o sangue venoso (discretamente depletado de O2) que vem do lado direito do coração em sangue oxigenado (saturado com O2) que retorna para o lado esquerdo do coração. Conforme o sangue flui pelos capilares pulmonares, capta O2 do ar alveolar e descarrega CO2 no ar alveolar. Embora este processo geralmente seja chamado de “troca” gasosa, cada gás se difunde independentemente da área em que sua pressão parcial é maior para a área em que sua pressão parcial é menor. O O2 se difunde do ar alveolar, onde sua pressão parcial é de 105 mmHg, para o sangue nos capilares pulmonares, onde a PO2 é de apenas 40 mmHg em uma pessoa em repouso. Se você está se exercitando, a PO2 será ainda menor, porque as fibras musculares em contração estão usando mais O2. A difusão continua até que a PO2 do sangue capilar pulmonar aumenta para coincidir com a PO2 do ar alveolar, 105 mmHg. Como o sangue que sai dos capilares pulmonares próximos dos alvéolos se mistura com um pequeno volume de sangue que fluiu pelas partes condutoras do sistema respiratório, onde não podem ocorrer trocas gasosas, a PO2 do sangue nas veias pulmonares é discretamente menor do que a PO2 nos capilares pulmonares, de aproximadamente 100 mmHg. Enquanto o O2 está se difundindo do ar alveolar para o sangue desoxigenado, o CO2 está se difundindo no sentido oposto. A PCO2 do sangue venoso é de 45 mmHg em uma pessoa em repouso, e a PCO2 do ar alveolar é de 40 mmHg. Em decorrência dessa diferença na PCO2, o dióxido de carbono se difunde do sangue oxigenado para os alvéolos até que a PCO2 do sangue diminua para 40 mmHg. A expiração mantém a PCO2 alveolar em 40 mmHg. O sangue oxigenado retorna para o lado esquerdo do coração pelas veias pulmonares; portanto, tem uma PCO2 de 40 mmHg. Existem muitos capilares próximos dos alvéolos nos pulmões, e o sangue flui por estes capilares lentamente o suficiente para captar o máximo de O2. Durante o exercício vigoroso, quando o débito cardíaco aumenta, o sangue flui mais rapidamente pelas circulações sistêmica e pulmonar. Como resultado, o tempo de trânsito do sangue nos capilares pulmonares é mais curto. Ainda assim, a PO2 do sangue nas veias pulmonares normalmente alcança 100 mmHg. No entanto, em doenças que diminuem a taxa de difusão de gases, o sangue não é capaz de entrar em equilíbrio completo com o ar alveolar, especialmente durante o exercício. Quando isso acontece, a PO2 declina e a PCO2 aumenta no sangue arterial sistêmico. O ventrículo esquerdo bombeia sangue oxigenado para a aorta e pelas artérias sistêmicas para os capilares sistêmicos. A troca de O2 e CO2 entre os capilares sistêmicos e as células teciduais é chamada de respiração interna ou trocas gasosas sistêmicas. Conforme o O2 deixa a corrente sanguínea, o sangue oxigenado é convertido em sangue venoso. Ao contrário da respiração externa, que ocorre somente nos pulmões, a respiração interna ocorre nos tecidos de todo o corpo. A PO2 do sangue bombeado para os capilares sistêmicos é maior (100 mmHg) do que a PO2 nas células teciduais (40 mmHg em repouso), porque as células usam constantemente O2 para produzir ATP. Em razão desta diferença de pressão, o oxigênio se difunde para fora dos capilares em direção às células teciduais e a PO2 do sangue cai para 40 mmHg no momento em que o sangue sai dos capilares sistêmicos. Enquanto o O2 se difunde dos capilares sistêmicos para as células teciduais, o CO2 se difunde no sentido contrário. Dado que as células teciduais estão constantemente produzindo CO2, a PCO2 das células (45 mmHg em repouso) é maior do que a do sangue capilar sistêmico (40 mmHg). Como resultado, o CO2 se difunde das células teciduais pelo líquido intersticial para os capilares sistêmicos até que a PCO2 no sangue aumenta para 45 mmHg. O sangue desoxigenado então retorna para o coração e é bombeado para os pulmões para outro ciclo de respiração externa. Em uma pessoa em repouso, as células teciduais necessitam de em média apenas 25% do O2 disponível no sangue oxigenado; apesar do nome, o sangue desoxigenado mantém 75% de seu teor de O2. Durante o exercício, mais O2 se difunde do sangue para as células metabolicamente ativas, como as das fibras do músculo esquelético em contração. As células ativas usam mais O2 para a produção de ATP, fazendo com que o teor de O2 do sangue venoso caia abaixo de 75%. A taxa de trocas gasosas pulmonar e sistêmica depende de vários fatores. •Diferença de pressão parcial dos gases: A PO2 alveolar deve ser superior à PO2 arterial para que o oxigênio se difunda do ar alveolar para o sangue. A taxa de difusão é mais rápida quando a diferença entre a PO2 no ar alveolar e no sangue capilar pulmonar é maior; a difusão é mais lenta quando a diferença é menor. As diferenças entre a PO2 e a PCO2 no ar alveolar versus no sangue pulmonar aumentam durante o exercício. As diferenças de pressão parcial maiores aceleram as taxas de difusão do gás. As pressões parciais de O2 e CO2 no ar alveolar também dependem da taxa de fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões. Determinados fármacos (como a morfina) desacelerama ventilação, diminuindo assim o volume de O2 e CO2 que pode ser trocado entre o ar alveolar e o sangue. Com o aumento da altitude, a pressão atmosférica total diminui, tal como acontece com a pressão parcial de O2 – de 159 mmHg ao nível do mar para 110 mmHg a 3.000 m e 73 mmHg a 6.000 m. Embora o O2 ainda corresponda a 20,9% do total, a PO2 do ar inspirado diminui com o aumento da altitude. A PO2 alveolar diminui correspondentemente, e o O2 se difunde para o sangue mais lentamente. Os sinais e sintomas comuns da doença da altitude elevada – falta de ar, cefaleia, fadiga, insônia, náuseas e tontura – são decorrentes de um menor nível de oxigênio no sangue. •Área de superfície disponível para as trocas gasosas: Conforme visto no início do capítulo, a área de superfície dos alvéolos é enorme (aproximadamente 70 m2). Além disso, muitos capilares circundam cada alvéolo, tanto que até 900 mℓ de sangue podem participar das trocas gasosas em um dado instante. Qualquer distúrbio pulmonar que diminua a área de superfície funcional das membranas respiratórias reduz a frequência respiratória externa. •Distância de difusão: A membrana respiratória é muito fina, de modo que a difusão ocorre rapidamente. Além disso, os capilares são tão estreitos que os eritrócitos precisam passar por eles em fila indiana, o que minimiza a distância de difusão do espaço do ar alveolar para a hemoglobina no interior dos eritrócitos. O acúmulo de líquido intersticial entre os alvéolos, como ocorre no edema pulmonar. •Peso molecular e solubilidade dos gases: Como o peso molecular do O2 é inferior ao do CO2, pode-se esperar que se difunda através da membrana respiratória aproximadamente 1,2 vez mais rápido. No entanto, a solubilidade do CO2 na porção líquida da membrana respiratória é aproximadamente 24 vezes maior do que a do O2. Considerando estes dois fatores, a difusão líquida do CO2 para fora ocorre 20 vezes mais rapidamente do que a difusão líquida do O2 para dentro. Consequentemente, quando a difusão é mais lenta do que o normal – como por exemplo no enfisema pulmonar ou no edema pulmonar – a insuficiência de O2 (hipoxia) normalmente ocorre antes que haja retenção significativa de CO2 (hipercapnia). •Transporte de oxigênio e dióxido de carbono Como você já viu, o sangue transporta gases entre os pulmões e os tecidos do corpo. Quando o O2 e o CO2 entram no sangue, ocorrem determinadas reações químicas que ajudam no transporte de gases e nas trocas gasosas. Transporte de oxigênio O oxigênio não se dissolve facilmente em água, de modo que somente aproximadamente 1,5% do O2 inspirado está dissolvido no plasma sanguíneo, que é composto principalmente por água. Aproximadamente 98,5% do O2 no sangue está ligado à hemoglobina nos eritrócitos. Cada 100 mℓ de sangue oxigenado contém o equivalente a 20 mℓ de O2 gasoso. Usando as porcentagens indicadas, a quantidade dissolvida no plasma é de 0,3 mℓ e a quantidade ligada à hemoglobina é de 19,7 mℓ. A porção heme da hemoglobina contém quatro átomos de ferro, cada um capaz de se ligar a uma molécula de O2. O oxigênio e a hemoglobina se ligam em uma reação facilmente reversível para formar a oxihemoglobina: •Relação entre a hemoglobina e a pressão parcial de oxigênio: O fator mais importante para determinar quanto O2 que se liga à hemoglobina é a PO2 ; quanto maior for a PO2, mais O2 se combina à Hb. Quando a hemoglobina reduzida (Hb) é completamente convertida em oxihemoglobina (HbO2), dizse que a hemoglobina está totalmente saturada; quando a hemoglobina é constituída por uma mistura de Hb e Hb- O2, está parcialmente saturada. A porcentagem de saturação da hemoglobina expressa a saturação média de hemoglobina com oxigênio. Por exemplo, se cada molécula de hemoglobina se ligou a 2 moléculas de O2, então a hemoglobina está 50% saturada, porque cada Hb pode se ligar a no máximo quatro O2. Observe que quando a PO2 está alta, a hemoglobina se liga a grandes quantidades de O2 e está quase 100% saturada. Quando a PO2 está baixa, a hemoglobina está apenas parcialmente saturada. Em outras palavras, quanto maior a PO2, mais O2 vai se ligar à hemoglobina, até que todas as moléculas de hemoglobina disponíveis estejam saturadas. Portanto, nos capilares pulmonares, onde a PO2 é alta, uma grande quantidade de O2 se liga à hemoglobina. Nos capilares teciduais, em que a PO2 é menor, a hemoglobina não prende tanto O2, e o O2 dissolvido é descarregado nas células teciduais via difusão. Observe que a hemoglobina ainda está 75% saturada com O2 a uma PO2 de 40 mmHg, a PO2 média das células teciduais em uma pessoa em repouso. Esta é a base para a afirmação anterior de que apenas 25% do O2 disponível é descarregado da hemoglobina e é utilizado pelas células teciduais em condições de repouso. Quando a PO2 está entre 60 e 100 mmHg, a hemoglobina está 90% ou mais saturada com O2. Assim, o sangue capta uma carga quase completa de O2 dos pulmões, mesmo quando a PO2 do ar alveolar é tão baixa quanto 60 mmHg. A curva HbPO2 explica por que determinadas pessoas ainda podem ter um bom desempenho em altitudes elevadas ou quando elas têm certas doenças cardíacas e pulmonares, embora a PO2 possa cair a valores tão baixos quanto 60 mmHg. Observe também na curva que em uma PO2 consideravelmente baixa de 40 mmHg, a hemoglobina ainda está 75% saturada com O2. No entanto, a saturação de oxigênio da Hb cai para 35% a 20 mmHg. Entre 40 e 20 mmHg, muito O2 é liberado da hemoglobina em resposta a apenas pequenas diminuições na PO2. Nos tecidos ativos, como os músculos em contração, a PO2 pode cair bem abaixo de 40 mmHg. Então, uma grande porcentagem de O2 é liberada da hemoglobina, fornecendo mais O2 para os tecidos metabolicamente ativos. Transporte de dióxido de carbono Em condições normais de repouso, cada 100 mℓ de sangue venoso contêm o equivalente a 53 mℓ de CO2 gasoso, que é transportado no sangue de três maneiras principais: •CO2 dissolvido: Uma pequena porcentagem – aproximadamente 7% – está dissolvida no plasma sanguíneo. Ao alcançar os pulmões, o CO2 dissolvido se difunde no ar alveolar e é expirado. •Compostos carbamino: Uma porcentagem um pouco mais elevada, aproximadamente 23%, combina-se aos grupos amina dos aminoácidos e proteínas no sangue para formar compostos carbamino. Como a proteína mais prevalente no sangue é a hemoglobina (no interior dos eritrócitos), a maior parte do CO2 transportado deste modo está ligada à hemoglobina. Os principais locais de ligação do CO2 são os aminoácidos terminais das duas cadeias globina alfa e duas cadeias globina beta. A hemoglobina que se ligou ao CO2 é denominada carbaminohemoglobina (HbCO2): •Íons bicarbonato: O maior percentual de CO2 – aproximadamente 70% – é transportado no plasma sanguíneo como íons bicarbonato (HCO3–). Conforme o CO2 se difunde para os capilares sistêmicos e entra nos eritrócitos, ele reage com a água na presença da enzima anidrase carbônica (AC) para formar o ácido carbônico, que se dissocia em H + e HCO3 – . Assim, conforme o sangue capta CO2, o HCO3 – se acumula no interior das hemácias. Um pouco de HCO3 – se move para o plasma sanguíneo, abaixando seu gradiente de concentração. Em troca, íons cloreto (Cl–) se movem do plasma para as hemácias. Essa troca de íons negativos, que mantém o equilíbrio elétrico entre o plasma sanguíneo e o citosol das hemácias, é conhecida como deslocamento de cloreto. O efeito líquido destas reações é que o CO2 é removido das células teciduais e transportado para o plasma sanguíneo como HCO3 –. Conforme o sangue passa pelos capilares pulmonares nos pulmões, todas estas reações se revertem e o CO2 é expirado. Resumo da trocagasosa e transporte nos pulmões e tecidos O sangue venoso que retorna aos capilares pulmonares nos pulmões contém CO2 dissolvido no plasma sanguíneo, CO2 combinado à globina como carbaminohemoglobina (HbCO2), e CO2 incorporado ao HCO3– dentro das hemácias. As hemácias também captaram H+, alguns dos quais se ligaram à hemoglobina e, por conseguinte, foram tamponados por ela (HbH). À medida que o sangue passa pelos capilares pulmonares, as moléculas de CO2 dissolvidas no plasma sanguíneo e o CO2 que se dissocia da porção globina da hemoglobina se difundem no ar alveolar e são expirados. Ao mesmo tempo, o O2 inspirado está se difundindo do ar alveolar nos eritrócitos e está se ligando à hemoglobina para formar a oxihemoglobina (HbO2). O dióxido de carbono também é liberado do HCO3 – quando o H+ se combina ao HCO3 – no interior das hemácias. O H2CO3 formado a partir desta reação então se divide em CO2, que é expirado, e H2O. À medida que a concentração de HCO3– diminui no interior das hemácias dos capilares pulmonares, o HCO3 – se difunde do plasma sanguíneo, na troca por Cl–. Em suma, o sangue oxigenado que sai dos pulmões tem um teor de O2 aumentado e quantidades reduzidas de CO2 e H+. Nos capilares sistêmicos, como as células usam O2 e produzem CO2, as reações químicas são invertidas. Controle da respiração Em repouso, aproximadamente 200 mℓ de O2 são utilizados a cada minuto pelas células do corpo. Durante o exercício, o uso de O2 aumenta de 15 a 20 vezes em adultos saudáveis e normais, e em até 30 vezes em atletas de resistência de elite. Diversos mecanismos ajudam a adequar o esforço respiratório à demanda metabólica. Centro respiratório O tamanho do tórax é alterado pela ação dos músculos respiratórios, que se contraem como resultado dos impulsos nervosos transmitidos dos centros no encéfalo e relaxam na ausência de impulsos nervosos. Estes impulsos nervosos são enviados de grupos de neurônios localizados bilateralmente no tronco encefálico, chamados coletivamente de centro respiratório, que pode ser dividido em duas regiões principais de acordo com sua localização e função: o centro respiratório bulbar no bulbo e o grupo respiratório pontino na ponte. Centro respiratório bulbar É composto por duas coleções de neurônios chamados de grupo respiratório dorsal (GRD), antigamente chamado de área inspiratória, e o grupo respiratório ventral (GRV), antigamente chamado de área expiratória. Durante a respiração tranquila normal, neurônios do GRD produzem impulsos para o diafragma por meio dos nervos frênicos e para os músculos intercostais externos por meio dos nervos intercostais. Esses impulsos são liberados em pulsos, que começam fracos, aumentam em força e então cessam completamente. Quando os impulsos nervosos alcançam o diafragma e os músculos intercostais externos, eles se contraem e ocorre a inspiração. Quando o GRD se torna inativo após 2 s, o diafragma e os músculos intercostais externos relaxam por aproximadamente 3 s, possibilitando a retração passiva dos pulmões e da parede torácica, a expiração. Em seguida, o ciclo se repete. Grupo respiratório pontino (GRP) Antigamente chamado de área pneumotáxica, é uma coleção de neurônios na ponte. Os neurônios no GRP estão ativos durante a inspiração e a expiração. O GRP transmite impulsos nervosos para o GRD no bulbo e participa tanto na inspiração quanto na expiração, modificando o ritmo básico da respiração. Regulação do centro respiratório A atividade do centro respiratório pode ser modificada em resposta às informações provenientes de outras regiões do encéfalo, receptores na parte periférica do sistema nervoso e outros fatores, a fim de manter a homeostasia da respiração. Influências corticais na respiração Como o córtex cerebral tem conexões com o centro respiratório, podemos alterar voluntariamente nosso padrão respiratório. Podemos até mesmo parar de respirar completamente por um curto período de tempo. No entanto, a capacidade de não respirar é limitada pelo acúmulo de CO2 e H+ no corpo. Quando a PCO2 e a concentração de H+ aumentam a um certo nível, os neurônios do GRD do centro respiratório bulbar são fortemente estimulados, impulsos nervosos são enviados pelos nervos frênico e intercostal à musculatura inspiratória, e a respiração é retomada, quer a pessoa queira ou não. Se a respiração for suspensa por tempo suficiente para causar desmaio, a respiração é retomada quando a consciência é perdida. Impulsos nervosos do hipotálamo e do sistema límbico também estimulam o centro respiratório, possibilitando que estímulos emocionais alterem a respiração, como por exemplo ao rir e chorar. Regulação da respiração por quimiorreceptores Determinados estímulos químicos modulam quão rapidamente e quão profundamente respiramos. O sistema respiratório atua para manter níveis adequados de CO2 e O2 e é muito sensível a mudanças nos níveis desses gases nos líquidos corporais. Os quimiorreceptores em dois locais do sistema respiratório monitoram os níveis de CO2, H+ e O2 e fornecem informações ao centro respiratório. Os quimiorreceptores centrais estão localizados no bulbo ou próximo a ele na parte central do sistema nervoso. Eles respondem a mudanças na concentração de H+ e PCO2 no líquido cerebrospinal. Os quimiorreceptores periféricos estão localizados nos glomos para-aórticos (que são aglomerados de quimiorreceptores localizados na parede do arco da aorta) e nos glomos caróticos, (que são nódulos ovais na parede das artérias carótidas comuns direita e esquerda no ponto em que elas se dividem em artérias carótidas interna e externa). Os quimiorreceptores dos glomos paraaórticos estão localizados próximo dos barorreceptores aórticos, e os glomos caróticos estão localizados próximo dos barorreceptores do seio carótico. Estes quimiorreceptores fazem parte do sistema nervoso periférico e são sensíveis a alterações na PO2, H+ e PCO2 no sangue. Os axônios dos neurônios sensitivos dos glomos para-aórticos fazem parte do nervo vago, e aqueles dos glomos caróticos são parte dos nervos glossofaríngeo direito e esquerdo. Estimulação da respiração por proprioceptores Assim que você começa a se exercitar, a sua frequência e profundidade respiratória aumentam, mesmo antes que haja alterações nos níveis de PO2, PCO2 ou H+. O principal estímulo para essas mudanças rápidas no esforço respiratório são as aferências dos proprioceptores, que monitoram o movimento das articulações e músculos. Os impulsos nervosos dos proprioceptores estimulam o GRD do bulbo. Ao mesmo tempo, axônios colaterais dos neurônios motores superiores que se originam no córtex motor primário também alimentam os impulsos excitatórios no GRD. Reflexo de insuflação Similares aos dos vasos sanguíneos, receptores sensíveis ao estiramento chamados barorreceptores ou receptores de estiramento, estão localizados nas paredes dos brônquios e bronquíolos. Quando estes receptores são distendidos durante a hiperinsuflação dos pulmões, impulsos nervosos são enviados pelo nervo vago (X) para o grupo respiratório dorsal (GRD) no centro respiratório bulbar. Em resposta, o GRD é inibido e os músculos diafragma e intercostais externos relaxam. Assim, a inspiração adicional é interrompida e a expiração começa. Conforme o ar sai dos pulmões durante a expiração, os pulmões se esvaziam e os receptores de estiramento não são mais estimulados. Assim, o GRD não é mais inibido, e começa uma nova inspiração. Esse reflexo é chamado de reflexo de insuflação ou reflexo de HeringBreuer. Em recém-nascidos, o reflexoparece funcionar na respiração normal. Em adultos, no entanto, o reflexo não é ativado até que o volume corrente (normalmente 500 mℓ) alcance mais do que 1.500 mℓ. Portanto, o reflexo em adultos é um mecanismo de proteção que evita a insuflação excessiva dos pulmões, como por exemplo durante o exercício intenso, em vez de um componente essencial no controle normal da respiração. Outros fatores que contribuem para a regulação da respiração incluem: •Estimulação do sistema límbico: A antecipação de uma atividade ou a ansiedade emocional podem estimular o sistema límbico, que envia impulsos excitatórios para o GRD, aumentando a frequência e a profundidade da respiração. •Temperatura: A elevação da temperatura corporal aumenta a frequência respiratória. A diminuição da temperatura corporal reduz a frequência respiratória. Um estímulo frio repentino (como mergulhar em água fria) leva à apneia temporária, a ausência de respiração. •Dor: A dor súbita e intensa provoca breve apneia, a dor somática prolongada aumenta a frequência respiratória e dor visceral pode diminuir a frequência respiratória. •Estiramento do músculo esfíncter do ânus: Esta ação aumenta a frequência respiratória e, às vezes, é usada para estimular a respiração em um recémnascido ou em uma pessoa que parou de respirar. •Irritação das vias respiratórias: Irritação física ou química da faringe ou laringe provoca a cessação imediata da respiração, seguida de tosse ou espirro. •Pressão arterial: Um aumento súbito na pressão arterial diminui a frequência respiratória, e uma queda na pressão arterial aumenta a frequência respiratória. Exercício e sistema respiratório* Os sistemas respiratório e circulatório fazem ajustes na resposta tanto na intensidade quanto na duração do exercício. O coração bombeia o mesmo volume de sangue para os pulmões que para o restante do corpo. Assim, quando o débito cardíaco aumenta, o fluxo sanguíneo para os pulmões, denominado perfusão pulmonar, também aumenta. Além disso, a capacidade de difusão de O2, pode triplicar durante o exercício máximo, porque os capilares pulmonares se tornam mais maximamente perfundidos. Como resultado, existe maior área de superfície disponível para difusão de O2 para os capilares pulmonares. Quando os músculos se contraem durante o exercício, eles consomem muito O2 e produzem bastante CO2. No início do exercício, um aumento abrupto na respiração é seguido por um aumento mais gradual. No exercício moderado, o aumento é decorrente principalmente do incremento na profundidade da respiração, em vez de um aumento na frequência respiratória. Quando o exercício é mais árduo, a frequência respiratória também aumenta. O aumento abrupto na respiração no início do exercício é decorrente de alterações neurais que enviam impulsos excitatórios para o grupo respiratório dorsal (GRD) do centro respiratório bulbar no bulbo. Estas modificações incluem: •Antecipação de atividade, o que estimula o sistema límbico. •Impulsos sensitivos de proprioceptores nos músculos, tendões e articulações. •Impulsos motores do córtex motor primário (giro pré- central). O aumento mais gradual na respiração durante o exercício moderado é decorrente de alterações químicas e físicas na corrente sanguínea, incluindo: •PO2 discretamente diminuída, em razão do aumento no consumo de O. •PCO2 discretamente aumentada, decorrente do aumento na produção de CO2 pelas fibras musculares em contração. •Aumento da temperatura, decorrente da liberação de mais calor conforme mais O2 é utilizado. Durante o exercício extenuante, o HCO3– tampona o H+ liberado pelo ácido láctico em uma reação que libera CO2, o que aumenta ainda mais a PCO2. Desenvolvimento do sistema respiratório Por volta da 4ª semana de desenvolvimento, o sistema respiratório começa como uma excrescência do intestino anterior (precursor de alguns órgãos digestórios) discretamente inferior à faringe. Esta excrescência é chamada de divertículo respiratório ou broto pulmonar. A endoderme que reveste o divertículo respiratório dá origem a epitélio e glândulas da traqueia, brônquios e alvéolos. A mesoderme que circunda o divertículo respiratório dá origem a tecido conjuntivo, cartilagem e músculo liso destas estruturas. O epitélio que reveste a laringe se desenvolve a partir da endoderme do divertículo respiratório. As cartilagens e os músculos se originam do 4ª e 6ª arcos faríngeos. Conforme o divertículo respiratório se alonga, sua extremidade distal se alarga para formar um broto traqueal globular, que dá origem à traqueia. Logo depois, o broto traqueal se divide em gomos brônquicos, que se ramificam repetidamente e se desenvolvem em brônquios. Por volta da 24ª semana após a fertilização, 17 sequências de ramos se formaram e bronquíolos respiratórios se desenvolveram. Durante a 6ª a 16ª semanas após a fertilização, todos os principais elementos dos pulmões já se formaram, exceto aqueles envolvidos nas trocas gasosas (bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos). Como a respiração não é possível nesta fase, os fetos nascidos durante este período não são capazes de sobreviver. Durante a 16ª a 26ª semanas após a fertilização, o tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado e os bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alguns alvéolos primitivos se desenvolvem. Embora seja possível para um feto nascido perto do final deste período sobreviver se receber terapia intensiva, a morte ocorre com frequência em virtude da imaturidade do sistema respiratório e de outros sistemas. A partir da 26ª semana até o nascimento, muitos outros alvéolos primitivos se desenvolvem, eles consistem em células do tipo I alveolares (principais locais de trocas gasosas) e células do tipo II produtoras de surfactante. Os capilares sanguíneos também estabelecem um contato estreito com os alvéolos primitivos. Os recémnascidos com menos de 26 a 28 semanas correm alto risco de síndrome de angústia respiratória do recém-nascido (SARRN), em que os alvéolos colapsam durante a expiração e precisam ser reinsuflados durante a inspiração. Por volta da 30ª semana, desenvolvem-se alvéolos maduros. No entanto, estima-se que apenas aproximadamente um sexto do conjunto completo de alvéolos se desenvolva antes do nascimento, o restante se desenvolve após o nascimento, durante os primeiros 8 anos de vida. À medida que os pulmões se desenvolvem, eles adquirem seus sacos pleurais. A pleura visceral e a pleura parietal se desenvolvem a partir da mesoderme. Durante o desenvolvimento, os movimentos respiratórios do feto provocam a aspiração de líquido para dentro dos pulmões. Este líquido é uma mistura de líquido amniótico, muco das glândulas brônquicas e surfactante. Ao nascer, aproximadamente metade dos pulmões estão preenchidos por líquido. Quando a respiração se inicia no momento do nascimento, a maior parte do líquido é rapidamente reabsorvida pelos capilares sanguíneos e linfáticos e uma pequena quantidade é expelida pelo nariz e boca durante o parto. Envelhecimento e sistema respiratório Com o avançar da idade, as vias respiratórias e os tecidos do sistema respiratório, se tornam menos elásticos e mais rígidos. O resultado é diminuição na capacidade pulmonar. Ocorre diminuição no nível sanguíneo de O2, redução na atividade dos macrófagos alveolares e diminuição na ação ciliar do epitélio que reveste o trato respiratório. Em decorrência desses fatores relacionados com a idade, os idosos são mais suscetíveis a pneumonia, bronquite, enfisema pulmonar e outras doenças pulmonares.
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