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Síntese reflexiva sobre os princípios e diretrizes do SUS

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Universidade Federal de São Paulo
Disciplina A política de saúde e o cuidado no SUS
2º ano medicina
Síntese reflexiva sobre os princípios e diretrizes do SUS
	
Dos quatro jornais murais da nossa turma, 2 mostraram reportagens divididas basicamente nos 3 princípios básicos do Sistema Único de Saúde (integralidade, universalidade e equidade) e os outros 2 mostraram basicamente os pontos positivos e negativos do SUS na visão da mídia, sendo o mais chamativo, na minha opinião, a questão da luta social, que ainda devemos ter para continuar com SUS e um dia conseguirmos um sistema de saúde de excelência que contemple a todos.
Nossas gerações atuais, principalmente pós 88, não estão mais acostumadas com as lutas sociais pela saúde pública, pois vieram depois da Constituição de 1988, que foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado" com o posterior surgimento do SUS. Acostumamo-nos que existe um sistema de saúde público que, por mais que se ache precário, atende a todos, principalmente os mais pobres e necessitados. No entanto, isso gerou uma falácia popular que tudo na saúde é dever e obrigação do Estado, criando uma geração “preguiçosa” que acredita que para o povo cabe apenas apontar e reclamar as falhas do sistema único de saúde, sem nada fazer na prática. E a mídia acaba explorando e usufruindo dessa errônea ideia.
Nas reportagens e notícias percebemos mais facilmente enfoques negativos, apresentando muitas vezes o SUS como o vilão da Saúde Pública no Brasil. É comum, inclusive, observarmos, em consonância com o discurso da mídia geral, a população brasileira endossando o enfoque negativo apresentado, talvez por ter vivido uma experiência ruim no SUS, que realmente apresenta inúmeros problemas, ou mesmo porque está sempre em contato com essa agenda jornalística de busca por uma visão negativa do serviço de saúde pública brasileiro. 
Grande parte das matérias nos murais tratam de problemas, tragédias e corrupção no SUS, por exemplo, nas reportagens “A polícia Federal investiga desvio de verba do SUS” e “SUS, há 30 anos sobrevivendo ao colapso”. Essa é a dinâmica de boa parte das reportagens e refletem um contexto de sensacionalismo e pessimismo na saúde e na saúde pública, com seus problemas e tragédias pertencentes à categoria de notícias “quentes”, que causam mais impactos e vendem mais tiragens, enquanto que o Sistema Único de Saúde brasileiro, sua gestão participativa e casos exemplares de atendimento ao público – por exemplo, a reportagem posta no mural “Sistema de saúde público brasileiro é referência internacional, diz Banco Mundial” - são matérias de baixo interesse midiático, notícias “frias”, “de gaveta”, que são usadas mais esporadicamente, quando falta assunto na pauta ou para algum interesse privado ou político. 
Isso, explicaria, pelo menos em parte, o porquê de tanto enfoque nas notícias negativas do SUS, mas não podemos esquecer que a grande mídia é também financiada com dinheiro de grandes empresas e grupos financeiros, que teriam mais lucros em um SUS precário ou não inexistente, como vimos em vários exemplos no filme “Sicko” de Michael Moore, em que não só empresas privadas, mas também políticos teriam interesses lucrativos com sistemas de saúde privados.
Entretanto, mesmo que em menor número, encontramos reportagens, que foram postas nos murais, que contemplam os princípios norteadores do SUS de (1) integralidade: com ações de intersetorialidade, por exemplo, “SUS oferece terapias complementares como Ioga, quiropraxia e meditação”; de (2) universalidade: com ações que mostram que a saúde é direito de todos, mesmo os não brasileiros, por exemplo, a reportagem “Atendimento a venezuelanos no SUS cresce 2300 vezes em Roraima”; e de (3) equidade, com ações que disponibiliza recursos e serviços para atender a cada um segundo suas necessidades, por exemplo, “Agentes de saúde reforçam vacinação contra a febre amarela na zona rural”. Além de contemplarmos diretrizes de descentralização, autonomia e regionalização do SUS, principalmente com a reportagem “Estados e municípios terão mais autonomia sobre a verba do SUS”.
Em suma, o Brasil é um país continental com uma população que já passou de 200 milhões de habitantes, e o SUS tem uma proposta ambiciosa de uma estrutura nacional de saúde que contemple toda sua população. Fica óbvio, que por ser tão grande, apresenta inúmeras falhas, tão exploradas pela mídia. Contudo, esse sistema de saúde é referência internacional e uma conquista de um longo processo de acúmulo de lutas que, principalmente, nos anos 60, 70 e 80 do século XX, vieram envolvendo inúmeros grupos sociais, entre os quais donas de casa, trabalhadores da saúde, sindicalistas, estudantes, docentes, pesquisadores, gestores públicos e militantes dos mais diversos movimentos sociais, que promoveram os avanços no direito à saúde, culminando com o surgimento do SUS após constituição de 88. Mas, infelizmente, essas lutas populares perderam força atualmente e devem ser incentivadas e retomadas, pois vivemos uma realidade de desmonte dos direitos sociais e, consequentemente, do SUS, tornando-se necessário resgatar o protagonismo do movimento social pela saúde com a finalidade de superar os interesses privados lucrativos que querem acabar com essa conquista que beneficia a população.
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