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Tutelas provisórias 1 ⚖ Tutelas provisórias Para mais: https://www.passeidireto.com/perfil/junior-lima Revisado São pedidas dentro da fase de conhecimento ou de execução. A tutela provisória pode ser de urgência ou de evidência. Na tutela de urgência, a parte requer a tutela provisória para salvaguardar um direito que tem alta probabilidade de ser seu, e que corre perigo, podendo perecer. Na tutela de evidência, não há perigo, mas existe no processo uma situação que demonstra de maneira altamente provável que a parte é merecedora daquele direito. O poder judiciário concede, de maneira provisória, aquele direito ao autor da tutela. Espécies de tutela de urgência São duas: a antecipada e a cautelar, que podem ser requeridas de forma antecedente ou incidente. 1- Tutela de urgência antecipada https://www.passeidireto.com/perfil/junior-lima Tutelas provisórias 2 Busca-se a antecipação da prestação jurisdicional que seria dada no final do processo. Pode ser incidente ou antecedente. 2- Tutela de urgência cautelar Busca-se uma medida que assegure que o direito estará resguardado ao fim do processo. Não se quer a antecipação da prestação jurisdicional, mas simplesmente uma medida que garanta que a outra parte poderá arcar com a prestação jurisdicional ao fim do processo. Pode ser incidente ou antecedente 3- Tutelas incidente e antecedente A tutela incidente é aquela que é requerida e concedida no bojo de um processo já existente. A tutela antecedente é requerida antes mesmo da petição inicial. Ocorre quando a tutela é de necessidade absolutamente imediata, não havendo tempo nem mesmo para iniciar o processo. Faz-se uma petição simplificada para requerer a tutela de urgência antecedente, para só depois completar-se o pedido. Espécie de tutela de evidência É sempre uma tutela antecipada e incidental. Não pode ser cautelar porque não há perigo, mas apenas uma altíssima probabilidade do direito que se pede. Não pode ser antecedente porque não há extrema urgência. Tutelas provisórias 3 Cognição sumária A cognição sumária é o reconhecimento do direito baseado em uma alta probabilidade, e não em uma certeza. Quando um juiz concede um pedido de tutela provisória, ele o faz através de uma cognição sumária. 💡 Na tutela provisória, o juiz baseia-se em uma cognição sumária. Na sentença, o juiz baseia-se em uma cognição exauriente. Revogação, modificação e cessação das tutelas provisórias A tutela provisória não é definitiva, podendo ser alterada quando fato superveniente no processo apontar em sentido contrário a ela. Tutelas provisórias 4 Quando isso ocorrer, o juiz pode, de ofício, revogar, modificar ou cessar a tutela. O juiz não pode conceder a tutela provisória de ofício, segundo doutrina majoritária, mas pode realizar essas alterações citadas. Poder Geral do Juiz Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. Quando se entra com pedido de uma determinada tutela, o juiz, ao avaliar, poderá observar se os requisitos presentes são os de outra tutela, podendo concedê-la. Por exemplo, se o autor ingressa com pedido de tutela de urgência antecipada, e o juiz observa que não estão presentes os requisitos dela, mas sim os da tutela de urgência cautelar, ele poderá conceder a cautelar. Contudo, não há pacificação doutrinária quanto à tutela pedida ser a de urgência e a concedida ser a de evidência. Há posicionamentos doutrinários em ambos os sentidos Tipos de processo nos quais se pode pleitear uma tutela provisória 1- Processo de conhecimento A tutela provisória pode ser concedida dentro do processo de conhecimento. A concessão pode ocorrer através do procedimento comum ou através do procedimento especial. Procedimento comum As tutelas provisórias são amplamente possíveis. Procedimentos especiais Tutelas provisórias 5 Alguns procedimentos especiais possuem tutelas provisórias específicas. Exemplo disso são as ações possessórias Contudo, podem ser usadas tanto a sistemática especial quanto a sistemática geral. 2- Provimentos de tutela antecipada no processo de conhecimento Provimento condenatório Plenamente possível. Provimento constitutivo/desconstitutivo É necessário que avalie-se se a tutela é adequada ao processo. Não é possível, por exemplo, requerer a tutela provisória antecipada em um divórcio. Provimento declaratório Majoritariamente, entende-se ser possível, porém é necessário especial cuidado, visto que poderá haver dano ao final do processo se a tutela for concedida de maneira equivocada. 3- Processo de execução Majoritariamente, entende-se ser plenamente cabível a tutela de urgência, seja antecipada ou cautelar. Quanto à tutela de evidência, contudo, não há consenso. Competência nas tutelas provisórias 1- Competência na tutela antecedente Na tutela antecedente, ainda não há processo. Assim, será competente o juiz que teria competência para o pedido principal. 2- Competência na tutela incidental Não há discussão na tutela incidental. Será o próprio juiz que já avalia a causa. Tutelas provisórias 6 2.1- Quando estiver em grau recursal A petição de tutela provisória será direcionada ao tribunal perante o qual o recurso foi interposto, sendo a petição dirigida ao relator do recurso. 3- Juiz absolutamente incompetente Por óbvio, o juiz absolutamente incompetente não pode agir no processo. O CPC, entretanto, estabelece que, diante de uma urgência extrema, onde não for possível aguardar o envio dos autos ao juiz competente, poderá o juiz absolutamente incompetente conceder o pedido de tutela de urgência. Da tutela provisória de urgência 1- Requisitos É necessário o preenchimento de 3 requisitos: requerimento formulado pela parte, demonstração da probabilidade do direito e a demonstração de perigo do direito pleiteado. Requerimento formulado pela parte O juiz não pode conceder tutelas provisórias de ofício, mas apenas quando provocado. 💡 Contudo, o juiz pode alterar a tutela de urgência de ofício. Demonstração da probabilidade do direito Deve ser demonstrado o fumus boni iuris, a fumaça do bom direito. Mesmo diante da urgência, é necessária uma mínima demonstração do porquê aquele direito ser da parte que o requere. O pleito não pode ser totalmente descabido. 💡 Essa demonstração também é necessária na tutela de evidência. O que diverge, contudo, é o grau de probabilidade necessário. Na tutela de urgência, esse grau de probabilidade pode ser demonstrado em gradação menor que na tutela de evidência. Tutelas provisórias 7 Demonstração de perigo do direito pleiteado Deve ser demonstrado o periculum in mora, a demonstração de que o direito pode ser perdido caso se aguarde até a sentença. 2- Reversibilidade É necessária a demonstração de que a reversão dos efeitos podem ocorrer, caso a tutela seja concedida. O juiz deverá verificar quais os danos que as partes poderão sofrer no caso de conceder ou não a tutela. Se, por exemplo, o juiz ao conceder a tutela antecipada for gerar prejuízos ao réu maiores do que ao autor no caso da não concessão, deverá decidir pela improcedência da medida Isso ocorre porque a tutela é provisória, podendo ser revista dentro do processo em momento posterior. 3- Caução O juiz deve requerer uma garantia de que, caso se perca o objeto da tutela, a parte requerente poderá garantir o objeto perdido, caso se demonstre que o direito, na verdade, é da parte requerida. Essa garantia, contudo, pode ser dispensada caso a parte requerente for hipossuficiente 4- Responsabilidade do requerente A responsabilidade do requerente da tutela por prejuízo indevido ao requerido é objetiva, ou seja, dispensa culpa. Só é necessária a demonstração da conduta, do dano e do nexo de causalidade. Tutela provisória de evidência 1- Requisitos Requerimento da tutela de evidênciaO requerimento da tutela de evidência dispensa a demonstração de perigo. Tutelas provisórias 8 Demonstração da probabilidade do direito A demonstração necessária é a de probabilidade do direito, que deve ser muito acentuada, em um grau muito alto, beirando a certeza. 2- Hipóteses As hipóteses são trazidas no artigo 311 do CPC. Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório da parte O direito de defesa deve ser exercido dentro de certos limites. Ocorre, por exemplo, quando a parte faz reiterados e pedidos seguidos de suspensão do processo; quando a defesa contrariar entendimento coincidente com conhecimento de Súmula Vinculante; etc. O manifesto propósito protelatório ocorre quando há condutas reiteradas da parte no sentido de atrasar o processo. Exemplo disso é a indicação errada de endereço de testemunhas, ou a expedição de cartas precatórias desnecessárias. As alegações de fato puderem ser provadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante É necessária a presença cumulativa das alegações apenas documentais + tese firmada ou súmula vinculante. Se houver prova oral necessária, a evidência já não caberá. Quanto à súmula, é possível que seja uma súmula comum, inclusive de um Tribunal Superior diverso do STF, como o STJ. Ação de depósito III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; É o pedido de devolução do bem entregue em depósito. Tutelas provisórias 9 Petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. O autor apresenta as provas com uma robustez superior às provas do réu, fazendo com que o juiz não tenha uma dúvida razoável acerca do direito. Tutela provisória antecedente É a tutela pedida antes mesmo da apresentação da petição inicial, em decorrência de um caráter extremo de urgência. Deve haver correspondência entre o pedido final e o pedido antecedente. Só cabe em tutela de urgência. 1- Tutela de Urgência Antecipada Antecedente Conforme o artigo 303, a petição inicial dessa tutela será sumarizada, resumida. Deverá haver as seguintes indicações na petição: ao juiz de que o pedido é provisório de qual será o pedido final de qual é a lide da probabilidade do perigo do valor da causa. Uma vez que o juiz recebe a petição, ele poderá deferir ou indeferir. Deferimento da tutela O autor terá 15 dias para aditar a petição inicial. Caso isso não ocorra, extingue-se o processo. Indeferimento da tutela O autor terá 5 dias para emendar a petição inicial. Caso isso não ocorra, extingue-se o processo. Tutelas provisórias 10 Estabilização da tutela 💡 É um fenômeno que ocorre exclusivamente na tutela de urgência antecipada antecedente. Se a tutela for deferida e o réu não se opor a ela, a tutela produzirá efeitos por tempo indeterminado, estabilizando-se. Entende-se que a cognição sumária agrada a ambas as partes. Contudo, há controvérsias a respeito desse fenômeno, visto que o art. 304 utiliza o verbo recorrer para indicar a maneira adequada de evitar a estabilização: Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. Discute-se se o recurso adequado é o de embargo de declaração ou agravo regimental. Essa é a corrente majoritária. Há, ainda, uma segunda corrente que realiza uma interpretação extensiva, entendendo que a lei disse menos do que gostaria, de modo que não é necessário o recurso, mas a oposição à estabilização de qualquer forma, como por uma petição. Para revisar a tutela concedida, utiliza-se uma ação revisional, conforme o § 2º do art. 304. Essa ação revisional tem prazo de 2 anos. Há discussão doutrinária acerca de se, após esse prazo de 2 anos, haverá coisa julgada. A corrente majoritária entende que sim. Ainda, há discussão doutrinária acerca do cabimento de ação rescisória. Corrente majoritária entende que ela é cabível dentro do prazo de 2 anos, não sendo mais cabível após os 2 anos. 2- Tutela de Urgência Cautelar Antecedente A petição deve informar, conforme o 305 ao juiz que o pedido é provisório Tutelas provisórias 11 o pedido principal, que deve guardar correspondência com o pedido cautelar a probabilidade do direito o perigo do direito doutrinariamente, entende-se que também deve haver a indicação do valor da causa Uma vez apresentada a petição, o juiz deverá determinar a citação do réu, que deverá contestar o pedido no prazo de 5 dias, podendo haver produção de provas, desde que sejam provas simples. Após isso, o juiz deverá proferir uma decisão. Deferimento do pedido O autor terá 30 dias para formular o pedido principal, contados a partir da efetivação da cautelar, sob pena de extinção do processo.
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