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Compensacao de Faltas - Projeto IntegradorProjeto de Vida

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TRABALHO DE COMPENSAÇÃO DE FALTAS
PROJETO INTEGRADOR/PROJETO DE VIDA
ALUNA: MARIANA CORREA BELATO FERREIRA RA: 110031700
TEMA: Filiação e socioafetividade.
A filiação, segundo Tartuce (2019), é a relação jurídica existente entre ascendentes e descendentes de primeiro grau, ou seja, é a relação jurídica presente entre pais e filhos. A filiação jurídica pode ser biológica ou socioafetiva. A biológica, ou natural, tem origem na consanguinidade, e se estabelece pelos laços de sangue entre os pais e filhos. Já a filiação socioafetiva é aquela sem origem genética, edificada pelo afeto, pela convivência, e também pela posse do estado de filho.
A socioafetividade, segundo Lôbo (2008), quanto à filiação jurídica, exige a presença dos seguintes elementos: I) pessoas que se comportam como pai e mãe e outra pessoa que se comporta como filho; II) convivência familiar; III) estabilidade do relacionamento; e IV) afetividade. Ela depende, conforme bem colocado por Amarilla (2016), de um ato voluntário e espontâneo dos envolvidos, da convivência duradoura e qualificada pelos requisitos do nominatio (utilização do patronímico do suposto pai ou mãe), tractatio (demonstração inequívoca de afeto na condição de pai ou mãe) e reputatio (notoriedade da relação afetiva, de cunho paterno/materno-filial.
O artigo 227, §6º, da Carta Magna e o artigo 1.596 do Código Civil Brasileiro regem esta relação pelo princípio da igualdade entre os filhos. Na Constituição Federal, fica nítida a obrigação do Estado de proteger toda e qualquer forma de entidade familiar, independente de sua origem.
Ante todo o exposto, ainda é pertinente citar que o Código Civil dispõe, em seu artigo 1.602, que “não basta a confissão materna para excluir a paternidade”. Por esse motivo, se faz imprescindível a investigação da paternidade por meio de exames laboratoriais para confirmação da negativa. Além disso, conforme determina o art. 1.604 Código Civil, “ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro”. E apesar da filiação socioafetiva ter inteiro respaldo no ordenamento jurídico brasileiro, é imprescindível mencionar o que dispõe o Informativo nº 555 do STJ sobre ela: a filiação socioafetiva perpassa pela vontade e voluntariedade do apontado pai, mesmo ciente da ausência de vínculos biológicos, de ser reconhecido como tal. Ou seja, a manifestação de afeto e carinho somente se transformarão em relação de filiação quando, além da caracterização do estado de pose de filho, houver por parte de quem despende o afeto, a inequívoca e manifesta intenção de ser concebido juridicamente como pai ou mãe da criança. Ainda conforme o Informativo do STJ, “não se pode obrigar o pai registral, induzido a erro substancial, a manter uma relação de afeto igualmente calcada no vício de consentimento originário.”

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