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Compensacao de Falta - Processo Civil II

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Os requisitos de admissibilidade dos recursos processuais previstos em lei no CPC existem para que o órgão revisor possa aceitar ou não a propositura do recurso antes mesmo de ser julgado o pedido, o mérito do recurso em questão. Os requisitos de admissibilidade são os pressupostos mínimos para que o recurso seja apreciado. Eles são uma ferramenta para que o julgador possa analisar se o direito recursal, de fato, existe ou não no caso concreto.
O primeiro requisito a ser preenchido pelo recorrente é o do cabimento, previsto no art. 994 do CPC, que elenca, em rol taxativo, os recursos cabíveis no processo civil. São eles: apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, agravo em recurso especial ou extraordinário e embargos de divergência. Para que o juízo de admissibilidade seja positivo, é preciso apresentar o recurso correto para cada decisão.
O segundo requisito a ser preenchido é o da legitimidade. O artigo 996 do CPC responde a questão de quem possui a legitimidade de interpor um recurso: a parte vencida (autor ou réu), o terceiro (aquele alheio à relação jurídica) prejudicado e o Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
O terceiro requisito refere-se ao interesse recursal, ou então, o interesse do legitimado de interpor o recurso. Na hipótese da decisão do juiz ter acatado todos os pedidos feitos pela parte, o mesmo não poderá recorrer, pois da decisão foi gerado o melhor resultado possível para ele, excluindo, então, a necessidade do recurso.
O quarto requisito é o da tempestividade, previsto nos artigos 1.003 e 1.004 do CPC, onde o legislador estabelece os prazos em que o interessado deve interpor o recurso. Em exceção dos embargos de declaração, cujo prazo é de cinco dias, os demais recursos possuem 15 dias de prazo, a contar da data da intimação dos advogados, da Defensoria Pública ou do Ministério Público sobre a decisão.
O quinto requisito é o da regularidade formal, previsto em lei pelo artigo 997 do CPC, “caput”. Este requisito se refere às exigências específicas trazidas por lei. A exemplo, o interessado deve apresentar razões que fundamentam o pedido da reforma da decisão e elas devem ser apresentadas no ato da interposição do recurso.
O sexto requisito a ser preenchido é o preparo recursal, como prevê o artigo 1.007 do CPC. O recorrente deve comprovar que recolheu as custas do preparo, que é o valor designado por estar se utilizando do poder judiciário, sob pena de deserção.
O sétimo e último requisito de admissibilidade dos recursos é o da inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer. Os fatos que podem extinguir ou impedir que o recurso seja conhecido são a renúncia, a aquiescência e a desistência, que podem ser expressas ou tácitas.
Em conclusão, o juízo de admissibilidade para que o recurso seja conhecido depende do preenchimento concomitante de todos os requisitos supramencionados.

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