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Acadêmica: Maria Beatriz @biawtiful A dor e um mecanismo de proteção do corpo, ocorrendo quando um tecido é lesado, fazendo com que o indivíduo reaja para remover o estímulo da dor. • Nocicepção: percepção de estímulos nocivos pelo SNC. • Dor: é uma experiência difícil de definir de modo exato. • Via rápida: fibras A-delta, mielinizadas, dor bem localizada. • Via lenta: fibras C – fibra não mielinizada. Dor mal localizada pelo indivíduo e contínua. Neurônios aferentes da dor: • Neurônio primário: ligado ao nociceptor -> leva o sinal até a camada superficial do corno dorsal. • Neurônio secundário: medula até o cérebro Neurônios secundários partem do trato espinotalâmico, cruzam a linha média e chegam ao tálamo. Do tálamo partem os neurônios terciários. Analgésicos Opioides são substâncias extraídas de uma planta chamada Papaver somniferum, composto e uma mistura complexa de 25 alcalóides, sendo o componente majoritário a morfina. Receptores opioides Predominantemente em sistemas que conduzem e integram as informações dolorosas, além de áreas pertencentes aos sistemas límbico (emoções) e extrapiramidal (área motora). Tipos de receptores opioides: μ (mu) -> analgesia supra-espinhal, depressão respiratória, euforia e dependência física. κ (capa) -> analgesia espinha, miose, sedação e disforia. δ (delta) -> alterações no comportamento afetivo. Σ (sigma) -> disforia, alucinações, estimulação vasomotora. Receptor Pesquisas com receptores sugerem a existência de dois subtipos, um responsável pela ação analgésica e outro pelos efeitos adversos Principal responsável pela ação analgésica (µ1); Associado a este receptor também estão os efeitos adversos graves: depressão respiratória (µ2), euforia, dependência. O complexo analgésico-receptor causa abertura dos canais de k+, causando bloqueio dos canais de Ca++, cessando a transmissão do impulso nervoso da dor. Receptor κ Associado a leve analgesia, o receptor κ foi um dos principais alvos de pesquisa no desenvolvimento de analgésicos centrais. Estudos clínicos mostraram efeitos sedativos e disforia. Está ligado diretamente ao fechamento dos canais de cálcio Receptor δ É o receptor dos analgésicos naturais do cérebro, as encefalinas. Este tipo de receptor não está ligado a canais iônicos. Acadêmica: Maria Beatriz @biawtiful Seu mecanismo de ação se dá através da inibição da produção de AMPc; a ligação do analgésico ao receptor provoca sua inativação, alterando a conformação da enzima adenilato-ciclase e interrompendo assim a produção do AMPc. Estudos clínicos mostram ação imunossupressora. Mecanismo de Ação – Potássio Impedimento da despolarização da membrana neuronal pela abertura dos canais de Potássio. Hiperpolariza a membrana deixando o interior mais negativo e o exterior mais positivo. Dessa forma, os canais de Sódio, que são voltagem dependentes não conseguem abrir. (Canais de Sódio abrem-se com – 70 mV). Membrana Hiperpolarizada – canais de K+ abertos, aumento da saída de Potássio – inibe a sinapse Mecanismo de Ação – cálcio Receptores opióides estão acoplados a proteínas G inibitórias. Inibem a abertura de canais de Cálcio voltagem dependentes. Acoplados a proteína G -> inibem a adeniato ciclase -> reduzem AMP cíclico. Para a liberação de neurotransmissores é necessário Cálcio. Canais de Ca2+ não abrem, vesículas não liberam Subst. P. Efeitos Adversos As principais ações dos analgésicos opióides são observados no sistema nervoso central e trato gastrointestinal. Efeitos adversos graves: - depressão respiratória ( PCO2) : principal causa de morte nas overdoses; - dependência física e psicológica; - tolerância (até 50 x a dose analgésica). - Outros EA: - náuseas e vômitos; - constrição pupilar; - constipação; - euforia; - broncoconstrição; - depressão do reflexo da tosse Morfina e Encefalinas Encefalinas são peptídeos formados dentro do nosso organismo. O grupo final do peptídeo é um aminoácido tirosina. E a estrutura da morfina também tem uma origem de aminoácido, inclusive a parte estereoquimica na morfina repete a estrutura de uma encefalina. Os opioides tem ação nos receptores da encefalina é devido a sua estrutura. A teoria dos receptores Analgésicos Centro “N” ionizado em pH fisiológico – ligação iônica com o receptor; Anel aromático E interage com forças de Van der Waals; OH fenólico liga-se através de pontes de H a resíduos de aa. Estrutura da Morfina Alcaloide complexo que sua estrutura lembra 2 planos – T. tem 5 aneis A,B,C,D e E (anel perpendicular). Permite Acadêmica: Maria Beatriz @biawtiful 2 formas diferentes da projeção desse anel, para frente ou para trás. Morfina atravessa a BHE neutra. N protonado (após atravessar BHE), faz igação iônica com receptor. Além disso o anel aromático e OH fenólico. Os 3 grupos essenciais para ligação ao primeiro momento no receptor, Van der Waals, ligação de H e ligação iônica. Relação Estrutura Atividade O OH fenólico: é essencial e deve estar livre. A introdução de grupos lipofílicos diminui a atividade analgésica. A codeína tem na sua posição OH um grupo metil – tornando a atividade analgésica mais baixa. A codeína metabolizada com eliminação do grupo metil tem a ação analgésica. Morfina x Heroína • di-acetil morfina: morfina acetilada OH e acetilada AcO. O OH fenólico acetilado deu melhor disponibilidade cerebral dando origem a heroína. Heroína > transformada em mono aceitl morfina > morfina. Metaboslimo da Codeína A codeína não é disubstituida, não é um éster ou seja precisa necessariamente de metabolismo hepático, somente 10% da codeína é transformada em morfina. • Grupo 6 OH – álcool não é essencial que esteja livre: a introdução de grupos lipofílicos disponibilidade cerebral - atividade analgésica • Grupo N-metil terciário Grupo metil não é essencial, pois o átomo de N é ionizado para ligar-se ao receptor. Átomo na forma quaternária e a forma secundária tornam-se muito polar para atravessar a BHC. Acadêmica: Maria Beatriz @biawtiful 3OH é essencial, anel aromático é essencial, grupo amino é essencial. 6OH não é essencial (pode ser substituído) e a ponte éter também não é essencial. Com esses grupos foi criado a teoria Beckett Casy – como a morfina se liga no receptor opioide. Ela faz uma ligação do anel aromático (força de van der waals), o OH fenólico (pontes de H) e o átomo de N (interações iônicas). Estereoquímica O isômero R é diferente, a morfina produzida na natureza é sempre o R. se for sintetizada em laboratório pode ser o S ou R. Sendo que o S é inativo, não faz encaixe no receptor. A mudança na estereoquímica do carbono quiral diminui a atividade e prejudica a ligação ao receptor. • Fármacos analgésicos opioides relacionados a morfina: sulfato de morfina (anel nitrogenado para frente do plano; está na forma sulfato devido a sua solubilidade baixa), sulfato de codeína (possui CH3 na estrutura; é um pró-farmaco), hidrocodona (codeína com modificação no C-OH). Morfina é mais potente que codeína porque é a forma ativa, codeína e hidrocona são pró-fármacos. • Desenvolvimento de análogos da morfina: ideia de diminuir efeitos adversos graves, diminuir o custo e a facilidade de síntese, aumentar a eficácia e segurança do medicamento. Alternativas: extensão da molécula, simplificação da molécula. Extensão da Molécula Aumentar o tamanho dos grupos que estão ligados a um lugar que já tinha substituinte ou colocar um novo substituinte em um lugar que não tinha. • 14OH: oximorfona -> atividade 2x maior que a morfina, interação através de pontes de H sugere a presença de resíduos de aas apropriados nesta posição. Acadêmica: Maria Beatriz @biawtiful A diferença de oximorfona e oxicodonaé a inserção do OH. • N-metil: posição mais fácil para o acoplamento de novos grupos, apresenta grandes vantagens. Acoplamento de grupos alil → CH2 – CH = CH2. Obtenção de nalorfina e naloxona. São importantes antagonistas da morfina, ligam-se ao receptor sem modificar sua conformação – bloqueiam a ligação da morfina. A naloxona é usada principalmente no tratamento de intoxicações agudas causadas pela morfina Nalorfina – tem leve ação analgésica sem manifestar os efeitos indesejáveis comuns à morfina. Porém, possui efeitos alucinógenos associados aos receptores . • Simplificação da Molécula: remoção do anel E -> perda total da atividade. Remoção do anel D: ponte éter não é essencial; aumenta o tempo de ação e atividade; apresentam alta toxicidade e dependência comparável à morfina; têm o mesmo mecanismo de interação com os receptores; são moléculas mais simples e fáceis de sintetizar. Surgiu então tartarato de levorfanol e tartarato de butorfanol. • Remoção dos anéis C e D – Benzomorfanos: anéis C e D não são essenciais à atividade; diferem nos efeitos adversos: diminuem os riscos de dependência, depressão respiratória e mantém atividade analgésica razoável. Ação agonista • Remoção dos anéis B, C e D – Fenilpiperidinas ou petidinas: anéis B, C e D não são essenciais à atividade; possuem curta duração de ação → usados principalmente em crianças, por diminuir o risco de depressão respiratória; o grupo fenol pode ser eliminado; moléculas mais flexíveis e interagem de diferentes maneiras com os receptores. Apesar disto, possuem os mesmos efeitos adversos da morfina. • Remoção dos anéis B, C, D e E – Série da metadona; diminuem os efeitos sobre o TGI - vômitos e constipação; por sua melhor segurança, é administrado a pacientes viciados em morfina e heroína. Acadêmica: Maria Beatriz @biawtiful • Opioides com mecanismo de ação duplo: Possui dois centros assimétricos, comercializado como mistura de isômeros cis. O isômero 1S,2S (-) inibe recaptação de NA. O isômero 1R,2R (+) inibe recaptação de 5-HT. O isômero d do metabólito O-desalquilado estimula o receptor µ (6x) – possui 10 % da atividade da morfina.
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