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ESTOMATOLOGIA - CONCEITOS INICIAIS

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1 
 
Conceitos iniciais 
 
 
PATOLOGIA ORAL: do gego pathos - doença, sofrimento, lógos -estudo; é a ciência que estuda as causas 
da doença (etiologia), os mecanismos do seu desenvolvimento (patogênese) e as alterações estruturais 
induzidas nas células e órgãos do corpo (alterações morfológicas) e as consequências funcionais das 
alterações morfológicas (significado clínico). 
 
Diferentemente, ESTOMATOLOGIA, do grego stômato - boca, lógos -estudo; propedêutica clínica, 
semiologia, diagnóstico bucal e medicina oral. 
1. é o elo entre o ciclo básico com base na patologia oral e o ciclo clínico, 
2. base no paciente para diagnóstico e tratamento das doenças que ocorrem na área de atuação do 
cirurgião-dentista, 
3. grande importância na formação do dentista. 
 
• SINAL (do latim, é a manifestação clínica visível ao profissional) X SINTOMA (do gego, são as 
manifestações subjetivas percebidas pelo paciente e relatadas ao profissional) 
• Semiotécnica: técnica de pesquisar os sinais e sintomas e se resolve na arte de explorar 
• Propedêutica clínica: absorve os dados colhidos na semiotécnica e vai especificar o diagnóstico 
• Semiogênese: estuda os mecanismos formadores dos sinais e sintomas nos mínimos detalhes 
• SINAL PATOGNOMÔNICO: são sinais característicos exclusivamente de uma certa doença 
• SINAL PRODÔMICO: surge antes da manifestação da doença e é inespecífico. 
 
RECURSOS PARA INVESTIGAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO NA CLÍNICA: exame clínico completo, 
radiografia, sialografia (é o exame radiográfico das glândulas salivares), ressonância magnética, tomografia 
computadorizada, citologia esfoliativa, exames hematológicos. 
 
ELEMENTOS DO DIAGNÓSTICO: diagnóstico sintomático ou clínico, anatômico, funcional ou fisiológico, 
etiológico 
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO: clínico, radiográfico, laboratorial, cirúrgico (tipo o do lipoma, que coloca no 
formol), terapêutico 
 
MANOBRAS CLÍNICAS IMPORTANTES AUXILIARES NO DIAGNÓSTICO: 
 
1. Diascopia/vitropressão: são manobras semiotécnicas usadas no exame clínico pela observação 
por transiluminação ou com uso do diascópio. Distensão com os dedos (diascopia) ou com a 
utilização de uma lâmina de vidro (vitropressão), para diferenciar lesões vasculares de lesões 
pigmentadas. 
2. Raspagem da lesão com gaze ou espátula de madeira: diagnóstico diferencial de lesões brancas 
da mucosa oral. 
 
PROGNÓSTICO: pro-antes + gnosis-conhecer. Predição da provável evolução e do desfecho da doença, 
baseada no conhecimento geral da condição. Pode ser: favorável, bom, sombrio (ruim, mas não 
necessariamente fatal) ou fatal. Depende do tipo da doença, do dano anatômico e funcional produzido, da 
efetividade dos recursos terapêuticos, do estado geral do paciente e das condições psíquicas. 
 
TRATAMENTO: tratamento x diagnóstico, uma conduta errada traz risco ao processo de diagnóstico e 
evolução, o que deve ser feito ou ministrado (ou não). 
O tratamento pode ser: 
1. Específico: ideal, é direcionado para a doença (tipo aciclovir para a herpes); 
2. Sintomático: trata o sintoma, mas não trata a causa; 
3. Suporte: melhora as condições orgânicas do paciente; 
 
2 
 
4. Prova terapêutica: diagnóstico final provisório e ministra uma droga específica para a patologia; 
5. Expectante: a entidade não necessita de tratamento. Não trata a causa, mas por si só pode resolver 
o problema. 
 
FOLLOW-UP: permite ao profissional reavaliar continuamente seus conhecimentos e raciocínio diagnóstico 
- sucesso terapêutico. As doenças podem ser de cura completa, estado estacionário (tipo líquen plano) ou 
controladas (tipo o pênfigo vulgar, tem que ficar controlando com uso de corticoides) - se o quadro clínico 
piorar pode evoluir para o óbito. 
 
EXAME CLÍNICO: composto por duas etapas, a anamnese (questionário - prontuário) e o exame físico 
(visualização do paciente). O exame clínico permite atribuir valores aos sinais e sintomas. 
 
O método diagnóstico: coleta da informação no exame clínico - avaliação da informação - decisão 
diagnóstica – reavaliação. O processo do diagnóstico já começa no exame clínico, depois dessa coleta de 
dados começa o exame físico (pode ter mais de um diagnóstico, que é o diagnóstico diferencial) 
 
 
 
PRONTUÁRIO 
No exame clínico tem a ficha clínica (não é mais o termo usado, porque fica muito restrito esse termo) 
individualizada (prontuário odontológico), que é um documento jurídico odonto-legal, serve para levantar 
casuística, avaliar a evolução do tratamento, evita a omissão de dados clínicos importantes. Contém 
aspectos éticos, legais e clínicos 
O prontuário contém informações do paciente e do profissional, é o registro do encontro deles (semiografia), 
tem valor clínico e jurídico, visão integral do paciente, auditoria. É um relato detalhado, deve ser 
compreendido por outras pessoas, tem a história médica pregressa e atual e a evolução clínica. Contém 
informações confidenciais, controle sob o acesso, se a pessoa mudar de local serve como carta de 
encaminhamento. 
 
É usado em disputas judiciais, instrumento que o profissional tem para produzir provas da sua defesa. O 
prontuário é de posse do paciente, mas deve fica guardado pelo profissional por no mínimo dez anos após 
a última consulta. 
 
Prontuário de papel: garante a legibilidade do documento, falta de padronização 
Prontuário eletrônico: 
1. Fatores que influenciam sua implementação: possibilidade de compartilhar informações, melhoria da 
qualidade da assistência, aumento da eficácia de processos clínicos e redução de erros médicos. 
2. Vantagens: uso simultâneo, legibilidade absoluta (porque não é preenchido à mão), fim da redigitação 
de informações, integração com outros sistemas de informação - processamento contínuo de dados, 
organização melhor, acesso ao conhecimento científico atualizado com melhoria no processo de 
tomada de decisão, melhoria da efetividade do cuidado. 
3. Desvantagens: necessidade de muitos investimentos e treinamento, resistência dos profissionais da 
saúde, demora para ter reais resultados da implantação do PEP, sujeito a falhas de rede, software - 
ficando inoperável, o uso e acesso pode colocar em questão a confiabilidade e segurança dos dados 
dos pacientes. 
4. Controle de acesso: importante para manter o sigilo das informações presentes nos PEPs, deve 
pensar em como restringir o acesso de pessoas não autorizadas - por meio de acesso com login e 
senha, certificados digitais (utiliza duas chaves, uma pública de conhecimento geral e outra privada) 
 
3 
 
 
Prontuário digital: deve ter mecanismos para segurar a autenticidade, confidencialidade e integridade dos 
documentos, com os níveis de segurança denominados NGS1 e NGS2 
 
ANAMNESE: 
 
Do grego significa recordação, é quando você começa a preencher o prontuário. É o primeiro contato pessoal 
com o paciente, tipo uma entrevista, serve para obter dados sobre o doente, a história natural da sua doença 
e é o início do diagnóstico. 
1. Objetivos: estabelecer a relação médico/paciente, conhecer os fatores pessoais, familiares e 
ambientais relacionados com o processo da saúde/doença, obter os elementos para guiar o 
profissional no exame físico, definir a estratégia de investigação complementar, direcionar a 
terapêutica em função do entendimento global a respeito do paciente. 
2. A maioria dos diagnósticos é baseada na anamnese, ela demora mais que o exame físico e permite 
o registro dos sintomas que motivaram a consulta e os dados relacionados que são importantes para 
o correto diagnóstico 
3. Fatores que devem ser observados: deve ser cuidadosa, espontânea/orientada na cronologia, 
observar desde a fala do paciente, atitudes e discurso, o clínico deve saber filtrar as informações. 
Deve ser feita em um local com privacidade, não deve ser interrompida, ter conforto, falar no mesmo 
‘nível’ do paciente, manter o contato visual, mesa de escritório. Cuidado com a postura, evitar 
expressão de aborrecimento, desaprovação, impaciência ou tédio, ter uma distância razoável,tratar 
o paciente como senhor, senhora, senhorita. 
4. Deve ser pontual, mostrar interesse e atenção, aceitação e cortesia. Deve fazer com calma e sem 
pressa 
5. As questões podem ser: abertas, fechadas ou indutoras (tipo quando o paciente não sabe 
descrever muito bem, você pode falar perguntar se a dor parece com um choque elétrico) 
 
6. A anamnese deve seguir uma sequência cronológica: 
• Identificação do paciente: nome completo, sexo, idade, etnia, estado civil, endereço comercial e 
residencial, profissão, procedência, nacionalidade, telefone, e-mail. 
• Queixa principal: deve ser sucinta, objetiva e escrita exatamente com as palavras do paciente, é o 
motivo da consulta, o que sente? Há quanto tempo? 
• Às vezes precisa ser adaptada para cada paciente, pode ser difícil ter uma ideia clara da queixa, 
muitos pacientes são pouco articulados porque estão nervosos ou confusos, é difícil interromper 
ele nesse momento. 
• A queixa principal pode sugerir um diagnóstico, tem que obter o significado do que o paciente 
falou, anotar todas as relações temporais entre si com a queixa atual e considerar os tratamentos 
anteriores. 
• História da doença atual: história da queixa principal, narrativa cronológica e clara sobre ela, início 
com questões abertas e genéricas (desde quando a lesão existe, tem se alterado, evolução quanto 
ao tamanho), uma pergunta de cada vez. Anamnese espontânea (dados não verbais é tipo cor da 
pele) e dirigida 
• Antecedentes familiares: descrição do estado de saúde dos familiares, informar doenças de caráter 
hereditário, crônico-degenerativas, infecciosas 
• Antecedentes pessoais: gerais (doenças sistêmicas/distúrbios fisiológicos) ou regionais 
(intervenção cirúrgica local/acidente/uso de prótese). 
 
• Perguntar sobre hábitos x vícios do paciente. Se é fumante, ex-fumante, não-fumante. Bebida 
alcoólica ou outros (como chupar chiclete, ficar mordendo a bochecha - morsicatio buccarum), qual 
o tipo e frequência. Uso de drogas recreacionais, hábitos sexuais, outros hábitos (como levar objetos 
à boca, onicofagia) 
 
7. Termo de consentimento: descrever a metodologia e objetivos do exame clínico, linguagem 
acessível, autorização do uso da informação para eventuais pesquisas ou fins didáticos, liberdade 
de recusar-se ou retirar seu consentimento, garantia do sigilo, assinado ou identificado por impressão 
dactiloscópica /2 vias.

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