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Cervicite e Salpingite

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Cervicites
PATOGENIA:
NORMAL: Após a menarca, há produção de estrogênios pelo ovário que estimulam a maturação da mucosa escamosa cervical e vaginal e cria-se um microambiente vaginal que favorece a colonização por alguns agentes que fazem parte da microbiota normal residente, como lactobacilos (espécie microbiana dominante na vagina normal) fazem a manutenção do pH ácido mantendo-o abaixo de 4,5. Isso inibe o crescimento de microrganismos patogênicos. 
PATOLÓGICO: Alterações na microbiota residente, associadas ou não há traumas mecânicos, como por traumatismo no ato sexual; menstruação; uso de ducha vaginal; terapia com antibiótico que suprime os lactobacilos pode causar alterações no pH tornando-o mais alcalino, isso promove lesões no epitélio de revestimento e desequilíbrio na proliferação bacteriana → estes mesmos fatores também são responsáveis pelo surgimento de metaplasia escamosa. Isso causa algum grau de inflamação cervical e geralmente tem poucas consequências clínicas
TIPOS:
Não infecciosa → Causadas por irritantes de natureza química ou mecânica
Infecciosa → é mais comumente causada por agentes bacterianos, seguidas da infecção por Candida ou por C. Trachomatis e N. gonorrhoeae (sexualmente transmissíveis) - frequentemente causam infecções assintomáticas em mulheres
∟ C. Trachomatis: A clamídia (infecção genital) é um parasita intracelular obrigatório que entra na célula hospedeira através de endocitose mediada por receptores. A bactéria impede a fusão do endossoma ao lisossomo, por mecanismo desconhecido, e utiliza ATP e aminoácidos da célula hospedeira para se replicar, gerando dano celular e citólise. A resposta imune desencadeia destruição das células infectadas. A bactéria pode ascender e ocorrer na tuba uterina, ovários, gerando a doença inflamatória pélvica (DIP)
∟ N. Gonorrhoeae: Organismos de Neisseria aderem-se e invadem as células epiteliais, através dos pili longos que promovem a ancoragem das proteínas CD46. Elas conseguem evadir da resposta imune mediada por neutrófilo e, se não tratada, pode gerar cronificação
CERVICITE AGUDA:
∟ ASPECTOS CLÍNICOS: 
A mucosa é edemaciada, eritematosa e friável, podendo haver corrimento purulento; 
Quando o processo é muito intenso ou prolongado, surgem úlceras e alterações epiteliais degenerativas
∟ MICROSCOPIA: 
Hiperemia, edema e infiltrado inflamatório predominantemente neutrofílico
CERVICITE CRÔNICA:
∟ ASPECTOS CLÍNICOS: 
Erosões ou ulcerações, hiperemia por proliferação vascular e podem ser vistos folículos linfóides com centros germinativos evidentes
∟ MICROSCOPIA: 
Infiltrado inflamatório predominantemente por linfócitos, plasmócitos e macrófagos, com formação de tecido de granulação e fibrose
SINAIS E SINTOMAS:
Exsudato mucopurulento (corrimento endocervical);
Friabilidade cervical → colo uterino sensível que sangra facilmente ao toque;
Dor em relação sexual - dispareunia;
Febre;
DIAGNÓSTICO:
Exame clínico; Exames complementares → cultura, sorologia, PCR
Salpingite
Inflamação peritoneal da mucosa da tuba uterina (também conhecida como trompas de Falópio) 
→ inflamação mais comum da tuba uterina
Também conhecido como doença inflamatória pélvica
ETIOLOGIA:
Qualquer microrganismo pode causar a salpingite, sendo os mais comuns: Gonococos, Clamydia, Estreptococos, E. Coli e anaeróbios (especialmente após o aborto)
Os microrganismos inicialmente podem alcançar a tuba a partir de:
1.  ENDOMÉTRIO: O endométrio é a membrana mucosa que reveste a parede uterina, formado por epitélio cilíndrico simples, estroma e vasos. Durante a fase intermenstural, os microrganismos alcançam a mucosa da tuba uterina gerando a endossalpingite; → via mais comum
2. PERITÔNIO: Os microrganismos penetram a tuba uterina através do óstio abdominal ou do peritônio gerando a perissalpingite → via menos comum
3. VASOS LINFÁTICOS E VASOS SANGUÍNEOS DO MIOMÉTRIO: O microrganismo alcança a tuba uterina através dos vasos linfáticos e, mais raramente, vasos sanguíneos, provocando a sapingite intersticial
4. ESPERMA: No decorrer do intercurso sexual, microrganismos do esperma podem penetrar na tuba uterina
SALPINGITE SUPURATIVA AGUDA: 
ETIOLOGIA: 
Bactérias da microbiota vaginal inferior ou bactérias adquiridas por transmissão sexual, sendo mais comum o gonococo e a chlamydia trachomattis
PATOLOGIA:
Microrganismos ascendem através do canal cervical e cavidade endometrial, atingindo a tuba uterina (trompas de Falópio) e o peritônio pélvico, seja através da relação sexual desprotegida, por refluxo menstrual ou outros procedimentos diagnósticos e cirúrgicos. 
Dessa forma, a mucosa tubária sofre descamação e erosão (sendo que esse comprometimento muitas vezes é irreversível) tornando-se edemaciada e com intenso infiltrado de exsudato inflamatório, com neutrófilos, linfócitos, macrófagos e plasmócitos.
Esse exsudato pode obstruir a tuba, gerando um abscesso tubário (também chamado de piossalpinge), além de poder progredir para a cavidade peritoneal, ovário, bexiga e reto, gerando abscessos tubo-ovariano uni ou bilateral
Pode haver reabsorção do exsudato, porém isso acarreta em fibrose → causa obstrução da tuba e aderências tubo-ovarianas e atrofia do epitélio; e fortes aderências pélvicas, caso tenha alcançado a cavidade pélvica, que compromete gravemente a fecundação
SALPINGITE CRÔNICA
Causa principal de esterilidade feminina e de gravidez ectópica
ETIOLOGIA:
Geralmente resultam de salpingites agudas ou podem ser secundárias à propagação de processos inflamatórios vizinhos
PATOGENIA:
Na evolução de processos agudos, a tuba uterina adquire aspecto cicatricial, com infiltrado inflamatório de células mononucleares, além de cicatrizes. O exsudato de purulento (grosso) torna-se seroso (incolor) 
SALPINGITES GRANULOMATOSAS:
A tuberculose tubária é a doença mais comum deste grupo, sendo secundária a tuberculose de outros órgãos (principalmente pulmões, intestino e rins) por disseminação hematogênica
PATOGENIA: 
Formam-se nódulos amarelados na membrana serosa com ou sem necrose
Pode propagar-se para os ovários, gerando aderência ovariana
SINTOMAS DA SALPINGITE
Variam de acordo com a gravidade da inflamação, sendo:
Dor no baixo ventre, exagerada à palpação
Náuseas e vômitos
Corrimento vaginal abundante de odor característico
Dor ao urinar
Dor Lombar
Febre
Alterações menstruais
DIAGNÓSTICO:
Baseado na história clinica e no exame ginecológico;
Exames de sangue e urina e cultura do exsudato vaginal
TRATAMENTO:
É feito basicamente com antibióticos, anti-inflamatórios e repouso
As obstruções tubárias são irreversíveis por meio de medicação, sendo necessário cirurgia para desobstrução ou até mesmo retirada das trompas, de acordo com a sua evolução

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