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Slides - Sociedades Empresárias - Atualizado em 18-02-2021

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SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
“O que é uma sociedade?”
“O que é uma empresa?”
Art. 44. São pessoas jurídicas de
direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de
responsabilidade limitada.
Código Civil
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
Associações
Sociedades
Fundações
Organizações religiosas
Partidos políticos
EIRELI
FUNDAÇÕES: Dotação especial de bens livres por ato do instituidor para determinado fim relevante
ASSOCIAÇÕES: União de pessoas organizadas para fins não econômicos e sem direitos/obrigações recíprocos
Art. 62, Código Civil
Assistência social, cultura, educação, promoção da cidadania, saúde, meio ambiente etc. (art. 62, p.ú, CC)
Art. 53, Código Civil
Sem intuito lucrativo
Art. 981. Celebram contrato de
sociedade as pessoas que
reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços,
para o exercício de atividade
econômica e a partilha, entre si,
dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode
restringir-se à realização de um ou
mais negócios determinados.
Código Civil
CONTRATO DE SOCIEDADE
Pluralidade de pessoas
Contrato plurilateral
Intuito lucrativo
Interesse social
Affectio societatis
Capital social
EMPRESA
SOCIEDADE
PLURALIDADE DE PESSOAS “Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que (...)”
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade
quando ocorrer:
IV - a falta de pluralidade de sócios,
não reconstituída no prazo de cento e
oitenta dias;
Código Civil
Art. 251. A companhia pode ser
constituída, mediante escritura
pública, tendo como único acionista
sociedade brasileira.
Lei das S/A
EXCEÇÕES
FORMADA POR 2 (DUAS) OU MAIS PESSOAS
ATENÇÃO!
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de
cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital
social.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1
(uma) ou mais pessoas.
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de
constituição do sócio único, no que couber, as
disposições sobre o contrato social.
Código Civil
Lei n. 13.874/19 – Lei da Liberdade Econômica
CONTRATO PLURILATERAL
1
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade (...) que reciprocamente
se obrigam a contribuir (...)”
Direitos/obrigações recíprocos
2 Unificados por uma finalidade comum
3 Prazo de duração da organização (indeterminado?)
4 Contrato aberto (permite a entrada e saída das partes)
5 Vício de uma das manifestações de vontade não implica em nulidade de todo o contrato
6 Invalidade (inexecução) das obrigações de uma parte não exclui a permanência do contrato entre os demais
INTUITO LUCRATIVO “Art. 981. Celebram contrato de sociedade (...) partilha, entre si, dos resultados”
Art. 1.008. É nula a estipulação
contratual que exclua qualquer
sócio de participar dos lucros e
das perdas.
Código Civil
Risco é inerente ao contrato de sociedade
Participação nos lucros e perdas
Proibição da “cláusula leonina” (art. 1.008, CC)
INTERESSE SOCIAL
“É o interesse comum a todos os sócios enquanto sócios”
Comum: atribuível indistintamente a qualquer sócio, independente de outros direitos/obrigações
Enquanto sócios: limitação dos interesses comuns àqueles que decorrem do contrato de sociedade
Art. 1.010, §3º. Responde por perdas
e danos o sócio que, tendo em
alguma operação interesse contrário
ao da sociedade, participar da
deliberação que a aprove graças a
seu voto.
Código Civil
Art. 1.074, § 2º. Nenhum sócio, por
si ou na condição de mandatário,
pode votar matéria que lhe diga
respeito diretamente.
Código Civil
Art. 115. O acionista deve exercer o
direito a voto no interesse da
companhia; (...)
Lei das S/A
AFFECTIO SOCIETATIS
“Efetiva vontade do contraentes colaborarem com o objetivo comum” 
e 
“Aceitarem os riscos do empreendimento”
É uma construção da doutrina
Considerada para formar e manter a sociedade
CAPITAL SOCIAL
“Cifra que corresponde ao valor dos bens que os sócios transferiram à sociedade”
Instrumento para realização do fim social
Garantia dos credores
ESPÉCIES DE SOCIEDADE
Art. 982. Salvo as exceções
expressas, considera-se empresária a
sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art.
967); e, simples, as demais.
Parágrafo único.
Independentemente de seu objeto,
considera-se empresária a sociedade
por ações; e, simples, a cooperativa.
Código Civil
Exerce empresa (art. 966, CC)
Por determinação legal (ex. sociedade por ações)
Profissão intelectual (art. 966, p.ú., CC)
Por determinação legal (ex. cooperativa, advogados)
QUANTO AO OBJETO:
Empresárias
Simples (ou não-empresárias)
ESPÉCIES DE SOCIEDADE
QUANTO À PERSONIFICAÇÃO/TIPO:
Simples
Em nome coletivo
Em comandita simples/ações
Limitada
Anônima
Em conta de participação
Em comum
Personificadas
Não Personificadas
Art. 983. A sociedade empresária deve
constituir-se segundo um dos tipos
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a
sociedade simples pode constituir-se de
conformidade com um desses tipos, e,
não o fazendo, subordina-se às normas
que lhe são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as
disposições concernentes à sociedade em
conta de participação e à cooperativa,
bem como as constantes de leis especiais
que, para o exercício de certas
atividades, imponham a constituição da
sociedade segundo determinado tipo
Código Civil
QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS:
Sociedades de responsabilidade limitada
Sociedades de responsabilidade ilimitada
Sociedades de responsabilidade mista
Em nome coletivo
Em comum
Simples
Em comandita simples/ações
Limitada
Anônima
SÓCIO: (a) pessoal; (b) ilimitada; (c) subsidiária; (d) solidária (entre sócios)
QUANTO À PESSOA (OU COMPOSIÇÃO) DOS SÓCIOS:
Sociedades de pessoa
Sociedades de capital
Figura do sócio é elemento fundamental
Foco no capital investido pelo sócio
Intuitu personae
Intuitu pecuniae
Ex. sociedade limitada (?)
Ex. sociedade anônima aberta
QUANTO À NATUREZA DO ATO CONSTITUTIVO:
Sociedades contratuais
Sociedades institucionais
Manifestação de vontade através de um contrato
Manifestação de vontade através de um ato institucional complexo
Contrato social
Estatuto social
Ex. Sociedade limitada
Ex. Sociedade anônima
QUANTO À NACIONALIDADE:
Sociedades nacionais
Sociedades estrangeiras
Art. 1.126. É nacional a sociedade
organizada de conformidade com a
lei brasileira e que tenha no País a
sede de sua administração.
Código Civil
Organizada de acordo com a lei brasileira
Depende de autorização governamental
Sede de sua administração no país
Independente da nacionalidade dos sócios
Art. 1.134. A sociedade estrangeira,
qualquer que seja o seu objeto, não
pode, sem autorização do Poder
Executivo, funcionar no País, ainda
que por estabelecimentos
subordinados, podendo, todavia,
ressalvados os casos expressos em
lei, ser acionista de sociedade
anônima brasileira.
Código Civil
Pode ser acionista de sociedade anônima brasileira
SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges
contratar sociedade, entre si ou
com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da
comunhão universal de bens, ou
no da separação obrigatória.
Código CivilRegime de comunhão parcial de bens
Regime da participação final nos aquestos
Regime da separação convencional
Regime de comunhão universal de bens (difícil identificação da participação de cada um no capital social)
Regime da separação obrigatória (burla à determinação legal de separação do patrimônio)
AUTORIZADO
NEGADO
Enunciado n. 205, III Jornada de
Direito Civil. Adotar as seguintes
interpretações ao art. 977: (1) a
vedação à participação de cônjuges
casados nas condições previstas no
artigo refere-se unicamente a uma
mesma sociedade; (2) o artigo
abrange tanto a participação
originária (na constituição da
sociedade) quanto a derivada, isto é,
fica vedado o ingresso de sócio
casado em sociedade de que já
participa o outro cônjuge.
ATENÇÃO!Apenas para as sociedades contratuais (ex. sociedade limitada)
Participação originária (constituição) ou derivada (ingresso)
Não se aplica a sociedades distintas
Art. 2.031. As
associações, sociedades e
fundações, constituídas na
forma das leis anteriores,
bem como os empresários,
deverão se adaptar às
disposições deste Código
até 11 de janeiro de 2007.
Código Civil
O que acontece com as sociedades constituídas anteriormente?
Devem ser desconstituídas?
Devem se adaptar com a exclusão de um dos cônjuges?
Devem ser mantidas como estão?
Enunciado n. 204, III Jornada de Direito Civil. A
proibição de sociedade entre pessoas casadas sob o regime
da comunhão universal ou da separação obrigatória só
atinge as sociedades constituídas após a vigência do
Código Civil de 2002.
Ato jurídico perfeito Art. 5º, XXXVI, CR
PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 1º Toda pessoa é capaz
de direitos e deveres na
ordem civil.
Art. 2º A personalidade civil
da pessoa começa do
nascimento com vida; mas a
lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do
nascituro
Código Civil
Personalidade jurídica: aptidão para titularizar direitos e contrair obrigações
Patrimônio: conjunto de relações jurídicas (obrigações/direitos) avaliáveis
economicamente
Pessoa Natural Pessoa Jurídica
Personalidade jurídica
Aquisição com o nascimento/concepção
Personalidade jurídica
Aquisição com o registro (Junta ou RCPJ)
Extinção com a morte Extinção com a dissolução/liquidação/extinção
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
Código Civil
1
2
AUTONOMIA: existência jurídica distinta das pessoas naturais que a constituíram (sócios/acionistas)
PERSONALIDADE: aptidão para titularizar direitos e contrair obrigações
3 PATRIMÔNIO: pessoa jurídica possui patrimônio próprio (que deve ser afetado à atividade)
4 NOME: pessoa jurídica possui nome próprio (firma ou denominação )
5 DOMICÍLIO: local em que se estabelece a sede social
ATENÇÃO! Limitação da responsabilidade dos sócios não é decorrência necessária da personalidade
EFEITOS PERSONALIDADE JURÍDICA
1 Elaboração do ato constitutivo
2 Autorização, se necessário (ex. instituições financeiras)
3 Inscrição do ato constitutivo
AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE
1 Dissolução (deliberação)
2 Liquidação
3 Extinção
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
“A pessoa jurídica serve de biombo para ocultar o interesse escuso de seus sócios, em detrimento do direito de terceiro”
Teoria Maior Teoria Menor
Concepção subjetiva Concepção objetiva
“Fim de lesionar credores” “Confusão patrimonial”
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o
juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos
de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e
para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores
à pessoa jurídica.
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica
da pessoa jurídica
Código Civil
RECURSO ESPECIAL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CPC/2015. PROCEDIMENTO PARA DECLARAÇÃO.
REQUISITOS PARA A INSTAURAÇÃO. OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DE DIREITO MATERIAL. DESCONSIDERAÇÃO COM BASE
NO ART. 50 DO CC/2002. ABUSO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. DESVIO DE FINALIDADE. CONFUSÃO PATRIMONIAL.
INSOLVÊNCIA DO DEVEDOR. DESNECESSIDADE DE SUA COMPROVAÇÃO.
1. A desconsideração da personalidade jurídica não visa à sua anulação, mas somente objetiva desconsiderar, no caso concreto, dentro de seus
limites, a pessoa jurídica, em relação às pessoas ou bens que atrás dela se escondem, com a declaração de sua ineficácia para determinados
efeitos, prosseguindo, todavia, incólume para seus outros fins legítimos.
2. O CPC/2015 inovou no assunto prevendo e regulamentando procedimento próprio para a operacionalização do instituto de inquestionável
relevância social e instrumental, que colabora com a recuperação de crédito, combate à fraude, fortalecendo a segurança do mercado, em razão
do acréscimo de garantias aos credores, apresentando como modalidade de intervenção de terceiros (arts. 133 a 137) 3. Nos termos do novo
regramento, o pedido de desconsideração não inaugura ação autônoma, mas se instaura incidentalmente, podendo ter início nas fases de
conhecimento, cumprimento de sentença e executiva, opção, inclusive, há muito admitida pela jurisprudência, tendo a normatização
empreendida pelo novo diploma o mérito de revestir de segurança jurídica a questão.
4. Os pressupostos da desconsideração da personalidade jurídica continuam a ser estabelecidos por normas de direito material, cuidando o
diploma processual tão somente da disciplina do procedimento. Assim, os requisitos da desconsideração variarão de acordo com a natureza da
causa, seguindo-se, entretanto, em todos os casos, o rito procedimental proposto pelo diploma processual.
6. Nas causas em que a relação jurídica subjacente ao processo for cível-empresarial, a desconsideração da personalidade da pessoa
jurídica será regulada pelo art. 50 do Código Civil, nos casos de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial.
7. A inexistência ou não localização de bens da pessoa jurídica não é condição para a instauração do procedimento que objetiva a
desconsideração, por não ser sequer requisito para aquela declaração, já que imprescindível a demonstração específica da prática objetiva de
desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.
8. Recurso especial provido.
(REsp 1729554/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 08/05/2018, DJe 06/06/2018)
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE FALÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA. INVIABILIDADE. INCIDÊNCIA DO ART. 50 DO CC/02. APLICAÇÃO DA
TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. ALCANCE DO SÓCIO
MAJORITÁRIO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS.
1. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC, rejeitam-se os embargos de declaração.
2. A ausência de decisão acerca dos argumentos invocados pelo recorrente em suas razões recursais impede o
conhecimento do recurso especial.
3. A regra geral adotada no ordenamento jurídico brasileiro, prevista no art. 50 do CC/02, consagra a Teoria Maior da
Desconsideração, tanto na sua vertente subjetiva quanto na objetiva.
4. Salvo em situações excepcionais previstas em leis especiais, somente é possível a desconsideração da
personalidade jurídica quando verificado o desvio de finalidade (Teoria Maior Subjetiva da Desconsideração),
caracterizado pelo ato intencional dossócios de fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica, ou
quando evidenciada a confusão patrimonial (Teoria Maior Objetiva da Desconsideração), demonstrada pela
inexistência, no campo dos fatos, de separação entre o patrimônio da pessoa jurídica e os de seus sócios.
5. Os efeitos da desconsideração da personalidade jurídica somente alcançam os sócios participantes da conduta
ilícita ou que dela se beneficiaram, ainda que se trate de sócio majoritário ou controlador.
6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, provido.
(REsp 1325663/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe
24/06/2013)
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a
personalidade jurídica da sociedade quando, em
detrimento do consumidor, houver abuso de
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou
ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
social. A desconsideração também será efetivada
quando houver falência, estado de insolvência,
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa
jurídica sempre que sua personalidade for, de
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores.
Código de Defesa do Consumidor
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa
jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados
à qualidade do meio ambiente.
Lei n. 9.605/98
Desconsideração Inversa
Art. 133. O incidente de desconsideração da
personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber
intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da
personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese
de desconsideração inversa da personalidade
jurídica.
Código de Processo Civil
Responsabilizar sociedade por obrigação do sócio
Desvio de bens da pessoa física para a pessoa jurídica
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. ART. 50 DO CC/02.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA. POSSIBILIDADE.
[...]
III - A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da
sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente
coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador.
IV - Considerando-se que a finalidade da disregard doctrine é combater a utilização indevida do ente societário por seus
sócios, o que pode ocorrer também nos casos em que o sócio controlador esvazia o seu patrimônio pessoal e o
integraliza na pessoa jurídica, conclui-se, de uma interpretação teleológica do art. 50 do CC/02, ser possível a
desconsideração inversa da personalidade jurídica, de modo a atingir bens da sociedade em razão de dívidas
contraídas pelo sócio controlador, conquanto preenchidos os requisitos previstos na norma.
V - A desconsideração da personalidade jurídica configura-se como medida excepcional. Sua adoção somente é
recomendada quando forem atendidos os pressupostos específicos relacionados com a fraude ou abuso de direito
estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente se forem verificados os requisitos de sua incidência, poderá o juiz, no
próprio processo de execução, ‘levantar o véu’ da personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja os bens da
empresa.
VI - À luz das provas produzidas, a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição, entendeu, mediante minuciosa
fundamentação, pela ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do recorrente, ao se utilizar
indevidamente de sua empresa para adquirir bens de uso particular.” (REsp 948.117/MS, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 03/08/2010)
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. DESCONSIDERAÇÃO
INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA. POSSIBILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
INADMISSIBILIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA. COMPANHEIRO LESADO PELA CONDUTA DO SÓCIO. ARTIGO
ANALISADO: 50 DO CC/02.
1. Ação de dissolução de união estável ajuizada em 14.12.2009, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao
Gabinete em 08.11.2011.
2. Discute-se se a regra contida no art. 50 do CC/02 autoriza a desconsideração inversa da personalidade jurídica e se o
sócio da sociedade empresária pode requerer a desconsideração da personalidade jurídica desta.
3. A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade
para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu
patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador.
4. É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou companheiro empresário
valer-se de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou
companheiro direitos oriundos da sociedade afetiva.
5. Alterar o decidido no acórdão recorrido, quanto à ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do sócio
majoritário, exige o reexame de fatos e provas, o que é vedado em recurso especial pela Súmula 7/STJ.
6. Se as instâncias ordinárias concluem pela existência de manobras arquitetadas para fraudar a partilha, a legitimidade para
requerer a desconsideração só pode ser daquele que foi lesado por essas manobras, ou seja, do outro cônjuge ou companheiro,
sendo irrelevante o fato deste ser sócio da empresa.
7. Negado provimento ao recurso especial.
(REsp 1236916/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 28/10/2013)
SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS
“Sociedades” sem personalidade jurídica?
Sociedade em comum/irregular/de fato
Sociedade em conta de participação
1
2
Art. 986. Enquanto não
inscritos os atos
constitutivos, reger-se-á a
sociedade, exceto por ações
em organização, pelo
disposto neste Capítulo,
observadas, subsidiariamente
e no que com ele forem
compatíveis, as normas da
sociedade simples
Código Civil
SOCIEDADE EM COMUM
Sociedade “em formação”
Existência de atos constitutivos
Sociedade em comum ≠ sociedade irregular ≠ sociedade de fato
Enunciado n. 58, I Jornada de Direito Civil.
A sociedade em comum compreende as figuras
doutrinárias da sociedade de fato e da irregular
Sociedade em comum: com contrato social escrito, mas ainda não registrado
Sociedade de fato: sem contrato social escrito
Sociedade irregular: com contrato social escrito e registrado, mas com irregularidade superveniente
Enunciado n. 383, IV Jornada de Direito Civil. A falta de registro do
contrato social (irregularidade originária — art. 998) ou de alteração
contratual versando sobre matéria referida no art. 997 (irregularidade
superveniente — art. 999, parágrafo único) conduz à aplicação das regras
da sociedade em comum (art. 986).
Art. 987. Os sócios, nas
relações entre si ou com
terceiros, somente por escrito
podem provar a existência da
sociedade, mas os terceiros
podem prová-la de qualquer
modo.
Código Civil
Por terceiros: qualquer modo de prova (ex. documental, testemunhal)
Entre sócios: somente por escrito
Como provar a existência da sociedade?
Art. 988. Os bens e dívidas
sociais constituem patrimônio
especial, do qual os sócios são
titulares em comum.
Art. 989. Os bens sociais
respondem pelos atos de gestão
praticados por qualquer dos
sócios, salvo pacto expresso
limitativo de poderes, que
somente terá eficácia contra o
terceiro que o conheça ou deva
conhecer.
Art. 990. Todos os sócios
respondem solidária e
ilimitadamente pelas
obrigações sociais, excluído do
benefício de ordem, previsto no
art. 1.024, aquele que contratou
pela sociedade.
Código Civil
Ausência de personalidade jurídica
Patrimônio: titularizado pelos sócios e afetado à atividadeSócios: responsabilidade
Solidária
Ilimitada
Direta (quem contrata pela sociedade)
Subsidiária (quem não contrata pela sociedade)
Vedada a recuperação judicial/extrajudicial (art. 48, Lei n. 11.101/05)
Ausência de legitimidade para requerer a falência (art. 97, §1º, Lei n. 11.101/05)
Pode ter sua falência decretada (art. 105, IV, Lei n. 11.101/05)
Inexistência de proteção ao nome empresarial (art. 33, Lei n. 8.934/94)
Inexistência de proteção à marca (art. 128, Lei n. 9.279/96)
Não pode se enquadrar como ME ou EPP (art. 3º, LC n. 123/06)
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
Art. 991. Na sociedade em
conta de participação, a
atividade constitutiva do objeto
social é exercida unicamente
pelo sócio ostensivo, em seu
nome individual e sob sua
própria e exclusiva
responsabilidade, participando
os demais dos resultados
correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se
perante terceiro tão-somente o
sócio ostensivo; e,
exclusivamente perante este, o
sócio participante, nos termos
do contrato social.
Código Civil
Sócio(s) ostensivo(s): exerce a atividade e se obriga perante terceiros
Sócio(s) participante(s) (ou oculto): se obriga perante o sócio ostensivo
ATENÇÃO!
Contrato irá dispor sobre as relações internas (lucros e perdas)
Limitação dos riscos
Ocultação do nome
Financeiro (despesas com organização e registro da sociedade)
Burocrático (desnecessidade de cumprimento de exigências burocráticas)
QUAIS OS MOTIVOS PARA CRIAR UMA S.C.P.?
Sócio Ostensivo
Sócio 
Participante
Fornecedores Empregados Fisco Consumidores
Art. 993. O contrato social
produz efeito somente entre os
sócios, e a eventual inscrição de
seu instrumento em qualquer
registro não confere
personalidade jurídica à
sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo
do direito de fiscalizar a gestão
dos negócios sociais, o sócio
participante não pode tomar
parte nas relações do sócio
ostensivo com terceiros, sob
pena de responder
solidariamente com este pelas
obrigações em que intervier.
Código Civil
Sócio participante
Contribuir com capital (e não com serviços)
Fiscalizar o negócio social
Não pode exercer a atividade, sob pena de responder solidariamente
COMERCIAL. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO.
RESPONSABILIDADE PARA COM TERCEIROS. SÓCIO OSTENSIVO.
Na sociedade em conta de participação o sócio ostensivo é quem se obriga para com
terceiros pelos resultados das transações e das obrigações sociais, realizadas ou
empreendidas em decorrência da sociedade, nunca o sócio participante ou oculto que
nem é conhecido dos terceiros nem com estes nada trata.
Hipótese de exploração de flat em condomínio.
Recurso conhecido e provido.
(REsp 168.028/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado
em 07/08/2001, DJ 22/10/2001, p. 326)
EXECUÇÃO. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO. RESPONSABILIDADE
EXCLUSIVA DOS SÓCIOS OSTENSIVOS. NÃO EXTENSÃO AOS DEMAIS
PARTICIPANTES QUE NÃO INTEGRAM O QUADRO SOCIETÁRIO DA EMPRESA.
Na sociedade em conta de participação, a própria lei restringe a atividade constitutiva e a
responsabilidade pelos atos administrativos ao sócio ostensivo, razão pela qual, não há como
responsabilizar os demais participantes, salvo se comprovada a efetiva colaboração destes
na execução da atividade constitutiva da empresa, hipótese não constatada, no caso em
análise. Inteligência do artigo 991, do CC. Agravo de petição a que se nega provimento.
(8ª Turma do TRT 2ª R; Processo nº 0034000-22.2006.5.02.0006; 23.10.2013)
RESPONSABILIDADE INTERNA DO SÓCIO PARTICIPANTE
Art. 991, Parágrafo único.
Obriga-se perante terceiro tão-
somente o sócio ostensivo; e,
exclusivamente perante este, o
sócio participante, nos termos
do contrato social.
Art. 996. Aplica-se à sociedade
em conta de participação,
subsidiariamente e no que com
ela for compatível, o disposto
para a sociedade simples, e a
sua liquidação rege-se pelas
normas relativas à prestação de
contas, na forma da lei
processual.
Código Civil
Contrato social irá definir a responsabilidade interna
“E no silêncio do contrato?”
Regras da sociedade simples (art. 996, CC)
Responsabilidade limitada ou ilimitada?
CONSTITUIÇÃO E REGISTRO DA S.C.P.
Art. 992. A constituição da
sociedade em conta de
participação independe de
qualquer formalidade e pode
provar-se por todos os meios
de direito.
Art. 993. O contrato social
produz efeito somente entre
os sócios, e a eventual
inscrição de seu instrumento
em qualquer registro não
confere personalidade
jurídica à sociedade
Código Civil
Independe de qualquer formalidade
Provada por qualquer meio (art. 212, CC)
Contrato social com efeitos inter partes
Eventual registro não confere personalidade jurídica
Necessidade de registro no CNPJ (art. 4º, XVII, IN RFB n. 1.634/16)
Apuração de IRPJ (art. 148, RIR)
Art. 994. A contribuição do sócio
participante constitui, com a do sócio
ostensivo, patrimônio especial, objeto
da conta de participação relativa aos
negócios sociais.
§1º A especialização patrimonial
somente produz efeitos em relação aos
sócios.
Art. 996. Aplica-se à sociedade em
conta de participação, subsidiariamente
e no que com ela for compatível, o
disposto para a sociedade simples, e a
sua liquidação rege-se pelas normas
relativas à prestação de contas, na
forma da lei processual.
Parágrafo único. Havendo mais de um
sócio ostensivo, as respectivas contas
serão prestadas e julgadas no mesmo
processo.
Código CivilPATRIMÔNIO ESPECIAL E LIQUIDAÇÃO
Patrimônio da S.C.P. se confunde com o patrimônio do Sócio Ostensivo
Patrimônio especial apenas na relação inter sócios
Ausência de benefício de ordem
Liquidação: prestação de contas entre sócios (ação de exigir contas)
FALÊNCIA DA S.C.P.
Art. 994. A contribuição do sócio
participante constitui, com a do sócio
ostensivo, patrimônio especial,
objeto da conta de participação
relativa aos negócios sociais.
§2º A falência do sócio ostensivo
acarreta a dissolução da sociedade e
a liquidação da respectiva conta,
cujo saldo constituirá crédito
quirografário.
§3º Falindo o sócio participante, o
contrato social fica sujeito às normas
que regulam os efeitos da falência
nos contratos bilaterais do falido.
Código Civil
Falência do sócio ostensivo: dissolução e liquidação da S.C.P.
Falência do sócio participante: art. 117 da Lei n. 11.101/05
ATENÇÃO!
Não existe falência da S.C.P.
Art. 995. Salvo estipulação em
contrário, o sócio ostensivo não pode
admitir novo sócio sem o
consentimento expresso dos demais.
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de
quota, sem a correspondente
modificação do contrato social com o
consentimento dos demais sócios, não
terá eficácia quanto a estes e à
sociedade.
Código Civil
CARÁTER PERSONALÍSSIMO DA S.C.P.
É possível admitir novo sócio na S.C.P.?
Regra: Conforme contrato social
Exceção: Consentimento expresso dos demais: unanimidade
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
Art. 980-A. A empresa individual de
responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não
será inferior a 100 (cem) vezes o
maior salário-mínimo vigente no
País.
Código CivilEmpresa individual?
É uma sociedade? (Art. 44, CC)
É obrigatório o exercício de empresa?
Art. 980-A. A empresa individual de
responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital
social, devidamente integralizado,
que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo
vigente no País.
Código Civil
TITULAR:
INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 38, DE 2/03/2017
“Art. 1º Aprovar os manuais em anexo referentes ao registro de
empresário individual, de sociedade limitada, de empresa
individual de responsabilidade limitada – EIRELI (...)”
ANEXO – V – EIRELI:
1.2 ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI
poderá ser constituída tanto por pessoa natural quanto por
pessoa jurídica, nacional ou estrangeira.
Do ato constitutivo da EIRELI constituída por pessoa natural
deverá constar cláusula com a declaraçãode que o seu titular não
participa de nenhuma outra empresa dessa modalidade.
(1) Pessoa natural
(2) Pessoa jurídica (IN n. 38/17, DREI)
Art. 980-A. A empresa individual de
responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital
social, devidamente integralizado,
que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo
vigente no País.
§2º A pessoa natural que constituir
empresa individual de
responsabilidade limitada somente
poderá figurar em uma única
empresa dessa modalidade.
Código Civil
PESSOA NATURAL: titular de somente uma EIRELI
PESSOA JURÍDICA: titular de uma pluralidade de EIRELI
INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 47, DE 3/08/2018
“Art. 1º O Manual de Registro de Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada – EIRELI, aprovado pela Instrução
Normativa DREI nº 38, de 2 de março de 2017, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
1.2 ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada -EIRELI
poderá ser constituída tanto por pessoa natural quanto por pessoa
jurídica, nacional ou estrangeira.
[...]
A pessoa jurídica pode figurar em mais de uma EIRELI.
É constitucional? Viola o art. 7º, IV?
Art. 980-A. A empresa individual de
responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital
social, devidamente integralizado,
que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo
vigente no País.
§ 6º Aplicam-se à empresa
individual de responsabilidade
limitada, no que couber, as regras
previstas para as sociedades
limitadas.
Código Civil
CAPITAL SOCIAL: mínimo de 100 salários-mínimos
ADI 4.637-DF
Integralização com bens ou direitos
Não precisa ser atualizado (princípio da fixidez)
Poderá ser reduzido no decorrer da atividade (art. 980-A, §6º c/c art. 1.082)
Ocorrerem perdas irreparáveis
Se excessivo em relação objeto
A exigência de integralização do capital social por empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI), no montante
previsto no art. 980-A do Código Civil, com redação dada pelo art. 2º da Lei 12.441/2011 (1), não viola a regra constitucional que
veda a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim (2), bem como não configura impedimento ao livre exercício da atividade
empresarial.
O art. 980-A do Código Civil não prevê forma de indexação nem qualquer vinculação que possa interferir ou prejudicar os reajustes
periódicos do salário-mínimo. O sentido da proibição do art. 7º, IV, da Constituição Federal é proteger a integridade do salário-mínimo
como direito fundamental do trabalhador. Por isso, evitar a vinculação é uma tentativa de evitar o prejuízo dos reajustes ou de reduzir-lhe
o poder de compra real. No caso, a utilização do salário-mínimo é meramente referencial. O valor do salário-mínimo serve tão somente
como parâmetro para determinação do capital social a ser integralizado na constituição da EIRELI.
Ademais, a exigência de integralização de capital social não inferior a cem vezes o maior salário-mínimo vigente no País não representa
obstáculo à livre iniciativa. Isso porque a exigência de integralização do capital social representa requisito para constituição de uma das
formas de pessoas jurídicas, a EIRELI. Não representa uma condição de acesso ao mercado ou à atividade empresarial. Trata-se de
requisito para limitação da responsabilidade patrimonial do empresário pessoa física. O empresário poderá empreender, mesmo sem o
capital mínimo exigido pela lei, mas não será beneficiado pela limitação de responsabilidade que, de outra forma, a EIRELI proporciona.
A restrição/condição não é ao exercício da empresa, mas vincula-se a um certo regime jurídico ou estrutura jurídica mais benéfica ao
empresário individual. Tampouco o requisito se apresenta como discriminatório ou desproporcional. Justifica-se, aliás, no quadro de
experimentação institucional que marca a introdução dessa forma de pessoa jurídica.
No caso, trata-se de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada com o objetivo de ver declarada a inconstitucionalidade da parte final do
caput do art. 980–A do Código Civil, com redação dada pelo art. 2º da Lei 12.441/2011.
Com esse entendimento, o Plenário, em sessão virtual, julgou improcedente a ação direta de inconstitucionalidade.a
ADI 4.637-DF
Art. 980-A. A empresa individual de
responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País.
§1º O nome empresarial deverá ser
formado pela inclusão da expressão
“EIRELI” após a firma ou a
denominação social da empresa
individual de responsabilidade limitada.
§3º A empresa individual de
responsabilidade limitada também
poderá resultar da concentração das
quotas de outra modalidade societária
num único sócio, independentemente
das razões que motivaram tal
concentração.
Código Civil
NOME EMPRESARIAL: uso da expressão “EIRELI”
TRANSFORMAÇÃO SOCIETÁRIA: retirada/falecimento de sócio
LTDA EIRELI
Art. 980-A, §1º
Art. 980-A, §3º
Art. 980-A. A empresa individual de
responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País.
§5º Poderá ser atribuída à empresa
individual de responsabilidade limitada
constituída para a prestação de serviços
de qualquer natureza a remuneração
decorrente da cessão de direitos
patrimoniais de autor ou de imagem,
nome, marca ou voz de que seja
detentor o titular da pessoa jurídica,
vinculados à atividade profissional.
Código Civil
PESSOA NATURAL EIRELI
Direitos de 
autor
TERCEIROS
$
EIREI simples (ou não-empresária)
COMISSÃO TÉCNICA. TÉCNICO. TREINADOR DE CLUBE
PROFISSIONAL DE FUTEBOL. CONSTITUIÇÃO DE PESSOA
JURÍDICA PARA EXERCÍCIO E PAGAMENTO DOS SERVIÇOS.
CARÁTER PERSONALÍSSIMO. POSSIBILIDADE.
DESCONSIDERAÇÃO DOS NEGÓCIOS FIRMADOS.
É lícita a constituição de pessoas jurídicas tendo por objeto a atribuição
de direitos patrimoniais relacionados com a atividade profissional de
atletas, técnicos e comissão técnica, bem como relacionados com a
cessão de direito ao uso de imagem, nome, marca ou som da voz.
(Acórdão CARF n. 2403-002.722 , j. 10/09/2014 )
Art. 980-A. A empresa individual de
responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País.
§7º Somente o patrimônio social da
empresa responderá pelas dívidas da
empresa individual de responsabilidade
limitada, hipótese em que não se
confundirá, em qualquer situação, com
o patrimônio do titular que a constitui,
ressalvados os casos de fraude.
Código Civil
Autonomia patrimonial da EIRELI (art. 1.024, CC)
Desconsideração da personalidade jurídica (art. 50, CC)
SOCIEDADE SIMPLES
Art. 983. A sociedade empresária deve
constituir-se segundo um dos tipos
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a
sociedade simples pode constituir-se de
conformidade com um desses tipos, e, não o
fazendo, subordina-se às normas que lhe
são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as
disposições concernentes à sociedade em
conta de participação e à cooperativa, bem
como as constantes de leis especiais que,
para o exercício de certas atividades,
imponham a constituição da sociedade
segundo determinado tipo.
Código Civil
EMPRESÁRIA
SIMPLES
NOME COLETIVO
COM. SIMPLES
COM. AÇÕES
LIMITADA
ANÔNIMA
SIMPLES
“Simples pura”
Normas principais (para o tipo “simples”)
Normas subsidiárias ou supletiva (ex. art. 1.008 ou art. 1.054, CC)
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante
contrato escrito, particular ou público, que, além
de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e
residência dos sócios, se pessoas naturais, e a
firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos
sócios, se jurídicas;
II - denominação,objeto, sede e prazo da
sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda
corrente, podendo compreender qualquer espécie
de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o
modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja
contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da
administração da sociedade, e seus poderes e
atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas
perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não,
subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a
terceiros qualquer pacto separado, contrário ao
disposto no instrumento do contrato.
Código Civil
FORMAÇÃO
1 Qualificação dos sócios (inciso I)
Denominação, objeto, sede e prazo (inciso II)
Indicação do capital social em moeda (inciso III)
2
3
4 Quotas dos sócios e modo de integralização (inciso IV)
5 Prestações sócio-indústria (inciso V)
6 Administradores (inciso VI)
7 Participação dos sócios (inciso VII)
8 Responsabilidade (inciso VIII)
Contrato Social Escrito
Instrumento público
Instrumento particular
Conteúdo obrigatório
Conteúdo livre
REGISTRO Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua
constituição, a sociedade deverá requerer a
inscrição do contrato social no Registro Civil
das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
§ 1º O pedido de inscrição será acompanhado
do instrumento autenticado do contrato, e, se
algum sócio nele houver sido representado
por procurador, o da respectiva procuração,
bem como, se for o caso, da prova de
autorização da autoridade competente.
§ 2º Com todas as indicações enumeradas no
artigo antecedente, será a inscrição tomada
por termo no livro de registro próprio, e
obedecerá a número de ordem contínua para
todas as sociedades inscritas.
Art. 1.000. A sociedade simples que instituir
sucursal, filial ou agência na circunscrição de
outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
neste deverá também inscrevê-la, com a prova
da inscrição originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a
constituição da sucursal, filial ou agência
deverá ser averbada no Registro Civil da
respectiva sede.
Código Civil
No Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ) da sede
Prazo de 30 dias (para efeitos “retroativos” à data da assinatura)
Filial deve ser registrada no RCPJ: (i) do local; e (ii) da sede
MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL
Art. 999. As modificações do contrato
social, que tenham por objeto matéria
indicada no art. 997, dependem do
consentimento de todos os sócios; as
demais podem ser decididas por maioria
absoluta de votos, se o contrato não
determinar a necessidade de deliberação
unânime.
Parágrafo único. Qualquer modificação do
contrato social será averbada, cumprindo-
se as formalidades previstas no artigo
antecedente
Código Civil
Conteúdo obrigatório Unanimidade
Conteúdo livre
Maioria absoluta
Quórum previsto no 
contrato
Art. 997, CC
“Silêncio do contrato”
OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS
1 Contribuir para a formação do capital social
Dinheiro, bens, créditos ou serviços*
À vista ou a prazo
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na
forma e prazo previstos, às contribuições
estabelecidas no contrato social, e aquele
que deixar de fazê-lo, nos trinta dias
seguintes ao da notificação pela sociedade,
responderá perante esta pelo dano
emergente da mora.
Art. 1.005. O sócio que, a título de quota
social, transmitir domínio, posse ou uso,
responde pela evicção; e pela solvência do
devedor, aquele que transferir crédito.
Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição
consista em serviços, não pode, salvo
convenção em contrário, empregar-se em
atividade estranha à sociedade, sob pena de
ser privado de seus lucros e dela excluído.
Código Civil
Quota/cota: fração do capital social
Bens: responde pela evicção
Créditos: responde [subsidiariamente] pela solvência do devedor
Serviços: não pode empregar-se em atividade estranha à sociedade
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na
forma e prazo previstos, às contribuições
estabelecidas no contrato social, e aquele
que deixar de fazê-lo, nos trinta dias
seguintes ao da notificação pela sociedade,
responderá perante esta pelo dano
emergente da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá
a maioria dos demais sócios preferir, à
indenização, a exclusão do sócio remisso,
ou reduzir-lhe a quota ao montante já
realizado, aplicando-se, em ambos os
casos, o disposto no § 1º do art. 1.031.
Art. 1.031, §1º O capital social sofrerá a
correspondente redução, salvo se os demais
sócios suprirem o valor da quota.
Código Civil
Sócio remisso: que não integraliza o capital social no prazo previsto
Sócio Remisso Notificação
Exclusão
Redução
Cobrança
Suprimento
30 dias
“Mora ex persona”
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de
quota, sem a correspondente modificação
do contrato social com o consentimento
dos demais sócios, não terá eficácia quanto
a estes e à sociedade.
Parágrafo único. Até dois anos depois de
averbada a modificação do contrato,
responde o cedente solidariamente com o
cessionário, perante a sociedade e terceiros,
pelas obrigações que tinha como sócio.
Código Civil
Consentimento 
dos demais sócios
Modificação do 
contrato 
CESSÃO DE QUOTAS
ATENÇÃO
“Cedente responde solidariamente com o cessionário pelas obrigações que tinha como sócio até 2 anos após averbada a modificação” 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO SOCIETÁRIO. CESSÃO DE
COTAS. EFICÁCIA PERANTE A SOCIEDADE. NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA JUNTA COMERCIAL.
ARTS. 1.003 E 1.057 DO CCB/2002. ASSINATURA DE TODOS OS SÓCIOS. IRRELEVÂNCIA.
1. Controvérsia acerca do termo inicial do prazo de dois anos da responsabilidade do sócio que cedeu suas cotas sociais.
2. "A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos
demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade" (art. 1.003, caput, do CCB/2002).
3. Hipótese em que a cessão contou com a concordância de todos os sócios.
4. Distinção entre os efeitos da cessão nas relações jurídicas internas e externas.
5. Necessidade de averbação na Junta Comercial para que a cessão produza efeitos quanto à sociedade, ainda que todos os
sócios, inclusive o sócio administrador, tenha anuído com a cessão.
6. "Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário,
perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio" (art.
1.003, p. u., do CCB/2002).
7. Transcurso de prazo inferior a dois anos entre a data da averbação e o momento da propositura da demanda.
8. Doutrina acerca da questão.
9. Decadência afastada na espécie.
10. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(REsp 1415543/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/06/2016,
DJe 13/06/2016)
2 Dever de lealdade/probidade
Inerente à affectio societatis
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo
contrato social, competir aos sócios decidir
sobre os negócios da sociedade, as
deliberações serão tomadas por maioria de
votos, contados segundo o valor das quotas
de cada um.
§3º Responde por perdas e danos o sócio
que, tendo em alguma operação interesse
contrário ao da sociedade, participar da
deliberação que a aprove graças a seu voto.
Art. 1.011. O administrador da sociedade
deverá ter, no exercício de suas funções, o
cuidado e a diligência que todo homem
ativo e probo costuma empregar na
administração de seus próprios negócios.
Código Civil
Interesse social ≠ Interesse dos sócios
Voto conflitado e decisivo (art. 1.010, §3º): perdas e danos
Sócio que exerça a administração: cuidado e diligência // ativo e probo
DIREITOS DOS SÓCIOS
1 Participar dos lucros [e das perdas]
Art. 1.007. Salvo estipulação em
contrário, o sócio participa dos lucros e
das perdas, na proporção das respectivas
quotas, mas aquele, cuja contribuição
consiste em serviços, somente participa
dos lucros na proporção da média do
valor das quotas.
Art. 1.008. É nula a estipulação
contratual que exclua qualquersócio de
participar dos lucros e das perdas.
Art. 1.009. A distribuição de lucros
ilícitos ou fictícios acarreta
responsabilidade solidária dos
administradores que a realizarem e dos
sócios que os receberem, conhecendo ou
devendo conhecer-lhes a ilegitimidade.
Código Civil
REGRA: Conforme contrato social
EXCEÇÃO (no silêncio do contrato social): na proporção das respectivas quotas
ATENÇÃO
Art. 1.008, CC: vedação à cláusula leonina
LUCRO PRO LABORE
Art. 1.009, CC: distribuição ilícita/fictícia de lucros
2 Participar das deliberações sociais
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo
contrato social, competir aos sócios
decidir sobre os negócios da sociedade,
as deliberações serão tomadas por
maioria de votos, contados segundo o
valor das quotas de cada um.
§1º Para formação da maioria absoluta
são necessários votos correspondentes a
mais de metade do capital.
§2º Prevalece a decisão sufragada por
maior número de sócios no caso de
empate, e, se este persistir, decidirá o
juiz.
§3º Responde por perdas e danos o sócio
que, tendo em alguma operação
interesse contrário ao da sociedade,
participar da deliberação que a aprove
graças a seu voto.
Código Civil
Decisões mais importantes (cf. lei ou contrato social): deliberação dos sócios
Quórum de deliberação convencional: de acordo com o contrato social
Dia a dia da sociedade: cabe ao administrador conduzir o negócio social
Quórum de deliberação legal: unanimidade (ex. art. 999, CC)
Quórum de deliberação legal (no silêncio do contrato): maioria absoluta
Se empatar? Maior número de sócios (ex. sócio X com 50%, sócios Y e Z com 50%)
Se permanecer o empate? Decisão do juiz
3 Fiscalizar a gestão dos negócios sociais
Direito de examinar os contratos, livros e documentos sociais (art. 1.021, CC) Art. 1.020. Os administradores são
obrigados a prestar aos sócios contas
justificadas de sua administração, e
apresentar-lhes o inventário anualmente,
bem como o balanço patrimonial e o de
resultado econômico.
Art. 1.021. Salvo estipulação que
determine época própria, o sócio pode, a
qualquer tempo, examinar os livros e
documentos, e o estado da caixa e da
carteira da sociedade.
Código Civil
Exibição e aprovação das contas do Administrador (art. 1.020, CC)
4 Participar do acervo da sociedade em caso de liquidação
Art. 1.102. Dissolvida a sociedade e
nomeado o liquidante na forma do
disposto neste Livro, procede-se à sua
liquidação, de conformidade com os
preceitos deste Capítulo, ressalvado o
disposto no ato constitutivo ou no
instrumento da dissolução.
Art. 1.107. Os sócios podem resolver,
por maioria de votos, antes de ultimada
a liquidação, mas depois de pagos os
credores, que o liquidante faça rateios
por antecipação da partilha, à medida
em que se apurem os haveres sociais.
Art. 1.108. Pago o passivo e partilhado
o remanescente, convocará o liquidante
assembléia dos sócios para a prestação
final de contas.
Art. 1.109. Aprovadas as contas,
encerra-se a liquidação, e a sociedade se
extingue, ao ser averbada no registro
próprio a ata da assembléia.
Código Civil
1
2
3
Dissolução
Liquidação
Extinção
Rateio do acervo
5 Direito de preferência na subscrição de quotas Art. 997. A sociedade constitui-semediante contrato escrito, particular ou
público, que, além de cláusulas
estipuladas pelas partes, mencionará:
IV - a quota de cada sócio no capital
social, e o modo de realizá-la;
Art. 999. As modificações do contrato
social, que tenham por objeto matéria
indicada no art. 997, dependem do
consentimento de todos os sócios; as
demais podem ser decididas por maioria
absoluta de votos, se o contrato não
determinar a necessidade de deliberação
unânime.
Art. 1.081. Ressalvado o disposto em
lei especial, integralizadas as quotas,
pode ser o capital aumentado, com a
correspondente modificação do contrato.
§ 1º Até trinta dias após a deliberação,
terão os sócios preferência para
participar do aumento, na proporção das
quotas de que sejam titulares.
Código Civil
Aumento do capital social
Emissão de novas quotas
Quórum para aumento do capital (art. 997, IV c/c art. 999): unanimidade
6 Retirar-se da sociedade nas hipóteses legais
Art. 1.029. Além dos casos previstos na
lei ou no contrato, qualquer sócio pode
retirar-se da sociedade; se de prazo
indeterminado, mediante notificação aos
demais sócios, com antecedência
mínima de sessenta dias; se de prazo
determinado, provando judicialmente
justa causa.
Parágrafo único. Nos trinta dias
subseqüentes à notificação, podem os
demais sócios optar pela dissolução da
sociedade.
Código Civil
Sociedade de prazo indeterminado: notificação com antecedência mínima de 60 dias
Sociedade de prazo determinado: judicialmente + justa causa
Ruptura do affectio societatis
Direito de recesso (motivada) x Direito de retirada (imotivada)
Implica na resolução parcial da sociedade. Apuração de haveres.
Direito de retirada:
ATENÇÃO Retirada: todos os demais sócios devem ser notificados (art. 1.029, CC), assim como a sociedade (art. 605, II, CPC)
Sócios remanescentes podem requerer em 30 dias a dissolução total da sociedade (art. 1.029, parágrafo único, CC)
RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO A UM SÓCIO
1
2
3
RETIRADA (art. 1.029, CC)
EXCLUSÃO (art. 1.030, CC e art. 1.004, parágrafo único, CC)
MORTE (art. 1.028, CC)
EXCLUSÃO Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na
forma e prazo previstos, às contribuições
estabelecidas no contrato social, e aquele
que deixar de fazê-lo, nos trinta dias
seguintes ao da notificação pela sociedade,
responderá perante esta pelo dano emergente
da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá
a maioria dos demais sócios preferir, à
indenização, a exclusão do sócio remisso, ou
reduzir-lhe a quota ao montante já realizado,
aplicando-se, em ambos os casos, o disposto
no § 1º do art. 1.031.
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art.
1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser
excluído judicialmente, mediante iniciativa
da maioria dos demais sócios, por falta grave
no cumprimento de suas obrigações, ou,
ainda, por incapacidade superveniente.
Parágrafo único. Será de pleno direito
excluído da sociedade o sócio declarado
falido, ou aquele cuja quota tenha sido
liquidada nos termos do parágrafo único
do art. 1.026 .
Código Civil
Sócio remisso (extrajudicial)
Exclusão de sócio por iniciativa dos sócios:
Maioria dos demais sócios
Exclusão de pleno direito (extrajudicial):
Falta grave no cumprimento de suas obrigações (ex. dever de lealdade)
Incapacidade superveniente
Judicialmente
Sócio declarado falido (ou insolvente civil)
Quota liquidada por requerimento de credor particular
MORTE
Art. 1.028. No caso de morte de sócio,
liquidar-se-á sua quota, salvo:
I - se o contrato dispuser diferentemente;
II - se os sócios remanescentes optarem pela
dissolução da sociedade;
III - se, por acordo com os herdeiros,
regular-se a substituição do sócio falecido.
Código CivilConforme “contrato social” (inciso I)
No silêncio do contrato social
Regra geral: liquidação da quota (e redução do capital social)
Exceções:
(1) Sócios remanescentes optam pela dissolução da sociedade
(2) Substituição do de cujus em razão de acordo com os herdeiros
APURAÇÃO DE HAVERES
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se
resolver em relação a um sócio, o valor da
sua quota, considerada pelo montante
efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo
disposição contratual em contrário, com base
na situação patrimonial da sociedade, à data
da resolução, verificada em balanço
especialmente levantado.
§1º O capital social sofrerá a correspondente
redução, salvo se os demais sócios suprirem
o valor da quota.
§2º A quota liquidada será paga em dinheiro,
no prazo de noventa dias, a partir da
liquidação, salvo acordo, ou estipulação
contratual em contrário.
Código Civil
Retirada
Exclusão
Morte
Liquidação da quota e apuração dos haveres
“Balanço de determinação” – balanço especial p/ apurar o valor patrimonial
Regra geral: Quota paga será paga conforme contrato social
Exceção (silêncio do contrato):quota paga em dinheiro em até 90 dias
Art. 605. A data da resolução da sociedade será:
I - no caso de falecimento do sócio, a do óbito;
II - na retirada imotivada, o sexagésimo dia
seguinte ao do recebimento, pela sociedade, da
notificação do sócio retirante;
III - no recesso, o dia do recebimento, pela
sociedade, da notificação do sócio dissidente;
IV - na retirada por justa causa de sociedade por
prazo determinado e na exclusão judicial de sócio,
a do trânsito em julgado da decisão que dissolver a
sociedade; e
V - na exclusão extrajudicial, a data da assembleia
ou da reunião de sócios que a tiver deliberado.
Art. 606. Em caso de omissão do contrato social, o
juiz definirá, como critério de apuração de haveres,
o valor patrimonial apurado em balanço de
determinação, tomando-se por referência a data da
resolução e avaliando-se bens e direitos do ativo,
tangíveis e intangíveis, a preço de saída, além do
passivo também a ser apurado de igual forma.
Parágrafo único. Em todos os casos em que seja
necessária a realização de perícia, a nomeação do
perito recairá preferencialmente sobre especialista
em avaliação de sociedades.
Código de Processo Civil
“Balanço de determinação” – data para apuração:
a
b
Morte: data do óbito
Retirada: data seguinte ao 60º dia do recebimento da notificação pela sociedade
c Recesso: data do recebimento da notificação pela sociedade
d Retirada (prazo determinado): data do trânsito em julgado
e Exclusão judicial: data do trânsito em julgado
f Exclusão extrajudicial (sociedade LTDA): data da assembleia/reunião de sócios
“Balanço de determinação” – (a) conforme contrato social; ou
(b) avaliação a valor justo
DIREITO EMPRESARIAL. DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE
RESPONSABILIDADE LIMITADA. SÓCIO DISSIDENTE. CRITÉRIOS PARA APURAÇÃO
DE HAVERES. BALANÇO DE DETERMINAÇÃO. FLUXO DE CAIXA.
1. Na dissolução parcial de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, o critério previsto
no contrato social para a apuração dos haveres do sócio retirante somente prevalecerá se
houver consenso entre as partes quanto ao resultado alcançado.
2. Em caso de dissenso, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está consolidada no
sentido de que o balanço de determinação é o critério que melhor reflete o valor patrimonial
da empresa.
3. O fluxo de caixa descontado, por representar a metodologia que melhor revela a situação
econômica e a capacidade de geração de riqueza de uma empresa, pode ser aplicado
juntamente com o balanço de determinação na apuração de haveres do sócio dissidente.
4. Recurso especial desprovido.
(REsp 1335619/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO
DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 27/03/2015)
AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE
Art. 599. A ação de dissolução parcial de
sociedade pode ter por objeto:
I - a resolução da sociedade empresária
contratual ou simples em relação ao sócio
falecido, excluído ou que exerceu o direito de
retirada ou recesso; e
II - a apuração dos haveres do sócio falecido,
excluído ou que exerceu o direito de retirada ou
recesso; ou
III - somente a resolução ou a apuração de
haveres.
§ 1º A petição inicial será necessariamente
instruída com o contrato social consolidado.
§ 2º A ação de dissolução parcial de sociedade
pode ter também por objeto a sociedade anônima
de capital fechado quando demonstrado, por
acionista ou acionistas que representem cinco
por cento ou mais do capital social, que não pode
preencher o seu fim.
Código de Processo Civil
Objetivo:
(1) Resolução parcial da sociedade + apuração de haveres
(2) Apuração de haveres
Aplicável à sociedades anônimas fechadas
Art. 600. A ação pode ser proposta:
I - pelo espólio do sócio falecido, quando a
totalidade dos sucessores não ingressar na
sociedade;
II - pelos sucessores, após concluída a partilha do
sócio falecido;
III - pela sociedade, se os sócios sobreviventes não
admitirem o ingresso do espólio ou dos sucessores
do falecido na sociedade, quando esse direito
decorrer do contrato social;
IV - pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou
recesso, se não tiver sido providenciada, pelos
demais sócios, a alteração contratual consensual
formalizando o desligamento, depois de
transcorridos 10 (dez) dias do exercício do direito;
V - pela sociedade, nos casos em que a lei não
autoriza a exclusão extrajudicial; ou
VI - pelo sócio excluído.
Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do
sócio cujo casamento, união estável ou convivência
terminou poderá requerer a apuração de seus
haveres na sociedade, que serão pagos à conta da
quota social titulada por este sócio.
Código de Processo Civil
Legitimidade ativa:
(a) Espólio
(b) Sucessores
(c) Sociedade
(d) Sócio retirante ou excluído
(e) Cônjuge ou companheiro (em caso de separação)
Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados
para, no prazo de 15 (quinze) dias, concordar
com o pedido ou apresentar contestação.
Parágrafo único. A sociedade não será citada se
todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita
aos efeitos da decisão e à coisa julgada.
Art. 602. A sociedade poderá formular pedido
de indenização compensável com o valor dos
haveres a apurar.
Art. 603. Havendo manifestação expressa e
unânime pela concordância da dissolução, o juiz
a decretará, passando-se imediatamente à fase de
liquidação.
§ 1º Na hipótese prevista no caput , não haverá
condenação em honorários advocatícios de
nenhuma das partes, e as custas serão rateadas
segundo a participação das partes no capital
social.
§ 2º Havendo contestação, observar-se-á o
procedimento comum, mas a liquidação da
sentença seguirá o disposto neste Capítulo.
Código de Processo Civil
Procedimento:
- Citação
- Contestação em 15 dias úteis
- Possibilidade de pedido contraposto (art. 602, CPC)
- Concordância pela dissolução: homologação e liquidação
- Discordância pela dissolução: procedimento comum
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE
Art. 1.013. A administração da sociedade,
nada dispondo o contrato social, compete
separadamente a cada um dos sócios.
§1º Se a administração competir
separadamente a vários administradores,
cada um pode impugnar operação pretendida
por outro, cabendo a decisão aos sócios, por
maioria de votos.
§2º Responde por perdas e danos perante a
sociedade o administrador que realizar
operações, sabendo ou devendo saber que
estava agindo em desacordo com a maioria.
Art. 1.014. Nos atos de competência
conjunta de vários administradores, torna-se
necessário o concurso de todos, salvo nos
casos urgentes, em que a omissão ou retardo
das providências possa ocasionar dano
irreparável ou grave.
Código CivilAdministração: órgão incumbido de representar a sociedade
Administração:
(a) Regra geral: conforme o contrato social (ex. por atribuição)
(b) Exceção (no silêncio do contrato): separadamente a todos os sócios
Competência conjunta: em casos urgentes, admite-se a singularidade
Art. 1.013, §§ 1º e 2º, CC
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os
administradores podem praticar todos os atos
pertinentes à gestão da sociedade; não
constituindo objeto social, a oneração ou a
venda de bens imóveis depende do que a
maioria dos sócios decidir.
Código CivilLimites de atuação do administrador: conforme contrato social
Prática de todos os atos atinentes à gestão da sociedade
Oneração ou venda de bens imóveis:
(a) Por decisão da maioria (absoluta) dos sócios em assembleia/reunião
(b) Por decisão do administrador, se for objeto do negócio social
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante
contrato escrito, particular ou público, que, além
de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
VI - as pessoas naturais incumbidas da
administração da sociedade, e seus poderes e
atribuições;
Art. 1.012. O administrador, nomeado por
instrumento em separado, deve averbá-lo à
margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos
que praticar, antes de requerer a averbação,
responde pessoal e solidariamente com a
sociedade.
Art. 1.011, §1º. Não podem ser administradores,
além das pessoasimpedidas por lei especial, os
condenados a pena que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou
por crime falimentar, de prevaricação, peita ou
suborno, concussão, peculato; ou contra a
economia popular, contra o sistema financeiro
nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, a fé
pública ou a propriedade, enquanto perdurarem
os efeitos da condenação.
Código Civil
ADMINISTRADOR:
Sócio
Pessoa natural
Não impedido por lei (art. 1.011, §1º)
NOMEAÇÃO:
Contrato social
Instrumento em separado
Art. 1.011. O administrador da sociedade
deverá ter, no exercício de suas funções, o
cuidado e a diligência que todo homem ativo
e probo costuma empregar na administração
de seus próprios negócios.
Art. 1.013, §2º Responde por perdas e danos
perante a sociedade o administrador que
realizar operações, sabendo ou devendo
saber que estava agindo em desacordo com a
maioria.
Art. 1.016. Os administradores respondem
solidariamente perante a sociedade e os
terceiros prejudicados, por culpa no
desempenho de suas funções.
Código Civil
Art. 1.011, CC: dever de cuidado e dever de diligência
Responsabilidade subjetiva do administrador
Responsabilidade do Administrador
1
2
Conduta (ação ou omissão)
Dano
3 Nexo causal
4 Culpa
Art. 1.013, §2º, CC: atuação no curso da vontade da maioria social
“Só há responsabilidade se houver dano à sociedade”
Art. 1.017. O administrador que, sem
consentimento escrito dos sócios, aplicar
créditos ou bens sociais em proveito próprio
ou de terceiros, terá de restituí-los à
sociedade, ou pagar o equivalente, com
todos os lucros resultantes, e, se houver
prejuízo, por ele também responderá.
Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o
administrador que, tendo em qualquer
operação interesse contrário ao da sociedade,
tome parte na correspondente deliberação.
Código Civil
Dever de lealdade X Conflito de interesses
Interesse social ≠ Interesse dos sócios
CONFLITO DE 
INTERESSES
Teoria 
FORMAL
Teoria
MATERIAL
“A priori” “A posteriori”
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os
administradores podem praticar todos os atos
pertinentes à gestão da sociedade; não
constituindo objeto social, a oneração ou a
venda de bens imóveis depende do que a
maioria dos sócios decidir.
Parágrafo único. O excesso por parte dos
administradores somente pode ser oposto a
terceiros se ocorrer pelo menos uma das
seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita
ou averbada no registro próprio da
sociedade;
II - provando-se que era conhecida do
terceiro;
III - tratando-se de operação evidentemente
estranha aos negócios da sociedade
Código Civil
Administrador age nos limites estritos do contrato social
TEORIA ULTRA VIRES SOCIETATIS
“Sociedade só se obriga se o contrato não extrapolar o objeto social”
E a teoria da aparência?
Excesso do administrador pode ser oposto a terceiro:
1
2
A limitação de poderes estava registrada no órgão próprio
A limitação de poderes era provadamente conhecida pelo terceiro
3 Operação evidentemente estranha ao objeto (ultra vires societatis)
Enunciado n. 219, III Jornada de Direito Civil. Art. 1.015 -
Está positivada a teoria ultra vires no Direito brasileiro, com as
seguintes ressalvas: a) o ato ultra vires não produz efeito
apenas com relação à sociedade; b) sem embargo, a sociedade
poderá, por meio de seu órgão deliberativo, ratificá-lo; c) o
Código Civil amenizou o rigor da teoria ultra vires, admitindo
os poderes implícitos dos administradores para realizar
negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais não
constituem operações evidentemente estranhas aos negócios da
sociedade; d) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações,
em virtude da existência de regra especial de responsabilidade
dos administradores (art. 158, II, Lei nº 6.404/1976).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PELO PRESIDENTE DA ENTIDADE. AUSÊNCIA DE ASSINATURA CONJUNTA
DO VICE-PRESIDENTE. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EM FAVOR DA PESSOA JURÍDICA NÃO
QUESTIONADA. AGENTE "FIFA" CREDENCIADO. RELAÇÃO DIRETA COM O OBJETO SOCIAL DA
PESSOA JURÍDICA. BENEFÍCIO DA ENTIDADE ESPORTIVA. VALIDADE. POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL
CONSOLIDADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 83/STJ. OBSCURIDADE. AUSÊNCIA.
1. O Superior Tribunal de Justiça tem mitigado os rigores da teoria da ultra vires, mesmo após a edição do
novo Código Civil, dando prevalência à boa-fé de terceiro, mormente nos casos em que a obrigação guarda
relação com o objeto social e não se nega a prestação do serviço em benefício da sociedade contratante.
2. O reexame da matéria que constitui o objeto do acórdão embargado na busca de decisão infringente é pretensão
estranha ao âmbito dos embargos declaratórios, definido no artigo 535 do Código de Processo Civil.
3. A atribuição de efeitos modificativos somente é possível em situações excepcionais, em que, sanada a omissão,
contradição ou obscuridade, a alteração da decisão surja como consequência lógica e necessária.
4. Embargos de declaração rejeitados.
(EDcl no AgRg no AREsp 161.495/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 17/12/2013, DJe 12/02/2014)
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante
contrato escrito, particular ou público, que,
além de cláusulas estipuladas pelas partes,
mencionará:
VIII - se os sócios respondem, ou não,
subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe
cobrirem as dívidas, respondem os sócios
pelo saldo, na proporção em que participem
das perdas sociais, salvo cláusula de
responsabilidade solidária.
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios
não podem ser executados por dívidas da
sociedade, senão depois de executados os
bens sociais.
Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade
já constituída, não se exime das dívidas
sociais anteriores à admissão.
Código Civil
Responsabilidade limitada ou ilimitada?
Sérgio Campinho: “o contrato social irá definir”
Gladston Mamede: responsabilidade ilimitada
Sócio responde:
(i) Ilimitadamente, na proporção de sua participação no capital,
salvo cláusula de responsabilidade solidária (art. 1.023)
(ii) Subsidiariamente, com benefício de ordem (art. 1.024)
RECURSOS ESPECIAIS. CIVIL E EMPRESARIAL. EXTINTA RIO 2004 S/C. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE
MARKETING. AÇÃO DE COBRANÇA E DE RESSARCIMENTO AJUIZADA EM FACE DAS SUAS ANTIGAS SÓCIAS.
I - Contratação de serviços de marketing pela extinta RIO 2004 S/C, sociedade cujo objetivo social consistia na organização e
promoção da candidatura da Cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2004.
II - Condenação das suas antigas sócias ao pagamento dos valores devidos em razão da confecção, pela prestadora dos serviços,
da parte relativa ao marketing do texto entregue ao Comitê Olímpico e, ainda, ao ressarcimento de quantias adiantadas.
III - Inexistência de violação aos arts. 128, 165, 458 e 535 do CPC.
IV - Nas sociedades em que a responsabilidade dos sócios perante as obrigações sociais é ilimitada, como ocorre nas
sociedades simples (art. 1023 do CC/02), não se faz necessária, para que os bens pessoais de seus sócios respondam pelas
suas obrigações, a desconsideração da sua personalidade. Doutrina.
V - Consequente legitimidade passiva 'ad causam' das antigas sócias da RIO 2004 S/C para responderem pelas obrigações
contratuais assumidas pela sociedade.
VI - Admissível a utilização de prova exclusivamente testemunhal para a comprovação de serviços prestados. Precedentes
específicos, inclusive da Segunda Seção.
VII - Reconhecido o cumprimento da prestação a cargo da contratada, incabível a arguição, pelas sócias da contratante, da
exceção de contrato não cumprido, recaindo sobre elas o ônus da comprovação dos fatos impeditivos, modificativos ou
extintivos. Inteligência dos arts. 1092 do CC/16 e 333, I e II, do CPC.
VIII - RECURSOS ESPECIAIS DESPROVIDOS.
(REsp 895.792/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em07/04/2011, DJe
25/04/2011)
Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de
sócio, ou o cônjuge do que se separou
judicialmente, não podem exigir desde logo
a parte que lhes couber na quota social, mas
concorrer à divisão periódica dos lucros, até
que se liquide a sociedade.
Código Civil
Art. 600. A ação pode ser proposta:
[...]
Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro
do sócio cujo casamento, união estável ou
convivência terminou poderá requerer a
apuração de seus haveres na sociedade, que
serão pagos à conta da quota social titulada
por este sócio.
Código de Processo Civil
DIREITOS DO CÔNJUGE SEPARADO
CC
- Cônjuge não pode
exigir sua parta na
cota social
- Apenas os lucros
proporcionais
CPC
- Cônjuge pode exigir
sua parta na cota
social
- Apuração dos
haveres
Critério cronológico ou especialidade?
CREDOR PARTICULAR DO SÓCIO
Art. 1.026. O credor particular de sócio
pode, na insuficiência de outros bens do
devedor, fazer recair a execução sobre o que
a este couber nos lucros da sociedade, ou na
parte que lhe tocar em liquidação.
Parágrafo único. Se a sociedade não estiver
dissolvida, pode o credor requerer a
liquidação da quota do devedor, cujo valor,
apurado na forma do art. 1.031, será
depositado em dinheiro, no juízo da
execução, até noventa dias após aquela
liquidação.
Art. 1.030, Parágrafo único. Será de pleno
direito excluído da sociedade o sócio
declarado falido, ou aquele cuja quota tenha
sido liquidada nos termos do parágrafo único
do art. 1.026.
Código Civil
Credor não pode ingressar na sociedade (affectio societatis)
Credor pode exigir a penhora:
(1) Dos lucros de titularidade do devedor
(2) Da quota social, com posterior liquidação (apuração de haveres)
Devedor (sócio) excluído de pleno direito da sociedade
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se,
vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a
sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará
por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta,
na sociedade de prazo indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não
reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para
funcionar.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso
IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese
de concentração de todas as cotas da sociedade sob
sua titularidade, requeira, no Registro Público de
Empresas Mercantis, a transformação do registro da
sociedade para empresário individual ou para
empresa individual de responsabilidade limitada,
observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113
a 1.115 deste Código.
Art. 1.035. O contrato pode prever outras causas de
dissolução, a serem verificadas judicialmente quando
contestadas.
Código Civil
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
Causa que desencadeia o processo de extinção da sociedade
Dissolução: (a) pleno direito (art. 1.033); (b) judicialmente (art. 1.034)
Pleno Direito
- Vencimento do prazo
- Consenso unânime dos sócios
- Maioria absoluta dos sócios (prazo indeterminado)
- Pluralidade não restabelecida em 180 dias
- Extinção da autorização para funcionar
- Outras causas previstas no contrato social (art. 1.035)
Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida
judicialmente, a requerimento de qualquer dos
sócios, quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua
inexeqüibilidade.
Art. 45, Parágrafo único. Decai em três anos
o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato
respectivo, contado o prazo da publicação de
sua inscrição no registro.
Art. 1.036. Ocorrida a dissolução, cumpre aos
administradores providenciar imediatamente a
investidura do liquidante, e restringir a gestão
própria aos negócios inadiáveis, vedadas
novas operações, pelas quais responderão
solidária e ilimitadamente.
Parágrafo único. Dissolvida de pleno direito a
sociedade, pode o sócio requerer, desde logo,
a liquidação judicial.
Código Civil
Judicialmente
- Anulada sua constituição
- Exaurido o fim social
- Verificada a sua inexequibilidade
ATENÇÃO Prazo decadencial para anular a constituição: 3 anos (art. 45, p.ú., CC)
Liquidação será promovida pelo liquidante
Administradores apenas poderão realizar negócios inadiáveis
SOCIEDADE LIMITADA
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a
responsabilidade de cada sócio é
restrita ao valor de suas quotas, mas
todos respondem solidariamente pela
integralização do capital social.
§ 1º A sociedade limitada pode ser
constituída por 1 (uma) ou mais
pessoas.
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão
ao documento de constituição do
sócio único, no que couber, as
disposições sobre o contrato social.
Código CivilCaracterísticas: (1) Contratualidade; (2) Limitação de responsabilidade
Lei de Liberdade Econômica: possibilidade da sociedade unipessoal
Responsabilidade dos sócios: limitada ao capital integralizado
Obs. Responsabilidade solidária pela integralização do capital social
Art. 1.053. A sociedade limitada
rege-se, nas omissões deste Capítulo,
pelas normas da sociedade simples.
Parágrafo único. O contrato social
poderá prever a regência supletiva da
sociedade limitada pelas normas da
sociedade anônima.
Código CivilRegência supletiva:
(A) Normas da sociedade simples
(B) Normas da sociedade anônima (previsão no contrato social)
Enunciado n. 223 da III Jornada de Direito Civil. O
parágrafo único do art. 1.053 não significa a aplicação em
bloco da Lei n. 6.404/76 ou das disposições sobre a sociedade
simples. O contrato social pode adotar, nas omissões do
Código sobre as sociedades limitadas, tanto as regras das
sociedades simples quanto as das sociedades anônimas.
Ex. Acordo de quotistas (paralelo ao acordo de acionistas)
Art. 1.054. O contrato mencionará, no
que couber, as indicações do art. 997,
e, se for o caso, a firma social.
Art. 1.055. O capital social divide-se
em quotas, iguais ou desiguais,
cabendo uma ou diversas a cada sócio.
§2º É vedada contribuição que consista
em prestação de serviços
Código Civil
Contrato social: (1) por escrito; (2) instrumento público ou particular
Cláusula obrigatórias:
1. Qualificação dos sócios (pessoas físicas ou jurídicas)
2. Denominação, objeto, sede e prazo
3. Indicação do capital social em moeda
4. Quotas dos sócios e modo de integralização
5. Administradores
6. Participação dos sócios
ATENÇÃO Não se admite o sócio de indústria (contribuição em serviços para a formação do capital social)
Contrato social: (1) por escrito; (2) instrumento público ou particular
O impedido ou o incapaz pode ser sócio de sociedade limitada?
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio
de representante ou devidamente
assistido, continuar a empresa antes
exercida por ele enquanto capaz, por
seus pais ou pelo autor de herança.
§3º O Registro Público de Empresas
Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais deverá registrar contratos
ou alterações contratuais de sociedade
que envolva sócio incapaz, desde que
atendidos, de forma conjunta, os
seguintes pressupostos:
I – o sócio incapaz não pode exercer a
administração da sociedade;
II – o capital social deve ser totalmente
integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz
deve ser assistido e o absolutamente
incapaz deve ser representado por seus
representantes legais.
Código Civil
Sim, desde que:
1. Não exerça a administração (incapaz e impedido)
2. Capital social totalmente integralizado (incapaz)
3. Assistido ou representado (incapaz)
Art. 1.055. O capital social divide-se
em quotas, iguais ou desiguais, cabendo
uma ou diversas a cada sócio.
§1º Pela exata estimação de bens
conferidos ao capital social respondem
solidariamente todos os sócios, até o
prazo de cinco anos da data do registro
da sociedade.
Art. 1.056. A quota é indivisível em
relação à sociedade, salvo para efeito de
transferência, caso em que se observará
o disposto no artigo seguinte.
§1º No caso de condomínio de quota, os
direitos a ela inerentes

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