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SOCIEDADES EMPRESÁRIAS “O que é uma sociedade?” “O que é uma empresa?” Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. Código Civil SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Associações Sociedades Fundações Organizações religiosas Partidos políticos EIRELI FUNDAÇÕES: Dotação especial de bens livres por ato do instituidor para determinado fim relevante ASSOCIAÇÕES: União de pessoas organizadas para fins não econômicos e sem direitos/obrigações recíprocos Art. 62, Código Civil Assistência social, cultura, educação, promoção da cidadania, saúde, meio ambiente etc. (art. 62, p.ú, CC) Art. 53, Código Civil Sem intuito lucrativo Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. Código Civil CONTRATO DE SOCIEDADE Pluralidade de pessoas Contrato plurilateral Intuito lucrativo Interesse social Affectio societatis Capital social EMPRESA SOCIEDADE PLURALIDADE DE PESSOAS “Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que (...)” Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; Código Civil Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade brasileira. Lei das S/A EXCEÇÕES FORMADA POR 2 (DUAS) OU MAIS PESSOAS ATENÇÃO! Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. Código Civil Lei n. 13.874/19 – Lei da Liberdade Econômica CONTRATO PLURILATERAL 1 “Art. 981. Celebram contrato de sociedade (...) que reciprocamente se obrigam a contribuir (...)” Direitos/obrigações recíprocos 2 Unificados por uma finalidade comum 3 Prazo de duração da organização (indeterminado?) 4 Contrato aberto (permite a entrada e saída das partes) 5 Vício de uma das manifestações de vontade não implica em nulidade de todo o contrato 6 Invalidade (inexecução) das obrigações de uma parte não exclui a permanência do contrato entre os demais INTUITO LUCRATIVO “Art. 981. Celebram contrato de sociedade (...) partilha, entre si, dos resultados” Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. Código Civil Risco é inerente ao contrato de sociedade Participação nos lucros e perdas Proibição da “cláusula leonina” (art. 1.008, CC) INTERESSE SOCIAL “É o interesse comum a todos os sócios enquanto sócios” Comum: atribuível indistintamente a qualquer sócio, independente de outros direitos/obrigações Enquanto sócios: limitação dos interesses comuns àqueles que decorrem do contrato de sociedade Art. 1.010, §3º. Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto. Código Civil Art. 1.074, § 2º. Nenhum sócio, por si ou na condição de mandatário, pode votar matéria que lhe diga respeito diretamente. Código Civil Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da companhia; (...) Lei das S/A AFFECTIO SOCIETATIS “Efetiva vontade do contraentes colaborarem com o objetivo comum” e “Aceitarem os riscos do empreendimento” É uma construção da doutrina Considerada para formar e manter a sociedade CAPITAL SOCIAL “Cifra que corresponde ao valor dos bens que os sócios transferiram à sociedade” Instrumento para realização do fim social Garantia dos credores ESPÉCIES DE SOCIEDADE Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. Código Civil Exerce empresa (art. 966, CC) Por determinação legal (ex. sociedade por ações) Profissão intelectual (art. 966, p.ú., CC) Por determinação legal (ex. cooperativa, advogados) QUANTO AO OBJETO: Empresárias Simples (ou não-empresárias) ESPÉCIES DE SOCIEDADE QUANTO À PERSONIFICAÇÃO/TIPO: Simples Em nome coletivo Em comandita simples/ações Limitada Anônima Em conta de participação Em comum Personificadas Não Personificadas Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo Código Civil QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS: Sociedades de responsabilidade limitada Sociedades de responsabilidade ilimitada Sociedades de responsabilidade mista Em nome coletivo Em comum Simples Em comandita simples/ações Limitada Anônima SÓCIO: (a) pessoal; (b) ilimitada; (c) subsidiária; (d) solidária (entre sócios) QUANTO À PESSOA (OU COMPOSIÇÃO) DOS SÓCIOS: Sociedades de pessoa Sociedades de capital Figura do sócio é elemento fundamental Foco no capital investido pelo sócio Intuitu personae Intuitu pecuniae Ex. sociedade limitada (?) Ex. sociedade anônima aberta QUANTO À NATUREZA DO ATO CONSTITUTIVO: Sociedades contratuais Sociedades institucionais Manifestação de vontade através de um contrato Manifestação de vontade através de um ato institucional complexo Contrato social Estatuto social Ex. Sociedade limitada Ex. Sociedade anônima QUANTO À NACIONALIDADE: Sociedades nacionais Sociedades estrangeiras Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração. Código Civil Organizada de acordo com a lei brasileira Depende de autorização governamental Sede de sua administração no país Independente da nacionalidade dos sócios Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. Código Civil Pode ser acionista de sociedade anônima brasileira SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. Código CivilRegime de comunhão parcial de bens Regime da participação final nos aquestos Regime da separação convencional Regime de comunhão universal de bens (difícil identificação da participação de cada um no capital social) Regime da separação obrigatória (burla à determinação legal de separação do patrimônio) AUTORIZADO NEGADO Enunciado n. 205, III Jornada de Direito Civil. Adotar as seguintes interpretações ao art. 977: (1) a vedação à participação de cônjuges casados nas condições previstas no artigo refere-se unicamente a uma mesma sociedade; (2) o artigo abrange tanto a participação originária (na constituição da sociedade) quanto a derivada, isto é, fica vedado o ingresso de sócio casado em sociedade de que já participa o outro cônjuge. ATENÇÃO!Apenas para as sociedades contratuais (ex. sociedade limitada) Participação originária (constituição) ou derivada (ingresso) Não se aplica a sociedades distintas Art. 2.031. As associações, sociedades e fundações, constituídas na forma das leis anteriores, bem como os empresários, deverão se adaptar às disposições deste Código até 11 de janeiro de 2007. Código Civil O que acontece com as sociedades constituídas anteriormente? Devem ser desconstituídas? Devem se adaptar com a exclusão de um dos cônjuges? Devem ser mantidas como estão? Enunciado n. 204, III Jornada de Direito Civil. A proibição de sociedade entre pessoas casadas sob o regime da comunhão universal ou da separação obrigatória só atinge as sociedades constituídas após a vigência do Código Civil de 2002. Ato jurídico perfeito Art. 5º, XXXVI, CR PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro Código Civil Personalidade jurídica: aptidão para titularizar direitos e contrair obrigações Patrimônio: conjunto de relações jurídicas (obrigações/direitos) avaliáveis economicamente Pessoa Natural Pessoa Jurídica Personalidade jurídica Aquisição com o nascimento/concepção Personalidade jurídica Aquisição com o registro (Junta ou RCPJ) Extinção com a morte Extinção com a dissolução/liquidação/extinção Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Código Civil 1 2 AUTONOMIA: existência jurídica distinta das pessoas naturais que a constituíram (sócios/acionistas) PERSONALIDADE: aptidão para titularizar direitos e contrair obrigações 3 PATRIMÔNIO: pessoa jurídica possui patrimônio próprio (que deve ser afetado à atividade) 4 NOME: pessoa jurídica possui nome próprio (firma ou denominação ) 5 DOMICÍLIO: local em que se estabelece a sede social ATENÇÃO! Limitação da responsabilidade dos sócios não é decorrência necessária da personalidade EFEITOS PERSONALIDADE JURÍDICA 1 Elaboração do ato constitutivo 2 Autorização, se necessário (ex. instituições financeiras) 3 Inscrição do ato constitutivo AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE 1 Dissolução (deliberação) 2 Liquidação 3 Extinção DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA “A pessoa jurídica serve de biombo para ocultar o interesse escuso de seus sócios, em detrimento do direito de terceiro” Teoria Maior Teoria Menor Concepção subjetiva Concepção objetiva “Fim de lesionar credores” “Confusão patrimonial” Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. § 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. § 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. § 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. § 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica Código Civil RECURSO ESPECIAL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CPC/2015. PROCEDIMENTO PARA DECLARAÇÃO. REQUISITOS PARA A INSTAURAÇÃO. OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DE DIREITO MATERIAL. DESCONSIDERAÇÃO COM BASE NO ART. 50 DO CC/2002. ABUSO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. DESVIO DE FINALIDADE. CONFUSÃO PATRIMONIAL. INSOLVÊNCIA DO DEVEDOR. DESNECESSIDADE DE SUA COMPROVAÇÃO. 1. A desconsideração da personalidade jurídica não visa à sua anulação, mas somente objetiva desconsiderar, no caso concreto, dentro de seus limites, a pessoa jurídica, em relação às pessoas ou bens que atrás dela se escondem, com a declaração de sua ineficácia para determinados efeitos, prosseguindo, todavia, incólume para seus outros fins legítimos. 2. O CPC/2015 inovou no assunto prevendo e regulamentando procedimento próprio para a operacionalização do instituto de inquestionável relevância social e instrumental, que colabora com a recuperação de crédito, combate à fraude, fortalecendo a segurança do mercado, em razão do acréscimo de garantias aos credores, apresentando como modalidade de intervenção de terceiros (arts. 133 a 137) 3. Nos termos do novo regramento, o pedido de desconsideração não inaugura ação autônoma, mas se instaura incidentalmente, podendo ter início nas fases de conhecimento, cumprimento de sentença e executiva, opção, inclusive, há muito admitida pela jurisprudência, tendo a normatização empreendida pelo novo diploma o mérito de revestir de segurança jurídica a questão. 4. Os pressupostos da desconsideração da personalidade jurídica continuam a ser estabelecidos por normas de direito material, cuidando o diploma processual tão somente da disciplina do procedimento. Assim, os requisitos da desconsideração variarão de acordo com a natureza da causa, seguindo-se, entretanto, em todos os casos, o rito procedimental proposto pelo diploma processual. 6. Nas causas em que a relação jurídica subjacente ao processo for cível-empresarial, a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica será regulada pelo art. 50 do Código Civil, nos casos de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial. 7. A inexistência ou não localização de bens da pessoa jurídica não é condição para a instauração do procedimento que objetiva a desconsideração, por não ser sequer requisito para aquela declaração, já que imprescindível a demonstração específica da prática objetiva de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. 8. Recurso especial provido. (REsp 1729554/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 08/05/2018, DJe 06/06/2018) PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE FALÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. INVIABILIDADE. INCIDÊNCIA DO ART. 50 DO CC/02. APLICAÇÃO DA TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. ALCANCE DO SÓCIO MAJORITÁRIO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. 1. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC, rejeitam-se os embargos de declaração. 2. A ausência de decisão acerca dos argumentos invocados pelo recorrente em suas razões recursais impede o conhecimento do recurso especial. 3. A regra geral adotada no ordenamento jurídico brasileiro, prevista no art. 50 do CC/02, consagra a Teoria Maior da Desconsideração, tanto na sua vertente subjetiva quanto na objetiva. 4. Salvo em situações excepcionais previstas em leis especiais, somente é possível a desconsideração da personalidade jurídica quando verificado o desvio de finalidade (Teoria Maior Subjetiva da Desconsideração), caracterizado pelo ato intencional dossócios de fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica, ou quando evidenciada a confusão patrimonial (Teoria Maior Objetiva da Desconsideração), demonstrada pela inexistência, no campo dos fatos, de separação entre o patrimônio da pessoa jurídica e os de seus sócios. 5. Os efeitos da desconsideração da personalidade jurídica somente alcançam os sócios participantes da conduta ilícita ou que dela se beneficiaram, ainda que se trate de sócio majoritário ou controlador. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, provido. (REsp 1325663/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 24/06/2013) Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Código de Defesa do Consumidor Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. Lei n. 9.605/98 Desconsideração Inversa Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Código de Processo Civil Responsabilizar sociedade por obrigação do sócio Desvio de bens da pessoa física para a pessoa jurídica PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. ART. 50 DO CC/02. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA. POSSIBILIDADE. [...] III - A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador. IV - Considerando-se que a finalidade da disregard doctrine é combater a utilização indevida do ente societário por seus sócios, o que pode ocorrer também nos casos em que o sócio controlador esvazia o seu patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, conclui-se, de uma interpretação teleológica do art. 50 do CC/02, ser possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, de modo a atingir bens da sociedade em razão de dívidas contraídas pelo sócio controlador, conquanto preenchidos os requisitos previstos na norma. V - A desconsideração da personalidade jurídica configura-se como medida excepcional. Sua adoção somente é recomendada quando forem atendidos os pressupostos específicos relacionados com a fraude ou abuso de direito estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente se forem verificados os requisitos de sua incidência, poderá o juiz, no próprio processo de execução, ‘levantar o véu’ da personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja os bens da empresa. VI - À luz das provas produzidas, a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição, entendeu, mediante minuciosa fundamentação, pela ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do recorrente, ao se utilizar indevidamente de sua empresa para adquirir bens de uso particular.” (REsp 948.117/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 03/08/2010) DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA. POSSIBILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA. COMPANHEIRO LESADO PELA CONDUTA DO SÓCIO. ARTIGO ANALISADO: 50 DO CC/02. 1. Ação de dissolução de união estável ajuizada em 14.12.2009, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete em 08.11.2011. 2. Discute-se se a regra contida no art. 50 do CC/02 autoriza a desconsideração inversa da personalidade jurídica e se o sócio da sociedade empresária pode requerer a desconsideração da personalidade jurídica desta. 3. A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador. 4. É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou companheiro empresário valer-se de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou companheiro direitos oriundos da sociedade afetiva. 5. Alterar o decidido no acórdão recorrido, quanto à ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do sócio majoritário, exige o reexame de fatos e provas, o que é vedado em recurso especial pela Súmula 7/STJ. 6. Se as instâncias ordinárias concluem pela existência de manobras arquitetadas para fraudar a partilha, a legitimidade para requerer a desconsideração só pode ser daquele que foi lesado por essas manobras, ou seja, do outro cônjuge ou companheiro, sendo irrelevante o fato deste ser sócio da empresa. 7. Negado provimento ao recurso especial. (REsp 1236916/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 28/10/2013) SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS “Sociedades” sem personalidade jurídica? Sociedade em comum/irregular/de fato Sociedade em conta de participação 1 2 Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples Código Civil SOCIEDADE EM COMUM Sociedade “em formação” Existência de atos constitutivos Sociedade em comum ≠ sociedade irregular ≠ sociedade de fato Enunciado n. 58, I Jornada de Direito Civil. A sociedade em comum compreende as figuras doutrinárias da sociedade de fato e da irregular Sociedade em comum: com contrato social escrito, mas ainda não registrado Sociedade de fato: sem contrato social escrito Sociedade irregular: com contrato social escrito e registrado, mas com irregularidade superveniente Enunciado n. 383, IV Jornada de Direito Civil. A falta de registro do contrato social (irregularidade originária — art. 998) ou de alteração contratual versando sobre matéria referida no art. 997 (irregularidade superveniente — art. 999, parágrafo único) conduz à aplicação das regras da sociedade em comum (art. 986). Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. Código Civil Por terceiros: qualquer modo de prova (ex. documental, testemunhal) Entre sócios: somente por escrito Como provar a existência da sociedade? Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. Código Civil Ausência de personalidade jurídica Patrimônio: titularizado pelos sócios e afetado à atividadeSócios: responsabilidade Solidária Ilimitada Direta (quem contrata pela sociedade) Subsidiária (quem não contrata pela sociedade) Vedada a recuperação judicial/extrajudicial (art. 48, Lei n. 11.101/05) Ausência de legitimidade para requerer a falência (art. 97, §1º, Lei n. 11.101/05) Pode ter sua falência decretada (art. 105, IV, Lei n. 11.101/05) Inexistência de proteção ao nome empresarial (art. 33, Lei n. 8.934/94) Inexistência de proteção à marca (art. 128, Lei n. 9.279/96) Não pode se enquadrar como ME ou EPP (art. 3º, LC n. 123/06) SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social. Código Civil Sócio(s) ostensivo(s): exerce a atividade e se obriga perante terceiros Sócio(s) participante(s) (ou oculto): se obriga perante o sócio ostensivo ATENÇÃO! Contrato irá dispor sobre as relações internas (lucros e perdas) Limitação dos riscos Ocultação do nome Financeiro (despesas com organização e registro da sociedade) Burocrático (desnecessidade de cumprimento de exigências burocráticas) QUAIS OS MOTIVOS PARA CRIAR UMA S.C.P.? Sócio Ostensivo Sócio Participante Fornecedores Empregados Fisco Consumidores Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier. Código Civil Sócio participante Contribuir com capital (e não com serviços) Fiscalizar o negócio social Não pode exercer a atividade, sob pena de responder solidariamente COMERCIAL. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO. RESPONSABILIDADE PARA COM TERCEIROS. SÓCIO OSTENSIVO. Na sociedade em conta de participação o sócio ostensivo é quem se obriga para com terceiros pelos resultados das transações e das obrigações sociais, realizadas ou empreendidas em decorrência da sociedade, nunca o sócio participante ou oculto que nem é conhecido dos terceiros nem com estes nada trata. Hipótese de exploração de flat em condomínio. Recurso conhecido e provido. (REsp 168.028/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 22/10/2001, p. 326) EXECUÇÃO. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO. RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DOS SÓCIOS OSTENSIVOS. NÃO EXTENSÃO AOS DEMAIS PARTICIPANTES QUE NÃO INTEGRAM O QUADRO SOCIETÁRIO DA EMPRESA. Na sociedade em conta de participação, a própria lei restringe a atividade constitutiva e a responsabilidade pelos atos administrativos ao sócio ostensivo, razão pela qual, não há como responsabilizar os demais participantes, salvo se comprovada a efetiva colaboração destes na execução da atividade constitutiva da empresa, hipótese não constatada, no caso em análise. Inteligência do artigo 991, do CC. Agravo de petição a que se nega provimento. (8ª Turma do TRT 2ª R; Processo nº 0034000-22.2006.5.02.0006; 23.10.2013) RESPONSABILIDADE INTERNA DO SÓCIO PARTICIPANTE Art. 991, Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão- somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social. Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Código Civil Contrato social irá definir a responsabilidade interna “E no silêncio do contrato?” Regras da sociedade simples (art. 996, CC) Responsabilidade limitada ou ilimitada? CONSTITUIÇÃO E REGISTRO DA S.C.P. Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade Código Civil Independe de qualquer formalidade Provada por qualquer meio (art. 212, CC) Contrato social com efeitos inter partes Eventual registro não confere personalidade jurídica Necessidade de registro no CNPJ (art. 4º, XVII, IN RFB n. 1.634/16) Apuração de IRPJ (art. 148, RIR) Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais. §1º A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios. Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo. Código CivilPATRIMÔNIO ESPECIAL E LIQUIDAÇÃO Patrimônio da S.C.P. se confunde com o patrimônio do Sócio Ostensivo Patrimônio especial apenas na relação inter sócios Ausência de benefício de ordem Liquidação: prestação de contas entre sócios (ação de exigir contas) FALÊNCIA DA S.C.P. Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais. §2º A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário. §3º Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido. Código Civil Falência do sócio ostensivo: dissolução e liquidação da S.C.P. Falência do sócio participante: art. 117 da Lei n. 11.101/05 ATENÇÃO! Não existe falência da S.C.P. Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais. Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Código Civil CARÁTER PERSONALÍSSIMO DA S.C.P. É possível admitir novo sócio na S.C.P.? Regra: Conforme contrato social Exceção: Consentimento expresso dos demais: unanimidade EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. Código CivilEmpresa individual? É uma sociedade? (Art. 44, CC) É obrigatório o exercício de empresa? Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. Código Civil TITULAR: INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 38, DE 2/03/2017 “Art. 1º Aprovar os manuais em anexo referentes ao registro de empresário individual, de sociedade limitada, de empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI (...)” ANEXO – V – EIRELI: 1.2 ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI poderá ser constituída tanto por pessoa natural quanto por pessoa jurídica, nacional ou estrangeira. Do ato constitutivo da EIRELI constituída por pessoa natural deverá constar cláusula com a declaraçãode que o seu titular não participa de nenhuma outra empresa dessa modalidade. (1) Pessoa natural (2) Pessoa jurídica (IN n. 38/17, DREI) Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. §2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Código Civil PESSOA NATURAL: titular de somente uma EIRELI PESSOA JURÍDICA: titular de uma pluralidade de EIRELI INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 47, DE 3/08/2018 “Art. 1º O Manual de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI, aprovado pela Instrução Normativa DREI nº 38, de 2 de março de 2017, passa a vigorar com as seguintes alterações: 1.2 ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada -EIRELI poderá ser constituída tanto por pessoa natural quanto por pessoa jurídica, nacional ou estrangeira. [...] A pessoa jurídica pode figurar em mais de uma EIRELI. É constitucional? Viola o art. 7º, IV? Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. Código Civil CAPITAL SOCIAL: mínimo de 100 salários-mínimos ADI 4.637-DF Integralização com bens ou direitos Não precisa ser atualizado (princípio da fixidez) Poderá ser reduzido no decorrer da atividade (art. 980-A, §6º c/c art. 1.082) Ocorrerem perdas irreparáveis Se excessivo em relação objeto A exigência de integralização do capital social por empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI), no montante previsto no art. 980-A do Código Civil, com redação dada pelo art. 2º da Lei 12.441/2011 (1), não viola a regra constitucional que veda a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim (2), bem como não configura impedimento ao livre exercício da atividade empresarial. O art. 980-A do Código Civil não prevê forma de indexação nem qualquer vinculação que possa interferir ou prejudicar os reajustes periódicos do salário-mínimo. O sentido da proibição do art. 7º, IV, da Constituição Federal é proteger a integridade do salário-mínimo como direito fundamental do trabalhador. Por isso, evitar a vinculação é uma tentativa de evitar o prejuízo dos reajustes ou de reduzir-lhe o poder de compra real. No caso, a utilização do salário-mínimo é meramente referencial. O valor do salário-mínimo serve tão somente como parâmetro para determinação do capital social a ser integralizado na constituição da EIRELI. Ademais, a exigência de integralização de capital social não inferior a cem vezes o maior salário-mínimo vigente no País não representa obstáculo à livre iniciativa. Isso porque a exigência de integralização do capital social representa requisito para constituição de uma das formas de pessoas jurídicas, a EIRELI. Não representa uma condição de acesso ao mercado ou à atividade empresarial. Trata-se de requisito para limitação da responsabilidade patrimonial do empresário pessoa física. O empresário poderá empreender, mesmo sem o capital mínimo exigido pela lei, mas não será beneficiado pela limitação de responsabilidade que, de outra forma, a EIRELI proporciona. A restrição/condição não é ao exercício da empresa, mas vincula-se a um certo regime jurídico ou estrutura jurídica mais benéfica ao empresário individual. Tampouco o requisito se apresenta como discriminatório ou desproporcional. Justifica-se, aliás, no quadro de experimentação institucional que marca a introdução dessa forma de pessoa jurídica. No caso, trata-se de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada com o objetivo de ver declarada a inconstitucionalidade da parte final do caput do art. 980–A do Código Civil, com redação dada pelo art. 2º da Lei 12.441/2011. Com esse entendimento, o Plenário, em sessão virtual, julgou improcedente a ação direta de inconstitucionalidade.a ADI 4.637-DF Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. §1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. §3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Código Civil NOME EMPRESARIAL: uso da expressão “EIRELI” TRANSFORMAÇÃO SOCIETÁRIA: retirada/falecimento de sócio LTDA EIRELI Art. 980-A, §1º Art. 980-A, §3º Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. §5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. Código Civil PESSOA NATURAL EIRELI Direitos de autor TERCEIROS $ EIREI simples (ou não-empresária) COMISSÃO TÉCNICA. TÉCNICO. TREINADOR DE CLUBE PROFISSIONAL DE FUTEBOL. CONSTITUIÇÃO DE PESSOA JURÍDICA PARA EXERCÍCIO E PAGAMENTO DOS SERVIÇOS. CARÁTER PERSONALÍSSIMO. POSSIBILIDADE. DESCONSIDERAÇÃO DOS NEGÓCIOS FIRMADOS. É lícita a constituição de pessoas jurídicas tendo por objeto a atribuição de direitos patrimoniais relacionados com a atividade profissional de atletas, técnicos e comissão técnica, bem como relacionados com a cessão de direito ao uso de imagem, nome, marca ou som da voz. (Acórdão CARF n. 2403-002.722 , j. 10/09/2014 ) Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. §7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. Código Civil Autonomia patrimonial da EIRELI (art. 1.024, CC) Desconsideração da personalidade jurídica (art. 50, CC) SOCIEDADE SIMPLES Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo. Código Civil EMPRESÁRIA SIMPLES NOME COLETIVO COM. SIMPLES COM. AÇÕES LIMITADA ANÔNIMA SIMPLES “Simples pura” Normas principais (para o tipo “simples”) Normas subsidiárias ou supletiva (ex. art. 1.008 ou art. 1.054, CC) Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; II - denominação,objeto, sede e prazo da sociedade; III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato. Código Civil FORMAÇÃO 1 Qualificação dos sócios (inciso I) Denominação, objeto, sede e prazo (inciso II) Indicação do capital social em moeda (inciso III) 2 3 4 Quotas dos sócios e modo de integralização (inciso IV) 5 Prestações sócio-indústria (inciso V) 6 Administradores (inciso VI) 7 Participação dos sócios (inciso VII) 8 Responsabilidade (inciso VIII) Contrato Social Escrito Instrumento público Instrumento particular Conteúdo obrigatório Conteúdo livre REGISTRO Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. § 1º O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por procurador, o da respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova de autorização da autoridade competente. § 2º Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente, será a inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá a número de ordem contínua para todas as sociedades inscritas. Art. 1.000. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser averbada no Registro Civil da respectiva sede. Código Civil No Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ) da sede Prazo de 30 dias (para efeitos “retroativos” à data da assinatura) Filial deve ser registrada no RCPJ: (i) do local; e (ii) da sede MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime. Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada, cumprindo- se as formalidades previstas no artigo antecedente Código Civil Conteúdo obrigatório Unanimidade Conteúdo livre Maioria absoluta Quórum previsto no contrato Art. 997, CC “Silêncio do contrato” OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS 1 Contribuir para a formação do capital social Dinheiro, bens, créditos ou serviços* À vista ou a prazo Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito. Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído. Código Civil Quota/cota: fração do capital social Bens: responde pela evicção Créditos: responde [subsidiariamente] pela solvência do devedor Serviços: não pode empregar-se em atividade estranha à sociedade Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1º do art. 1.031. Art. 1.031, §1º O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota. Código Civil Sócio remisso: que não integraliza o capital social no prazo previsto Sócio Remisso Notificação Exclusão Redução Cobrança Suprimento 30 dias “Mora ex persona” Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. Código Civil Consentimento dos demais sócios Modificação do contrato CESSÃO DE QUOTAS ATENÇÃO “Cedente responde solidariamente com o cessionário pelas obrigações que tinha como sócio até 2 anos após averbada a modificação” RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO SOCIETÁRIO. CESSÃO DE COTAS. EFICÁCIA PERANTE A SOCIEDADE. NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA JUNTA COMERCIAL. ARTS. 1.003 E 1.057 DO CCB/2002. ASSINATURA DE TODOS OS SÓCIOS. IRRELEVÂNCIA. 1. Controvérsia acerca do termo inicial do prazo de dois anos da responsabilidade do sócio que cedeu suas cotas sociais. 2. "A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade" (art. 1.003, caput, do CCB/2002). 3. Hipótese em que a cessão contou com a concordância de todos os sócios. 4. Distinção entre os efeitos da cessão nas relações jurídicas internas e externas. 5. Necessidade de averbação na Junta Comercial para que a cessão produza efeitos quanto à sociedade, ainda que todos os sócios, inclusive o sócio administrador, tenha anuído com a cessão. 6. "Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio" (art. 1.003, p. u., do CCB/2002). 7. Transcurso de prazo inferior a dois anos entre a data da averbação e o momento da propositura da demanda. 8. Doutrina acerca da questão. 9. Decadência afastada na espécie. 10. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (REsp 1415543/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/06/2016, DJe 13/06/2016) 2 Dever de lealdade/probidade Inerente à affectio societatis Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. §3º Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto. Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios. Código Civil Interesse social ≠ Interesse dos sócios Voto conflitado e decisivo (art. 1.010, §3º): perdas e danos Sócio que exerça a administração: cuidado e diligência // ativo e probo DIREITOS DOS SÓCIOS 1 Participar dos lucros [e das perdas] Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquersócio de participar dos lucros e das perdas. Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade. Código Civil REGRA: Conforme contrato social EXCEÇÃO (no silêncio do contrato social): na proporção das respectivas quotas ATENÇÃO Art. 1.008, CC: vedação à cláusula leonina LUCRO PRO LABORE Art. 1.009, CC: distribuição ilícita/fictícia de lucros 2 Participar das deliberações sociais Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. §1º Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital. §2º Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz. §3º Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto. Código Civil Decisões mais importantes (cf. lei ou contrato social): deliberação dos sócios Quórum de deliberação convencional: de acordo com o contrato social Dia a dia da sociedade: cabe ao administrador conduzir o negócio social Quórum de deliberação legal: unanimidade (ex. art. 999, CC) Quórum de deliberação legal (no silêncio do contrato): maioria absoluta Se empatar? Maior número de sócios (ex. sócio X com 50%, sócios Y e Z com 50%) Se permanecer o empate? Decisão do juiz 3 Fiscalizar a gestão dos negócios sociais Direito de examinar os contratos, livros e documentos sociais (art. 1.021, CC) Art. 1.020. Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Art. 1.021. Salvo estipulação que determine época própria, o sócio pode, a qualquer tempo, examinar os livros e documentos, e o estado da caixa e da carteira da sociedade. Código Civil Exibição e aprovação das contas do Administrador (art. 1.020, CC) 4 Participar do acervo da sociedade em caso de liquidação Art. 1.102. Dissolvida a sociedade e nomeado o liquidante na forma do disposto neste Livro, procede-se à sua liquidação, de conformidade com os preceitos deste Capítulo, ressalvado o disposto no ato constitutivo ou no instrumento da dissolução. Art. 1.107. Os sócios podem resolver, por maioria de votos, antes de ultimada a liquidação, mas depois de pagos os credores, que o liquidante faça rateios por antecipação da partilha, à medida em que se apurem os haveres sociais. Art. 1.108. Pago o passivo e partilhado o remanescente, convocará o liquidante assembléia dos sócios para a prestação final de contas. Art. 1.109. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação, e a sociedade se extingue, ao ser averbada no registro próprio a ata da assembléia. Código Civil 1 2 3 Dissolução Liquidação Extinção Rateio do acervo 5 Direito de preferência na subscrição de quotas Art. 997. A sociedade constitui-semediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime. Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas, pode ser o capital aumentado, com a correspondente modificação do contrato. § 1º Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares. Código Civil Aumento do capital social Emissão de novas quotas Quórum para aumento do capital (art. 997, IV c/c art. 999): unanimidade 6 Retirar-se da sociedade nas hipóteses legais Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade. Código Civil Sociedade de prazo indeterminado: notificação com antecedência mínima de 60 dias Sociedade de prazo determinado: judicialmente + justa causa Ruptura do affectio societatis Direito de recesso (motivada) x Direito de retirada (imotivada) Implica na resolução parcial da sociedade. Apuração de haveres. Direito de retirada: ATENÇÃO Retirada: todos os demais sócios devem ser notificados (art. 1.029, CC), assim como a sociedade (art. 605, II, CPC) Sócios remanescentes podem requerer em 30 dias a dissolução total da sociedade (art. 1.029, parágrafo único, CC) RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO A UM SÓCIO 1 2 3 RETIRADA (art. 1.029, CC) EXCLUSÃO (art. 1.030, CC e art. 1.004, parágrafo único, CC) MORTE (art. 1.028, CC) EXCLUSÃO Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1º do art. 1.031. Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art. 1.026 . Código Civil Sócio remisso (extrajudicial) Exclusão de sócio por iniciativa dos sócios: Maioria dos demais sócios Exclusão de pleno direito (extrajudicial): Falta grave no cumprimento de suas obrigações (ex. dever de lealdade) Incapacidade superveniente Judicialmente Sócio declarado falido (ou insolvente civil) Quota liquidada por requerimento de credor particular MORTE Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: I - se o contrato dispuser diferentemente; II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. Código CivilConforme “contrato social” (inciso I) No silêncio do contrato social Regra geral: liquidação da quota (e redução do capital social) Exceções: (1) Sócios remanescentes optam pela dissolução da sociedade (2) Substituição do de cujus em razão de acordo com os herdeiros APURAÇÃO DE HAVERES Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. §1º O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota. §2º A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. Código Civil Retirada Exclusão Morte Liquidação da quota e apuração dos haveres “Balanço de determinação” – balanço especial p/ apurar o valor patrimonial Regra geral: Quota paga será paga conforme contrato social Exceção (silêncio do contrato):quota paga em dinheiro em até 90 dias Art. 605. A data da resolução da sociedade será: I - no caso de falecimento do sócio, a do óbito; II - na retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao do recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio retirante; III - no recesso, o dia do recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio dissidente; IV - na retirada por justa causa de sociedade por prazo determinado e na exclusão judicial de sócio, a do trânsito em julgado da decisão que dissolver a sociedade; e V - na exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou da reunião de sócios que a tiver deliberado. Art. 606. Em caso de omissão do contrato social, o juiz definirá, como critério de apuração de haveres, o valor patrimonial apurado em balanço de determinação, tomando-se por referência a data da resolução e avaliando-se bens e direitos do ativo, tangíveis e intangíveis, a preço de saída, além do passivo também a ser apurado de igual forma. Parágrafo único. Em todos os casos em que seja necessária a realização de perícia, a nomeação do perito recairá preferencialmente sobre especialista em avaliação de sociedades. Código de Processo Civil “Balanço de determinação” – data para apuração: a b Morte: data do óbito Retirada: data seguinte ao 60º dia do recebimento da notificação pela sociedade c Recesso: data do recebimento da notificação pela sociedade d Retirada (prazo determinado): data do trânsito em julgado e Exclusão judicial: data do trânsito em julgado f Exclusão extrajudicial (sociedade LTDA): data da assembleia/reunião de sócios “Balanço de determinação” – (a) conforme contrato social; ou (b) avaliação a valor justo DIREITO EMPRESARIAL. DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. SÓCIO DISSIDENTE. CRITÉRIOS PARA APURAÇÃO DE HAVERES. BALANÇO DE DETERMINAÇÃO. FLUXO DE CAIXA. 1. Na dissolução parcial de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, o critério previsto no contrato social para a apuração dos haveres do sócio retirante somente prevalecerá se houver consenso entre as partes quanto ao resultado alcançado. 2. Em caso de dissenso, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está consolidada no sentido de que o balanço de determinação é o critério que melhor reflete o valor patrimonial da empresa. 3. O fluxo de caixa descontado, por representar a metodologia que melhor revela a situação econômica e a capacidade de geração de riqueza de uma empresa, pode ser aplicado juntamente com o balanço de determinação na apuração de haveres do sócio dissidente. 4. Recurso especial desprovido. (REsp 1335619/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 27/03/2015) AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE Art. 599. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto: I - a resolução da sociedade empresária contratual ou simples em relação ao sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de retirada ou recesso; e II - a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de retirada ou recesso; ou III - somente a resolução ou a apuração de haveres. § 1º A petição inicial será necessariamente instruída com o contrato social consolidado. § 2º A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter também por objeto a sociedade anônima de capital fechado quando demonstrado, por acionista ou acionistas que representem cinco por cento ou mais do capital social, que não pode preencher o seu fim. Código de Processo Civil Objetivo: (1) Resolução parcial da sociedade + apuração de haveres (2) Apuração de haveres Aplicável à sociedades anônimas fechadas Art. 600. A ação pode ser proposta: I - pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não ingressar na sociedade; II - pelos sucessores, após concluída a partilha do sócio falecido; III - pela sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o ingresso do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade, quando esse direito decorrer do contrato social; IV - pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se não tiver sido providenciada, pelos demais sócios, a alteração contratual consensual formalizando o desligamento, depois de transcorridos 10 (dez) dias do exercício do direito; V - pela sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão extrajudicial; ou VI - pelo sócio excluído. Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento, união estável ou convivência terminou poderá requerer a apuração de seus haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota social titulada por este sócio. Código de Processo Civil Legitimidade ativa: (a) Espólio (b) Sucessores (c) Sociedade (d) Sócio retirante ou excluído (e) Cônjuge ou companheiro (em caso de separação) Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 (quinze) dias, concordar com o pedido ou apresentar contestação. Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa julgada. Art. 602. A sociedade poderá formular pedido de indenização compensável com o valor dos haveres a apurar. Art. 603. Havendo manifestação expressa e unânime pela concordância da dissolução, o juiz a decretará, passando-se imediatamente à fase de liquidação. § 1º Na hipótese prevista no caput , não haverá condenação em honorários advocatícios de nenhuma das partes, e as custas serão rateadas segundo a participação das partes no capital social. § 2º Havendo contestação, observar-se-á o procedimento comum, mas a liquidação da sentença seguirá o disposto neste Capítulo. Código de Processo Civil Procedimento: - Citação - Contestação em 15 dias úteis - Possibilidade de pedido contraposto (art. 602, CPC) - Concordância pela dissolução: homologação e liquidação - Discordância pela dissolução: procedimento comum ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios. §1º Se a administração competir separadamente a vários administradores, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos. §2º Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria. Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave. Código CivilAdministração: órgão incumbido de representar a sociedade Administração: (a) Regra geral: conforme o contrato social (ex. por atribuição) (b) Exceção (no silêncio do contrato): separadamente a todos os sócios Competência conjunta: em casos urgentes, admite-se a singularidade Art. 1.013, §§ 1º e 2º, CC Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. Código CivilLimites de atuação do administrador: conforme contrato social Prática de todos os atos atinentes à gestão da sociedade Oneração ou venda de bens imóveis: (a) Por decisão da maioria (absoluta) dos sócios em assembleia/reunião (b) Por decisão do administrador, se for objeto do negócio social Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade. Art. 1.011, §1º. Não podem ser administradores, além das pessoasimpedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. Código Civil ADMINISTRADOR: Sócio Pessoa natural Não impedido por lei (art. 1.011, §1º) NOMEAÇÃO: Contrato social Instrumento em separado Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios. Art. 1.013, §2º Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria. Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções. Código Civil Art. 1.011, CC: dever de cuidado e dever de diligência Responsabilidade subjetiva do administrador Responsabilidade do Administrador 1 2 Conduta (ação ou omissão) Dano 3 Nexo causal 4 Culpa Art. 1.013, §2º, CC: atuação no curso da vontade da maioria social “Só há responsabilidade se houver dano à sociedade” Art. 1.017. O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá. Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberação. Código Civil Dever de lealdade X Conflito de interesses Interesse social ≠ Interesse dos sócios CONFLITO DE INTERESSES Teoria FORMAL Teoria MATERIAL “A priori” “A posteriori” Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; II - provando-se que era conhecida do terceiro; III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade Código Civil Administrador age nos limites estritos do contrato social TEORIA ULTRA VIRES SOCIETATIS “Sociedade só se obriga se o contrato não extrapolar o objeto social” E a teoria da aparência? Excesso do administrador pode ser oposto a terceiro: 1 2 A limitação de poderes estava registrada no órgão próprio A limitação de poderes era provadamente conhecida pelo terceiro 3 Operação evidentemente estranha ao objeto (ultra vires societatis) Enunciado n. 219, III Jornada de Direito Civil. Art. 1.015 - Está positivada a teoria ultra vires no Direito brasileiro, com as seguintes ressalvas: a) o ato ultra vires não produz efeito apenas com relação à sociedade; b) sem embargo, a sociedade poderá, por meio de seu órgão deliberativo, ratificá-lo; c) o Código Civil amenizou o rigor da teoria ultra vires, admitindo os poderes implícitos dos administradores para realizar negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais não constituem operações evidentemente estranhas aos negócios da sociedade; d) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude da existência de regra especial de responsabilidade dos administradores (art. 158, II, Lei nº 6.404/1976). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PELO PRESIDENTE DA ENTIDADE. AUSÊNCIA DE ASSINATURA CONJUNTA DO VICE-PRESIDENTE. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EM FAVOR DA PESSOA JURÍDICA NÃO QUESTIONADA. AGENTE "FIFA" CREDENCIADO. RELAÇÃO DIRETA COM O OBJETO SOCIAL DA PESSOA JURÍDICA. BENEFÍCIO DA ENTIDADE ESPORTIVA. VALIDADE. POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 83/STJ. OBSCURIDADE. AUSÊNCIA. 1. O Superior Tribunal de Justiça tem mitigado os rigores da teoria da ultra vires, mesmo após a edição do novo Código Civil, dando prevalência à boa-fé de terceiro, mormente nos casos em que a obrigação guarda relação com o objeto social e não se nega a prestação do serviço em benefício da sociedade contratante. 2. O reexame da matéria que constitui o objeto do acórdão embargado na busca de decisão infringente é pretensão estranha ao âmbito dos embargos declaratórios, definido no artigo 535 do Código de Processo Civil. 3. A atribuição de efeitos modificativos somente é possível em situações excepcionais, em que, sanada a omissão, contradição ou obscuridade, a alteração da decisão surja como consequência lógica e necessária. 4. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no AgRg no AREsp 161.495/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/12/2013, DJe 12/02/2014) RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão. Código Civil Responsabilidade limitada ou ilimitada? Sérgio Campinho: “o contrato social irá definir” Gladston Mamede: responsabilidade ilimitada Sócio responde: (i) Ilimitadamente, na proporção de sua participação no capital, salvo cláusula de responsabilidade solidária (art. 1.023) (ii) Subsidiariamente, com benefício de ordem (art. 1.024) RECURSOS ESPECIAIS. CIVIL E EMPRESARIAL. EXTINTA RIO 2004 S/C. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE MARKETING. AÇÃO DE COBRANÇA E DE RESSARCIMENTO AJUIZADA EM FACE DAS SUAS ANTIGAS SÓCIAS. I - Contratação de serviços de marketing pela extinta RIO 2004 S/C, sociedade cujo objetivo social consistia na organização e promoção da candidatura da Cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2004. II - Condenação das suas antigas sócias ao pagamento dos valores devidos em razão da confecção, pela prestadora dos serviços, da parte relativa ao marketing do texto entregue ao Comitê Olímpico e, ainda, ao ressarcimento de quantias adiantadas. III - Inexistência de violação aos arts. 128, 165, 458 e 535 do CPC. IV - Nas sociedades em que a responsabilidade dos sócios perante as obrigações sociais é ilimitada, como ocorre nas sociedades simples (art. 1023 do CC/02), não se faz necessária, para que os bens pessoais de seus sócios respondam pelas suas obrigações, a desconsideração da sua personalidade. Doutrina. V - Consequente legitimidade passiva 'ad causam' das antigas sócias da RIO 2004 S/C para responderem pelas obrigações contratuais assumidas pela sociedade. VI - Admissível a utilização de prova exclusivamente testemunhal para a comprovação de serviços prestados. Precedentes específicos, inclusive da Segunda Seção. VII - Reconhecido o cumprimento da prestação a cargo da contratada, incabível a arguição, pelas sócias da contratante, da exceção de contrato não cumprido, recaindo sobre elas o ônus da comprovação dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos. Inteligência dos arts. 1092 do CC/16 e 333, I e II, do CPC. VIII - RECURSOS ESPECIAIS DESPROVIDOS. (REsp 895.792/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em07/04/2011, DJe 25/04/2011) Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade. Código Civil Art. 600. A ação pode ser proposta: [...] Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento, união estável ou convivência terminou poderá requerer a apuração de seus haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota social titulada por este sócio. Código de Processo Civil DIREITOS DO CÔNJUGE SEPARADO CC - Cônjuge não pode exigir sua parta na cota social - Apenas os lucros proporcionais CPC - Cônjuge pode exigir sua parta na cota social - Apuração dos haveres Critério cronológico ou especialidade? CREDOR PARTICULAR DO SÓCIO Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação. Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela liquidação. Art. 1.030, Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art. 1.026. Código Civil Credor não pode ingressar na sociedade (affectio societatis) Credor pode exigir a penhora: (1) Dos lucros de titularidade do devedor (2) Da quota social, com posterior liquidação (apuração de haveres) Devedor (sócio) excluído de pleno direito da sociedade Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; II - o consenso unânime dos sócios; III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. Art. 1.035. O contrato pode prever outras causas de dissolução, a serem verificadas judicialmente quando contestadas. Código Civil DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE Causa que desencadeia o processo de extinção da sociedade Dissolução: (a) pleno direito (art. 1.033); (b) judicialmente (art. 1.034) Pleno Direito - Vencimento do prazo - Consenso unânime dos sócios - Maioria absoluta dos sócios (prazo indeterminado) - Pluralidade não restabelecida em 180 dias - Extinção da autorização para funcionar - Outras causas previstas no contrato social (art. 1.035) Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando: I - anulada a sua constituição; II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade. Art. 45, Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Art. 1.036. Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão solidária e ilimitadamente. Parágrafo único. Dissolvida de pleno direito a sociedade, pode o sócio requerer, desde logo, a liquidação judicial. Código Civil Judicialmente - Anulada sua constituição - Exaurido o fim social - Verificada a sua inexequibilidade ATENÇÃO Prazo decadencial para anular a constituição: 3 anos (art. 45, p.ú., CC) Liquidação será promovida pelo liquidante Administradores apenas poderão realizar negócios inadiáveis SOCIEDADE LIMITADA Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. Código CivilCaracterísticas: (1) Contratualidade; (2) Limitação de responsabilidade Lei de Liberdade Econômica: possibilidade da sociedade unipessoal Responsabilidade dos sócios: limitada ao capital integralizado Obs. Responsabilidade solidária pela integralização do capital social Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples. Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. Código CivilRegência supletiva: (A) Normas da sociedade simples (B) Normas da sociedade anônima (previsão no contrato social) Enunciado n. 223 da III Jornada de Direito Civil. O parágrafo único do art. 1.053 não significa a aplicação em bloco da Lei n. 6.404/76 ou das disposições sobre a sociedade simples. O contrato social pode adotar, nas omissões do Código sobre as sociedades limitadas, tanto as regras das sociedades simples quanto as das sociedades anônimas. Ex. Acordo de quotistas (paralelo ao acordo de acionistas) Art. 1.054. O contrato mencionará, no que couber, as indicações do art. 997, e, se for o caso, a firma social. Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. §2º É vedada contribuição que consista em prestação de serviços Código Civil Contrato social: (1) por escrito; (2) instrumento público ou particular Cláusula obrigatórias: 1. Qualificação dos sócios (pessoas físicas ou jurídicas) 2. Denominação, objeto, sede e prazo 3. Indicação do capital social em moeda 4. Quotas dos sócios e modo de integralização 5. Administradores 6. Participação dos sócios ATENÇÃO Não se admite o sócio de indústria (contribuição em serviços para a formação do capital social) Contrato social: (1) por escrito; (2) instrumento público ou particular O impedido ou o incapaz pode ser sócio de sociedade limitada? Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. §3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. Código Civil Sim, desde que: 1. Não exerça a administração (incapaz e impedido) 2. Capital social totalmente integralizado (incapaz) 3. Assistido ou representado (incapaz) Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. §1º Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade. Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo seguinte. §1º No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes
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