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0 UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA HINGLEYSON DE MEDEIROS SARAIVA FAMÍLIA E ESCOLA: Desafios de uma Relação CAICÓ-RN 2018 1 HINGLEYSON DE MEDEIROS SARAIVA FAMÍLIA E ESCOLA: Desafios de uma Relação Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú, como requisito parcial para obtenção do título de licenciado(a) em Pedagogia. Orientadora: Prof.ª. Ma. Fabiana Erica de Brito CAICÓ-RN 2018 2 CATALOGAÇÃO NA FONTE Elaborada por Juliana Kalina Siqueira de Souza CRB 15-836/O S243f Saraiva, Hingleyson de Medeiros. Família e escola: Desafios de uma Relação / Hingleyson de Medeiros Saraiva. – Caicó, RN, 2018. 49 f. Orientador (a): Prof. Ma. Fabiana Erica de Brito. TCC (Licenciatura Plena em Pedagogia) - Universidade Estadual Vale do Acaraú. Curso de Graduação em Pedagogia Licenciatura Plena. 1. Relação - TCC. 2. Família - TCC. 3. Escola. – TCC. 4. Aprendizagem - TCC. 5. Crianças. - TCC. I. Saraiva, Hingleyson de Medeiros. II. Universidade Estadual Vale do Acaraú. CDU 37.018.26 3 HINGLEYSON DE MEDEIROS SARAIVA FAMÍLIA E ESCOLA: Desafios de uma Relação Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú, como requisito parcial para obtenção do título de licenciado(a) em Pedagogia. Aprovada em Setembro de 2018. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof.ª. Ma. Fabiana Erica de Brito – Orientadora Universidade Estadual Vale Do Acaraú – Caicó-RN _______________________________________________________ Prof. Ms. Alberani Araújo de Medeiros – Convidado Universidade Estadual Vale Do Acaraú – Caicó-RN _______________________________________________________ Prof.ª. Ma. Iva Alves da Costa – Convidada Universidade Estadual Vale Do Acaraú – Caicó-RN CAICÓ-RN 2018 4 Dedico este trabalho a Deus; À minha família e a todos que contribuíram para a formação de minha base acadêmica. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a de Deus pelo dom da vida, bem como também, pela oportunidade que nos concedeu de termos estudado; A minha mãe pela compreensão, amor incondicional, atenção e força que me deram ao logo dessa trajetória; A minha noiva Amanda pelo apoio e compreensão; Aos meus amigos pela atenção, carinho, por ter me ajudado, acreditado no meu potencial; Aos meus colegas de faculdade que me ajudaram de forma direta e indiretamente; A nossa orientadora Prof.ª. Ma. Fabiana Erica de Brito pela paciência e incentivo que tornaram possível a conclusão do relatório de pesquisa; A toda equipe do Educandário Santa Teresinha, na qual tivemos oportunidade de realizar nosso Estágio Supervisionado, obrigado a todos pela compreensão, companheirismo, carinho, por ter acreditado no nosso potencial. 6 “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (Paulo Freire) 7 RESUMO O presente trabalho é um estudo de caso que, tem como ponto central, apresentar a relevância da Relação Família e Escola no Processo Ensino e Aprendizagem, refletindo a importância e influência de ambas as instituições, família e escola, promovendo um trabalho conjunto para aquisição de maiores resultados no processo de conhecimento de vida e na aprendizagem escolar de seus alunos/filhos, evidenciando permanentemente a participação e cooperação dos pais na escola e consequentemente a abertura da escola para o apoio a família. A família quanto a escola tem em vista o mesmo propósito: preparar as crianças para o mundo; contudo, esta tem a sua característica que a distingue da escola, todavia suas necessidades aproximam da instituição escolar. A escola dispõe seus métodos e filosofia para educar uma criança, entretanto, ela carece da família para efetivar o seu projeto educativo. A pesquisa adotada no trabalho é do tipo exploratória e bibliográfica, de cunho quantitativa e qualitativa descritiva, na qual apresentará diversos autores como Prado (1981), Vygotsky (1989), Fredo (2004), entre outros, que apoiam a parceria família escola como indução ao sucesso no processo educativo da criança e jovem e a realização de questionários com a equipe pedagógica da instituição e com os pais de alunos com a finalidade de apresentar, de forma objetiva, a importância da relação família escola e aprendizagem das crianças. PALAVRAS-CHAVE: Relação. Família. Escola. Aprendizagem. Crianças. https://www.sinonimos.com.br/proposito/ 8 ABSTRACT The present work is a case study that has as its central point, presenting the relevance of family and school in the teaching and learning process, reflecting the importance and influence of both institutions, family and school, promoting a joint work to acquire greater results in the process of knowledge of life and school learning of their students/children, evidencing permanently the participation and cooperation of parents in school and consequently the opening of the school to the fundamental support to the family. The family and the school are aimed at the same purpose: prepare children for the world; however, the family has its characteristic that distinguishes it from school, however their needs closer to the scholastic institution. The school has its methods and philosophy to educate a child, however, it lacks the family to accomplish your educational project. The research adopted at work is the bibliographical and exploratory, descriptive quantitative and qualitative nature, in which present various authors such as Prado (1981), Vygotsky (1989), Fredo (2004), among others, that support the partnership family school as an inducement to success in the educational process of children and young people and the completion of questionnaires with the pedagogical team of the institution and with parents of students with the purpose of presenting, in an objective manner, the importance of family relationship school and learning of children. Key words: Relationship. Family. School. Learning. Children. 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 2 FAMÍLIA E ESCOLA: CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO ................................ 12 2.1 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM .................................................................................... 12 2.2 A FAMÍLIA NO CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO ................................................. 13 2.3 A ESCOLA NO CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO E SUA EVOLUÇÃO NO BRASIL ........................................................................................................................ 15 3 CONTEXTO LEGAL DA RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA .............. 18 3.1 A FAMÍLIA E A ESCOLA COMO CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM .............. 20 4 INTERVENÇÃO SÓCIO ESCOLAR: ANALISANDO A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA ..................................................................................................................23 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ........................................................................... 24 4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO .................................................................... 26 4.3 RELATO E ANÁLISE DA INTERVENÇÃO ............................................................. 27 4.3.1 Relato das observações ............................................................................................... 28 4.3.2 Análises das entrevistas .............................................................................................. 30 4.3.3 Relato das intervenções sócioescolar ......................................................................... 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 45 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 47 10 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho é uma pesquisa de conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, com a temática – “Família e Escola: Desafios de uma Relação. Um estudo de caso no Educandário Santa Teresinha”, apresentando argumentos da relevância que a família reflete no contexto escolar das crianças e simultaneamente a escola com sua função de possibilitar o acesso desses jovens e crianças a emancipação humana e a transformação social, sendo ambas indispensáveis para o desempenho satisfatório da aprendizagem escolar das crianças. Nessa perspectiva utilizou-se, no estudo de caso, uma metodologia de intervenção e pesquisa exploratória e descritiva, de cunho qualitativa e quantitativa, na qual foram utilizados, incialmente, estudos bibliográficos, voltados ao fortalecimento dos laços de aproximação entre a escola e a família, almejando uma parceria que crie uma atmosfera favorável ao desenvolvimento e aprendizagem das crianças nesses dois ambientes socializadores e educacionais e, posteriormente, a captação de dados por meio uma de entrevistas. À vista disso buscou-se fazer uma abordagem categórica acerca da relação do sucesso escolar das crianças com atuação dos pais na vida escolar e conjuntamente com a escola, pautando diálogo, trazendo soluções e interagindo para atingir o objetivo comum das instituições de ensino, que é o desenvolvimento, de forma positiva, do processo de ensino e aprendizagem. A família e a escola têm função especifica e próprias, entretanto não devem atuar de forma separada e sim de forma conjunta. Na verdade, não é tão fácil granjear essa parceria, isto é, realizar um trabalho envolvendo as ações da família nesse processo, contudo não é impossível. Ambas, escola e família têm a incumbência pelo desenvolvimento do indivíduo enquanto pessoa e enquanto cidadão, detentor de valores éticos e morais e conhecimento científico, sendo, seguramente, as primeiras instituições que a criança se depara. Na contemporaneidade a temática família e escola é muito abordada em razão da sua vinculação direta com o grau de aprendizagem das crianças, visto que sozinhas, nem a família e nem a escola conseguem capacitar a criança em sua totalidade, constatando-se que o pensamento quanto ao conceito de escola vem progressivamente mudando. Em virtude do excesso de horas no trabalho os pais que de forma proveitosa conduzem para a escola toda a incumbência pela educação da criança e olha a escola como um laboratório, que instrui a criança e o jovem para o mercado de trabalho e além disso concentra com a função de professor, o papel de mãe/pai (família), na finalidade de educar, principalmente no que concerne aos aspectos morais dentre outros. https://www.sinonimos.com.br/atuacao/ https://www.sinonimos.com.br/contudo/ https://www.sinonimos.com.br/desenvolvimento/ https://www.sinonimos.com.br/seguramente/ https://www.sinonimos.com.br/constatar/ https://www.sinonimos.com.br/pensamento/ 11 O sucesso do desenvolvimento educacional das crianças e jovens é uma soma do comprometimento dos pais na esfera escolar, acompanhando as atividades escolares, dando orientações, auxiliando na vida da escolar, e em contrapartida à escola que, por intermédio da equipe pedagógica e professores, dá um retorno para os pais, e são sujeitos essenciais nesse processo, conhecendo melhor os alunos, os pais, envolvendo a família nas ações escolares, promovendo um trabalho em conjunto, propiciando um ambiente que intensifique o desenvolvimento e o ensino aprendizagem das crianças. A importância deste estudo justifica-se ao passo que, é cada vez mais imprescindível tratar a relação entre Família e Escola, pois ela colabora para ampliar a qualidade das escolas e dos serviços ofertados, além de que, a família se torna um agente mediador na vida escolar dos filhos. O trabalho está dividido em capítulos organizados em subtemas, fundamentais, para uma melhor compreensão do estudo desenvolvido. Na primeira parte será abordado a Família e Escola: Contexto Sócio-Histórico, demonstrando que a família e a escola são as principais instâncias sociais nas quais a criança está inserida e no interior das quais se constroem os processos de sua socialização, primariamente no meio familiar e, posteriormente, na escola, ao longo da história, dando informações a respeito da evolução da família chegando até os dias atuais, e em sequência fazendo uma análise sobre a história do processo de desenvolvimento da escola no Brasil. Já no segundo capítulo disserta sobre o contexto legal da relação entre Família e Escola, indicando que para existir, de fato, uma aprendizagem satisfatória nas crianças e jovens é primordial, além da comunhão escola e família, uma educação eficiente pautada na Constituição, no Estatuto da Criança e do Adolescente, na Política Nacional de Educação Especial, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e no Plano Nacional de Educação. O capítulo ainda ressalta sobre Família e a Escola como contextos de aprendizagem, mostrando que aprendizagem tem a função de despertar processos internos de desenvolvimento que ainda não se manifestaram nos indivíduos No terceiro e último momento, será apresentada a Intervenção Sócio Escolar mostrando a caracterização do espaço educacional, lugar na qual foi realizada a prática, Procedimentos Metodológico, Relato e Análise da Intervenção com subdivisão mostrando os Relatos das observações, Análises das entrevistas e Relatos das intervenções sócio escolar. A obra é encerrada com a conclusão, onde são expostos as considerações e reflexões acerca da temática abordada e do processo de intervenção da pesquisa desenvolvida. https://www.sinonimos.com.br/esfera/ https://www.sinonimos.com.br/por-intermedio-de/ https://www.sinonimos.com.br/intensifique/ https://www.sinonimos.com.br/de-fato/ 12 2 FAMÍLIA E ESCOLA: CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO Abrindo o capítulo, procura-se, diante da temática abordada, apresentar uma revisão histórica e social da relação entre escola e da família, tal como externar orientações voltadas para a interação entre família-escola. Assim sendo, a relação entre família e escola pauta toda a discussão gerada ao longo deste trabalho. 2.1 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM A criança ao nascer é posta na sociedade pela intervenção das famílias, e desta forma acaba por absorver a cultura que a cerca, a qual contém padrões de valores, morais, crenças, religião e ideias, que lhe serve como alicerce de comportamento. Essas mudanças sociais modificam as atuais relações familiares, que por sua vez irão se transformar e induzirá as futuras gerações. Essas mudanças sucedem por um processo de influências entre os integrantes de uma família e diferentes ambientes presentes na sociedade em que vivem, relacionando o ambiente escolar um dos relevantes influenciadores,e a instituição familiar acaba por assimilar essa influência externa. Porém, ao passar dos anos, isto é, na contemporaneidade, tanto a família quanto a escola sofreram mudanças que alteraram sua função social e por conseguinte, seu significado. Em busca de certificar a forma pela qual o processo histórico de articulação família-escola vem atingindo o cenário escolar e seus agentes sociais, é fundamental uma retomada sócio-histórica e legal a respeito dessa relação, suas influências e efeitos no interior da sociedade. Quando assumimos a interação social como eixo de investigação, é imprescindível que levemos em conta o contexto histórico-cultural no interior do qual se dão as interações. Não apenas em seu sentido mais amplo, social e institucional, mas também no sentido dos significados, valores, regras e expectativas que estão a cada instante sendo negociados no interior de cada grupo (BRANCO, 1993, p. 10). É por meio da interação escola e família que se constituem indivíduos autônomos, aptos, com identidade própria, habilitados para a construção dos seus valores, adotando atitudes éticas e assumindo sua condição de cidadãos integro e detentor de conhecimento científico, prontos para intervir na realidade em que vivem. O desenvolvimento harmônico entre a família e a escola é fundamental e o ideal para a formação do indivíduo, contudo, diversos pais e a https://www.sinonimos.com.br/alicerce/ https://www.sinonimos.com.br/fundamental/ https://www.sinonimos.com.br/a-respeito-de/ https://www.sinonimos.com.br/efeitos/ 13 escola terminam desentendendo-se. Os pais por exigir e cobrar atitudes que não são pertinentes à escola, e esta por negar espaço para a participação dos pais na escola, gerando um processo conflituoso entre ambas, que nada vai contribuir para o desenvolvimento do intelecto e da afetividade das crianças. Tentar promover o reencontro, a parceria, a confiança mútua, já que o essencial é compreender que ambas selam e perseguem o mesmo objetivo: a formação integral das novas gerações, seja do ponto de vista cultural e de saber, seja do ponto de vista da formação pessoal, da ética, da cidadania (ZAGURY, 2008, p. 13). É necessário à escola articular um processo de aproximação com os pais e/ou membros familiares, com a realidade do aluno e ter ciência da comunidade em que está inserida. A família, como um grupo de pessoas, que se reúne pela ânsia de estarem juntas, busca a tornar- se mais afetuosa e receptiva e a escola constituindo-se como uma instituição na qual a criança tem como um segundo parâmetro de grupo, no entanto, voltada somente para a educação, deve desenvolver certa semelhança com a família e, de preferência, no que tocante ao acolhimento e à segurança. 2.2 A FAMÍLIA NO CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO A família é definida como um ambiente em que presume encontrar afetividade, harmonia entre os membros, segurança, abrigo, proteção e como lugar de auxílio para as respostas e solução de problemas habitualmente presente entre os integrantes da família, não imagina que no seu percurso histórico passou por diversas mudanças e definições. A família hoje se constitui na sua totalidade em um universo, um sistema de relação e valores construídos aos poucos junto à realidade de novos arranjos, buscando superar uma relação baseada na hierarquia e subordinação do poder e obediência de autoridade masculina e relações entre desiguais (PASSAURA, 2005. p. 200). A conceituação de família vem sendo, ao longo do tempo, estabelecida de acordo com as sociedades e em determinados períodos históricos. Podemos ressaltar que na Idade Média não existia o pensamento de sentimento e ligação entre os membros da família, com referência aos valores e das relações afetivas se constituíam à parte, afastado do âmbito familiar e em se tratando da educação atribuída aos filhos, sucedia no relacionamento com os adultos, criança era tratada como pessoas adultas, desse modo, era definida como miniatura de gente grande. https://www.sinonimos.com.br/afetuosa/ https://www.sinonimos.com.br/em-que/ https://www.sinonimos.com.br/com-referencia-a/ https://www.sinonimos.com.br/com-referencia-a/ https://www.sinonimos.com.br/relacionamento/ https://www.sinonimos.com.br/desse-modo/ 14 Ariés (2006) delineia o perfil da família convencional no período da Idade Média, em que as concepções de infância e de adolescência eram ignoradas. Os filhos deixavam a casa dos pais muito cedo, entre os dois e os quatro anos de idade para ajudarem no serviço doméstico e posteriormente aprenderem um ofício. Vistas como um adulto em proporção reduzida, as crianças se distinguiam dos adultos meramente no tamanho e na força. Por outro lado, na idade moderna, séculos XVI e XVII, o papel da família se restringia à manutenção e preservação dos bens, defesa e proteção da vida e da honra e apoio mútuo na luta pela sobrevivência por meio da prática de um ofício comum. Assim sendo, a educação das crianças sucedia no convívio com os adultos, com quem assimilavam, na prática, as tarefas que lhes eram interessantes. Na fase do Brasil – Colônia, o ofício da escravidão era predominante e o padrão de família do período era do modelo tradicional, numerosa e patriarcal, os interesses financeiros e afins eram o alicerce para o casamento. A mulher era tida como propriedade, em que a fidelidade, a castidade, e a submissão eram concepções fundamentais da relação. Era habitual, na época, os filhos não sentirem florescer do seio familiar sentimentos como a afetividade, a proteção materna, basicamente pelo fato de que eram amamentados e cuidados por amas de leite e eram considerados patrimônio do grande clã patriarcal. Aparece, também, no século XIX, a família burguesa que introduziu, nesse molde de família, o afeto, gerando, dessa forma as relações afetivas e a difusão dos valores passaram a ser compartilhados com os filhos, sendo as mães eram encarregadas pela educação da família. A família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem- estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade (KALOUSTIAN, 1988, p. 22). Hoje em dia, em diversas famílias, as mulheres são as provedoras da casa, a conjuntura financeira passou a ser instável e os valores morais tornou-se transitórios. Em efeito, levando- se em conta a falta dos pais em casa, para estabelecerem as atribuições de pai e mãe, instituíram, então, a intuição escolar como responsável pelo ofício de educar também seus filhos. Esses atuais padrões familiares provenientes das mudanças sociais persuadem e provocam alterações nas relações familiares. A mulher obtém sua independência do homem, encaminhando-se para o mercado de trabalho, e inclusive preferindo por não casar-se. Também https://www.sinonimos.com.br/concepcoes/ https://www.sinonimos.com.br/papel/ https://www.sinonimos.com.br/dessa-forma/ https://www.sinonimos.com.br/encarregado/ https://www.sinonimos.com.br/atribuicoes/ https://www.sinonimos.com.br/persuadem/ 15 vemos mudanças dentro dos papeis familiares Dessen e Polonia (2007). A mãe não é mais a única a ser responsável por cuidar do bem estar da criança, e o pai não é mais o único a prover o sustento para o lar, visto que a mulher encaminha-se ao mercado de trabalho no desejo de cooperar financeiramente nas despesas da família. Por causa, muitas vezes, de a uma dupla carga horária de trabalho, dentro e fora de casa, a organização familiar tem de ser revista a fim de que os filhos tenham os zelosde que carece, e a mãe consiga executar todas as suas funções domesticas. Durante o tempo em que a mãe trabalha, a criança é colocada em alguma creche ou deixada com algum parentesco, e quando o pai está em casa as atribuições básicas com a criança também se torna sua responsabilidade. Prado, (1981, p. 12), diz que: “A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresenta até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja”. A instituição família é responsável pela educação dos filhos e tem o poder de influenciar no comportamento dos filhos para o convívio em sociedade. A condutada e as ações da família é indispensável para o progresso evolutivo do indivíduo, para a transferência dos valores morais e sociais que são o alicerce para o processo de socialização da criança, além dos costumes e tradições que são difundidos de geração a geração, isto é, as crianças sofrem influência decisiva na fase de sua formação, na concepção dos valores, até mesmo sendo capaz de causar implicações na sua personalidade e em seu caráter e são encarregados em gerar confiança, convicção e segurança na criança durante seu processo de desenvolvimento, seja no seu conhecimento emocional, social, físico e intelectual. 2.3 A ESCOLA NO CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO E SUA EVOLUÇÃO NO BRASIL Depois de apontar a família de maneira sócio histórica, é fundamental que também sinalize a escola, considerando a relevância da mesma como ambiente educacional e, sobretudo, dentro em um contexto social. Desta forma, como ressalta Acúrcio e Andrade (2005, p. 44), “toda mutação social interfere nos rumos da educação para que a escola não fique a reboque dos acontecimentos”. Desde os primórdios da civilização a educação se faz presente, contudo, os conhecimentos eram propagados oralmente sem a obrigatoriedade de um lugar próprio para que o ato educativo transcorresse. Da mesma forma acontecia, de forma mais organizado, no século V A.C. afastando a responsabilidade específica, dos pais, no que diz respeito a educação dos https://www.sinonimos.com.br/organizacao/ https://www.sinonimos.com.br/difundir/ https://www.sinonimos.com.br/fase/ https://www.sinonimos.com.br/causar/ https://www.sinonimos.com.br/conviccao/ https://www.sinonimos.com.br/sinalize/ 16 filhos. Os Sofistas gregos, no que lhe concerne, efetuavam o ato educativo por intermédio do debate de conteúdos filosóficos e de outros conhecimentos, ainda sem um lugar definido à educação. Na época do período medieval, o processo de educação se delimitava às igrejas. Monges e sacerdotes se utilizavam do estudo bíblico, assim como da escrita, aritmética, geometria, salmos, música e cantos. As comunidades dos feudos, porém, raramente tinham ocasião favorável de se instruir. Nessa mesma época, com o renascimento dos centros urbanos e atividades comerciais tornou-se crucial que houvessem pessoas qualificadas ao trabalho, só então as instituições de ensino estabeleceram sua abertura ao público leigo, mas com forte presença de membros da Igreja. É no período da Idade Moderna que instaurou-se as primeiras instituições educacionais, e foram constituídas pelos jesuítas, tendo seu início na cidade de Salvador. As famílias também começou a se interessar, com mais afinco, pela educação dos filhos, ocorrendo uma maior afinidade e proximidade entre os membros da família, anteriormente os filhos eram educados por outras famílias afastadas de casa até sua idade adulta e só tinham contatos no período das férias, ou na ocasião em que os familiares iam visitá-los, esse sistema suscitou a gerar, consequentemente, uma relação mais afetiva na família. O período de infância das crianças e jovens da época passou por uma severa castração, vivenciava um processo de ensino arcaico e rígido originando-se numa espécie de internato, retirava a criança de seu contexto sócio familiar e só regressava para a família quando a mesma se tornava adulta. Curioso é que aquilo o que anteriormente era desenvolvido por outras famílias, agora é organizado e os reflexos são evidenciados numa instituição escolar. Na Idade Moderna, com a expansão das instituições escolares, apareceu a necessidade de novas análises a respeito de como essas instituições deveriam atuar e a qual público elas se direcionariam. A composição e organização dos currículos, a divisão das etapas do ensino e as matérias a serem estudadas e debatidas. A educação não tem o poder de transformar sozinha a realidade social, é apenas um instrumento para que isso ocorra. A função primordial da escola é a de projetar-se como instância socializadora do saber historicamente acumulado, objetivando uma transformação social, através de ações elaboradas com objetivos bem definidos que colaborem para essa transformação (SAVIANI, 2005, p.13). Nas instituições escolares simples continha a base de ensino de todo o sistema colonial até então em formação. O ensino era ofertado nos colégios e integralmente em local na qual https://www.sinonimos.com.br/epoca/ https://www.sinonimos.com.br/interessar/ https://www.sinonimos.com.br/idade/ https://www.sinonimos.com.br/aquilo-que/ https://www.sinonimos.com.br/expansao/ https://www.sinonimos.com.br/composicao/ https://www.sinonimos.com.br/integralmente/ 17 houvesse uma casa da Companhia. Lá assimilavam a língua portuguesa, entendiam de contas e aprendiam a ler e escrever. No decorrer de dois séculos os jesuítas foram os encarregados pelo ensino público no Brasil, ensinavam em vilas e cidades do território do Brasil e nos estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais. Em seguida, no século XX, após a Primeira Grande Guerra, o Brasil passou por transformações em diversos setores sociais, e a educação foi uma delas. No período que antecedeu a aprovação da LDB/61, sucedeu um movimento em defesa da escola pública, universal e gratuita. Nos anos de 1969 e 1971, foram aprovadas respectivamente a Lei 5.540/68 e 5.692/71, inserindo modificações relevantes na organização do ensino superior e do ensino de 1º e 2º graus. A Constituição de 1988, promulgada logo após o vasto e relevante movimento pela redemocratização do País, buscou, com grau de importância, inserir inovações e compromissos, para a universalização do ensino fundamental e extinção do analfabetismo. Tais métodos situar-se-ão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos (SAVIANI, 2005, P. 69). O processo de educação brasileira, que em outras conjunturas históricas evidenciava um contexto precário em todos os aspectos, nos dias atuais aponta avanços consideráveis no que se refere a condições como infraestrutura, material didático, formação de professores, inovações tecnológicas, entre outras coisas que deveriam enriquecer o processo de aprendizagem. No entanto, apesar dos investimentos e incentivos, os dados de aprendizagem colhidos por meio de avaliações apresentam resultados que não são satisfatórios com referência aos esforços realizados pelo poder público e aos investimentos realizados no setor. A escola tem buscado se adequar a essas novas mudanças, simultaneamente com as famílias que veem as modificações no campo da educação, procurando a interação com a escola, propiciando uma maior eficácia noprocesso de educação e ensino das crianças. Desta forma, pode-se ressaltar que historicamente, a escola e a família são instituições que apareceram no primórdio da Idade Moderna, ambas com propósito de medicar e cuidar, cada uma a sua maneira, pela educação das crianças e jovens. https://www.sinonimos.com.br/em-seguida-a/ https://www.sinonimos.com.br/relevante/ https://www.sinonimos.com.br/organizacao/ https://www.sinonimos.com.br/conjuntura/ https://www.sinonimos.com.br/buscado/ https://www.sinonimos.com.br/adequar/ https://www.sinonimos.com.br/campo/ https://www.sinonimos.com.br/procurando/ https://www.sinonimos.com.br/eficacia/ https://www.sinonimos.com.br/assim-sendo/ https://www.sinonimos.com.br/assim-sendo/ https://www.sinonimos.com.br/apareceram/ https://www.sinonimos.com.br/primordio/ https://www.sinonimos.com.br/proposito/ https://www.sinonimos.com.br/medicar/ 18 3 CONTEXTO LEGAL DA RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA Nesta ocasião irá se falar a respeito do contexto legal, fundamentado no Estatuto da Criança e do Adolescente, nas Constituições, na Política Nacional de Educação Especial, no Plano Nacional de Educação e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A datar das primeiras décadas do século XX a educação aparece como um dos temas mais debatido na esfera política e social, provocando segundo Peixoto (2000) uma mobilização geral, não somente, em torno da prerrogativa de acesso da população à escola pública, como também a preocupação e atenção com a sua qualidade. À vista disso, a educação dá seus primeiros passos na esfera legal com o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” de 1932, em que é colocado que se institua uma instituição universal de ensino, gratuita e laica como dever do Estado, assim como a criação de um capítulo a respeito da educação na Constituição brasileira de 1934. É, consequentemente, por intermédio da Constituição de 1934 que se conferiu lugares próprios a cada indivíduo: para o trabalhador, a indústria; para a mulher, a família; para as crianças e os jovens a instituição escolar, enfatiza Pinto (1999). Nesse contexto, a educação é estabelecida como direito de todos, devendo ser aplicado pela família e pelos Poderes Públicos (art.149) com perspectivas a um ensino “mais ativo”, voltada para a conjuntura econômica e social da comunidade escolar. Em seguida, a Constituição Federal de 1946, em seu artigo 166 descrevia que: “A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola. Deve inspirar-se nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana”1 (BALEEIRO, 1946, p. 291). A Constituição Brasileira de 1988, no que lhe diz respeito, trata a questão da família em alguns artigos, conforme o artigo 226 em que A família, alicerce da sociedade, tem especial proteção do Estado, apresenta uma nova definição de família, sendo: reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar (§ 3º) e entendendo também como entidade familiar, a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (§ 4º). Ainda reconhecendo que: os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher (§ 5º). Já o artigo 227, estabelece que: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 1 Constituição Federal de 1946. BALEEIRO, Aliomar. Constituição Federal de 1946. ─ 3. ed. ─ Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br /bdsf/bitstream/handle/id/139953/Constituicoes_Brasileiras_v5_1946.pdf>. Acesso em 02 de julho de 2018. https://www.sinonimos.com.br/a-vista-disso/ https://www.sinonimos.com.br/esfera/ https://www.sinonimos.com.br/colocado/ https://www.sinonimos.com.br/institua/ https://www.sinonimos.com.br/assim-como/ https://www.sinonimos.com.br/criacao/ https://www.sinonimos.com.br/a-respeito-de/ https://www.sinonimos.com.br/consequentemente/ https://www.sinonimos.com.br/proprios/ https://www.sinonimos.com.br/enfatiza/ https://www.sinonimos.com.br/nesse-contexto/ https://www.sinonimos.com.br/estabelecida/ https://www.sinonimos.com.br/aplicado/ https://www.sinonimos.com.br/trata/ https://www.sinonimos.com.br/conforme/ https://www.sinonimos.com.br/alicerce/ https://www.sinonimos.com.br/apresenta/ https://www.sinonimos.com.br/definicao/ 19 além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 2016, p. 355). E finalmente, consolida-se no artigo 229 a responsabilidade dos pais e dos filhos no que concerne à vida: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade” (BRASIL, 2016, p. 133). A responsabilidade da família no processo de escolarização e a relevância da sua participação e influência no âmbito escolar são publicamente certificadas na legislação nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação aprovadas ao longo dos anos, tal como no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), como será apresentado abaixo. Deste modo, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) atesta no artigo 4º que: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público de assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2017, p. 11). No artigo 22 estabelece aos pais “[...] o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais” (BRASIL, 2017, p. 14). Enquanto no artigo 55, “Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino” (BRASIL, 2017, p. 21). Outros seguimentos legais destacaram a família e a escola como agentes essenciais ao processo de desenvolvimento das crianças, tais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e o Plano Nacional de Educação enunciados, brevemente, em seguida. A LDB (Lei 9394/96), no que lhe diz respeito, dispõe sobre todos os aspectos do sistema educacional, dos princípios gerais da educação escolar, as finalidades, recursos financeiros, formação e diretrizes para a carreira dos profissionais do setor. Ao que toca a temática aqui abordada, a LDB logo em seu artigo primeiro define que: A educação abrange os processos formativos da educação que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 2017, p. 08). Sendo assim, a LDB se destaca ao enfatizar a educação escolar institucionalizada, sem menosprezar a educação adquirida em outros ambientes. Afinal, tanto a educação formal quanto https://www.sinonimos.com.br/responsabilidade/ https://www.sinonimos.com.br/relevancia/ https://www.sinonimos.com.br/participacao/ https://www.sinonimos.com.br/ambito/ https://www.sinonimos.com.br/tal-como/ https://www.sinonimos.com.br/tal-como/ https://www.sinonimos.com.br/apresentado/ 20 informal são imprescindíveis à formação dos sujeitos e está carregada de ensinamentos, aprendizagens e experiências. O Plano Nacional de Educação, mediante os planos decenais constitui suas diretrizes de ações conforme o artigo 2º do PNE 2014-2024: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superaçãodas desigualdades educacionais; IV - melhoria da qualidade do ensino; V - formação para o trabalho; VI - promoção da sustentabilidade socioambiental; VII - promoção humanística, científica e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto; IX - valorização dos profissionais da educação; X - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da educação (BRASIL, 2014, p. 12). Diante do que já foi exposto, pode-se afirmar que ocorreu uma crescente importância aplicada à família no âmbito escolar, sendo assim, criado, oficialmente, no ano de 2001, pelo Ministério da Educação e Cultura, o “Dia Nacional da Família na Escola”, a ser comemorado no País todo dia 24 de abril. Com o lema: “Um dia para você dividir responsabilidades e somar esforços”. A iniciativa nasce como estratégia de reforço à relevante presença da família na escola, tratando de temas como o desempenho escolar do filho e a própria administração escolar. Trata-se portanto, de um instrumento simbólico que tem a finalidade de aliar e integrar a comunidade à escola. 3.1 A FAMÍLIA E A ESCOLA COMO CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM A família e a escola na qualidade de instituições relevantes ao processo de aprendizagem têm como propósito fundamental o ato educativo, nessa circunstância, despontam ações capazes de proporcionar o desenvolvimento humano. Portanto, compartilhar, dividir e contribuir cada uma a sua maneira para que este processo se efetive com sucesso deve ser o objetivo de ambas. Tendo como referência a teoria sociocultural, a educação se apresenta como autora potencial de aptidões a princípio externas aos indivíduos e presentes na cultura e no meio social. desse modo, é por meio do contato com a cultura estabelecida pela humanidade e das relações sociais que se constitui a aprendizagem. [...] o aprendizado não é desenvolvimento: entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto necessário e https://www.sinonimos.com.br/mediante/ https://www.sinonimos.com.br/constitui/ https://www.sinonimos.com.br/afirmar/ https://www.sinonimos.com.br/relevante/ https://www.sinonimos.com.br/aliar/ https://www.sinonimos.com.br/na-qualidade-de/ https://www.sinonimos.com.br/relevante/ https://www.sinonimos.com.br/proposito/ https://www.sinonimos.com.br/fundamental/ https://www.sinonimos.com.br/proporcionar/ https://www.sinonimos.com.br/a-principio/ https://www.sinonimos.com.br/deste-modo/ https://www.sinonimos.com.br/por-meio-de/ https://www.sinonimos.com.br/estabelecida/ https://www.sinonimos.com.br/constitui/ 21 universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. (VYGOTSKY, 1989, p. 101). A aprendizagem escolar, por sua vez, orienta e estimula processos internos e externos de desenvolvimento. De acordo com Bock et al (1999). A escola surgirá, então, como lugar privilegiado para esse desenvolvimento e/ou aprendizagem, pois é o espaço em que o contato com a cultura é feito de forma sistemática, intencional e planejada. O desenvolvimento, que só ocorre quando situações de aprendizagem o provocam, tem seu ritmo acelerado no ambiente escolar. O professor e os colegas formam um conjunto de mediadores da cultura que possibilita um grande avanço no desenvolvimento da criança. Nesse âmbito, a aprendizagem e o desenvolvimento são processos importantes e diferenciados, contudo, interdependentes, uma vez que a aprendizagem tem a incumbência de despertar processos internos de desenvolvimento que até então não se evidenciaram nos indivíduos, prevendo-se que o ensino adiante o desenvolvimento. Sendo a família encarregada não só pela manutenção da vida e desenvolvimento dos indivíduos, que nela estão postos, como também o processo educativo, esta atribui o papel de relevância nas trocas intersubjetivas e na construção de experiências, em síntese, no desencadeamento dos processos evolutivos. Nessa perspectiva, o que várias vezes acontece é a família conferir obrigações que sobrecarregam a escola e os professores, tornar difícil desse modo o processo de aprendizagem das crianças. As incumbências ao invés de ser transferidas devem ser distribuídas entre a família e escola, pois as mesmas devem ser parceiras, visto que a escola por mais esforços que faça nunca dará conta de substituir a família. [...] Em todas as atividades está o “outro”. Parceiro de todas as horas, é ele que lhe diz o nome das coisas, a forma certa de se comportar; é ele que lhe explica o mundo, que lhe responde aos “porquês”, enfim, é o seu grande interprete do mundo. A atividade externa se internaliza possibilitando desenvolvimento das funções psíquicas superiores (Bock et al, 1999, p. 124). A fim de que exista uma articulação no âmbito da relação entre a família e a escola, é necessário em primeiro lugar conhecer relativamente o que pensam os pais com relação a seu papel no acompanhamento escolar dos seus filhos, e dessa forma tentar sensibilizá-los da seu valor e relevância no processo de ensino e aprendizagem. Visto que essa participação poderá assessorar na prática pedagógica dos professores, e juntos família-escola serão responsáveis pela inclusão do sujeito na sociedade, despertando nele um cidadão autônomo e crítico no tocante ao contexto em que está inserido. “A família tem como função social transmitir a criança https://www.sinonimos.com.br/importantes/ https://www.sinonimos.com.br/contudo/ https://www.sinonimos.com.br/uma-vez-que/ https://www.sinonimos.com.br/incumbencia/ https://www.sinonimos.com.br/encarregado/ https://www.sinonimos.com.br/relevancia/ https://www.sinonimos.com.br/em-sintese/ https://www.sinonimos.com.br/conferir/ https://www.sinonimos.com.br/obrigacoes/ https://www.sinonimos.com.br/distribuido/ https://www.sinonimos.com.br/visto-que/ https://www.sinonimos.com.br/a-fim-de/ https://www.sinonimos.com.br/em-primeiro-lugar/ https://www.sinonimos.com.br/conhecer/ https://www.sinonimos.com.br/relativamente/ https://www.sinonimos.com.br/com-relacao-a/ https://www.sinonimos.com.br/dessa-forma/ https://www.sinonimos.com.br/relevancia/ https://www.sinonimos.com.br/visto-que/ https://www.sinonimos.com.br/assessorar/ https://www.sinonimos.com.br/inclusao/ 22 normas e condutas, valores e crenças, requisitos da reprodução humana para a manutenção e continuidade da vida humana na terra” (CHINOY, 2008, p. 223). Assim sendo, não se pode conferir unicamente para a escola a obrigação e incumbência pelo processo de desenvolvimento de formação da personalidade da criança. A instituição escolar deve simplesmente complementar o papel da família, desta forma a divisão das responsabilidades de ambas, no processo de aprendizagem da criança, é fundamental. Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, à família cabe oferecer à criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e à escola instruí-los, para que possam fazer frente às exigências competitivas do mundo na luta pela sobrevivência. Talvez essa seja uma concepção por demais simplista para equacionar as relações entre a família e a escola em nossos dias [...] (OSÓRIO, 1996, p. 82). A transferência da família por outra instituição pode ocasionar instabilidade emocional na criança. Na escola, por ser um ambiente distinto da família a criança constitui relações com outras crianças e com adultos, é aí que ela contém a assistência dos professores na procura por conhecimentos, dessa forma compete aos professores, além de acrescentar suportes teóricos à formação do indivíduo, a incumbência de auxiliar nas dificuldades evidenciadas pelos educandospor meio da afetividade, função esta, também, indispensável e fundamental no convívio familiar. Apego, família e educação constituem os pilares sobre os quais a criança configura sua estrutura emocional, bem como características e peculiaridades importantes de sua personalidade e de seu modo pessoal de estar no mundo. É muito provável que se de certa continuidade entre o apego, o estilo educativo e as estruturas que caracterizam as respectivas famílias. Isso quer dizer que o modo como se configuram as estruturas familiares possivelmente depende do estilo de apego existente entre pais e filhos e do modo como a criança e o adulto se relacionam (FREDDO, 2004, p. 56). Portanto acredita-se que a família na relação com a escola contribui para o sucesso escolar dos alunos, de diversas formas, suas ações podem colaborar ou não para que seu filho dê continuidade aos estudos, já outros manifestam condutas de objeção à escola. Os responsáveis devem ter o entendimento de que para a formação tanto formal tanto quanto a não formal dos sujeitos, os mesmos, têm que estar presentes e incentivá-los nesse processo, tão importante na vida das pessoas, visto que, se não tiver uma relação ativa com a instituição de ensino, conhecendo o comportamento de seus filhos e seu rendimento escolar, pode acarretar em um mau rendimento no processo de ensino e aprendizagem do discente. https://www.sinonimos.com.br/assim-sendo/ https://www.sinonimos.com.br/conferir/ https://www.sinonimos.com.br/unicamente/ https://www.sinonimos.com.br/obrigacao/ https://www.sinonimos.com.br/incumbencia/ https://www.sinonimos.com.br/dessa-forma/ https://www.sinonimos.com.br/transferencia/ https://www.sinonimos.com.br/ocasionar/ https://www.sinonimos.com.br/constitui/ https://www.sinonimos.com.br/contem/ https://www.sinonimos.com.br/assistencia/ https://www.sinonimos.com.br/dessa-forma/ https://www.sinonimos.com.br/compete/ https://www.sinonimos.com.br/acrescentar/ https://www.sinonimos.com.br/incumbencia/ https://www.sinonimos.com.br/auxiliar-se/ https://www.sinonimos.com.br/por-meio-de/ https://www.sinonimos.com.br/indispensavel/ https://www.sinonimos.com.br/portanto/ https://www.sinonimos.com.br/contribui/ https://www.sinonimos.com.br/formas/ https://www.sinonimos.com.br/conduta/ https://www.sinonimos.com.br/objecao/ https://www.sinonimos.com.br/tanto-quanto/ https://www.sinonimos.com.br/ativo/ 23 4 INTERVENÇÃO SÓCIOESCOLAR: ANALISANDO A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA O presente tópico é apresentação dos relatos e análises do processo de intervenção realizado no Educandário Santa Teresinha, no município de Caicó-RN, para o trabalho de conclusão do curso de Pedagogia, da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, Busca-se apresentar elementos que possibilitem uma reflexão sobre a relação família e escola, visto que, nos dias atuais o assunto em questão é muito estudado devido a sua conexão direta com o nível de aprendizagem das crianças, visto que sozinhas, nem a família e nem a escola conseguem preparar e capacitar a criança em sua totalidade. No tocante a intervenção realizada na instituição supracitada, para os alunos do curso de Pedagogia, é fundamental, pois considera-se que este é um momento de possibilidades para articulação entre teoria e prática. Realizar as práticas educativas possibilita a oportunidade não só de socializar o contexto real encontrado na sala de aula, mas permite repensar tanto a relação que se faz entre teoria e prática, quanto os teóricos lidos e compartilhados durante o processo formativo. É uma execução que precisa ser realizada pelos discentes, nos futuros campos de atuação profissional, em que os estudantes devem fazer a leitura da realidade, o que exige competências para “saber observar, descrever, registrar, interpretar e problematizar e, consequentemente, propor alternativas de intervenção” (PIMENTA, 2001, p. 76). Os relatos e análises da intervenção estão divididos em tópicos, organizados por temáticas de extrema importância para a compreensão das atividades realizadas na Escola pesquisada. Na sequência, será apresentada a contextualização e a caracterização do Educandário Santa Teresinha, trazendo alguns dados físicos, além das ações realizadas neste espaço e apresentação dos recursos humanos da Instituição. Apresentadas estas questões, as seções seguintes explicitarão, Relato das Observações, Análise das entrevistas e análise da Prática de intervenção, nas quais serão apresentadas as atividades desenvolvidas no processo, buscando trabalhar, de forma breve, as experiências vivenciadas a partir da observação e intervenção. Com o olhar cuidadoso, a outra seção é destinada à análise das entrevistas e resultados dos dados da mesma, por meio de gráficos, de uma pesquisa quantitativa exploratória, através da realização de questionários aplicados com a equipe pedagógica da escola e com os pais. A escolha por inseri-las neste trabalho se dá porque compreende-se que facilita o entendimento do conteúdo aqui apresentado, expondo alguns momentos de formação, principalmente nos segmentos destinados às práticas educacionais desenvolvidas na escola. https://www.sinonimos.com.br/visto-que/ https://www.sinonimos.com.br/capacitar/ 24 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA O Educandário Santa Teresinha, está situado na Rua Visitador Fernandes, nº 78, no Centro da cidade de Caicó / RN. A Escola apresenta as seguintes modalidades de ensino: Educação Infantil, Fundamental (Anos Iniciais e Finais) e Ensino Médio, iniciando do Nível I. Ela funciona de segunda à sexta, com horários de 7h às 12h 20mim e das 13h às 17h 30min. O ano letivo abrange um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar e uma carga horária mínima de 800 horas. Dom José Pereira Alves, Bispo de Natal em 1925, tinha o desejo de fundar, em Caicó, uma escola para meninas. Ir. Teresina Werner, juntamente com mais 8 Irmãs, Filhas do Amor Divino, assumiu esta missão e no dia 11 de outubro de 1925 chegaram a Caicó decididas a enfrentarem o desafio. Na época, o Prefeito da cidade, Sr. Cel. Joel Damasceno colocou a sua residência (hoje biblioteca pública) a disposição das Irmãs. MISSÃO: Formar cidadãos íntegros, conscientes, detentores do conhecimento científico e comprometidos com o desenvolvimento da ciência e da cultura, na promoção dos valores éticos e cristãos inspirados no carisma da Serva de Deus, Madre Francisca Lechner, fundadora da Congregação das Filhas do Amor Divino. VISÃO DE FUTURO: Ser reconhecido pela sociedade como uma instituição de excelência educacional que oferece educação de qualidade, baseada nos valores éticos e cristãos refletidos em suas práticas educativas, pelo trabalho participativo, comprometido, criativo e inovador de sua equipe, e pelo respeito dispensado aos seus alunos, pais e colaboradores. VALORES: Amor; Paz; Amizade; Justiça; Respeito; Sinceridade; Solidariedade. MARCO DOUTRINAL: Nós que fazemos o Educandário Santa Teresinha nos propomos a ajudar na construção de uma sociedade digna, plural e justa, que acolha as diferenças; ecologicamente sustentável; humanizada, humanizadora e solidária; pacífica e feliz, articulada e mobilizada popularmente; consciente, conscientizadora e reflexiva, capaz de superar as ideologias manipuladoras. Objetivamos também contribuir para a formação de cidadãos cristãos íntegros, conscientes, comprometidos com o desenvolvimento da ciência e da cultura e a serviço dos valores indispensáveis à vida, inspirados no carisma de Madre Francisca Lechner. MARCO OPERATIVO: Para fazer acontecer à sociedade ideal, descrita no Marco Doutrinal, optamos por uma educação que seja: Científica e Cristã; Crítica e Reflexiva; Ética e Democrática; Formadora de Autonomia; Formadora da Cidadania. 25 A instituição conta em sua infraestrutura com uma recepção, uma sala de diretoria, quatro salas de coordenação para os respectivos níveisinfantil, fundamental e médio, sala para professores, refeitório para funcionários, mecanografia, tesouraria, secretaria, sala para o serviço social e psicologia, cantina, sala de disciplina, e quatro banheiros para professores e funcionários, cozinha para atender as necessidades da educação infantil, além de uma capela. Uma biblioteca, atendendo as respectivas necessidades de cada etapa de ensino. Laboratório de informática que comporta até vinte e cinco alunos em computadores individuais, laboratório de ciências que comporta até trinta alunos e um auditório com capacidade para 220 (duzentos e vinte) pessoas. Possuindo a disposição um total de 20 (vinte) salas a disposição para o ensino fundamental e médio e 09 (nove) na Educação Infantil. Conta também, com uma área de recreação com três pátios, dois cobertos de 80m² e outro com 252m² e um descoberto 736m², uma quadra coberta 27x30m e piscina semiolímpica 25x12,5m, parque infantil, sala de vídeo, e sala multifuncional. Possuindo o prédio acessibilidade através de rampas, elevador para alunos com necessidades especiais, e banheiro adaptado. Possuindo para sua segurança hidrantes e vinte e seis extintores e três saídas de emergências e sanitário em número suficiente para atender até novecentos e cinquenta alunos na proporção de um para cinquenta. O quadro de pessoal é composto de: 8 (oito) Irmãs, 1 (uma) Diretora, 1 (uma) Vice- Diretora, 4 (três) Coordenadores pedagógicos, 1 (um) Coordenador de esportes,1 (uma) Coordenadora do SER (Serviço de Ensino Religioso), 56 (cinquenta e seis) Professores, 6 (seis) Auxiliares, 1 (uma) Secretária, 1 (uma) Auxiliar de secretaria, 1 (uma) Tesoureira, 1 (um) Auxiliar de tesouraria, 2 (dois) Auxiliares de disciplina, 1 (um) Técnico de Laboratório de informática, 1 (um) Assessor de Comunicação 1 (um) Técnico de digitação, 2 (dois) Auxiliares de Cantina, 2 (duas) Recepcionistas, 1 (uma) Auxiliar de Biblioteca, 2 (dois) Vigias, 8 (oito) ASG, 1 (um) Carpinteiro e 1 (um) Eletrotécnico. A gestão do Educandário Santa Teresinha é democrática-participativa, busca objetivos comuns assumidos por todos e defende uma forma coletiva de tomada de decisões, sem, todavia, desobrigar as pessoas da responsabilidade individual, desenvolvendo a autonomia pedagógica e administrativa garantindo a qualidade do ensino-aprendizagem. A Coordenação Pedagógica é formada por uma equipe de profissionais licenciados em Pedagogia, áreas afins ou pós-graduação na área com experiência comprovada na atividade, e submetidos ao processo de seleção do Educandário Santa Teresinha, atuando da educação infantil ao ensino médio. 26 O corpo docente do Educandário Santa Teresinha é constituído por uma equipe de Professores legalmente graduados ou pós-graduados, preferencialmente com experiência e diploma reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), a desempenharem suas atividades na forma da lei, submetidos ao processo de seleção interna, para o segmento no qual irão atuar. Já o corpo discente é constituído por todo o universo de estudantes, regularmente matriculados na forma da lei, constituindo o centro de convergência das ações pedagógicas inseridas no Projeto Político Pedagógico da Escola. 4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A demanda e procura pelo conhecimento não se dar por casualidade. Sempre será para sanar um problema ou para elucidar uma curiosidade de uma pessoa que busca respostas, sendo que essa procura por resposta já envolve um processo investigatório, mesmo que seja definido por traços, puramente, ligados ao senso comum, ressalta Barros; Lehfeld, (2005). Quanto aos procedimentos metodológicos de coleta de dados, foram realizados vários tios de pesquisas, primeiramente, entre elas, as pesquisas bibliográficas, dando norte ao estudo de caso. Realizou-se análises de artigos elaborados para a Internet e artigos de revistas especializadas disponíveis ao público em geral, monografias, projetos, sites especializados e o acervo de biblioteca. Posteriormente foram realizadas duas entrevistas, uma com a equipe pedagógica da escola e outra com os pais, por meio de um questionário. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto (FONSECA, 2002, p. 32) Além da análise dos estudos bibliográficos, foram efetuadas visitas à escola, reuniões com a coordenação e gestão e roda de conversa com alunos e pais. O desenvolvimento do trabalho, tem como caracterização a pesquisa qualitativa e quantitativa, com a realização de uma entrevista, através de questionário, aplicada com a equipe pedagógica da escola e com os pais. Essa entrevista teve como principal finalidade acrescentar informações que venham contribuir para o resultado do estudo. A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma https://www.sinonimos.com.br/demanda/ https://www.sinonimos.com.br/elucidar/ 27 organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria (GOLDENBERG, 1999, p. 34): Diante desse contexto, a pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros (FONSECA, 2002, p. 20). A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente. Para um melhor entendimento do assunto abordado, os dados, obtidos por meio da entrevista, foram analisados e estão apresentados em forma de gráficos, tratando-se de uma pesquisa exploratória, que tem como objetivo expor e aprimorar as convicções e ideias, propiciando a reflexão dos mais diversificados aspectos relativos ao tema estudado. Segundo Marconi e Lakatos (2003), as pesquisas exploratórias são compreendidas como investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos. Portanto, a pesquisa é o resultado de um inquérito ou exame minucioso, realizado com o objetivo de resolver um problema, recorrendo a procedimentos científicos. A pesquisa como sendo a inquisição, o procedimento sistemático e intensivo, que tem por objetivo descobrir e interpretar os fatos que estão inseridos em uma determinada realidade. 4.3 RELATO E ANÁLISE DA INTERVENÇÃO Após as experiências e contato com os pais e equipe pedagógica do Educandário Santa Teresinha debrucei em busca de subsídios teóricos que contemplassem a temática da pesquisa, https://www.sinonimos.com.br/expor/ https://www.sinonimos.com.br/conviccoes/https://www.sinonimos.com.br/reflexao/ 28 pois a intervenção realizada na escola não pode ser uma prática isolada, mas é a partir da relação de subsídios teóricos que são construídas práticas que atendam aos problemas a serem superados. Segundo Pimenta e Lima (2004), ao contrário do que se promulgava, a prática de intervenção da docência não é só uma atividade prática, mas também teórica, de conhecimento, fundamentação e diálogo, entendida como atividade de transformação da realidade. Diante disso buscou-se, por meio da intervenção, trabalhar a temática da pesquisa com os familiares e os demais componentes da escola. Considerando que a escola funciona como uma “máquina”, com pequenas peças e engrenagens diferenciadas, desenvolvendo funções diversificadas, é necessária para o bom funcionamento da mesma, no tocante ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos, um trabalho coletivo com às famílias. 4.3.1 Relato das Observações No campo de atuação, entende-se o processo de observação, em uma intuição escolar, no processo de estágio supervisado, como uma ferramenta pedagógica fundamental na formação inicial de profissionais, na medida em que amplia possibilidades de percepção da prática. Observar uma situação pedagógica é olhá-la, fitá-la, mirá-la, admirá-la, para ser iluminado por ela. Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por ela na cumplicidade pedagógica (FREIRE, 1992, p. 14). Por ser vista como ferramenta de prática pedagógica, é possível associar às observações inúmeras vantagens, dentre elas o fato de que os profissionais da área educacional e os estagiários, se beneficiam uns das experiências dos outros. Além disso, as observações podem criar uma espécie de sistema de suporte na medida em que ao abranger o todo, tanto aspectos positivos quanto negativos da sala de aula poderão ser vivenciados. Por efeito do Estágio Supervisionado IV, o primeiro dia de observação, ocorreu no dia 05 de junho de 2018, às 08 horas, no Educandário Santa Teresinha, numa visita feita pelo estagiário, Hingleyson de Medeiros Saraiva, aos Coordenadores da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, Psicóloga, Assistente Social, Professores e a Diretora da Escola. Nesta visita a equipe diretiva se colocou à disposição para auxiliar no plano de ação e em tudo desenvolvimento do estágio. Após apresentação à equipe pedagógica da instituição, foi dado 29 início a observação em alguns setores da escola, verificando, de que forma procede, o atendimento e acolhimento dos pais na instituição e interesse dos mesmos na vida escolar dos filhos. A partir das observações e futuras intervenções, será possível diagnosticar o nível de relação entre os família e escola no processo de desenvolvimento do ensino e aprendizagem do aluno. No segundo dia de observação, dia 06, de junho de 2018, às 17h 30min foi realizado uma reunião com pais, dos alunos das turmas do 2º ao 5º Ano, juntamente com a coordenação pedagógica e professores. No início da reunião pode-se constatar a satisfação dos pais em virtude do horário, pois os mesmo que trabalham durante o dia não podem participar deste tipo de encontro no horário normal de aula. Diante da satisfação a reunião teve público recorde. O objetivo das reuniões foi compartilhar interesses e estratégias tendo em vista os benefícios para o aluno. Nesse sentido foram abordados alguns assuntos como por exemplo: Conhecer a escola a fundo; Acompanhar o aprendizado do aluno em casa; Conhecer seu filho sob outros pontos de vista; Firmar parceria com a escola; Entender as crises da idade e Esclarecer dúvidas de interesse geral. A relação entre a escola e os pais deve ser de parceria. Do ponto de vista social, estar presente nas reuniões também traz benefícios aos pais e, consequentemente, ao aluno, pois a troca de vivências excepcional para um bom desenvolvimento no processo de ensino aprendizagem. Já no terceiro dia de observação, dia 07 de junho 2018, participei da reunião da equipe pedagógica e gestão da escola. A equipe debateu o planejamento da festa junina que acontecerá dia 16 de junho de 2018. A princípio a escola tem a preocupação de promover a integração da família com a escola; conhecer a história das festas juninas e os elementos que a compõem; desenvolver o interesse e o gosto pela tradição. Este ano a festa terá como tema: “Chuva de Bênção no Sertão de Caicó”. O Arraial acontecerá no clube ASSEC e o EST prepara uma equipe para recepcionar e acolher os pais na chegada ao evento. Foi pensado estratégias para acolher os pais da melhor maneira. Uma lista de atividades foi elaborada - organização da estrutura física para o São João do Educandário Santa Teresinha, montagem do cardápio e divulgação da festa. Professores e funcionários serão responsáveis na execução do evento. No quarto e penúltimo dia de observação, 08 de junho de 2018, ocorreu na Educação Infantil, onde pode-se perceber alguns aspectos referente ao acolhimento da família na instituição. Coordenação, Professores e Auxiliares estão sensibilizados e dispostos para as especificidades da recepção e acolhimento aos pais, entendendo que a presença dos mesmos é necessária para um bom desenvolvimento da escolarização de seus filhos. A equipe de funcionários compartilha do objetivo do trabalho do professor, dando o apoio de sua área, https://www.sinonimos.com.br/excepcional/ 30 conhecendo os desafios e as etapas desse momento. Segundo a coordenadora quando a família é bem recebida na escola, a relação construída com a instituição passa a constituir-se como algo positivo. “O sentimento de bem-estar acaba gerando atitudes de respeito e gentileza entre funcionários, famílias e crianças”, salientou a mesma. Ela ainda ressaltou que na primeira reunião do ano letivo são esclarecidos às famílias os objetivos da educação infantil, a missão da escola, a rotina da sala de aula. Abri espaço para a escuta às famílias, suas dúvidas, seus medos. “Estes momentos de fala das famílias é algo fundamental, para o compartilhamento de ideias e construção de estratégias de trabalho, construindo, assim, uma boa relação entre família e escola”, frisou a coordenadora. Assim, durante a observação nesse nível de ensino, foi possível perceber o quanto os professores e auxiliares dedicam-se a acolher as famílias e crianças, com turmas cheias de diversidades e possibilidades. Os docentes realmente se propõem a entender a lógica das crianças e a compreender estas estruturas familiares em suas singularidades. 4.3.2 Análises das entrevistas Para o desenvolvimento da intervenção, além da análise das observações, foi realizado uma entrevista através de dois questionários, um com a coordenação pedagógica, professores e funcionários da escola e outro com os pais. Essa entrevista tinha como principal finalidade acrescentar informações que viessem contribuir para o resultado da pesquisa. Os questionários foram aplicados com 20 pais e 20 integrantes da escola. A entrevista foi realizada, obedecendo a um roteiro de perguntas fechadas a cada entrevistado, que permitiu uma coleta de dados de forma ágil. Assim, por meio das entrevistas, buscou-se conhecer a visão das da equipe pedagógica do Educandário Santa Teresinha e o pensamento dos pais, a respeito da relação existente entre a escola e a família. Entrevista com os Integrantes da Escola Com o intuito de verificar o processo de relação escola e família, a primeira pergunta buscava saber dos entrevistados, na percepção deles, se os pais vão somente à escola quando são solicitados. 31 Fonte: Produzido pelo autor. Através das respostas, com a margem de 89% (Sim) constatou-se que, segundo a instituição, a maioria dos pais vão à escola quando são solicitados, já 11% responderam que os pais não comparecemà escola quando são chamados. A segunda pergunta vem ressaltar acerca da participação dos pais nas reuniões e eventos realizados pela escola. Com 74% de resposta, que os pais às vezes participam das reuniões e eventos realizados pela escola e 26% responderam que eles frequentam todos os eventos. Fonte: Produzido pelo autor. 89% 11% A maioria dos pais somente vão à escola quando são chamados? SIM NÃO 26% 0% 74% Os pais participam das reuniões e eventos realizados pela escola? SIM NÃO ÀS VEZES 32 A escola faz reunião com os pais, para orientá-los sobre às ações pedagógicas desenvolvidas a cada trimestre, informa-los a respeito do desempenho escolar do aluno, procurando, sempre, manter um bom diálogo para que os pais participem, cada vez mais, da escola. Através de reuniões e outros eventos escolares, a família e a escola buscam atingir os mesmos objetivos, preparar a criança para o mundo, devem estes comungar os mesmos ideais para que possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os profissionais da escola e também os próprios alunos e seus pais. As famílias com suas diversas configurações, necessidades, e perspectivas em relação a escola, que precisam ser envolvidas neste processo e se conectarem a este espaço, como afirmam as autoras: Assim, além das trocas de informações entre a escola e famílias a respeito dos processos de cuidar e educar as crianças, é fundamental que as famílias compartilhem e discutam suas expectativas, dificuldades e críticas em relação ao trabalho, que participem da construção da proposta pedagógica e dos demais processos de decisão da escola (FARIA; SALLES, 2012, p. 44). A terceira pergunta do questionário buscou conhecer a qualidade do atendimento e acolhimento entre a escola e família. Desta forma, 50% dos entrevistados, da equipe do EST, responderam que, o atendimento e acolhimento aos pais, são bons, 30% falaram que são muito bons e 20% afirmaram que são ótimos. Fonte: Produzido pelo autor. 0% 50% 30% 20% Acerca do acolhimento e atendimento entre a escola e famílias, pode ser classificado como: REGULAR BOM MUITO BOM ÓTIMO 33 O atendimento e acolhimento é um dos pilares para a construção de uma relação de parceria entre família e escola, além de constituir-se como elemento fundamental na rotina do trabalho pedagógico em diferentes espaços e tempos na escola. Segundo Faria e Salles (2012, p. 44) “desse modo, torna-se claro também que quanto mais forte a parceria entre a família e a instituição, mais positivo e significativo será o resultado na formação do sujeito”. Acolher as famílias em sua diversidade e acolher as crianças em suas singularidades são atitudes fundamentais para a efetivação do trabalho da escola. As crianças são sujeitos históricos, vivendo suas infâncias dentro de diferentes configurações familiares, na escola tudo isto se mistura e se relaciona. A quarta pergunta foi a respeito da influência da família, de forma positiva, no processo ensino e aprendizagem dos alunos. Os resultados apontaram que 74% da equipe do EST acreditam a família influenciam no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem do aluno e 26% responderam que às vezes isso acontece por parte das famílias. Fonte: Produzido pelo autor. Embora existam diferenças distintas entre as obrigações da família e da escola há também responsabilidades e objetivos comuns em ambas as instituições, que é criar condições favoráveis para o desenvolvimento da criança é um dos objetivos comuns das duas instituições. Tanto uma quanto a outra influenciam e ajuda a determinar o curso da vida das crianças, razão pela qual a relação entre a escola e a família é vista como complementar e não como forças distintas e separadas. 74% 0% 26% A família influencia de forma positiva no processo ensino e aprendizagem dos alunos? SIM NÃO ÀS VEZES 34 Família e escola numa relação com um único foco trará benefícios para a criança, tornando-as capazes de seguir um caminho de sucesso no futuro seja ele pessoal e profissional, trabalhando juntas e traçando caminhos eficazes que permitam gradativamente uma melhoria na aprendizagem escolar e de mundo da criança. A quinta pergunta foi referente a opinião da equipe escolar (professores, coordenação pedagógica e funcionários) se a ausência da família na escola causa déficit na aprendizagem dos filhos. De forma geral, 86% responderam que (Sim), que a ausência da família na vida escolar do aluno pode acarretar em alguma dificuldade de aprendizagem na criança. Já 14% responderam que isso pode ocorrer às vezes. Fonte: Produzido pelo autor. Na ausência da família na vida escolar do aluno, as crianças ficam expostas a toda sorte de influências principalmente oriundas dos meios de comunicação modernos e da internet. E, a família que deveria ser o berço da formação de regras, princípios e valores, acaba deixando essa responsabilidade da formação da criança a cargo das escolas, e em alguns casos, a cargo destes instrumentos de comunicação citados acima. A criança acaba por receber todo tipo de influências externas. A família, sendo à base de uma formação completa do indivíduo, tendo papel decisivo na formação de caráter, deve ter participação direta na educação das crianças. É fundamental que aconteça essa parceria entre escola e família, e que juntos possam alcançar o objetivo em comum, de formar cidadãos que saibam como viverem no mundo atual. 86% 0% 14% A ausência da família na escola causa um déficit na aprendizagem dos filhos? SIM NÃO ÀS VEZES 35 Já na sexta pergunta do questionário procurou conhecer se a escola estimula a participação das famílias no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. O resultado revela que 100% dos entrevistados afirmam que a escola promove orientações e estímulos com os pais no processo de acompanhamento do ensino e aprendizagem dos alunos. Fonte: Produzido pelo autor. É importante que a escola faça um trabalho de estímulo para com os familiares e toda comunidade, permitindo uma maior participação de todos. A participação das famílias no processo de aprendizagem, é de grande interesse da escola que esta interação ocorra, pode-se dizer que é papel da escola promover esta interação, garantindo uma troca de informação e de ideias, orientando as famílias e mostrando o quanto é importante sua participação na educação das crianças. Na penúltima pergunta foi abordado se a família conhece os projetos desenvolvidos pela escola. Os resultados revelam alternâncias de opiniões: 50% dos entrevistados responderam que às famílias têm conhecimento dos projetos desenvolvidos na escola, 40% revelaram que as mesmas às vezes procuram conhecer o que a escola está desenvolvendo de projetos e 10% responderam que os pais não têm conhecimento dos projetos da escola. 100% 0% A Escola estimula a participação dos pais no acompanhamento do processo de ensino aprendizagem dos alunos? SIM NÃO 36 Fonte: Produzido pelo autor. Hoje em dia, é impossível imaginar qualquer projeto de inovação e de mudança que não passe pelo investimento positivo dos poderes da família e das comunidades. É preciso pensar a escola como um todo inserido na sociedade, pensar na democratização do sucesso (dela e de todos os sujeitos) que passa pela participação de todos os agentes sociais, dentre eles os parceiros. Sabe-se que a escola não quer que a família realize os projetos pedagógicos desenvolvido na escola ou ensine conteúdos, pois isso é pertinente à escola fazê-lo, o que ela precisa é que os pais acompanhem seus filhos no sentido de organizá-los quanto aos horários de estudo, descanso e lazer, sendo o hábito de estudo diário, fundamental para que ele possa realizar suas tarefas com responsabilidade e autonomia. A oitava e última
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