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Medula Espinhal - meu resumo

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1 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 
Medula Espinhal 
• Limites: cranialmente ao nível do forame magno, 
conectando-se com o bulbo, e caudalmente a nível 
de L2, a medula termina afinando-se para formar o 
cone medular, que continua como um delgado 
filamento meníngeo, o filamento terminal. 
 A substância cinzenta é circundada pela branca. 
o Substância Branca: funículos anterior, lateral e 
posterior. 
o Substância Cinzenta: colunas anterior, lateral e 
posterior. 
 
 
o Intumescências medulares: áreas em que fazem 
conexão com as grossas raízes nervosas que 
formam o plexo braquial (inerva os MMSS) e plexo 
lombossacral (inerva os MMII) – a intumescência 
cervical estende-se dos segmentos C4 até T1, e a 
intumescência lombar (lombossacral) estende-se dos 
segmentos T11 até L1 da medula espinhal. 
 Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais 
correspondem 31 segmentos medulares: 
1. 8 cervicais 
2. 12 torácicos 
3. 5 lombares 
4. 5 sacrais 
5. 1 coccígeo 
 
Envoltório da Medula: 
 Dura-máter: meninge mais externa, é a mais espessa 
e envolve toda a medula (saco dural), cranialmente 
se continua com a dura-máter craniana, e 
caudalmente termina em um fundo de saco ao nível 
da vértebra S2. Prolongamentos laterais da dura-
máter embainham as raízes dos nervos espinhais 
(epineuro), envolvendo os nervos. 
 Aracnoide: se dispõe entre a dura-máter e a pia-
máter. Compreende um folheto justaposto à dura-
máter e um emaranhado de trabéculas aracnoideas, 
que unem este folheto a pia-máter. 
 Pia-máter: é a meninge mais interna e delicada, se 
adere intimamente ao tecido superficial da medula e 
penetra na fissura mediana anterior. Quando a 
medula termina no cone medular, a pia-máter 
continua caudalmente, formando o filamento 
terminal, que perfura o fundo do saco dural e 
continua até o hiato sacral. 
 Espaço epidural/extradural: situa-se entre a dura-
máter e o periósteo do canal vertebral. Contém 
tecido adiposo e o plexo venoso vertebral interno. 
 Espaço subdural: situa-se entre a dura-máter e a 
aracnoide, contém uma pequena quantidade de 
líquido. 
 Espaço subaracnóideo: contém uma quantidade 
considerável de líquido cerebroespinhal ou líquor. 
 
Substância cinzenta 
intermédia central 
 
2 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 
Aplicações Clínicas do Espaço Subaracnóideo: 
 Punção lombar, medida da pressão do líquor, 
contrate de radiografias, anestesias e via de 
medicações. 
 Anestesia de cirurgias das extremidades inferiores, 
do períneo, da cavidade pélvica e em algumas 
cirurgias abdominais. 
1. Anestesia Raquidiana: a nível de L2-L3, L3-L4 ou 
L4-L5, perfura respectivamente: a pele, tela 
subcutânea, ligamento interespinhal, ligamento 
amarelo, dura-máter e aracnoide. 
2. Anestesia Epidural: na região lombar, no espaço 
epidural, perfura até o ligamento amarelo. 
Anatomia Microscópica: 
Neurônios Medulares: 
 Os elementos mais importantes da substância 
cinzenta da medula são seus neurônios. 
 
1. Neurônios radiculares: possui axônio muito longo, que 
sai da medula e forma a raiz ventral. 
a) Os neurônios radiculares viscerais são pré-
ganglionares do SNA, cujos corpos localizam-se na 
subs cinzenta intermédia lateral, de T1 a L2, ou S2 
a S4, inervam músculo liso, cardíaco e glândulas. 
b) Os neurônios radiculares somáticos (neurônios 
motores inferiores) inervam músculo estriado 
esquelético, seu corpo se localiza na coluna 
anterior, podendo ser do tipo α (grandes, 
extrafusais) ou y (menores, infrafusais) 
2. Neurônios cordonais: seus axônios entram na 
substância branca da medula, formando os funículos. 
a) As fibras de projeção formam as vias ascendentes. 
b) As fibras de associação são ascendentes e 
descendentes, ambos terminando na subs cinzenta 
da própria medula, e integram os reflexos 
intersegmentares na medula. 
3. Neurônios de axônio curto (internunciais): não se 
projetam para fora da subs cinzenta. Fazem a 
conexão entre fibras aferentes e eferentes, sendo 
importantes no arco reflexo medular. 
Núcleos e Lâminas da Substância Cinzenta da Medula: 
 Os neurônios medulares se agrupam em núcleos 
1. Coluna anterior: 
a) Núcleos do grupo medial: neurônios motores que 
inervam a musculatura do esqueleto axial, presente 
em toda a medula. 
b) Núcleos do grupo lateral: neurônios motores que 
inervam a musculatura do esqueleto apendicular, 
presente apenas nas intumescências cervical e 
lombar 
2. Coluna lateral: neurônios simpáticos pré-ganglionares, 
presentes principalmente na medula torácica, T1-L2 
3. Coluna posterior: 
a) Núcleo torácico (dorsal): propriocepção 
inconsciente, contém neurônios cordonais de 
projeção, cujos axônios vão ao cerebelo. Evidente 
apenas na região torácica e lombar alta (L1-L2) 
b) Substância gelatinosa: funciona como “portão da 
dor”, regula a entrada de impulsos dolorosos no 
sistema nervoso. Recebe fibras sensitivas que 
entram pela raiz dorsal. 
 Lâminas de Rexed: numeradas de I a X, no sentido 
dorsoventral. 
 I a IV: área receptora 
 V e VI: propriocepção 
 IX: neurônios motores dos núcleos da coluna 
anterior 
 
Substância Branca da Medula: 
 
 
3 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 
 As fibras da substância branca da medula agrupam-
se em tratos e fascículos que formam vias, por onde 
passam os impulsos nervosos que sobrem e descem. 
Vias Descendentes: 
 Formadas por fibras que se originam no córtex 
cerebral ou em várias áreas do tronco encefálico e 
terminam fazendo sinapse com os neurônios 
medulares. 
1. Sistema lateral: inervam principalmente a musculatura 
apendicular, conduzem impulsos nervosos aos 
neurônio da coluna anterior da medula 
a) Trato corticoespinhal lateral: se origina no córtex 
motor (giro pré-central), cruza na decussação das 
pirâmides (bulbo) – tem função de motricidade 
voluntária. 
b) Trato rubroespinhal: se origina no núcleo rubro 
(mesencéfalo), cruza no mesencéfalo – tem função 
de motricidade voluntária da parte distal dos 
membros (músculos intrínsecos e extrínsecos da 
mão e do pé), movimentos finos. 
2. Sistema medial (anteromedial): inervam 
principalmente a musculatura axial 
a) Trato corticoespinhal anterior: se origina no córtex 
motor (giro pré-central), cruza na medula (comissura 
branca) – tem função de motricidade voluntária, axial 
e apendicular proximal. 
b) Tetoespinhal: se origina no teto do mesencéfalo 
(colículo superior) – tem função de orientação 
sensorial motora da cabeça (estímulos visuais) 
c) Vestibuloespinhal lateral: se origina no núcleo 
vesticular lateral (IV ventrículo) – tem função de 
postura e equilíbrio 
d) Vestibuloespinhal medial: se origina no núcleo 
vestibular medial (IV ventrículo) – tem função de 
postura da cabeça e tronco. 
e) Reticuloespinhal pontinho: se origina na formação 
reticular pontinha – tem função de postura 
(contração MMII) e motricidade voluntária axial e 
apendicular proximal. 
f) Reticuloespinhal bulbar: se origina na formação 
reticular bulbar – tem função de postura 
(relaxamento MMII) e motricidade voluntária axial e 
apendicular proximal. 
Vias Ascendentes: 
 As fibras que formam as vias ascendentes da medula 
relacionam-se com as fibras que penetram pela raiz 
dorsal do nervo espinhal. 
 Levam impulsos nervosos da medula para o cérebro 
 Podem fazer conexões com neurônios motores 
(reflexos miotáticos), internunciais (reflexos de 
retirada), neurônios cordonais de associação ou 
projeção e neurônios pré-ganglionares (reflexos 
viscerais) 
1. Funículo Posterior: 
a) Fascículo grácil: se origina no gânglio espinhal, cruza 
no bulbo (fibras arqueadas internas), e termina no 
núcleo grácil (bulbo) – tem função de sensibilidade 
profunda, do tronco inferior e MMII 
b) Fascículo cuneiforme: se origina no gânglio espinhal, 
cruza no bulbo (fibras arqueadas internas), e termina 
no núcleo cuneiforme (bulbo) – tem função de 
sensibilidade profunda,do tronco superior e MMSS 
2. Funículo Anterior: 
a) Trato espinotalâmico anterior: se origina na coluna 
posterior, cruza na medula, e termina no tálamo – 
tem função de trato protopático (grosseiro) e 
pressão 
3. Funículo lateral: 
a) Trato espinotalâmico lateral: se origina na coluna 
posterior, cruza na medula, e termina no tálamo – 
tem função de temperatura e dor (aguda) 
b) Trato espinorreticular: se origina na coluna posterior, 
cruza na medula, e termina na formação reticular – 
tem função de dor crônica 
c) Trato espinocerebelar anterior: se origina na coluna 
posterior, cruza na medula, e termina no cerebelo – 
tem função de propriocepção inconsciente e 
detecção de atividade do trato corticoespinhal 
d) Trato espinocerebelar posterior: se origina na coluna 
posterior, e termina no cerebelo – tem função de 
propriocepção inconsciente 
Correlações Clínicas 
 Síndrome do Neurônio Motor Inferior: ocorre 
quando há destruição dos neurônios motores 
inferiores (2º neurônio motor). 
 Paralisia flácida: hiporreflexia + hipotonia, além de 
atrofia muscular, fasciculação e fibrilação. 
 Sinal de Babinski negativo. 
 Ex: lesão medular de corno anterior, lesão de raiz 
anterior (hérnia de disco, lesão de nervo ou junção 
neuromuscular) 
 Síndrome do Neurônio Motor Superior: ocorre 
quando há destruição dos neurônios motores 
superiores (1º neurônio motor) no SNC ou no trato 
corticoespinhal. 
 Paralisia espástica: hiperreflexia + hipertonia 
 Sinal de Babinski positivo 
 
4 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 
 Ex: AVC, lesão medular do trato motor, TCE, 
tumor 
 Hemissecção medular – Síndrome de Brown-
Séquard: quase sempre é traumática, pode ser 
causada por fratura com luxação da coluna vertebral, 
projétil de arma de fogo, facada ou tumor expansivo. 
 Há interrupção dos principais tratos que percorrem 
metade da medula. 
 Ipsilateral (tratos corticoespinhal, grácil e 
cuneiforme): síndrome do neurônio motor inferior 
no nível da lesão, paralisia espásticas abaixo do nível 
da lesão, perda da discriminação tátil, sensações 
vibratórias e propriocepção – Sinal de Babinski + 
 Contralateral (trato espinotalâmico): perda das 
sensibilidades térmica e dolorosa, perda do trato 
protopático e da sensação de pressão. 
 
 Síndrome da medula anterior – Síndrome de Kahn: 
pode ser causada por fratura ou luxação vertebral, 
hérnia de disco intervertebral, ou lesão da artéria 
espinal anterior ou de seus ramos, causando isquemia 
da ME. 
 Síndrome do neurônio motor inferior 
bilateralmente, paralisia espásticas bilateral, perda 
bilateral das sensações de dor, temperatura, tato 
leve e pressão. 
 As sensações proprioceptivas são preservadas. 
 Siringomielia: formação de uma cavidade no canal 
central da medula, levando à destruição da 
substância cinzenta intermédia central e da 
comissura branca. Geralmente no TE e na região 
cervical da ME. 
 Interrupção de fibras do Trato Espinotalâmico 
lateral: perda da sensação térmica e dolorosa 
bilateralmente. 
 Pode haver fraqueza do neurônio motor inferior 
nos músculos distais dos MMSS bilateral ou não. 
 Atrofia dos MMSS – cornos anteriores da medula 
 Paralisia espásticas bilateral das pernas – tratos 
descendentes na substância branca 
 Síndrome de Horner 
 
 Poliomielite: infecção viral aguda dos neurônios das 
colunas cinzentas anteriores da ME, e dos núcleos 
motores dos nervos cranianos. 
 Paralisia e atrofia dos músculos, principalmente dos 
MMII – síndrome do neurônio motor inferior 
 Pode afetar a respiração por paralisia dos músculos 
intercostais e diafragma 
 Pode haver paralisia da face, laringe, faringe e língua. 
 Tabes Dorsalis: consequência da neurosífilis, a 
Treponema pallidum induz a destruição seletiva das 
fibras no ponto de entrada da raiz posterior da 
medula. – fascículos grácil e cuneiforme 
 Perda das sensibilidades proprioceptivas 
conscientes, do tato epicrítico e da sensibilidade 
vibratória e da estereognosia 
 Hipotonia, ataxia, perda das sensibilidades térmicas 
e dolorosa 
 Sinal de Romberg presente 
 Sinal de Lhermitte pode estar presente em caso 
de lesão cervical 
 Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA: acometimento 
dos tratos corticoespinhais e dos neurônios motores 
da coluna cinzenta anterior da ME, doença crônica 
progressiva. 
 Ocorre no final da meia idade, sendo fatal em 2 a 
6 anos 
 Perda progressiva de toda a motricidade voluntária 
 Síndrome do neurônio motor inferior, atrofia 
muscular progressiva, paresia, fasciculação + 
síndrome do neurônio motor superior, paresia, 
espasticidade – Sinal de Babinski + 
 Transecção da medula: causada por traumatismo 
que resulta na secção completa da medula 
 Absoluta perda da sensibilidade, dos movimentos e 
do tônus nos músculos inervados pelos segmentos 
medulares situados abaixo da lesão 
 Retenção de urina, fezes e perda da função erétil

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