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NEUROANATOMIA ANAT OMIA DO S IST EM A N ERV OSO , VIAS NEURONA IS E PL E XOS N ERVO SOS THAÍS AMBRÓS IO MEDICINA F AS M Referência: MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. Apostila de resumos em uma linguagem simplificada Thaís H. Ambrósio T XIV 1 Sumário Neuroanatomia ..................................................................................................................................................................... 2 Córtex cerebral .............................................................................................................................................................. 2 Embriologia do SN ......................................................................................................................................................... 6 Sistema límbico ............................................................................................................................................................. 6 Diencéfalo ..................................................................................................................................................................... 7 Núcleos da base ............................................................................................................................................................ 8 Cerebelo ........................................................................................................................................................................ 8 Bulbo e tronco encefálico ........................................................................................................................................... 10 Medula espinal ............................................................................................................................................................ 12 Núcleos dos nervos cranianos..................................................................................................................................... 14 Vascularização do SNC ................................................................................................................................................ 16 Meninges ..................................................................................................................................................................... 17 Vias aferentes gerais ............................................................................................................................................................ 18 Vias aferentes especiais ........................................................................................................................................................ 23 Vias eferentes viscerais ........................................................................................................................................................ 25 Vias eferentes somáticas ...................................................................................................................................................... 27 Plexos nervosos ................................................................................................................................................................... 29 Plexo cervical............................................................................................................................................................... 29 Plexo lombossacral e coccígeo .................................................................................................................................... 32 Thaís H. Ambrósio T XIV 2 Neuroanatomia Córtex cerebral Assimetria/lateralidade cortical (pessoa destra) . Especialização hemisférica (“dominância”) - Hemisfério esquerdo: linguagem e raciocínio matemático; pensamento lógico. - Hemisfério direito: habilidades artísticas (música ou pintura); criatividade. Hemisfério Esquerdo (funções específicas) Hemisfério Direito (funções globais) Análise de campo visual D Análise de campo visual E Fala, escrita Prosódia Identificação de pessoas Reconhecimento de categorias de pessoas Identificação de objetos e seres vivos Reconhecimento de categorias de objetos Compreensão da linguagem Compreensão musical Leitura Compreensão prosódica Relações espaciais qualitativas Relações espaciais quantitativas Classificação filogenética Arquicórtex - Hipocampo: primeira estrutura cerebral a surgir; dentro do ventrículo lateral . Centro de memória primária (recente) . Centro inibidor da raiva; caracteriza personalidades emocionais Paleocórtex - Unco e giro para-hipocampal . Centro da olfação . Centro relacionado a padrões de comportamento Neocórtex - Restante do córtex cerebral Citoarquitetura Camadas do isocórtex Obs.: quando não possui 06 camadas é chamado de halocórtex I. Lâmina molecular II. Lâmina granular externa III. Lâmina piramidal externa IV. Lâmina granular interna V. Lâmina piramidal interna VI. Lâmina multiforme (células fusiformes) I e VI: neurônios de associação (associação sensório motora) II e IV: neurônio sensitivo - II: células sensitivas secundárias (associação sensorial) - IV: células sensitivas primárias III e V: células motoras - III: associação motora - V: associação motora primária Obs.: uma célula primária é a mais simples (a que sente ou executa), a secundária associa. A célula piramidal é motora primária, a granular é sensitiva primária. Como estão presentes em duas camadas, então o cérebro possui áreas primárias (chega/executa informação) e secundárias (associação/interpretação). Não há regeneração das áreas primárias, mas as áreas secundárias e terciárias podem ser recuperadas com fisioterapia, por exemplo. Divisão estrutural Isocórtex . Homotípico: não há predomínio de camadas (área de associação) . Heterotípico: predomínio da camada granular ou agranular/piramidal . Neocórtex Alocórtex (03 camadas celulares) . Hipocampo Mesocórtex (intermediário) . Unco e giro para-hipocampal (paleocórtex) Divisão funcional Classificação . Áreas de projeção (áreas primárias): recebem ou originam fibras relacionadas diretamente com a Thaís H. Ambrósio T XIV 3 sensibilidade e com a motricidade. Sensitivas; motoras. . Áreas de associação: não se relacionam diretamente com a sensibilidade ou com a motricidade. Podem ser: - Áreas secundárias (unimodais): indiretamente relacionadas com uma determinada motilidade sensorial ou com a motricidade. Conectam-se com as áreas primárias de mesma função. Sensitivas; motoras. - Áreas terciárias (supramodais): não se ocupam do processamento motor ou sensitivo. Atividades psíquicas superiores (memória, pensamentos abstratos...). Conexões com áreas unimodais ou com outras áreas supramodais Áreas de projeção . Sensitivas primárias: 1. Somestésica; 2. Visual; 3. Auditiva; 4. Vestibular; 5. Olfatória; 6. Gustativa . Motora primária Áreas de associação . Secundária - Sensitiva secundária: 1. Somestésica secundária; 2. Visual secundária; 3. Auditiva secundária - Motora secundária: 1. Motora suplementar; 2. Pré-motora; 3. De Broca . Terciária: 1. Pré frontal; 2. Temporoparietal; 3. Límbicas Principais funções do córtex . Projeção sensorial e cognição . Planejamento e iniciação de movimentos voluntários . Processos mentais complexos (pensamento, raciocínio...) . Compreensão e expressão da linguagem . Memória e aprendizado . Experiências emocionais e motivacionais. O que caracteriza os seres humanos? O processamento de linguagem, que se deve à frontalização do cérebro. Córtex associativo. Áreas de Brodmann . Korbinian Brodmann (1868-1918): neurocirurgião alemão . 52 áreas, representando a citoarquitetura funcional do córtex Telencéfalo: Compreende as áreas funcionais corporais somestésicas. Hoje as funções são caracterizadas por tomografias, através de glicose e oxigênio. Homúnculos . Wilder Penfield (1891-1976): neurocirurgião canadense - Identificou as representações corticais do corpo - As regiões maiores (mãos, face) representam a maior quantidade de neurônios e sensibilidade. Área somestésica 1º (3, 1 e 2) - Tato epicrítico (descrição, reconhecimento) X Tato protopático/grosseiro (textura), pressão, temperatura, dor, propriocepção consciente (estériognosia) Obs.: artrestesia: propriocepção das articulações; cinestesia; sensibilidade vibratória . Giro pós-central - Fundo do sulco central e giro pós-central - Recebem radiações talâmicas Thaís H. Ambrósio T XIV 4 - Metade oposta do corpo: cada giro recebe informações da metade oposta do telencéfalo - A região inferior (motora do corpo) está localizada na região cerebral medial Lesão: perda sensorial contralateral Área vestibular 1º . Área 3A do giro pós-central: percepção da posição da cabeça (propiocepção) – orientação espacial do corpo; sensibilidade do equilíbrio . Área 2V e parte posterior da ínsula: percepção da orientação corporal e do ambiente. . Giro pós-central (3ª) . Lóbulo para-central (2v) . Lobo insular/da ínsula Lesão/hiperestimulação: causa tontura Área gustatória 1º . Opérculo frontal e ínsula (posterior); giro pós-central (chegam informações gustatórias de uma parte da língua) . Epilepsia gustatória Lesões: diminuem a gustação na metade oposta da língua Área auditiva 1º (41 e 42) . Giro temporal transverso anterior (giro de Heschl) . Recebe fibras da radiação acústica, projeção das duas cócleas . Lesões bilaterais: surdez . Lesões unilaterais: pequenos déficits bilaterais . Epilepsias auditivas Corpo geniculado medial Área auditiva Córtex auditivo Toda a via auditiva tem uma representação tonotópica (bilateral) da membrana basilar, até a área de projeção no córtex auditivo primário (lobo temporal). O córtex auditivo possui um mapa de representação colunar das frequências sonoras. . Córtex auditivo primário (A1): a área de projeção primária da audição é ativada por todos os sons. . Córtex auditivo secundário (A2): ativado apenas por sons da linguagem falada, os fonemas. . Áreas de Wernickie: áreas de associação sensorial: compreensão das palavras, não só ouvidas, mas lidas. Área visual 1º (17) . Lábio do sulco calcarino (cúneo e giro occiptotemporal medial) . Recebe fibras da radiação óptica (trato geniculocalcarino) - Lábio superior: metade superior da retina - Lábio inferior: metade inferior da retina . Parte posterior do sulco: parte posterior da retina . Parte anterior do sulco: parte anterior da retina (vias homolaterais e controlaterais) - Retinotopia: localização representada . Cegueira parcial ou total . Epilepsia visual Área olfatória 1º Até aqui, todas as áreas foram de isocórtex heterotípico granular, mas a área olfativa é alocórtex, pois não possui as seis camadas de células. É a área mais comum de ocorrência epiléptica. . Parte anterior do unco e giro para-hipocampal (córtex piriforme) Obs.: epilepsia local causa crises uncinadas (cheiros que não existem); Anosmia: lesões completas. . Os receptores estão na via olfatória (septo e concha nasal superior) Área motora 1º (4) Isocórtex heterotípico agranular/piramidal . Giro pré-central . Controla músculos contralaterais Lesões: paralisia (plegia) contralateral; epilepsias focais Áreas de associação secundárias Gnosia: capacidade de percepção e interpretação das informações sensoriais que chegam nas áreas sensoriais associativas. Agnosia: incapacidade de interpretar sensações unimodais específicas Praxia: capacidade de executar movimentos planejados (intencionais) ou voluntários Apraxia: distúbio do controle motor voluntário. Não há paralisia muscular, ocorre erros de execução das tarefas desejadas ou total incapacidade para realizá- las. Radiação acústica Thaís H. Ambrósio T XIV 5 Áreas sensitiva secundárias Identificação de objetos . Sensação: área primária . Interpretação (gnosia): área secundária Agnosias: visuais, auditivas e táteis . Cegueira verbal . Surdez verbal . Linguagem escrita ou falada (afasias) Área somestésia secundária: lóbulo parietal superior (Brodmann 5 e parte da 7) Área visual secundária: anterior à área primaria e lobo temporal – giro occipto temporal medial e lateral (Brodmann 18, 19, 20, 21, e 37) Obs.: área occiptal exclusivo da visão Área auditiva secundária: circunda a área primária (Brodmann 22) Função: áreas gnósicas visual, auditiva e somestésica. Nota clínica: cegueira e surdez verbal Via ventral: reconhece o que são os objetos Acromatopsia (visão sem cor): lesão restrita na região medial do lobo occipital; perda da percepção de cores sem perder qualquer acuidade (“Um antropólogo em marte”). Incapacidade de imaginar e lembrar de cores. Áreas motoras secundárias Motoras: . Área motora suplementar (6): face medial do giro frontal superior - Planejamento de sequência complexa de movimentos - Repetição mental - Conexões: corpo estriado; área motora primária . Área pré-motora (6): face lateral do giro frontal superior/face superolateral do lobo frontal adiante da área motora primária - Músculos do tronco e proximais de membros - Projeções para a formação reticular (paresias) - Trato corticorreticulospinal - Projeta-se ao córtex primário e recebe aferencias do cerebelo - Ajustes posturais antecipatórios . Áreas da linguagem: destros 96% no hemisfério E e sinistros 70% no D; descrição de objetos e corpo caloso . Áreas corticais . Áreas subcorticais: pulvinar do tálamo (conexões temporoparietais) . Funcionalmente: motora da linguagem (área de Broca 44 e 45; percepção da linguagem (área de Wernicke 55) . Área de Broca (44 e 45): parte triangular e opercular do giro frontal superior. Motricidade da linguagem falada e escrita. Função: áreas de planejamento e execução de atos motores Nota clínica: lesão da área de Broca causa afasia . Campo ocular frontal (8): movimento horizontal . Campo ocular occipital (19): movimento vertical Afasia de Broca (lesões no lado dominante para linguagem) Não fala fluentemente (telegráfico) Dificuldade de transformar ideias/pensamentos em uma sequência de sons com significados Dificuldade para escrever (agrafia) O afásico sente-se muito frustrado ao perceber que não está sendo compreendido Em lesões do lado não dominante para a linguagem é perdida a prosódia (melodia da fala expressão emocional da expressãoverbal) Afasia de Wernicke (lado dominante para a linguagem) . Localização: giro temporal superior, giro supramarginal e giro angular Não compreende a linguagem falada Não consegue ler (alexia) Escrita incompreensível (agrafia) Fala fluente, mas ininteligível. Áreas terciárias Alexander Romanovich Luria (1902-1977): neuropsicólogo soviético . Supramodais . Recepção e integração . Comportamento Áreas funcionais terciárias . Área pré-frontal: área não motora do lobo frontal . Área temporoparietal: lóbulo parietal inferior (39, 40) . Área límbica: giro do cíngulo, para-hipocampal e hipocampo Função: recebem e integram as informações sensoriais já elaboradas pelas áreas secundárias; elaboração de estratégias comportamentais. As áreas associativas multimodais nos dão a experiência completa. As funções corticais superiores expressam a nossa humanidade: contar uma história, Thaís H. Ambrósio T XIV 6 educar ou ser educado, comunicar-se através da linguagem. Córtex associativo parietal Área temporoparietal . Lóbulo parietal inferior . Giros supramarginal (40) e angular (39) . Margens do sulco temporal superior . Parte do lóbulo parietal superior Recebe informações auditivas, visuais e somestésicas das áreas secundárias Centro de integração Percepção espacial (pegar um objeto) Imagem das partes componentes do corpo Síndrome da negligencia ou da inatenção. Embriologia do SN O SN se desenvolve da Placa neural (ectoderma embrionário na 3º semana) Notocorda e mesoderma induzem o ectoderma Placa neural: pregas e crista neural Tubo neural: SNC Crista neural: SNP, meninges, componentes esqueléticos e musculares da cabeça. Formação do tubo neural na região do 4º ao 5º par de somitos Fusão da prega nas direções caudal e cranial com áreas abertas nas extremidades . Neuróporos rostral e caudal, associados às regiões cranial e sacral. Meningocele, meningomielocele e espinha bífida são exemplos de problemas decorrentes do não fechamento do tubo ou crista neural próximo ao neuróporo caudal. O não fechamento ao nível do neuróporo cranial pode causar encefalocele occipital, encefalocele facial e anencefalia. Dependendo da área afetada, pode haver problemas de visão e leitura, por exemplo. As células da glia são derivadas do ectoderma. Os tumores neurais são derivados dessas células (neuriomas) Sulco limitante: separa o sensitivo do motor. Dividiu o tubo neural em uma placa anterior (motora), a basal, e uma posterior (sensitiva). No cérebro, esse sulco é o central (divide em pré e pós-central). O tubo neural começa a sofrer modificações em sua parte cranial, formando vesículas. Simultaneamente, a crista neural forma os 43 pares de nervos (12 cranianos e 31 espinais). Na 4º semana, há o prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo Na 5º semana, o prosencéfalo se divide em duas vesículas, o telencéfalo e o diencéfalo. O mesencéfalo é uma vesícula que se manteve. Já o rombencéfalo se subdividiu em metencéfalo e mielencéfalo Obs.: estruturas da visão e da hipófise, por exemplo, saem do sistema nervoso e vão para a periferia. O mielencéfalo, em sua porção caudal, forma a porção fechado do bulbo. No primeiro ano de vida a ínsula ainda aparece, porque o processamento de linguagem ainda está em desenvolvimento, deve-se formais mais células da glia, então a ínsula se fecha. Sistema límbico Componentes: Giro do cíngulo: mesocórtex; feixe de fibras: fascículo do cíngulo Giro para-hipocampal: paleocórtex (alocórtex) Hipocampo: arquicórtex (alocórtex): projeta-se para o corpo mamilar através do fórnix Componentes subcorticais: Corpo amigdaloide: fibras eferentes agrupadas (estrica terminal) segue a curvatura do núcleo caudado e termina no hipotálamo. Área septal: localizado anteriormente à comissura anterior; núcleos septais; fibras através do feixe prosencefálico medial; conexão com o hipotálamo e formação reticular. Núcleos mamilares: pertencem ao hipotálamo, ecebem fibras do hipocampo que chegam pelo fórnix, enviam fibras para os núcleos anteriores do tálamo (fascículo mamilo-talâmico) e formação reticular (fascículo mamilo-tegumentar). Núcleos anteriores do tálamo (tubérculo anterior do tálamo): recebem fibras dos núcleos mamilares e projetam-se para o giro do cíngulo. Núcleos habenulares (epitálamo): recebem fibras aferentes pela estria medular e projetam-se para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo. Thaís H. Ambrósio T XIV 7 Circuito de papez Conexões intrínsecas Hipocampo – fórnix – corpo mamilar – fascículo mamilo-talamico – núcleos anteriores do tálamo – cápsula interna – giro do cíngulo – giro para- hipocampal – hipocampo Corpo amigdaloide área septal Diencéfalo Hipotálamo – Tálamo - Epitálamo – Metatálamo – Subtálamo . Substância cinzenta; agrupado de neurônios. . Grande massa constituída 70% de tálamo Formação do terceiro ventrículo: paredes do tálamo, hipotálamo e epitálamo. Seu teto é formado pelo fórnice e o assoalho pelo mesencéfalo. . Formado pela glândula pineal e as habênulas (duas regiões laterais que formam melatonina). Vista posterior do tronco: tálamo, epitálamo e metatálamo (corpo geniculado medial – via auditiva - e lateral – continuação do trato óptico). Hipotálamo: constituído pelo quiasma óptico, corpos mamilares, região do infundíbulo e túber cinéreo. Epitálamo: restrito à glândula pineal. Subtálamo: próximo aos núcleos da base. O núcleo subtalâmico é responsável pela regulação de movimentos automáticos. Há uma ligação do mesencéfalo, epitálamo e núcleos da base (corpo amigdaloide). Hipotálamo Conjunto de núcleos de alta especialização, cada subnúcleo desempenha uma função. Dividido em 03 regiões: Hipotálamo lateral (Zona pré-óptica e supra-óptica) Hipotálamo antero-lateral (tuberal) Região do túber cinéreo Hipotálamo posterior (mamilar) Núcleos dorso mediais Obs.: A região límbica do hipotálamo forma os corpos mamilares (núcleos do sistema límbico) Regulação simpática e parassimpática Centro regulador das áreas corticais (que geram emoções) . Regulação do sistema límbico, das vias aferentes (sensorial) e eferentes (motor) . Centro inibidor da raiva . Controle neuro hormonal, pré-ganglionar autônomo e atividade límbica. Ex.: relação hormonal que altera o humor, libera gastrina, endorfinas, TPM, aumento da pressão intra- ocular... . A regulação dos hormônios da neuro e adeno hipófise é feita pelo sistema porta-hipofisário. Ex.: manda informação para a glândula liberar hormônio, não o produz. Fatores liberadores hormonais. Nucleo paraventricular: eixo hipotálamo hipofisário, começa nos núcleos paraventriculares e estimula a adeno hipófise. Obs.: é na adeno hipófise que pode haver adenocarcinomas, visto que a neuro hipófise não produz hormônios, apenas o armazena (como a vasopressina – antidiurético - e a ocitocina – atua na parede do útero, ejaculação, próstata, glândula mamária → note a relação do hormônio com a incidência de câncer). . Centro da sede: osmorreceptores medem a osmolalidade de sódio no sangue . Termorregulação: a meningite pode levar a um quadro de hipertemia por desregulação hipotalâmica. Vale ressaltar que recém-nascido demora alguns meses para desenvolver esse mecanismo. - No frio, há aumento do TSH, o que aumenta o metabolismo e a fome. . Regulação da fome e da saciedade - Núcleos ventro mediais do hipotálamo: região lateral(saciedade), a lesão causa hiperfagia ou a perda do apetite. - Hormônio: leptina - Alterações desses núcleos hipotalâmicos podem ocasionar fatores psicológicos, desencadeando distúrbios alimentares (conflito do eu com o hipotálamo), como a anorexia, bulimia e obesidade. Obs.: anfetamina para emagrecimento pode causar várias alterações. . Centro inibidor da raiva (mais instintivo), assim como o hipocampo (mais consciente) Em geral, o hipotálamo é somatizador de todas as doenças psíquicas. Ex.: síndrome do pânico. Obs.: drogas a base de anfetaminas causam lesões hipotalâmicas. . Regulação da pressão arterial: justifica a hipertensão por estresse (tratamento com ansiolíticos). Tálamo Transmissor de informações sensitivas, motoras e emocionais (límbicas) do/para o meio externo. Apenas a olfação não passa pelo tálamo. Thaís H. Ambrósio T XIV 8 Obs.: um AVC na região talâmica → Síndrome talâmica: alterações motoras, sensitivas e emocionais (paralisia, perda sensorial e descontrole comportamental). Metatálamo Corpo geniculado lateral: visão; as informações vão para o folículo superior e para os lábios do sulco calcarino até o córtex visual. Corpo geniculado medial: faz parte da via auditiva. Epitálamo . Glândula pineal: produção de melatonina: regula circos circadianos (associado ao claro e escuro; envelhecimento celular). - Determina o tempo/intervalo de ação dos hormônios - Os fotorreceptores da retina também produzem melatonina Obs.: pinealoma ou pinealoblastoma: tumor que causa envelhecimento e puberdade precoce, alterações oculares e hormonais. - Hormônio utilizado para dormir; ideia de diminuição do envelhecimento celular. Núcleos da base Núcleo caudado, putame, globo pálido, claustro e corpo amigdaloide visíveis macroscopicamente. Accumbens e núcleo basilar são microscópicos. Putame + globo pálido = núcleo lentiforme; + núcleo caudado = corpo estriado Corpo estriado: neoestriado (caudado + putame); paleoestriado (globo pálido) Funcionalmente, o subtálamo é um núcleo da base com substancia negra (dopamina). A cápsula interna separa o tálamo e o núcleo caudado do núcleo lentiforme. A interrupção de substancia negra e núcleos subtalâmicos podem causar doenças como o Parkinson e Hemibalismo, respectivamente. Há, também, síndromes piramidais. Corpo estriado: planejamento de movimentos Claustro: não se sabe a função. Corpo amigdaloide: grande integrante do sistema límbico, associado ao comportamento sexual e agressividade. Núcleo basal de Meynert: microscópico; grupo de neurônios colinérgicos responsáveis pela doença de Alzheimer. Cerebelo Funções básicas 1. Modular e regular a função motora: coordenação motora; equilíbrio; postura; tônus muscular e planejamento do movimento seguinte. 2. Aprendizagem e memória motora 3. Lesão: dificuldade na atividade motora (NÃO uma paralisia). Problemas de coordenação → ataxia; problemas de manutenção da postura e do equilíbrio e problemas de força/tônus muscular. Obs.: involuntário e automático é diferente de inconsciente Modulação motora pelo cerebelo O cerebelo participa do movimento, mas apenas depois do movimento ter iniciado. Além disso, não reflete ações contra lateralmente, como o cérebro. Desse modo, uma lesão do lado direito afetará o mesmo lado do indivíduo. No córtex motor há a intenção de movimento, que passa pelos núcleos da ponte para chegar ao cerebelo. Informações dos movimentos que são realizados chegam ao cerebelo. Se houver discrepância entre a intenção de movimento e o que está sendo realizado, ele consegue corrigir. Por isso, nós conseguimos fazer movimentos coordenados. Assim, um bebe aprende a Thaís H. Ambrósio T XIV 9 andar, por tentativa e erro. Uma vez que houve o feedback, o córtex e os músculos são informados. As informações são devolvidas através do tálamo e enviadas pelos núcleos pontinos. Localização Na fossa posterior do crânio, que é formada por parte do osso occipital e parte do osso temporal. Quando as meninges estão colocadas, há duas pregas de dura- máter, que formam uma estrutura chamada tenda ou tentório, que separa o cerebelo do telencéfalo (lobo occipital). A foice do cerebelo divide os hemisférios cerebelares, também é uma prega. Relações topográficas O cerebelo (posterior) se liga ao tronco encefálico através do pedúnculo cerebelar (faz a conexão com o sistema nervoso). Há 03 pedúnculos: superior, médio e inferior. No meio há um espaço, o quarto ventrículo. O pedúnculo cerebelar médio é o maior dos três e faz conexão direto com a ponte. O superior vai em direção ao núcleo rubro do mesencéfalo. O inferior vai em direção a parte inferior da oliva dói bulbo. Divisão do cerebelo Divisão anatômica . Verme: estrutura central do cerebelo que une os dois hemisféricos (D e E) . Há sulcos ou fissuras, entre eles há folhas. Divisão ontogenética Baseada no desenvolvimento do ser humano: lobos, lóbulos e fissuras. Corte sagital mediano do verme Obs.: lóbulo é uma subdivisão do lobo. Lobo anterior: coordenação motora grossa, principalmente na parte proximal dos membros. Lobo posterior: coordenação motora fina Flóculo nodular: equilíbrio e postura A fissura horizontal separa o anterior do posterior Divisão filogenética Desenvolvimento do cerebelo desde os seres mais simples até os mais complexos. . Arquicerebelo ou cerebelo vestibular: ciclóstomos → animais com necessidade de se manter em equilíbrio no meio líquido – movimentos circulatórios simples. - Vestibulocerebelo (lobo flocunodular): informação do sistema vestibular para o cerebelo sobre o posicionamento do corpo com relação a gravidade; equilíbrio e postura; deslocamento linear e angular (movimento ocular) . Paleocerebelo ou cerebelo espinal: peixes com lobo posterior para movimentos grosseiros. - Espinocerebelo (lobo anterior): coordenação motora grosseira. . Neocerebelo ou cerebelo cortical: mamíferos - Cerebrocerebelo: equilíbrio postural e movimentos oculares. Divisão funcional e configuração interna Núcleos do cerebelo . Núcleo denteado: relacionados com os hemisférios laterais . Núcleo interpósito: emboliforme + globosos: relacionados com o paraverme . Núcleo fastígeo: relacionados com o verme Thaís H. Ambrósio T XIV 10 Os núcleos são intermediários entre uma aferencia e uma eferencia. Lesões cerebelares . Ataxia troncular: base alargada. Falta de coordenação motora - Vestibulo-cerebelo (arqui) afetado na zona medial, floculo nódulo . Ataxia: marcha instável, cambaleante e oscilante, erros de execução motora, incapacidade de controlar a força. - Espino-cerebelo (paleo), zona intermédia, correção do movimento em execução. . Ataxia: diminuição do tônus muscular, distúrbios de planejamento motor (tremor de intenção e dismetria) - Cérebro-cerebelo (neo), zona lateral, coordenação de movimento planejado. Lesões do verme: perda de equilíbrio com aumento da base de apoio e alterações de marcha. Lesões do hemisfério cerebelar: perda de coordenação motora do mesmo lado lesado. Bulbo e tronco encefálico - Tronco encefálico: mesencéfalo, atrás dos corpos mamilares, ponte e bulbo. - Nervos cranianos. Obs.: o corpo mamilar pertenceao diencéfalo, portanto não faz parte do tronco. Funções - Constitui a base anatômica e funcional de reflexos importantes associados ao controle da função respiratória, cardiovascular e da consciência. . Se a comunicação entre o tronco e o cérebro for cortada, há coma permanente, afinal há neurônios responsáveis pelo ciclo sono-vigília. - Recebe informações sensitivas e executa controle motor por meio de núcleos dos nervos cranianos III a XII. - Contém vias ascendentes e descendentes (formadas por fibras) que interligam medula espinal, córtex cerebral e cerebelo. Obs.: Os nervos cranianos I (bulbo olfatório) e II (quiasma óptico) não fazem parte do tronco. Generalidades - Estrutura medula espinal/tronco encefálico - Substancia cinzenta homóloga a da medula espinal - Substancia cinzenta própria do tronco (não encontrada na medula) - Formação reticular (mistura de corpos de neurônios e fibras) Dentro do tronco há os núcleos dos nervos cranianos, já na medula tem os núcleos dos nervos espinais. Estrutura do bulbo Fatores que modificam a estrutura do bulbo em comparação com a medula - Núcleos próprio do bulbo (limitam medula/bulbo) - Decussação das pirâmides (motora) - Decussação dos lemniscos mediais (sensitiva) - Abertura do quarto ventrículo Substancia cinzenta do bulbo - Substancia cinzenta homóloga a da medula espinal (núcleos de nervos cranianos) - Substancia cinzenta própria (núcleos próprios do bulbo) Núcleos do nervo craniano . Núcleo ambíguo (IX, X, XI) . Núcleo do nervo hipoglosso (XII) . Núcleo posterior do nervo vago (X) . Núcleos vestibulares (VIII) . Núcleos do trato solitário (VII, IX, X) . Núcleo espinal do nervo trigêmeo (V) . Núcleo salivatório inferior (IX) Corte transversal do bulbo Ao nível caudal é possível ver os fascículos, a decussação das pirâmides. Ainda não há abertura para o quarto ventrículo, significa que eu estou saindo da medula. No nível médio já é possível observar os núcleos. No nível rostral o quarto ventrículo já aparece. Substancia branca do bulbo - Fibras transversais, como as que formam as decussações. . Fibras arqueadas internas - Fibras longitudinais . Vias ascendentes . Fascículo grácil e cuneiforme; lemnisco medial; tratos espinotalamicos (lemnisco espinal); tratos espinocerebelares; pedúnculo cerebelar inferior. . Vias descendentes e vias de associação . Trato corticoespinal (“piramidal”) e corticonuclear; tratos “extrapiramidais”; trato espinal do nervo Thaís H. Ambrósio T XIV 11 trigêmeo; trato solitário; fascículo longitudinal medial (conecta nervos cranianos, principalmente que inervam os mm dos olhos e pescoço, para que haja uma coordenação – “lesão dos olhos de boneca”). Ex.: ingestão de substancia tóxica: você quer que o corpo interprete como veneno. A informação do estomago vai chegar na formação reticular, ativando o reflexo do vomito. Formação reticular do bulbo . Centro respiratório . Centro vasomotor . Centro do vomito Ponte Com parte basilar mais anterior e o tegmento posterior. Entre essas partes há um conjunto de fibras que deixa a região mais escura, o lemnisco medial, que iniciou no bulbo. Junto dele está o corpo trapezoide. São referências para divisão das partes anterior e posterior. Parte basilar da ponte - Fibras longitudinais: cortico espinais e cortico nucleares. - Fibras transversais: saem da ponte e entram no cerebelo; ponte cerebelares. - Núcleos da ponte Tegmento da ponte (fibras subindo para o tálamo) . Lemnisco lateral, da via auditiva, formada pelo corpo trapezoide. É o único que não chega no tálamo, chega no pedúnculo que faz parte da via auditiva. - Núcleos do V, VI, VII, VIII - Núcleos do nervo vestibulococlear: na transição bulbo pontina. - Núcleos salivatórios superior e lacrimal - Fibras longitudinais → Via auditiva: lemnisco lateral, colículo superior e corpo trapezoide. Estrutura do mesencéfalo Teto do mesencéfalo (posterior) (“do aqueduto para trás”) . Colículos superiores, inferiores e área pré-tetal (reflexo pupilar direto e indireto – transição entre mesencéfalo e diencéfalo). - As fibras que estão na frente descem e as que estão atrás sobem. Obs.: Parkinson: falta de dopamina atuando nos núcleos da base. Pedúnculo cerebral (anterior) - Base (pilar do cérebro) . Trato corticospinal . Trato corticopontino . Trato corticonuclear - Substancia negra - Tegmento do mesencéfalo: substancia cinzenta homóloga (núcleos do III, IV, V) → Substancia cinzenta: periepitálamo, controla a entrada de dor na medula. → Substancia branca - Fibras descendentes (maioria no pilar do cérebro) - Fibras ascendentes (tegmento) - Fibras de associação (fascículo longitudinal medial) Formação reticular e estruturas relacionadas - Coluna de substancia cinzenta e branca percorrendo toda a extensão do tronco encefálico. - Continua rostralmente no diencéfalo e caudalmente na medula espinal. - Porção rostral + núcleos diencefálicos – manutenção do estado de alerta e consciência. - Porção caudal + núcleos dos nervos cranianos e medula – controle de funções motoras, reflexos e funções autônomas. Sistemas modulatórios de projeção difusa Diversos sistemas de NT possuem projeções difusas: Ach, dopamina, noradrenalina, 5HT e histamina. . Porções rostrais: partes rostrais. . Porções caudais: partes caudais. Os NT apresentam dois tipos gerais de função: efeitos excitatórios ou inibitórios pós-sinápticos; neuromodulação (podem facilitar ou inibir propriedades de sinalização de neurônios). Um mesmo NT pode ter efeitos diferentes em sinapses distintas. Dependendo da região encefálica a ser modulada: nível de consciência, ciclo circadiano, estado emocional... Estado normal de alerta não depende de um único sistema de projeção, requer funcionamento coordenado de vários. Sistema colinérgico no SNC ➔ Região pontomesencefálica e base do telencéfalo: geralmente excitatório (atenção, memória e aprendizado); bloqueio central (delírio, déficits de memória); Alzheimer (danos no sistema colinérgico da base do telencéfalo) Dopamina Parte anterior do mesencéfalo – área do tegmento . Mesoestriatal: Parkinson . Mesolímbico: esquizofrenia . Mesocortical: déficits cognitivos e hipocinesia no mal de Parkinson. Noradrenalina/Adrenalina Locus ceruleus (ponte) e área tegmentar lateral (ponte e bulbo). Projeções difusas para todo o telencéfalo. Thaís H. Ambrósio T XIV 12 Atenção seletiva, alerta, ciclo sono-vigília, humor, atividade simpática. Déficit de atenção: agonistas noradrenérgicos NA e 5HT: desordens de humor: depressão, mania. Desordens de ansiedade: TOC. Serotonina Núcleos da rafe: rostral projeta para todo o prosencéfalo, caudal para cerebelo, bulbo e medula. Ciclo sono-vigília, comportamentos motivacionais, afetivos, sexuais e emocionais. Depressão, ansiedade, TOC, comportamento agressivo, distúrbios alimentares. Histamina Núcleo tuberomamilar do hipotálamo Funções: ciclo sono-vigília (com 5HT e NA) Anti-histaminicos e sonolência: bloqueio de receptores histamínicos no SNC. Medula espinal Forma: cilíndrica, com mais ou menos 1 cm de diâmetro. Localização: 2/3 superiores do canal vertebral no adulto Comprimento: aproximadamente 45 cm no adulto Limites Superior: aproximadamente no mesmo plano horizontal do forame magno. Inferior: mesmo plano horizontal de LII no adulto. Obs.: LII refere-se a vértebra; L2refere-se ao segmento medular. - Canal central da medula: preenchido por líquor. O impulso nervoso gerado no lado esquerdo percorre uma fibra nervosa, penetra no gânglio pelas radículas posteriores e chegam ao corno posterior da medula, onde cruza na comissura branca da medula espinal, subindo pela substancia branca do lado direito, indo até o tálamo e depois ao giro pós central. Nesse ponto, acontece o reconhecimento da lesão (local e intensidade). A medula, portanto, serve como um meio de passagem para a sensibilidade. - Tratos aferentes: fibras nervosas na substancia branca que conduzem os impulsos sensitivos ao tálamo e giro pós central (associa-se ao pré central, que é motor). Daí, sai uma informação (lado direito), que passa pela decussação das pirâmides, corno anterior da medula, onde estão os corpos dos neurônios motores, que terminam na placa motora, acontecendo o movimento no sentido de afastar o membro do agente agressor. Obs.: interneuronio conecta o neurônio sensitivo com o motor. É acionado em circunstancias, por exemplo, de queimadura, quando a resposta precisa ser rápida (arcorreflexo). Pode ser testado no reflexo patelar, entre outros. Estrutura geral da medula espinal - Seu calibre não é uniforme - Partes: . Parte superior (C1-C4): origem dos quatro primeiros pares de nervos espinais cervicais. Apresentam relação de formação do plexo cervical → nervos destinados a inervação do pescoço. . Intumescencia cervical (C5-T1) – inervação dos MMSS. Origem das raízes que formam o plexo braquial. Obs.: na região de C3, C4 e C5, há origem do nervo frênico (plexo cervical), que inerva o diafragma. . Parte torácica (T2-T11): não há formação de plexos, apenas dos nervos intercostais. . Intumescencia lombossacral (T12-L5) – inervação dos MMII. Origem do plexo lombossacral. . Cone medular (S1-CO1) – inervação dos MMII. Gera raízes que formam o plexo coccígeo . Filamento terminal: liga o cone medular com a primeira vértebra coccígea. Mecanismo estabilizador distal da medula. - A superfície da medula apresenta sulcos longitudinais: . Fissura mediana anterior: artéria e veia espinal anterior . Sulco mediano posterior: veia espinal posterior. . Sulco Antero-lateral: emergem as radículas da raiz anterior. (motora) . Sulco postero-lateral: radículas da raiz posterior (sensitiva) . Sulco intermédio posterior: depressão que delimita os fascículos grácil e cuneiformes. Presente apenas nos segmentos cervicais e torácicos superiores da medula. Segmentos medulares Nos sulcos anterolaterais e posterolaterais estão as radículas da raiz anterior e posterior, respectivamente. Na raiz posterior há uma dilatação, o gânglio sensitivo do nervo espinal, em função da característica do neurônio sensitivo, que é pseudounipolar. Há 31 segmentos medulares (33 vértebras) onde se originam os 31 pares de nervos espinais: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Afinal, a medula foi formada pelo princípio da metameria. O C1 fica entre o occipital e o atlas. A teoria, segundo Darwin, é de que evoluímos, sendo os dois últimos pares destinados a inervação da cauda já não Thaís H. Ambrósio T XIV 13 existente. Desse modo, o CO2 e CO3 regrediram, formando o filamento terminal. O primeiro par cervical emerge entre o occipital e o atlas. Então, na região cervical os nervos emergem em um ponto superior a vértebra. Crescimento da medula espinal Até o quarto mês de vida intra-uterina, a ME e a coluna vertebral crescem na mesma proporção. Após esse período há uma importante desproporção de crescimento. A coluna cresce mais rápido. O cone medular do recém-nascido está no mesmo plano horizontal de LIV, enquanto no adulto está em LII, por isso é perigoso fazer punção. Cauda equina: conjunto de raízes nervosas sacrais, coccígeas, trilombares que se formam devido ao crescimento desproporcional entre a coluna vertebral e a medula espinal. Forma o plexo lombossacral. Topografia vertebromedular - T1-T10: adiciona-se 2 ao número do processo espinhoso (PE), obtém-se o número do segmento medular. Ex.: PE de TI = SM T3 - PE das vértebras TXI e TXII: segmentos medulares lombares. Importante, porque a fratura de uma vértebra torácica pode repercutir em uma lesão do segmento lombar. - PE da LI: segmentos medulares sacrais. Estudo seccional da medula espinal Superficial – substancia branca: tecido nervoso formado de neuroglia e fibras predominantemente mielínicas (responsável pela coloração branca). → Estrutura da medula espinal: -- Trato: feixe de fibras nervosas com quase a mesma origem, função e destino. Podem ser mielínicas ou amielínicas. Na denominação de um trato, usam-se dois nomes, o primeiro indicando a origem e o segundo a terminação das fibras. -- Fascículo: trato mais compacto -- Lemnisco: emprego para alguns feixes de fibras nervosas em forma de fita. -- Funículo: cordão que contem vários tratos ou fascículos. Vias aferentes - Funículo anterior: entre os sulcos anterolaterais. Trato espinotalamico anterior (pressão e tato protopático) - Funículo lateral: trato espinotalamico lateral (neoespinotalamica – dor e temperatura); tratos espinocerebelares anterior e posterior. - Funículo posterior: entre os sulcos posterolaterais. Fascículo grácil (conduz impulsos proprioceptivos da porção inferior do tronco pelos nervos inferiores) e cuneiforme (encontrados apenas nos segmentos cervicais da medula e nos primeiros segmentos torácicos) - (propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória) Vias eferentes - Funículo anterior: trato corticospinal anterior, trato tetospinal, trato vestibulospinal, trato reticulospinal medial (pontorreticulospinal). - Funículo lateral: trato corticospinal lateral, trato rubrospinal, trato reticulospinal lateral (bulborreticulospinal) Profundo – substancia cinzenta: tecido nervoso constituído de neuroglia, corpos de neurônios e fibras (axônios) predominantemente amielínicas. Há processamento de informações, como o arcorreflexo. Apresenta projeções posteriores e anteriores, que formam colunas. - Cornos/colunas anteriores - Cornos posteriores - Substancia cinzenta intermédia (média) . Central . Laterais: cornos laterais → medula torácica e parte da medula lombar (corpos de neurônios relacionados ao SNA simpático). Os corpos dos neurônios do SNA parassimpático estão na medula sacral. - Canal central da medula Laminas de Rexed: divisão citoarquitetonica da substancia cinzenta. - Laminas de I-IV estão relacionadas com a sensibilidade exterosensitiva (dor, pressão, temperatura e tato. - Laminas V e VI: sensibilidade proprioceptiva - Lamina IX: motricidade (corpos dos neurônios motores) Envoltórios da medula e espaços meníngeos Envolta por membranas fibrosas, as meninges: - Espaço epidural ou extradural ou peridural: tecido adiposo e plexo nervoso (anestesia epidural) Dura-máter Mais externa, formada por fibras colágenas, espessa e resistente, envolve toda a medula. Cranialmente, a dura mater espinal continua com a encefálica. - Espaço subdural: líquido cerebrospinal (pequena quantidade – evitar aderência das paredes) Aracnoide Entre a dura e a pia-máter. Emaranhado de trabéculas - Espaço subaracnóideo: líquido cerebrospinal (grande quantidade – anestesia raquidiana) Thaís H. Ambrósio T XIV 14 Pia-máter Mais delicada e interna, está aderida ao SNC Obs.: os ligamentosdenticulados são extensões laterais da pia mater que atuam no mecanismo de estabilização da medula e são referências para cirurgia; fundem-se com as outras duas meninges. Há septos leptomeningeos Anestesia peridural Aplicada no espaço peridural, entre o osso e a dura- máter. A agulha vai atravessar a pele, tecido subcutâneo, ligamento supraespinal, ligamento interespinal e ligamento amarelo. Anestesia raquidiana A agulha vai atravessar a pele, tecido subcutâneo, ligamento supraespinal, ligamento interespinal, ligamento amarelo, dura-máter e aracnóide. Lesões medulares Afecção neurológica que acomete a medula, levando a alterações de sensibilidade, motricidade e do SNA. ➔ Lesões traumáticas (Traumatismos raquiomedulares – TRM) 37% de acidentes automobilísticos; 27% por atos de violência; 21% quedas; 7% esportes recreativos; etc. ➔ Mecanismos de traumas (fratura, luxação, compressão) - Flexão, compressão, hiperextensão, flexão com rotação, chicote. - Incidencia: 81% homens e 18% mulheres; 56% entre 16 e 30 anos; 53% solteiros. Classificação - Nível neurológico da lesão . Superior a T1 = TETRA . INFERIOR A TI = PARA Obs.: plegia: perda total de movimentação voluntária; paresia: perda parcial da movimentação voluntária. - Lesão completa ou incompleta - Mecanismos de lesão Síndrome de Brown-Sequard - Hemissecção medular: geralmente por arma de fogo - Sinais ipsilaterais: perda de sensibilidade no dermátomo correspondente ao nível da lesão; diminuição dos reflexos, ausência de reflexos superficiais, clônus, babinski positivo, perda proprioceptiva, cinestesia e percepção vibratória (coluna sacral) - Sinais contra laterais: perda da sensibilidade dolorosa e térmica. Núcleos dos nervos cranianos Responsáveis por inervar estruturas que só tem na cabeça; ramos dos sentidos. Inervam mm. que tem origem embriológica diferentes dos mm. do restante do corpo. Por exemplo, os mm. do pescoço para baixo se formam a partir dos miótomos dos somitos, já os mm. da cabeça são formados a partir dos arcos faríngeos/branquicos do embrião. Os núcleos da cabeça são os branquioméricos. Componentes funcionais ➔ Eferentes (fibras motoras) - Somáticos (mm. miotomicos): mm. do olho e da língua (são exceções). - Viscerais . Gerais (m. liso, m. cardíaco, glândulas) . Especiais (mm. branquioméricos) ➔ Aferentes (fibras sensitivas) - Somáticos . Gerais (exterocepção – sensibilidade captada na parede do corpo, propriocepção) . Especiais (visão, audição, equilíbrio) - Viscerais . Gerais (dor, fome, sede, saciedade...) . Especiais (gustação, olfação) Obs.: quanto mais próximo do sulco limitante → visceral; vice versa. Disposição dos núcleos em coluna - Quarto ventrículo: colículo facial, eminência vestibular, trígono do nervo vago, trígono do hipoglosso. Em seu assoalho há o sulco mediano/limitante, com fascículos grácil e cuneiforme. Há uma eminência medial de cada lado, onde estão os núcleos motores. Na área vestibular há eminência lateral, onde estão os núcleos sensitivos. - Tronco encefálico: seu interior possui duas colunas, uma com núcleos sensitivos e outra com motores; assim os NNC estão dispostos. Conexões dos núcleos dos nn. Cranianos Conexões suprassegmentares - Núcleos sensitivos → tálamo → Córtex cerebral . Lemnisco trigeminal (núcleos trigeminais) . Lemnisco lateral (núcleos cocleares) . Fibras vestibulotalamicas . Fibras solitariotalamicas (o núcleo do trato solitá- Rio é aferente visceral). Conexões reflexas Núcleos sensitivos → núcleos motores - Formação reticular; fascículo longitudinal medial Thaís H. Ambrósio T XIV 15 Uma lesão nos núcleos motores pode resultar em paralisias. Os nervos cranianos são numerados no sentido rostro-caudal Pares cranianos . I, II, VIII: aferencias especiais. . III, IV, VI: controlam movimentos oculares, reflexos fotomotores e de acomodação. . XI, XII: são motores puros. . V, VII, IX, X: são mistos. . III, VII, IX, X: contém fibras parassimpáticas Nervo trigêmeo (V) Todas as suas fibras estão conectadas no núcleo motor (inerva os mm da mastigação – temporal, masseter, pterigóideo lateral, medial e tensor do véu palatino - e tensor do tímpano, miloioideo e digástrico – ventre anterior) e nos sensitivos (espinal, principal e mesencefálico) - Nervo oftálmico (V1): fissura orbital superior; cavidade orbital - Nervo maxilar (V2): forame redondo; fossa pterigopalatina - Nervo mandibular (V3): forame oval; fossa infratemporal; apresenta fibras motoras, diferente dos outros dois que só tem fibras sensitivas. . Reflexo mandibular ou mentual: percussão do queixo; reflexo que mantém a boca fechada . Reflexo corneopalpebral: piscar; m orbicular do olho (nervo facial) Nervo facial (VII) Inerva as estruturas que se originam segundo o arco faríngeo. Seus núcleos estão principalmente na região da ponte. - Núcleo salivatório superior/lacrimal: inerva glândulas submandibular e sublingual; glândula lacrimal, inervação de glândulas nasais, glândulas palatinas. - Núcleo do nervo facial: núcleo motor propriamente dito. . No assoalho do quarto ventrículo há o colículo facial . Inerva todos os mm das expressão facial; ventre posterior do digástrico, estiloioideo... Obs.: sensibilidade geral dos dois terços anteriores da língua é responsabilidade do n trigêmeo. Sai entre o processo mastóide e estilóide, inervando o digastrico posterior até chegar aos núcleos da face. Lesões podem causar paralisia periférica ou central. - Lesão do núcleo do nervo facial: paralisia periférica do mesmo lado do núcleo. - Paralisia central: metade inferior da face paralisada do lado oposto do núcleo. Nervo glossofaríngeo (IX) O núcleo ambíguo serve tanto para o nervo glossofaríngeo (IX); vago (X) e acessório (XI): núcleo de onde saem os neurônios que vão para os mm da faringe e laringe. O glossofaríngeo inerva apenas um, o m estilofaringeo e o terço posterior da língua. - Traz sensibilidade para a parede da orofaringe, principalmente, tuba auditiva. Obs.: para inervação de vísceras sempre há um gânglio no meio do caminho, para inervação de músculos não. - Inervação do glomo e seio carótico - Para chegar na parótida, ele se une a um ramo do trigêmeo (V3) - Reflexo de Aschner: com o abaixado de língua é estimulado o terço posterior da língua e o reflexo do vomito é acionado, verificando o funcionamento do glossofaríngeo. Nervo vago (X) Núcleo dorsal: inerva vísceras torácicas e abdominais. Inerva os mm da faringe, laringe e véu palatino (exceto o estilofaringeo e o tensor) Traz gustação na epiglote Quimio e barorreceptores na aorta, junto do glossofaríngeo. - Laringofaringe e mucosa da laringe - Dura-máter Obs.: há cefaléia de origem vagal e de origem trigeminal Lesão do nervo vago do lado E: o palato mole cai e a úvula é deslocada para o lado oposto (“sinal da cortina”) Thaís H. Ambrósio T XIV 16 Nervo acessório Origem no núcleo ambíguo, dentro do crânio e no núcleo do nervo acessório, dentro da medula espinal. Do núcleo ambíguo saem fibras, as raízes craniais do acessório, saem do cranio pelo forame jugular e se une ao vago. Fibras entram pelo forame magno e saem pelo forame jugular, inervando o esternocleidomastoideo e o trapézio. É testado o movimento de girar a cabeça do lado oposto ou de levantar o braço. Note que o glossofaríngeo, o vago e o acessório passam pelo foramejugular, junto da veia jugular. Se houver um tumor na região jugular, há sintomas relacionados aos três nervos: . Rouquidão – vago . Sinal da cortina – vago . Alteração na pressão sanguínea – glossofaríngeo e vago . Paresia do esternocleidomastoideo – acessório Nervo hipoglosso Sai por trás da oliva e pelo crânio no canal do nervo hipoglosso (osso occipital acima dos côndilos occipitais). No quarto ventrículo há o trígono do nervo hipoglosso, onde há seu núcleo. - Inerva os mm da língua: genioglosso, hioglosso, estiloglosso e intrínsecos. A inervação feita pelo núcleo recebe impulso do lado oposto do córtex, válido apenas para esse nervo. O teste do nervo é feito pelo movimento de protrusão da língua (ela sempre vai para o lado que vai para a lesão, se ela for no núcleo). Vascularização do SNC Metabolismo: O2 e glicose Parada da circulação: 5-10 s → perda da consciência. 3-5 min → necrose - Hierarquia das lesões: . Neocórtex – paleocórtex – arquicórtex – sistema suprassegmentar – sistema segmentar. . Última área → centro respiratório - Lesões vasculares: grandes danos ao SNC - Paredes finas (propensa a hemorragias). - Túnica interna mais espessa com mais fibras elásticas (proteção contra onda sistólica) - Espaços perivasculares repletos de LCS - Tortuosidade das artérias ao penetrarem no crânio. Irrigação do encéfalo ➔ Aa. Carótidas internas Ramo da a corótida comum Palpável na região anterolateral do pescoço Não emite ramos no pescoço Penetra no crânio pelo canal carótico Atravessa o seio cavernoso (sifão carótico) Perfura a dura máter e se bifurca: Aa. Cerebrais anterior e média, a. oftálmica, a. comunicante posterior e a. corioidea anterior. ➔ Aa. Vertebrais Origem nas AA. Subclávias Ascendem pelos forames transversários. Atravessam o forame magno Sulco bulbopontino – unem-se e formam a a. basilar Ascendem pelo sulco basilar na ponte, emitem ramos e se bifurca em AA. Cerebrais posteriores. Ramos: a. espinal anterior, AA. Cerebelares inferiores posteriores (AA. Espinais posteriores – origem em 75% dos casos) ➔ A. Basilar Ramos: AA. Da ponte, AA. Cerebelares inferiores anteriores (AA. Do labirinto – origem em 80% dos casos), AA. Cerebelares superiores. Bifurcação: AA. Cerebrais posteriores. Círculo arterial do cérebro (Polígono de Willis) Localização: base do cérebro ao redor da base do diencéfalo; Une o sistema carótico interno ao vertebrobasilar; A Comunicante anterior une as duas AA cerebrais anteriores; Aa comunicantes posteriores unem cada a carótida interna com uma a cerebral posterior. Aa cerebrais anteriores Localização: face medial dos hemisférios cerebrais . Fissura longitudinal do cérebro . Curva-se ao redor do corpo caloso. Irrigação: . Face medial dos lobos frontal e parietal . Porção superior da face superolateral dos lobos frontal e parietal . Porção medial da face inferior do lobo frontal Aa cerebrais médias Localização: face superolateral dos hemisférios cerebrais . Sulco lateral do cérebro Irrigação: Thaís H. Ambrósio T XIV 17 . Porção lateral da face inferior do lobo frontal . Face superolateral dos lobos frontal, parietal e temporal . Lobo insular Aa cerebrais posteriores Localização: contorna o pedúnculo cerebral em direção ao lobo occipital. Irrigação: lobo occipital e face inferiore do lobo temporal AVC Microaneurismas e hemorragia subaracnoidea . Fraqueza ou adormecimento súbito em apenas um lado do corpo; Dificuldade para falar ou compreender; Dificuldade para deglutir, andar ou enxergar; Tontura, perda da força muscular, cefaleia intensa; Perda da coordenação motora. Obs.: Um hematoma epidural é geralmente proveniente do rompimento de artérias, enquanto o hematoma subdural é proveniente do rompimento de veias. Drenagem venosa do encéfalo As veias drenam para os seios da dura-máter e destes para as VV jugulares internas. Possuem parede mais fina em relação a de outras veias. Fatores que auxiliam na circulação venosa: aspiração da cavidade torácica na inspiração, força da gravidade e pulsação das AA. Veias do cérebro ➔ Sistema venoso superficial Drena o córtex e a substancia branca adjacente através das VV cerebrais superiores, VV cerebrais inferiores e veia cerebral superficial média (v anastomótica superior e v anastomótica inferior) As VV superiores drenam para o seio sagital superiores e as VV inferiores para os seios da base do crânio. ➔ Sistema venoso profundo A principal veia é a cerebral magna ou veia de Galeno, formada pela confluência das VV cerebrais internas e drena para o seio reto. Meninges Pregas da dura-máter: foice do cérebro, foice do cerebelo, tentório do cerebelo e diafragma da sela. Seios da dura-máter: cavernoso, intercavernosos anterior e posterior, plexo basilar, petrosos superior e inferior, sagitais superior e inferior, esfenoparietal, reto, occipital, confluência dos seios, transverso e sigmoideo formando a v jugular interna. Trajeto do sangue nos seios venosos Espaço subaracnoideo - Compreendido entre a pia-máter e aracnoide - Contém líquido cerebrospinal (LCS ou líquor) - Em certos pontos as leptomeniges se distanciam, formando espaços chamados cisternas. (cisterna magna cerebelobulbar posterior) Circulação do líquor - Ventrículos laterais . Forame interventricular - Terceiro ventrículo . Aqueduto do mesencéfalo - Quarto ventrículo . Aberturas laterais e mediana - Espaço subaracnoideo Fisiologia do líquor - Produzido pelos plexos corioide dos ventrículos laterais, tecido cerebral e epitélio ependimal. - Volume aproximado de 150 mL no neuro eixo. - Produzido a uma velocidade de 0,3 mL/mi ou 14 – 36 mL/hora. Plexo corioideo O líquido é secretado pelas células ependimais da parede ventricular e dos plexos corioideos. Obs.: hidrocefalia Granulações aracnoideas - Invaginação da aracnoide no interior dos seios venosos - Localizadas principalmente no seio sagital superior. Leptomeninge: pia máter e aracnoide máter Thaís H. Ambrósio T XIV 18 Vascularização da medula espinal - A medula é irrigada pelas artérias espinais anterior e posteriores e pelas artérias radiculares; - A artéria espinal anterior é formada por ramos das duas artérias vertebrais; - Cada artéria espinal posterior é ramos da artéria vertebral correspondente (direta ou indiretamente) Artérias radiculares: ramos espinais das AA do pescoço e tronco (AA cervicais ascendentes, intercostais, lombares e sacrais). - Anteriores: anastomose com a artéria espinal anterior. - Posteriores: anastomoses com as artérias espinais posteriores Barreiras encefálicas - Dispositivos que impedem ou dificultam a passagem de substancias para o tecido nervoso/LCS - Barreira hematoencefálica Sangue – tecido nervoso - Barreira hematoliquórica Sangue – líquor Nem sempre impedem totalmente a passagem de substancias. São seletivas e impedem a passagem de agentes tóxicos e NT para o SNC (venenos, toxinas, bilirrubina, adrenalina...). Astrócitos e pericitos atuam no desenvolvimento e manutenção da barreira. Endotélio dos capilares encefálicos: Células endoteliais unidas por junções oclusivas; Ausência de fenestrações; Raras vesículas pinocitóticas. Variação de permeabilidade Mais permeável no feto e em RN Fluxo sanguíneo e necessidades metabólicas Órgãos circunventricularesapresentam ausência de barreira. Ex.: glândula pineal, área postrema, eminência mediana, neuro-hipófise, etc. Vias aferentes gerais Compreendem receptor, trajeto periférico, trajeto central (incluindo 3º e 4º neurônios) e área de projeção cortical. Receptores: Posição anatômica - Exteroceptores: superficiais; captam informações do meio externo (pele) - Proprioceptores: profundos; captam informações do corpo (ossos, articulações e músculos) - Interoceptores: viscerais. Receptores: Fisiologia - Mecanorreceptores; - Termorreceptores; - Nocirreceptores; (dor) - Quimiorreceptores. Obs.: Pacini→ pressão, posição de articulação sinovial e reflexo neurotendíneo de Golgi. Ectoderma Mesoderma Endoderma Thaís H. Ambrósio T XIV 19 DOR →exteroceptiva, proprioceptiva e visceral Nas vísceras há apenas receptores amielinizados, por isso a dor é difusa, mas existem os mielinizados. Em uma via cortiço-espinal, por exemplo, a velocidade de condução do impulso nervoso por fibras mielinizadas é de 700m/s, já que os axônios motores apresentam diâmetro grande e uma bainha extensa. Desse modo, quanto maior o diâmetro e quanto maior a espessura, maior a velocidade de condução do impulso nervoso. Por isso, fibras nervosas livres e nociceptivas amielinizadas são as que apresentam menor velocidade de impulso nervoso. Dor aguda: 20m/s Dor difusa: 5m/s Propriocepção - Consciente: estímulos aferentes que chegam ao córtex cerebral. . Sensibilidade cinética: cinestesia, capacidade de perceber o movimento articular. . Sensibilidade postural: artresia (sensibilidade articular), capacidade de perceber a posição estática da articulação. . Sensibilidade cinético-postural: movimento e postura. Estereognosia: sensibilidade espacial. - Inconsciente: estímulos aferentes que chegam ao córtex cerebelar. →Fuso muscular - Percebe as alterações de comprimento muscular (alongamento), regulando tônus (insconsciente) e força (consciente) - Velocidade do alongamento eleva o disparo das fibras Ia (terminações anulospirais do saco e cadeia nuclear) - A manutenção do alongamento eleva o disparo das fibras II (terminações em buque da cadeia e saco nuclear). Lembre: neurônio motor alfa inerva as fibras musculares extrafusais e o gama inerva as intrafusais. O cerebelo recebe informações para fazer a regulação do tônus agindo em nível de neurônio gama. Musculatura lisa não apresenta fuso muscular. →Fuso neuromuscular - Promove inibição recíproca; - Importante no controle da propriocepção consciente (Fibras Ia) - Atua também no controle da propriocepção inconsciente (Fibras Ia e II) Órgãos neurotendíneos (órgãos tendinosos de golgi – OTG) - Limiar de disparo baixo para a contração e alto para alongamento muscular; - Promove inibição autogênica; - Percebe tensão muscular exercida sobre os tendões; - Importante para o controle da propriocepção inconsciente e consciente (Ib). Fibras nervosas Classificação geral das fibras aferentes periféricas (sensitivas): - Fibras A mielinizadas . A alfa: 60-120m/s . A beta: 40-70m/s . A gama: 10-50m/s . A delta: 6-30m/s - Fibras C amielinizadas . 0,5-2m/s Tipo de axônio e sensibilidade . Tipo Ia: A alfa (aferencia primaria do fuso); . Tipo Ib: A alfa (aferencia do OTG) . Tipo II: A beta e gama: aferência secundária do fuso, tato e pressão . Tipo III: A delta: temperatura e dor aguda . Tipo IV: fibra do tipo C: dor crônica e prurido. As mais rápidas são as do fuso muscular, depois as do OTG, tato, temperatura, dor aguda e crônica. Resumindo... Grupo I: proprioceptiva Grupo II: exteroceptiva Thaís H. Ambrósio T XIV 20 Grupo III: dor aguda e temperatura Grupo IV: dor difusa; crônica. Lâminas espinais de Rexed I e II: estímulos nociceptivos III e IV: propriocepção e tato epicrítico V: estímulos nocivos e de órgãos VI: propriocepção VII: núcleo torácico posterior (de Clarke) para propriocepção inconsciente. - Laminas da dor: I, II e V - De 10 laminas, 7 são de sensibilidade VIAS CONSCIENTES - Sistema coluna dorsal lemnisco medial: via de propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória. - Sistema anterolateral: via de dor aguda e temperatura (neoespinotalamica); via de pressão e tato protopático; via de dor crônica (paleoespinotalamica). As vias da coluna posterior são proprioceptivas, então se sofrer uma transecção posterior da coluna torácica, por exemplo, o paciente perde a propriocepção consciente, o tato epicrítico e a sensibilidade protopática. Uma hemissecção parcial da coluna espinal provoca perda da sensação de tato, pressão, temperatura e dor. VIA DO FASCICULO GRÁCIL E CUNEIFORME - Tato discriminativo, vibração e propriocepção consciente . Tato (Ruffini e Meissner), propriocepção (FNM e OTG) e vibração (Pacini); . Neurônio de primeira ordem: gânglios sensitivos dos nervos espinais; . Neurônio de segunda ordem: núcleo grácil ou cuneiforme do bulbo . Neurônio de terceira ordem: tálamo – núcleo VPL (contralateral) → áreas 3, 1, 2. . MMII (fascículo grácil); MMSS (fascículo cuneiforme). O trajeto da via: A via passa pelo primeiro neurônio, que é o gânglio, depois passa pela medula espinal sem fazer sinapse, a sinapse será feita no tubérculo grácil ou no cuneiforme. A região do umbigo para baixo (MMII) faz sinapse no tubérculo grácil, já a região dos MMSS faz no cuneiforme. Toda sensibilidade proprioceptiva cruza no lemnisco medial, depois passa pelo terceiro neurônio da via, no tálamo, o VPL (ventral póstero-lateral), então termina no giro pós-central. - É uma via bulbar, não medular. - Pessoas que sofrem lesões bulbares perdem a propriocepção consciente. - Lembre que tudo isso, só é válido do pescoço para baixo, a cabeça entra na via trigeminal. VIA NEOESPINOTALÂMICA →DOR AGUDA E TEMPERATURA - Terminações nervosas livres - Noci, termo e quimiorreceptores - Neurônios de primeira ordem: gânglios sensitivos dos nervos espinais - Neurônio de segunda ordem: coluna posterior da medula (I, II ou V) - Neurônio de terceira ordem: tálamo – núcleo VPL (contralateral) → áreas 3, 1, 2. A dor aguda é uma dor localizada. O trajeto da via:(trato espinotalâmicolateral) A via passa pelo primeiro neurônio, que é o gânglio espinal, depois vai para o segundo neurônio (lâmina I de Rexed), na coluna posterior da medula espinal. Em seguida, o impulso cruza no lemnisco espinal (na comissura branca), vai para o tálamo, no terceiro neurônio (NVPL) e chega ao giro pós-central. - Lembre que há uma região no cérebro para cada um dor receptores (superficiais e profundos). Uma lesão cortical superficial, por exemplo, resulta na perda da sensibilidade cutânea, enquanto uma lesão profunda provoca perda da propriocepção. → PRESSÃO E TATO PROTOPÁTICO - Trato espinotalâmico anterior - Meissner, Ruffini e terminações ao redor de folículos pilosos - Neurônio de primeira ordem: gânglios sensitivos dos nervos espinais - Segunda ordem (lâminas II e III): coluna posterior da medula . Cruza no lemnisco espinal - Terceira ordem: tálamo- núcleo VPL (contralateral). receptores Thaís H. Ambrósio T XIV 21 VIA DE DOR CRONICA (via da temperaturae dor difusa) - Terminações nervosas livres: térmica, química ou mecânicas nocivas. . Lembre-se de que não apresentam mielina - Fibra C (a mais lenta de todas 0,5-2m/s) - Coluna posterior (V-VIII): interneurônios - Cruza o funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto - Dividida em três vias: . Paleoespinotalâmico (espinolímbico) . Tálamo – córtex anterior do cíngulo e posterior da ínsula . Espinorreticular . Formação reticular . Espinomesencefálico . Colículo superior (reflexo lacrimal) e substancia cinzenta periaquedutal Considerações prévias: - O NT da dor é a substancia P (pain), produzido pela coluna posterior da ME (lâminas V-VIII). Em uma anestesia é utilizada uma droga (morfínica) competitiva com a substancia P. - Quando eu tomo um analgésico ele pode agir na terminação nervosa (não esteroides), no trajeto periférico (esteroides, corticoides), no nível medular ou a nível encefálico (opiáceos). - O nosso corpo produz morfinas (endorfinas), pessoas mais sensíveis a dor produzem menos endorfinas. O cortisol bloqueia as endorfinas, por isso o período da noite costuma ser o de maior dor para o paciente. - A dor crônica dói mais, porque vai para os dois lados do cérebro ao mesmo tempo. O trajeto da via: A via passa pelo primeiro neurônio, que é o gânglio espinal. Na coluna posterior da medula pode fazer sinapse com um segundo neurônio (lâmina V). Sem cruzar, eu sinto a dor do mesmo lado da lesão. Ou na coluna posterior da medula pode continuar e cruzar o lemnisco espinal, chegando até o terceiro e quarto neurônio na formação reticular (mesencefálica e pontinha, respectivamente), nos tratos espinomesencefálico e espinorreticular. O quinto neurônio está no hipotálamo (regulação do SN autônomo), depois vai para o tálamo, onde está o sexto neurônio, nos núcleos intralaminares. Finalmente chega ao giro pós-central, ínsula e giro do cíngulo. Considerações finais: 1º: célula do gânglio da raiz dorsal: transmissor do impulso nervoso do receptor para do segundo neurônio. 2º: lâminas V, VI, VII e VIII: produzir substancia P e transmitir o impulso para o terceiro neurônio. 3º: núcleo dorsal da rafe na ponte (núcleo magno da rafe) 4º: substancia cinzenta periaquedutal Daí vai para o hipotálamo → tálamo → córtex - O 3º e 4º formam uma classe de 20 NT já conhecidos, denominados encefalinas ou endorfinas, servem para amenizar/modular a dor, pois competem com a substancia P. - A função da formação reticular é modular as vias. 5º: hipotálamo: relações emocionais, por isso dor pode gerar febre, dentre outros fatores. 6º: núcleos intralaminares do tálamo: transmissão para o giro pós-central. - Sem o giro pós-central, giro do cíngulo e lobo da ínsula é possível sentir dor, pois ela se torna consciente (interpretação e localização) já a nível talâmico. É uma dor mais forte, pois é pura, já que inibe a formação reticular descendente com a produção de endorfina. - O princípio da anestesia geral é deprimir o córtex cerebral, cingulado e insular, acabando com a consciência da dor. - Há pessoas com analgesia congênita da dor, por ausência congênita da substancia P. Lesões medulares Hemissecção em T8 do lado esquerdo: perda de sensibilidade do lado oposto da lesão e perda de movimentos do mesmo lado, já que não há propriocepção consciente. Tumor no canal central da medula: acomete os lemniscos na comissura branca; alteração bilateral da perda de sensibilidade e motora. VIAS TRIGEMINOTALÂMICAS - Via exteroceptiva; - Neurônio I: gânglio trigeminal; - Neurônios II: . Núcleo principal/sensitivo (tato discriminativo) . Núcleo espinal (temperatura e dor) . Ambos (tato protopático e pressão) . Lemnisco trigeminal (posterior – homolateral e cruzado) e anterior (cruzado). - Neurônios III: tálamo – núcleo VPM - Lembre que há três núcleos na ponte: o espinal do trigêmeo, principal e mesencefálico. Thaís H. Ambrósio T XIV 22 O trajeto da via: O primeiro neurônio é o gânglio trigeminal, que transmite o impulso para o segundo. Pode ser o núcleo principal, espinal ou ambos. Depois, há um cruzamento no lemnisco trigeminal, chegando ao terceiro neurônio no tálamo, no núcleo ventral póstero medial, então para o giro pós-central. (trato espinotalamico ou trato neoespinotalamico). Quando se trata de dor o segundo neurônio é a lamina I, II e V, depois o núcleo espinal do trigêmeo. Quando se trata de tato epicrítico, o segundo neurônio é o sensorial principal. Coluna aferente somática geral - Tato: núcleo principal do n trigêmeo (ponto) - Dor e temperatura: núcleo espinal do n trigêmeo (ponte e medula espinal) - Núcleo mesencefálico do trigêmeo: propriocepção da cabeça Obs.: a única região da cabeça não inervada pelo trigêmeo é o terço posterior da língua, que é pelo glossofaríngeo. Obs.: é comum os seus ramos serem comprometidos por uma doença da raiz sensitiva chamada herpes zoster VIAS SENSITIVAS VISCERAIS - Dor (isquemia, lesão química, espasmo muscular e distensão) e de estiramento. - Neurônio I: gânglio sensitivo do n espinal - Neurônio II: coluna posterior. Tratos espinotalamicos. - Neurônio III: tálamo – núcleo VPL. Giro pós-central. - Estão associadas aos dermátomos, promovendo uma relação somatovisceral. Uma dor na face medial da coxa, por exemplo, pode indicar apendicite. Lesão dos tratos ascendentes - Trato espinotalamico lateral: perda da sensibilidade dolorosa e térmica contralateral abaixo da lesão. - Trato espinotalamico anterior: perda do trato protopático e pressão contralateral abaixo da lesão. - Fascículos grácil e cuneiforme: perda de tato epicrítico, sensibilidade vibratória e propriocepção ipsolateral abaixo da lesão. VIAS INCONSCIENTES (aferentes do cerebelo) VIA ESPINOCEREBELAR POSTERIOR VIA CUNEOCEREBELAR VIA ESPINOCEREBELAR ANTERIOR O primeiro neurônio é o gânglio espinal; o segundo pode ser o núcleo torácico, núcleo da coluna posterior e núcleo cuneiforme acessório do bulbo. O torácico e o cuneiforme acessório formam a via que vai direto para o cerebelo. O núcleo da coluna posterior cruza o lemnisco espinal e vai para o lado oposto do cerebelo. A propriocepção inconsciente, como a dor crônica, é bilateral. - A regulação do tônus muscular a perna E é controlada pelo hemisfério E e D do cerebelo. - Trato espinocerebelar anterior: ipsilateral. - Trato espinocerebelar posterior: contralateral. - Origem no FNM e OTG: espinocerebelar posterior e cuneocerebelar - Origem em interneuronios: espinocerebelar anterior Thaís H. Ambrósio T XIV 23 Vias aferentes especiais VIA AUDITIVA O receptor da audição é a célula ciliada interna (órgão de Corti), os axônios da célula formam as radículas do n coclear, fazendo sinapse no primeiro neurônio, o gânglio espiral da cóclea, localizado no VIII par (n vestibulococlear). Daí, a sinapse é feita no segundo neurônio, os núcleos cocleares (na área vestibular), então a informação cruza no lemnisco lateral, chegando ao terceiro neurônio, o colículo inferior. Através do braço do colículo inferior segue ao quarto neurônio, o corpo geniculado medial (metatálamo), indo para a área auditiva primária (41) no giro temporal transverso anterior. - Lembre que as células ciliadas internas são responsáveis pelo processamento auditivo. Descreva o trajeto percorrido pelo som desde
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