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APS - Da inconstitucionalidade da apreensão do veículo por débito de IPVA: inobservância as disposições constitucionais pelo código de trânsito brasileiro

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DA INCONSTITUCIONALIDADE DA APREENSÃO DO
VEÍCULO POR DÉBITO DE IPVA: INOBSERVÂNCIA AS
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS PELO CÓDIGO DE
TRÂNSITO BRASILEIRO
UNIP
UNIVERSIDADE PAULISTA
Douglas Largatera de Carvalho - RA D83HEH2 Turma 6º Q
Giovanna Sena Ferraz Candelária - RA: N276177 Turma: 7°T
Leticia Sampaio de Barros - RA D812CE7 Turma 6º Q
Nicolas Andrade S Figueiredo - RA N363983 Turma 6º Q
Thiago Gonçalves da Silva - RA N3473F7 Turma 6º Q
Thabata Teixeira Montanha - RA N361GJ8 Turma 6ºQ
DA INCONSTITUCIONALIDADE DA APREENSÃO DO VEÍCULO POR
DÉBITO DE IPVA: INOBSERVÂNCIA AS DISPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS PELO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
SÃO PAULO
2021
Trabalho de Atividades Praticas
Supervisionadas, do curso de Direito da
Unip.: Profª Arianna Guimarães
São Paulo
2021
RESUMO
O imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA), tributo de
responsabilidade de recolhimento da Administração do Estado.
Este Tributo diz respeito a uma taxa cobrada anualmente a todo proprietário de veiculo
automotor. O não pagamento de tal taxa, acarreta ao proprietário do veiculo sanções
descritas no Código de Trânsito Brasileiro.
Destas sanções esta disposta em tal código, onde o não pagamento de tal taxa,
acarreta a apreensão do veiculo ,que permanece em poder o Estado, até que tal taxa
(IPVA) seja pago, ou o veiculo vai a leilão para o pagamento.
Veremos até que ponto tal sanção não é inconstitucional.
Palavras-chave: Tributos, Código Tributário Nacional, Taxa Rodoviária Única, Código
de Trânsito Brasileiro, IPVA.
ABSTRACT
The property tax on motor vehicles (IPVA), a tax on liability for payment by the State
Administration.
This Tax relates to a fee charged annually to every motor vehicle owner. Failure to pay
such a fee will result in the vehicle owner being penalized under the Brazilian Traffic
Code.
Of these sanctions it is provided in such code, where the non-payment of such fee,
causes the seizure of the vehicle, which remains in the State's power, until such fee
(IPVA) is paid, or the vehicle goes to auction for payment of such rate.
We will see to what extent such a sanction is not unconstitutional.
Keywords: Taxes, National Tax Code, Single Road Tax, Brazilian Traffic Code, IPVA.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 7
2 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO 7
3 TAXA RODOVIÁRIA ÚNICA 8
4 TRIBUTOS 9
5 IPVA 9
6 SANÇÕES 10
7 A INCONSTITUCIONALIDADE DA APREENSÃO DO VEÍCULO 10
8 CONCLUSÃO 12
9 REFERÊNCIAS 14
1 INTRODUÇÃO
Assim como vários tributos existentes em nosso País, o IPVA
(Imposto sobre a propriedade de veículos automotores) é um deles.
Como um tributo, ele é devido por quem possui veiculo automotor. Não é uma
divida que o proprietário decide pagar ou não pagar, pois a partir do momento da
aquisição de tal bem,automaticamente o proprietário adquire a divida do tributo.
Tributo esse que é cobrado todos os anos.
A questão que acerca esse artigo, é se as sanções pelo não pagamento do
tributo de IPVA são constitucionais ou inconstitucionais.
Pois uma das sanções é a apreensão do veiculo.
2 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
As regras de transito são um tanto antigas.
Nos primórdios onde no Brasil chegou os primeiros veículos automotores, o
Poder Publica instituiu algumas regras para garantir a segurança dos condutores, e dos
pedestres. Criando em meados de 1903 as primeiras licenças para condução de
veículos automotores, assim, tendo como objetivo disciplinar o transito de veículos. Em
1906, essas licenças se tornaram obrigatórias para se poder conduzir um veiculo.
Levou-se meio século para os automóveis deixarem de ser somente propriedade
da elite, tornando-se viável as pessoas de classe media. Forçando o Governo “Era
Juscelino Kubitscheck” a aumentar as avenidas e estradas, para conseguir acomodar
melhor os veículos. O preço do progresso.
Em 1941 foi instituído o primeiro CTB,pois com o aumento de veículos em
circulação, aumentava também a recorrência de acidentes.
Este primeiro código, só durou 8 meses, sendo revogado em setembro do mesmo ano,
e se instaurando CONTRAN ( Conselho Nacional de Transito) que era subordinado ao
Ministério da Justiça, e aos Conselhos Regionais de transito (CRT),que se localizavam
nas capitais dos Estados.
O Segundo CTB teve uma duração de mais de 20 anos. Em 1966 houve outra
revogação, e mais 131 artigos no novo CTB, este ficou vigente por 31 anos. Em 1997
foi eleito do novo CTB, que é o que vigora até hoje.
O Código de Trânsito Brasileiro29 é claro ao falar da apreensão do veículo no
caso de não ter o licenciamento atual:
"Artigo 230: Conduzir o veículo:
V – que não esteja registrado e devidamente licenciado.
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa e apreensão do veículo
Medida Administrativa – remoção do veículo
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das
competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição,
deverá adotar as seguintes medidas administrativas:
I – retenção do veículo;
II – remoção do veículo;"
3 TAXA RODOVIÁRIA ÚNICA
Anterior ao IPVA era se cobrada a Taxa Rodoviária Única, no ano de 1969.
Era cobrada pelo Ministério de Transportes, era uma taxa anual, cobrada até a
data do licenciamento do veiculo, que também eram marcadas pelos finais numérico
das placas dos veículos, não podia ultrapassar 2% do valor do veiculo.
4 TRIBUTOS
Tributo é:
• Uma prestação pecuniária tem que ser pago em moeda, ou equivalente a algo
que possa ser expresso em moeda. Somente nos casos permitidos no Código
Tributário Nacional, que são aceitos como se a situação for a dação em
pagamento com bens imóveis ( Previsto no CNT- Artigo 156,inciso 11).
• Uma prestação compulsória, pagar tributo não depende da vontade de ninguém.
Sendo assim, se houver fato gerador, se deve o tributo.
• Uma prestação que não permitindo sanção de ato ilícito, sendo assim o não
pagamento do tributo não deve ter o proposito de penalidade.
• Uma prestação instituída em lei, pelo próprio Principio da Legalidade tributária,
qualquer tributo deve estar instituído em Lei (Conforme a CF de 1988, artigo
150 Inciso 1)
5 IPVA
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é um tributo
que incide em qualquer veiculo automotor, com necessidade de emplacamento. Se
caracterizando de uma tributo Estadual. A distribuição do arrecadamento do IPVA se
divide em metade do total para o Estado, e a outra metade ao Município onde foi
realizado o emplacamento.
Na antiga TRU ( Taxa Rodoviária Única) a arrecadação gerada, era usada para
criação de novas Rodovias. Já no IPVA a arrecadação não tem o cunho de criação ou
melhorias de rodovias, estradas...,é uma arrecadação utilizada na administração
publica, muitas vezes usada na Saúde ou Educação.
O IPVA é tributo sujeito a lançamento de ofício, previsto no artigo 149 do CTN.
Nesta modalidade de lançamento o sujeito passivo não participa, ou quase não
participa da atividade.
"Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade
administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na
forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração
nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da
legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo
daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração
obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo
seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que osujeito passivo, ou terceiro em benefício
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta
funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade,
de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não
extinto o direito da Fazenda Pública.
(Art. 149 do Código Tributário Nacional - Lei 5172/66)".
6 SANÇÕES
O não pagamento do IPVA gera inúmeras sanções, porém uma delas, após
consultas e grande especulação a sanção de apreensão do veiculo se torna
inconstitucional.
A Lei é muito clara quando salienta que o não pagamento de um tributo, não se
permite o confisco. Sendo o IPVA um tributo, a apreensão do veiculo por atraso deste
tributo, se torna abuso de poder das autoridades. Não se pode enquadrar a
apreensão do veiculo por conta do atraso do IPVA.
Este tipo de situação pode levar ao proprietário do veiculo a um pedido de
indenização.
De contra partida, o Licenciamento veicular é obrigatório, e esta atrelado ao IPVA.
Em miúdos, se não pagar IPVA, multas... Não se faz o licenciamento veicular.
Mas não quer dizer, se o veiculo está em uma garagem, pode-se a autoridade ir
lá e apreender o veiculo.
Sem o licenciamento, o carro é proibido de trafegar nas ruas, avenidas, estradas
e afins.
O licenciamento é anual e obrigatório, onde o pagamento do mesmo condiz que
o veiculo, e o condutor estão em conformidade com as normas de segurança e
ambientais.
7 A INCONSTITUCIONALIDADE DA APREENSÃO DO
VEÍCULO
A Constituição Federal de 1988, é a norma que organiza o Estado, de forma que
as demais normas existentes devem seguir da mesma. Considerando essa
estrutura do ordenamento jurídico brasileiro, as leis infraconstitucionais não podem de
forma alguma direcionar contra as diretrizes elencadas. Assim, percebe-se que a
promulgação da Constituição Federal foi de suma importância, já que em seu âmago,
prevê direitos e garantias fundamentais que funcionam como limites para o Estado
evitando possíveis excessos no exercício do poder.
A inconstitucionalidade mostra a existência de possível contrariedade de uma
declaração de vontade ou de um ato normativo com uma Constituição, tendo assim a
permanecia da supremacia da Constituição Federal sobre qualquer leis ou norma
hierarquicamente que seja inferior.
.
8 CONCLUSÃO
Como citado, apreender um veiculo por falta de pagamento de IPVA é inconstitucional, pois,
como rege a própria Lei.O não pagamento de um tributo não permite o confisco. A não ser nos
permitidos por lei, que neste caso não abrange a propriedade veicular.
A apreenssão de um veículo por ausência de pagamento do tributo é, sem dúvida, o retrato
da ofensa à dignidade humana, é humilhante, degradante, é uma violência sem precedentes. O
Estado para cobrar o IPVA inscreve o nome do contribuinte no CADIN, na Dívida Ativa, no
Serasa, pode protestar o contribuinte e deve utilizar-se das vias judiciais para receber o
imposto que lhe é devido, mas em hipótese alguma pode determinar o recolhimento do veículo
pela falta do pagamento, tal ato é confisco. Conforme o artigo 150 da Constituição Federal
deixa claramente dito que sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, utilizar o tributo com efeito
de confisco.
Vemos então que a apreensão de veículo por débito de Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA) é uma afronta ao texto Constitucional.
O Código de Trânsito Brasileiro deixou de observar as garantias e princípios
fundamentais expressos na Carta Maior. O contribuinte tem suas garantias violadas,
como a sua liberdade de locomoção, e a privação de sua propriedade, diante da
conduta praticada pelo Estado, impondo uma sanção administrativa afrontosa. O bem é
confiscado, sem o contribuinte ter o direito de exercer o contraditório e a ampla defesa
em demanda judicial, violando também o princípio do devido processo legal. O Estado
se excede no poder de tributação, não respeitando a limitação imposta pelo princípio
do não confisco expresso na Constituição Federal, que proíbe tributos com efeitos
confiscatórios, afim de resguardar os mais básicos direitos do contribuinte e suas
garantias.
Visto assim, é necessário que a referida normal seja revista pelo legislador, para
que entre em concordância com o texto constitucional, e respeite as suas garantias e
princípios.
9 REFERÊNCIAS
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_06.06.2017/art_150_.asp
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0999.htm#:~:text=1.242%2C
%20de%201972)-,Art.,do%20valor%20venal%20do%20ve%C3%ADculo.
https://paulocwb.jusbrasil.com.br/artigos/206526711/a-origem-do-transito-e-do-ctb#:~:tex
t=5.108%2F66%2C%20composta%20de%20131,%C3%A9%20um%20c%C3%B3digo%20d
e%20Paz.
https://www.jornalcontabil.com.br/ipva-atrasado-o-veiculo-pode-ou-nao-pode-ser-
apreendido/
https://examedaoab.jusbrasil.com.br/noticias/466565860/apreensao-do-carro-por-i
pva-atrasado-e-ilegal-e-pode-gerar-dever-de-indenizacao
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0999.htm
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https://paulocwb.jusbrasil.com.br/artigos/206526711/a-origem-do-transito-e-do-ctb
https://paulocwb.jusbrasil.com.br/artigos/206526711/a-origem-do-transito-e-do-ctb
https://paulocwb.jusbrasil.com.br/artigos/206526711/a-origem-do-transito-e-do-ctb
https://www.jornalcontabil.com.br/ipva-atrasado-o-veiculo-pode-ou-nao-pode-ser-apreendido/
https://www.jornalcontabil.com.br/ipva-atrasado-o-veiculo-pode-ou-nao-pode-ser-apreendido/
https://examedaoab.jusbrasil.com.br/noticias/466565860/apreensao-do-carro-por-ipva-atrasado-e-ilegal-e-pode-gerar-dever-de-indenizacao
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