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Biópsias da cavidade bucal Avaliação do paciente Anamnese: dados pessoais; estado de saúde da pessoa História da lesão: - Tempo de evolução - Alteração de tamanho (ritmo e magnitude) - Alteração das características - Sintomatologia associada (neoplásicas normalmente indolores) - Causa local para surgimento da lesão *Sempre revisar a anamnese, perguntar há quanto tempo surgiu, mudou de tamanho ou se há quanto tempo mudou de tamanho. Exame Físico Avaliação de toda a cavidade bucal e região craniofacial - Localização anatômica - Natureza física da lesão - Tamanho e forma - Lesões solitária x múltiplas (neoplásicas normalmente únicas) - Características da superfície - Coloração, nitidez dos limites - Presença de flutuação - Exame dos linfonodos regionais *Todos os dados devem ser descritos detalhadamente; ficha de cadastro com esboço da lesão. Exames Complementares - Exames por imagem: radiografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ecografia - Exames laboratoriais: hemograma - Exame histopatológico: diagnóstico clínico, acompanhamento e bom senso profissional irão indicar a necessidade de realização de biópsia. Indicações para realização de uma biópsia: - Qualquer lesão persistente por mais de duas semanas, com etiologia desconhecida; - Lesões inflamatórias que não regridem até 2 semanas após a remoção do agente irritante; - Alterações hiperceratóticas persistentes nas superfícies; - Tumefação persistente, visível ou palpável em tecido mole; - Lesões que interferem com a função normal da região; - Lesões ósseas não identificadas clínica e radiograficamente; - Qualquer lesão com característica de malignidade. Lesões com características de malignidade Eritroplasias Ulcerações Crescimento rápido Sangramento fácil frente à manipulação delicada Enduração (firme ao toque) Fixação aos tecidos vizinhos Tipos de procedimento Biópsia Retirada de um tecido de um ser vivo para diagnóstico. Método menos duvidoso, deve ser realizado sempre que não obtiver o diagnóstico definitivo de uma lesão com outras modalidades. - Avaliação citológica Punção por agulha fina Citologia oral ou esfoliativa -Biópsias Incisional Excisional Citologia Esfoliativa Não muito usado em Odontologia, avalia células epiteliais. Raspagem do epitélio e avaliação do tipo de célula presente, dispõe material na lâmina de vidro, fixa e encaminho pro laboratório. - Auxiliar na detecção de neoplasias de origem epitelial; - 95% das neoplasias orais são de origem epitelial - Não substitui biópsias incisionais e excisionais, pelo grande número de resultados falso-negativo. Indicações: ✓ Doenças com morfologia celular específica como diagnóstico complementar; ✓ Controle pós-radioterapia; ✓ Detecção de recidivas após excisão cirúrgica de alguns tumores malignos; ✓ Diagnóstico de lesões suspeitas em pacientes com risco cirúrgico. Técnica: o Raspar a lesão firmemente com espátula metálica ou abaixador de língua; o Espalhar uniformemente o material obtido sobre uma lâmina de vidro; o Fixar imediatamente - álcool absoluto; - álcool/éter 50% (licor de Hoffman); o Enviar ao laboratório de patologia para coloração e avaliação microscópica, juntamente com a ficha constando os dados do paciente. Muitas vezes tem que fazer biópsia para determinar o tratamento mais correto. A partir da classe III é obrigatória que seja feita a biópsia. Resultados da citologia esfoliativa Classe 0 – material insuficiente/inadequado Classe I – célula normal Classe II – célula atípica sem evidência de malignidade Classe III – células sugestivas de malignidade Classe IV – célula fortemente sugestiva a malignidade Classe V – citologia conclusiva de malignidade Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) Normalmente realizada em glândulas, por dificuldade de acesso por biópsia. Introduz a agulha no interior da lesão e faz movimentos de vai e vem com o êmbolo tracionado. Remoção de pequenos fragmentos de tecido com agulha de fino calibre e avaliação histopatológica deste tecido. Pouca relevância dentre as biópsias da cavidade bucal; Pouca quantidade de material obtido para análise. Indicada para lesões profundas e de difícil acesso (glândulas salivares). Indicações: ✓ Lesões palpáveis e profundas de difícil acesso em regiões de cabeça e pescoço, como tireoide, linfonodos, glândulas salivares maiores. ✓ Separa processos inflamatórios e reativos que não precisam de intervenção cirúrgica de processos neoplásicas benignos e malignos. Biópsia Instrumental cirúrgico Pinça para assepsia Espelho clínico Seringa carpule Afastadores Cabo de bisturi n. 3 e lâmina 15 Tesoura de Metzembaum Pinça de Adson Pinça hemostática Princípios Antissepsia: em lesões epiteliais evitar o uso de substâncias que contenham corantes (não usar PVPI). Se a lesão não for epitelial pode usar, como em suspeita de fibromas. Anestesia: de preferência por bloqueio regional, se não for possível, realizar punção à distância (pelo menos 0,5 a 1 cm de distância). Aspiração: cuidado para não aspirar peças pequenas. Incisão: Bisturi frio – incisão na região inferior da lesão primeiro e depois na porção mais superior, para evitar que o sangramento atrapalhe a visibilidade. Eletrocautério, laser cirúrgico – colocar na ficha se for com cautério e não usar em peças pequenas. Observações importantes! - Logo que remover a peça colocar num papel e depois no formol para não ter problema e desgarrar a peça. - Quando terminar o procedimento, colocar no formol ou álcool 70% (nesse caso apenas quando não houver formol disponível. Biópsia Incisional: consiste na retirada de uma parte ou amostra representativa da lesão e consequente avaliação histopatológica do tecido. Indicações: ✓ Lesões muito extensas ✓ Lesões com características diferentes em sua extensão ✓ Suspeita de malignidade Princípios: Remoção de áreas representativas da lesão; Alterações teciduais completas; Remover áreas com alterações teciduais completas, com pequena área de tecidos normais; Extensão aos tecidos normais nas bordas da lesão; Evitar tecidos necrosados; Incluir volume adequado de tecido alterado; Incisões em cunha, mais profundas do que extensas em largura. Técnica cirúrgica - Antissepsia - Anestesia - Imobilização dos tecidos moles - Aspiração - Incisão: bisturi frio/eletrocautério - Manuseio dos tecidos - Identificação das margens - Cuidados com a amostra removida - Sutura da lesão - Preenchimento da ficha de biópsia - Encaminhar ao laboratório de histopatologia - Apanhar e analisar o laudo histopatológico - Consulta pós-operatória Biópsia Excisional: remoção total da lesão no momento da intervenção cirúrgica para diagnóstico. Indicações: ✓ Lesões menores que 1 cm com aspecto benigno; ✓ Lesões que não mutilarão as regiões; ✓ Lesões pediculadas, pigmentadas pequenas, vasculares pequenas. Observações importantes! - Entrar com a lâmina de bisturi inclinada em dois sentidos para formar a cunha, em torno de 45°. - Em incisões lineares, o primeiro ponto é feito no centro; - Em algumas regiões coloca-se cimento cirúrgico ou se faz compressão e aguarda a parar o sangramento (fica uma área cruenta no local, não realizando a sutura). Lesões Particulares Lesões Pigmentadas Pode ser melanoma, remove-se a lesão e ultrapassa os limites dela Lesões de tecidos duros ou lesões intraósseas Não difere das outras, apenas muda de acordo com a localização, necessitando do uso de brocas. Biópsia por aspiração de lesões radiolúcidas, prévia a intervenção cirúrgica Apenas paradar uma ideia do tipo de lesão que é. Pode sair sangue borbulhante, tem que ter um meio adequado para operar e controlar hemorragia (em hemangioma por exemplo). Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) Biópsia por aspiração (punção) de lesões radiolúcidas, prévia à intervenção cirúrgica. Tipos de aspiração Líquido amarelado ou citrino: lesões císticas Pus: lesões abscedadas Sangue: lesões vasculares Ar: cavidade óssea traumática Punção branca: lesão celular Encaminhar o conteúdo obtido ao laboratório para análise histopatológica ou cultura microbiológica. Técnica - Antissepsia; - Anestesia; - Trepanação cirúrgica; - Introdução de uma seringa com agulha de calibre 18 no interior da lesão; - Posicionar a agulha na porção central da lesão e aspirar o conteúdo; - Avaliação macroscópica e encaminhamento ao laboratório; - Peça fixada em formol 10% (com fragmento de tecido ósseo); - Ficha de biópsia adequadamente preenchida; - Resultado da punção aspirativa; - Exames por imagem; - Aguardar o laudo; - Consulta pós-operatório (proservação). Objetivos cirúrgicos básicos: - Erradicação das condições patológicas; - Reabilitação funcional do paciente. Princípios do tratamento cirúrgico de tumores dos maxilares Considerar: Agressividade da lesão Localização anatômica da lesão - mandíbula x maxila - proximidade com estruturas vitais - tamanho do tumor - localização intraossea x extraóssea Tempo de evolução Esforços para reconstrução Técnicas cirúrgicas para remover tumores dos maxilares - Enucleação e/ou curetagem - Ressecção Marginal ou segmentar Parcial Total Composta
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