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Enf imunizacao 03

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79 
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Curso de 
ENFERMAGEM EM 
IMUNIZAÇÃO 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO III 
 
 
1.0 FUNDAMENTOS IMUNOLÓGICOS 
 
O sistema imune compreende células e moléculas com funções especializadas 
na defesa contra a invasão e infecção por outros organismos. Seus principais 
componentes incluem a medula óssea, os leucócitos produzidos pela medula óssea e os 
tecidos linfóides. Os tecidos linfóides incluem o timo, o baço, linfonodos, tonsilas e 
adenóides. 
Existem dois tipos gerais de imunidade: natural (inata) e adquirida (adaptativa). 
Embora cada tipo de imunidade desempenhe um papel distinto na defesa do corpo contra 
os invasores perigosos, os diversos componentes comumente atuam de maneira 
interdependente. 
 
1.1 Fatores inerentes ao organismo que recebe a vacina: mecanismos 
básicos da resposta imune 
 
Vários fatores inerentes ao organismo que recebe a vacina podem interferir no 
processo de imunização, isto é, na capacidade desse organismo responder 
adequadamente à vacina que se administra: 
- idade; 
- doença de base ou intercorrente; 
- tratamento imunodepressor. 
Há dois mecanismos básicos de resposta imune: os inespecíficos e os 
específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UMecanismos inespecíficos 
 
Os fatores inespecíficos da resposta imune são constituídos por mecanismos 
superficiais e mecanismos profundos que dificultam a penetração, a implantação e/ou a 
multiplicação dos agentes infecciosos, tais como: 
 Barreira mecânica constituída pela integridade da pele e das mucosas; 
 “Flora” microbiana normal (microbiota) da pele e de mucosas, que se opõe à 
colonização de microorganismos (particularmente bactérias e fungos); 
 Secreção cutânea (de glândulas sudoríparas e sebáceas), contendo ácidos 
graxos e ácidos lácticos; 
 Secreção mucosa e atividade das células ciliadas do epitélio das vias 
respiratórias; 
 Fluxo lacrimal, salivar, biliar e urinário; 
 Peristaltismo intestinal; 
 Acidez gástrica e urinária; 
 Alcalinidade do suco pancreático; 
 Ação mucolítica e bactericida da bile; 
 Ação do lisozima presente na lágrima, na saliva e nas secreções nasais; 
 Fatores séricos e teciduais, constituídos por betalisina, complemento, 
intérferon, fibronectina, lactoferrina, tuftisina, espermina (secreção prostática) e protamina 
(no esperma); 
 Inflamação; 
 Fagocitose. 
 
UMecanismos específicos 
 
A evolução biológica levou ao aprimoramento da resposta imune dos organismos 
superiores, quanto aos agentes infecciosos, possibilitando proteção específica e 
duradoura contra os patógenos pelos quais foram estimulados. 
O antígeno encontra-se no agente ou na substância reconhecida como estranha 
pelo organismo, podendo ser componente de bactérias, vírus, etc. Depois de sua 
 
 
 
 
 
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penetração, através da pele e/ou de mucosas (portas de entrada), atinge a circulação 
sangüínea e linfática e alcança os órgãos linfóides secundários (gânglios linfáticos, baço e 
nódulos linfóides). O antígeno sofre processamento inicial e, após esse processamento, o 
mesmo, agora fragmentado, é apresentado aos linfócitos envolvidos na fase efetora da 
resposta imune. 
Os linfócitos, originários das células primordiais da medula óssea, sofrem nos 
órgãos linfóides primários (timo e bursa de Fabricius ou equivalente, no caso do homem a 
medula óssea) processos de diferenciação celular, de que resulta o aparecimento dos 
linfócitos T e B, cujas atividades são distintas e complementares. Os linfócitos 
diferenciam-se em linfócitos T no timo e em linfócitos B na bursa de Fabricius (nas aves) 
ou medula óssea (no homem). Linfócitos T e B apresentam em sua membrana receptora 
específicos, determinada geneticamente com combinações diversificadas na seqüência 
dos seus peptídeos e diferentes conformações estruturais, o que possibilita alta 
seletividade de sua ligação com antígenos diversos. As linhagens de linfócitos T e de 
linfócitos B dotadas dos mesmos receptores constituem os clones; a grande variedade de 
clones existentes é que garante a ampla diversidade da resposta imune. 
Da interação dos antígenos com os receptores dos linfócitos T e B resulta o 
estímulo dessas células; com as alterações subseqüentes do seu metabolismo, os 
linfócitos entram em fase de ativação. 
 
UImunidade celular 
 
Como resultado da ativação de linfócitos T, dá-se o aparecimento de diversas 
subpopulações dessas células: linfócitos T-auxiliares, linfócitos T-supressores, linfócitos 
T-citotóxicos, linfócitos T responsáveis pelas reações de hipersensibilidade tardia e 
linfócitos T-memória. Os mediadores das respostas dos linfócitos T são substâncias 
solúveis de baixo peso moleculares denominadas linfocinas. Os linfócitos T-memória são 
responsáveis pela conservação da “lembrança” do primeiro contato com o antígeno, fato 
que proporciona resposta intensa e imediata, com curto período de latência, num segundo 
contato desses linfócitos com o antígeno que determinou o seu aparecimento (resposta 
secundária). A imunidade celular é responsável predominantemente pela proteção 
 
 
 
 
 
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específica contra infecções intracelulares, causadas por vírus, bactérias, fungos e 
protozoários. Linfócitos T-citotóxicos estimulados são capazes de lisar células infectadas 
quando determinantes antigênicos do patógeno se expressam em sua membrana. Lise de 
células infectadas também pode ser provocada por citotoxicidade mediada por anticorpos, 
cujas células efetoras são os linfócitos K (killer), que correspondem a cerca de 5% dos 
linfócitos do sangue, providos de receptores para a fração Fc de anticorpos da classe IgG. 
 
UImunidade humoral 
 
O estímulo antigênico dos linfócitos B determina a formação de clone de linfócitos 
B-memória e a transformação de outros linfócitos B em plasmócitos, responsáveis pela 
produção de substâncias com estrutura bem definida, com alto peso molecular. 
Denominadas imunoglobulinas - que recebem o nome de anticorpos quando são capazes 
de reagir com o antígeno responsável pelo seu aparecimento (imunidade humoral). As 
respostas de imunidade humoral são mais duradouras quando há participação de 
linfócitos T-auxiliares na ativação de linfócitos B (ou seja, quando os antígenos são T-
dependentes). 
Três classes de imunoglobulinas séricas (IgM, IgG e IgA) e as IgA secretoras 
(liberadas na superfície das mucosas dos tratos respiratório, intestinal e genitourinário) 
atuam na imunidade contra os agentes infecciosos. Na resposta da imunidade humoral 
que se segue ao primeiro contato com o antígeno (resposta primária) há um período de 
latência de alguns dias ou algumas semanas entre o estímulo e o aparecimento de 
anticorpos séricos: de início aparecem os anticorpos da classe IgM (cujo desaparecimento 
geralmente se dá no fim de algumas semanasou meses), seguidos pelos anticorpos das 
classes IgA e IgG. Os anticorpos da classe IgG são detectados no sangue durante tempo 
prolongado, constituindo a sua presença indicação de imunidade ou contato prévio com o 
antígeno em questão. A resposta imune humoral primária não depende da participação da 
imunidade celular, tímica, sendo por isso denominada T-independente. 
A resposta humoral secundária, que ocorre no segundo contato com o antígeno, 
após curto período de latência, relacionada fundamentalmente com o acentuado aumento 
da concentração sérica de IgG, é também denominada resposta do tipo booster ou 
 
 
 
 
 
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anamnéstica. A resposta humoral secundária se traduz por imunidade rápida, intensa e 
duradoura e é dependente da participação da imunidade celular, tímica, sendo, por isso, 
chamada de T-dependente. 
A imunidade humoral e os mecanismos de defesa antiinfecciosos inespecíficos 
com que se associam (particularmente a fagocitose e a ativação do sistema complemento 
por via clássica) são responsáveis pela neutralização de toxinas e de alguns vírus, pela 
opsonização de bactérias capsuladas e pela lise de bacilos gram-negativos entéricos. 
 
UOs complexos de histocompatibilidade e seu papel na imunidade 
 
Antígenos produzidos extracelularmente (por exemplo, contidos em vacinas não-
vivas, como os toxóides diftérico e tetânico, ou em Streptococcus pneumoniae ou 
Haemophilus influenzae do tipo b, etc.) são processados por células especializadas, como 
as dendríticas, macrófagos e linfócitos B denominados células apresentadoras de 
antígenos, que constituem pequena fração das células do corpo. Essas células 
apresentam os antígenos processados, por intermédio de proteínas intracelulares 
denominadas moléculas do complexo principal de histocompatibilidade de classe 2, ou 
MHC-II, aos linfócitos T-auxiliares, que irão secretar citocinas, moléculas estimuladoras de 
todo o sistema imune. A resposta imune aos antígenos de produção extracelular é 
basicamente de natureza humoral, isto é, mediada por anticorpos. 
Quando os antígenos, através de infecções virais ou de vacinas virais vivas, 
penetram no organismo e é produzido intracelularmente (por exemplo, vacinas contra 
sarampo, caxumba, rubéola, oral contra poliomielite, ou as doenças correspondentes), o 
número de células que processa os antígenos é muito maior do que no caso anterior; 
todas as células que forem infectadas irão processá-los e apresentá-los ao sistema 
imune, não apenas as células especializadas apresentadoras de antígenos; os mesmos 
serão apresentados não somente pelas moléculas do complexo principal de 
histocompatibilidade de classe 2, mas também pelas moléculas do complexo principal de 
histocompatibilidade de classe 1 (MHC-I). Este último evoca resposta imunológica celular 
de tipo citotóxica, pelas quais linfócitos especializados (CD8) destroem as células 
infectadas; a imunidade humoral também é ativada. Desse modo, os antígenos 
 
 
 
 
 
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produzidos intracelularmente induzem resposta imunológica muito intensa, pois são 
apresentados tanto pelas moléculas do complexo principal de histocompatibilidade de 
classe 1 quanto pelas de classe 2, fenômeno que ocorre em grande número de células. 
Por essa razão, as vacinas vivas, em geral, provocam imunidade mais potente e 
duradoura, provavelmente por toda a vida, com apenas uma dose. 
A repetição das doses da vacina oral contra a poliomielite deve-se ao fato de que 
são três os tipos de vírus contidos na vacina, e em geral não se consegue imunizar com 
apenas uma dose contra os três tipos. No caso da repetição de outras vacinas virais 
vivas, como a contra sarampo, essa medida serve basicamente para corrigirem falhas 
vacinais primárias. Isto é, aquelas que são decorrentes de não-imunização com a primeira 
dose da vacina (por exemplo, por aplicação no primeiro ano de vida, ou por má 
conservação da vacina). Falhas secundárias, isto é, decorrentes de diminuição da 
imunidade ao longo dos anos, podem ocorrer com as vacinas virais vivas, mas são raras. 
Já as vacinas não-vivas precisam de repetição das doses para que se obtenha a 
imunidade desejável e muitas delas precisam ser repetidas periodicamente durante toda a 
vida, como as vacinas contra difteria e tétano. 
 
U Antígenos T-dependentes e T-independentes 
 
Os antígenos constituídos por proteínas ou polipeptídeos são denominados 
antígenos T-dependentes, pois envolvem linfócitos T-auxiliares na resposta imune 
humoral. Os antígenos polissacarídeos (como a vacina antimeningocócica A/C) recebem 
o nome de antígenos T-independentes e são capazes apenas de estimular linfócitos B, 
sem a participação de linfócitos T-auxiliares, induzindo imunidade de mais curta duração 
(alguns meses ou poucos anos). Uma característica da imunidade T-dependente é a sua 
capacidade de induzir resposta de memória, com mudança da classe predominante de 
imunoglobulinas, de IgM para IgG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UIntegração de mecanismos de imunidade específica e inespecífica 
 
É importante ressaltar que a imunidade humoral e a imunidade celular atuam de 
forma integrada com os mecanismos de imunidade inespecífica, agilizando e 
potencializando a fagocitose por parte de neutrófilos polimorfonucleares e de macrófagos 
(por ação de anticorpos opsonizantes e de linfocinas) ou lisando células infectadas 
diretamente (linfócitos T-citotóxicos) ou indiretamente (por ativação do sistema 
complemento ou por citotoxicidade mediada por anticorpos). 
 
2.0 AGENTES IMUNIZANTES 
 
U Natureza 
 
A vacina é o imunobiológico que contém um ou mais agentes imunizantes (vacina 
isolada ou combinada) sob diversas formas: bactérias ou vírus vivos atenuados, vírus 
inativados, bactérias mortas e componentes de agentes infecciosos purificados e/ou 
modificados quimicamente ou geneticamente. 
 
UComposição 
 
O produto em que a vacina é apresentada contém, além do agente imunizante, 
os componentes a seguir especificados: 
a) líquido de suspensão: constituído geralmente por água destilada ou solução 
salina fisiológica, podendo conter proteínas e outros componentes originários dos meios 
de cultura ou das células utilizadas no processo de produção das vacinas; 
b) conservantes, estabilizadores e antibióticos: pequenas quantidades de 
substâncias antibióticas ou germicidas são incluídas na composição de vacinas para 
evitar o crescimento de contaminantes (bactérias e fungos); estabilizadores (nutrientes) 
são adicionados a vacinas constituídas por agentes infecciosos vivos atenuados. Reações 
alérgicas podem ocorrer se a pessoa vacinada for sensível a algum desses componentes; 
 
 
 
 
 
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c) adjuvantes: compostos contendo alumínio são comumente utilizados para 
aumentar o poder imunogênico de algumas vacinas, amplificando o estímulo provocado 
por esses agentes imunizantes (toxóide tetânico e toxóide diftérico, por exemplo). 
 
2.1 Fatores próprios das vacinas 
 
Os mecanismos de ação das vacinas são diferentes, variando segundo seus 
componentes antigênicos, que se apresentam sob a forma de: 
• Suspensão de bactérias vivas atenuadas (BCG, por exemplo); 
• Suspensão de bactérias mortas ou avirulentas (vacinas contra a coqueluche 
e a febre tifóide, por exemplo); 
• Componentes das bactérias (polissacarídeos da cápsula dos meningococosdos grupos A e C, por exemplo); 
• Toxinas obtidas em cultura de bactérias, submetidas às modificações 
químicas ou pelo calor (toxóides diftérico e tetânico, por exemplo); 
• Vírus vivos atenuados (vacina oral contra a poliomielite e vacinas contra o 
sarampo e a febre amarela, por exemplo); 
• Vírus inativados (vacina contra a raiva, por exemplo); 
• Frações de vírus (vacina contra a hepatite B, constituída pelo antígeno de 
superfície do vírus, por exemplo). 
 
 
U2.2 Origem das vacinas 
 
Laboratórios nacionais e estrangeiros fornecem as vacinas para uso no Brasil. 
Embora a maioria dos agentes imunizantes seja produzida a partir de cepas ou linhagens 
de bactérias ou vírus em instituições de referência da Organização Mundial da Saúde 
(OMS) - assim como são padronizados os meios de cultura e as células usadas em 
cultura de tecido para produção de vacinas. Existem particularidades no processo de 
produção de cada laboratório; também variam os conservantes, estabilizadores e 
adjuvantes utilizados. Esses fatores contribuem, eventualmente, para que as vacinas 
 
 
 
 
 
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apresentem diferenças em seu aspecto (presença de floculação) ou de coloração (a 
vacina contra o sarampo, por exemplo, apresenta-se, às vezes, depois da reconstituição, 
com tonalidades que variam do róseo ao amarelado). 
 
2.3 Controle de qualidade 
 
O controle de qualidade das vacinas é realizado pelo laboratório produtor e deve 
obedecer a critérios padronizados, estabelecidos pela OMS. Após aprovação em testes 
de controle do laboratório produtor, cada lote de vacina é submetido à análise no Instituto 
Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) do Ministério da Saúde. Só depois 
a vacina é liberada para uso, garantida sua segurança, potência e estabilidade. 
 
2.5 Conservação 
 
As vacinas precisam ser armazenadas e transportadas de acordo com as normas 
de manutenção da rede de frio, as quais deverão ser seguidas rigorosamente. Nenhuma 
das vacinas deve ser exposta à luz solar direta. 
 
2.6 Vias de administração 
 
Para cada agente imunizante há uma via de administração recomendada, que 
deve ser obedecida rigorosamente. Caso isso não seja atendido, podem resultar em 
menor proteção imunológica ou maior freqüência de eventos adversos. Por exemplo, a 
vacina contra hepatite B deve ser aplicada por via intramuscular, no vasto lateral da coxa 
ou deltóide, não se devendo utilizar a região glútea, pela possibilidade de aplicação em 
tecido gorduroso e assim obter-se menor proteção contra a doença. As vacinas que 
contêm adjuvantes, como a tríplice DTP, se forem aplicadas por via subcutânea podem 
provocar abscessos. O mesmo pode acontecer se a vacina BCG for aplicada por via 
subcutânea, em vez de intradérmica. Já as vacinas contra febre amarela, tríplice viral 
contra sarampo caxumba e rubéola, monovalente contra sarampo, por exemplo, devem 
ser aplicadas por via subcutânea. 
 
 
 
 
 
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2.7 Pessoa a ser vacinada 
 
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem como objetivo, em primeira 
instância, o controle de doenças imunopreveníveis através de amplas coberturas vacinais, 
para que a população possa ser provida de adequada proteção imunitária contra as 
doenças abrangidas pelo programa. Entretanto, continua sendo comum em no país à 
adoção de falsas contra-indicações à vacinação, apoiadas em conceitos desatualizados, 
com perda de oportunidade de vacinação durante os encontros da criança ou da família 
com o serviço de saúde e o conseqüente prejuízo da cobertura vacinal. 
 
2.8 Contra-indicações 
 
U Contra-indicações gerais 
 
As vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados não devem ser administradas, a 
princípio, em pessoas: 
a) com imunodeficiência congênita ou adquirida; 
b) acometidas por neoplasia maligna; 
c) em tratamento com corticosteróides em esquemas imunodepressores (por 
exemplo, 2mg/kg/dia de prednisona durante duas semanas ou mais em crianças, 
também em doses correspondentes de outros glicocorticóides). Ou submetidas a outras 
terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia, etc.). 
 
UContra-indicações específicas 
 
Serão mencionadas nos itens relativos a cada vacina. 
 
UFalsas contra-indicações 
Não constituem contra-indicação à vacinação: 
 
 
 
 
 
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a) doenças benignas comuns, tais como afecções recorrentes infecciosas ou 
alérgicas das vias respiratórias superiores, com tosse e/ou coriza, diarréia leve ou 
moderada, doenças da pele (impetigo, escabiose etc.); 
b) desnutrição; 
c) aplicação de vacina contra a raiva em andamento; 
d) doença neurológica estável (síndrome convulsiva controlada, por exemplo) ou 
pregressa, com seqüela presente; 
e) antecedente familiar de convulsão; 
f) tratamento sistêmico com corticosteróide durante curto período (inferior a duas 
semanas), ou tratamento prolongado diário ou em dias alternados com doses baixas ou 
moderadas; 
g) alergias, exceto as reações alérgicas sistêmicas e graves, relacionadas a 
componentes de determinadas vacinas; 
h) prematuridade ou baixo peso no nascimento. As vacinas devem ser 
administradas na idade cronológica recomendada, não se justificando adiar o início da 
vacinação. (Excetuam-se o BCG, que deve ser aplicado somente em crianças com >2kg). 
i) internação hospitalar - crianças hospitalizadas podem ser vacinadas antes da 
alta e, em alguns casos, imediatamente depois da admissão, particularmente para 
prevenir a infecção pelo vírus do sarampo ou da varicela durante o período de 
permanência no hospital. 
Deve-se ressaltar que história e/ou diagnóstico clínico pregresso de coqueluche, 
difteria, poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba, tétano e tuberculose não constituem 
contra-indicações ao uso das respectivas vacinas. 
É importante também dar ênfase ao fato de que, havendo indicação, não existe 
limite superior de idade para aplicação de vacinas, com exceção das vacinas tríplices 
DTP e dupla, tipo infantil. 
 
2.9 Adiamento de vacinação 
 
Deve ser adiada a aplicação de qualquer tipo de vacina em pessoas com 
doenças agudas febris graves, sobretudo para que seus sintomas e sinais, assim como 
 
 
 
 
 
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eventuais complicações, não sejam atribuídos à vacina administrada. Também deve ser 
adiada a aplicação de vacinas em pessoas submetidas a tratamento com medicamentos 
em doses imunodepressoras, por causa do maior risco de complicações ou da 
possibilidade de resposta imune inadequada. Como regra geral, a aplicação de vacinas 
deve ser adiada por um mês após o término de corticoterapia em dose imunodepressora 
ou por três meses após a suspensão de outros medicamentos ou tipos de tratamento que 
provoquem imunodepressão. Após transplante de medula óssea, o adiamento deve ser 
por um ano (vacinas não-vivas) ou por dois anos (vacinas vivas). 
O uso de imunoglobulinas também deve adiar a aplicação de algumas vacinas 
vivas, como as contra sarampo e rubéola. O prazo de adiamento depende da dose de 
imunoglobulina. Isso não se aplica à vacina oral contra poliomielite e contra febre 
amarela, cuja resposta imune não é afetada pelo uso de imunoglobulinas. 
Não há interferência entre as vacinas utilizadas no calendário de rotina do PNI, 
que, portanto, podem ser aplicadas simultaneamente ou com qualquer intervalo entre si. 
Uma exceção, por falta deinformações adequadas, é a vacina contra febre amarela: 
recomenda-se que seja aplicada simultaneamente ou com intervalo de duas semanas das 
outras vacinas vivas. 
 
2.10 Associação de vacinas 
 
A administração de vários agentes imunizantes num mesmo atendimento é 
conduta indicada e econômica que, além de facilitar a efetivação do esquema, permite, 
em reduzido número de contatos da pessoa com o serviço de saúde, vacinar contra o 
maior número possível de doenças. 
Devem ser consideradas diferentemente a vacinação combinada, a vacinação 
associada e a vacinação simultânea. Na vacinação combinada, dois ou mais agentes são 
administrados numa mesma preparação (por exemplo, vacina tríplice DTP, vacinas duplas 
DT e dT e vacina oral trivalente contra a poliomielite, que contém os três tipos de vírus 
atenuados da poliomielite). Na vacinação associada, misturam-se as vacinas no momento 
da aplicação, o que pode ser feito, por exemplo, entre determinadas apresentações 
(marcas) das vacinas contra Haemophilus influenzae do tipo b e vacina tríplice DTP. 
 
 
 
 
 
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Chama-se a atenção para o fato de que a autorização para o uso dessas misturas tem 
que ser precedida de estudos que autorizem seu emprego, específicos para cada produto 
a ser associado. Na vacinação simultânea, duas ou mais vacinas são administradas em 
diferentes locais ou por diferentes vias num mesmo atendimento (por exemplo, a vacina 
tríplice DTP por via intramuscular, a vacina contra o sarampo por via subcutânea, o BCG 
por via intradérmica e a vacina contra a poliomielite por via oral). 
As vacinas combinadas a serem usadas são as registradas e licenciadas para 
uso no Brasil. A associação de vacinas só é permitida para vacinas e fabricantes 
específicos, de acordo com as recomendações de cada produto. Em relação às vacinas 
incluídas no PNI, as aplicações simultâneas possíveis não aumentam a freqüência e a 
gravidade dos efeitos adversos e não reduzem o poder imunogênico que cada 
componente possui quando administrado isoladamente. 
 
2.11 Situações especiais 
USurtos ou epidemias 
 
Em vigência de surto ou epidemia de doença cuja vacinação esteja incluída no 
PNI, podem ser adotadas medidas de controle que incluem a vacinação em massa da 
população-alvo (estado, município, creche etc), sem necessidade de obedecer 
rigorosamente aos esquemas propostos por manuais de vacinação. 
 
UVacinação de escolares 
 
A admissão à escola constitui momento estratégico para a atualização do 
esquema vacinal. A vacinação de escolares deve ser efetuada prioritariamente na 
primeira série do primeiro grau, com a finalidade de atualizar o esquema de imunização. 
 
3.0 CAMPANHA DE VACINAÇÃO 
 
Constitui estratégia cujo objetivo é o controle de uma doença de forma intensiva 
ou a ampliação da cobertura vacinal para complementar trabalho de rotina. Para manter a 
 
 
 
 
 
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erradicação da poliomielite e contribuir para a sua erradicação global, o PNI criou o Dia 
Nacional de Vacinação contra Poliomelite, com o objetivo de vacinar todas as crianças na 
faixa etária de zero a cinco anos de idade em um só dia. 
Desde 1980 realiza campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite em 
duas etapas anuais. Em 1994 o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS), 
a certificação pela erradicação da transmissão autóctone do poliovírus selvagem. 
A estratégia de campanhas de vacinação visa aumentar a oportunidade das 
crianças em completar o esquema básico de vacinação e ajudar a disseminar o vírus na 
natureza, promovendo proteção coletiva contra o poliovírus, inclusive em crianças não 
vacinadas na campanha, diminuindo o número de suscetíveis. Dessa forma as 
campanhas de vacinação, ao alcançar crianças não vacinadas ou com esquema vacinal 
incompleto, compensam falhas existentes na vacinação de rotina. 
Além das campanhas para crianças, acontece também a Campanha Nacional de 
Vacinação do Idoso – CNVI, que é uma das efetivações do compromisso do com a 
universalidade, a integralidade e a equidade da atenção à saúde no setor de imunizações. 
Atendendo, deste modo, aos princípios básicos fundamentais do Sistema Único de Saúde 
- SUS. Com isto, o Ministério da Saúde visa contribuir com a prevenção de enfermidades 
que interferem no desenvolvimento das atividades rotineiras da população em foco, 
reduzindo a morbimortalidade por doenças infecciosas imunopreveníveis e garantindo-lhe 
prioritariamente qualidade de vida, bem-estar e inclusão social. 
A Campanha Nacional de Vacinação para a terceira idade teve a sua primeira 
edição em 1999, e tinha como objetivo imunizar pessoas de 65 anos ou mais contra a 
gripe, tétano e difteria. 
A iniciativa surgiu para diminuir os casos de hospitalizações e mortes em 
decorrência da gripe. A vacinação contra o tétano está relacionada ao fato desse grupo 
etário não ter tomado vacina contra a doença na infância, e também pela necessidade de 
reforços a cada dez anos. 
Em 2005, o Brasil superou a meta de 70%, preconizada pelo Ministério da Saúde, 
e vacinou 83,9% da população com mais de 60 anos, conquistando uma das maiores 
coberturas vacinais do mundo. 
 
 
 
 
 
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Muitos mitos ainda pairam sobre a vacina contra a gripe. Algumas pessoas 
insistem em afirmar que a vacina provoca a doença, o que é um equívoco. A vacina não 
impede que a gripe ocorra, mas ela acontecerá mais atenuada, menos intensa. 
A meta estipulada pelo Ministério da Saúde, em 2006, era imunizar 11 milhões de 
pessoas acima de 60 anos, o que corresponde a 70% dos 15,7 milhões de idosos em 
todo o território nacional. Essa expectativa foi superada, pois a campanha de 2006 atingiu 
mais de 85% dessa faixa etária. 
68 70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 00 02 04 05
0
1
2
3
4
0
20
40
60
80
100
Taxa de Incidência 1ª Campanha 2ª Campanha
Ta
xa
 d
e 
In
ci
dê
nc
ia
 p
or
 1
00
.0
00
 h
ab
.
C
ob
er
tu
ra
 V
ac
in
al
 (%
)
Incidência de poliomielite e cobertura vacinal com a VOP*, 
em campanhas nacionais de vacinação, Brasil, de 1968 a 2005
Início dos dias 
nacionais de 
vacinação contra 
poliomielite
* VOP: Vacina oral contra poliomielite.
Fonte: Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde. 
http://www.sbp.com.br/img/campanha/grafico_vacinacao.pps 
 
Cartazes da campanha contra a gripe e contra paralisia infantil. 
http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/campanhas_publicitarias 
http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/images/cartazes 
 
 
 
 
 
 
 
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4.0 CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÕES DE ROTINA 
 
Programa Nacional de Imunizações (PNI) - Ministério da Saúde 
 
IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS 
HUBCG - ID UH 
Dose 
única 
Formas graves de tuberculose 
Ao 
nascer 
UVacina contra 
hepatite B (1) U 
1ª dose Hepatite B 
1 mês 
HUVacina contra 
hepatite B UH 
2ª dose Hepatite B 
UVacina 
tetravalente 
(DTP + Hib) (2)U 
1ª dose 
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e 
outras infecções causadas pelo Haemophilus 
influenzae tipo b 
UVOP (vacina 
oral contra 
pólio) U 
1ª dose Poliomielite (paralisia infantil) 
2 meses 
UVORH (Vacina 
Oral de 
Rotavírus 
Humano)(3) U 
1ª dose Diarréia por Rotavírus 
HUVacina 
tetravalente 
(DTP + Hib)UH 
2ª dose 
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e 
outras infecções causadaspelo Haemophilus 
influenzae tipo b 
UVOP (vacina 
oral contra 
pólio) U 
2ª dose Poliomielite (paralisia infantil) 
4 meses 
HUVORH (Vacina 
Oral de 
2ª dose Diarréia por Rotavírus 
 
 
 
 
 
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Rotavírus 
Humano)(4) UH 
HUVacina 
tetravalente 
(DTP + Hib)UH 
3ª dose 
Difteria, tétano, coqueluche, 
meningite e outras infecções causadas pelo 
Haemophilus influenzae tipo b 
UVOP (vacina 
oral contra 
pólio) U 
3ª dose Poliomielite (paralisia infantil) 
6 
meses 
UVacina contra 
hepatite B U 
3ª dose Hepatite B 
9 
meses 
UVacina contra 
febre 
amarela(3) U 
Dose 
única 
Febre amarela 
12 
meses 
USRC (tríplice 
viral) U 
Dose 
única 
Sarampo, rubéola e caxumba. 
UDTP (tríplice 
bacteriana) U 
1º 
reforço 
Difteria, tétano e coqueluche. 
15 
meses UVOP (vacina 
oral contra 
pólio) U 
reforço Poliomielite (paralisia infantil) 
UDTP (tríplice 
bacteriana) U 
2º 
reforço 
Difteria, tétano e coqueluche. 
4 - 6 
anos 
HUSRC (tríplice 
viral) UH 
reforço Sarampo, rubéola e caxumba. 
10 anos 
UVacina contra 
febre amarela U 
reforço Febre amarela 
 
http://pni.datasus.gov.br/calendario_vacina_Infantil.asp 
 
 
 
 
 
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(1) A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na 
maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. O esquema básico se 
constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 
180 dias da primeira para a terceira dose. 
(2) O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a 
vacina Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço 
aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos. 
(3) É possível administrar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano 
a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de vida). 
(4) É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano 
a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). (5) 
A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 9 meses de idade, 
que residem ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, 
AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, 
MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e 
MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da 
viagem. 
 
5.0 VACINAS 
 
5.1 Vacina contra Tuberculose (BCG) 
 
O BCG (Bacilo de Calmette e Guérin) vem sendo utilizado como vacina há várias 
décadas e tem por finalidade evitar que a primo-infecção natural, causada por 
Mycobacterium tuberculosis, evolua para doença. 
O BCG-ID provoca primo-infecção artificial e inofensivo, ocasionada por bacilos 
não-virulentos, com o objetivo de que essa infecção contribua para aumentar a resistência 
do indivíduo em face de uma infecção posterior, causada por bacilos virulentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UApresentação e Composição 
 
O BCG é preparado com bacilos vivos de cepa de Mycobacterium bovis com 
virulência atenuada, contendo também glutamato de sódio. Apresenta em ampolas com 
múltiplas doses. 
 
Idade de Aplicação 
 
A partir do nascimento. Desde que não tenha sido administrada na unidade 
neonatal, a vacina deve ser feita ao completar o primeiro mês de vida ou no primeiro 
comparecimento à Unidade de Saúde. Pessoas com qualquer idade podem ser 
vacinadas. 
 
Indicação 
 
É indicada principalmente para prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e 
meníngea) em crianças com menos de cinco anos de idade, mais freqüentes em menores 
de um ano. Profissionais de saúde que apresentam nódulo com diâmetro menor de 5 mm 
e reatores fracos (nódulo com diâmetro entre 5 mm e 9 mm) no teste tuberculínico (PPD). 
É indicada aos contatos domiciliares de hanseníase independente da forma clínica, e 
indicada, também, e o mais precocemente possível, nas crianças HIV-positivas e filhos de 
HIV-positivas. São contra-indicadas nos indivíduos HIV-positivos sintomáticos. 
 
Via de Administração 
 
A vacina BCG liofilizada, após diluição com solução de cloreto de sódio e 
completa homogeneização, é aplicada por via intradérmica na dose indicada de 0,1ml, na 
inserção inferior do músculo deltóide do braço direito. A lesão vacinal evolui da seguinte 
forma: 
• Da 1ª à 2ª semana: mácula avermelhada com enduração de 5 a 15 mm de 
diâmetro; 
 
 
 
 
 
99 
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• Da 3ª à 4ª semana: pústula que se forma com amolecimento do centro da 
lesão, seguida pelo aparecimento de crosta; 
• Da 4ª à 5ª semana: úlcera com 4 a 10mm de diâmetro; 
• Da 6ª à 12ª semana: cicatriz com 4 a 7mm de diâmetro, encontrada em 
cerca de 95% dos vacinados. Não se deve cobrir a úlcera ou colocar qualquer tipo de 
medicamento 
O tempo dessa evolução é de seis a doze semanas, podendo prolongar-se 
raramente até a 24ª semana. Eventualmente pode haver recorrência da lesão, mesmo 
depois de ter ocorrido completa cicatrização. 
 
Esquemas de aplicação 
 
Esquema básico: uma dose, o mais precocemente possível. 
 
Observações: 
a) Em crianças que receberam o BCG há seis meses ou mais, na qual esteja 
ausente a cicatriz vacinal, indica-se a revacinação, sem necessidade prévia do teste 
tuberculínico (PPD); 
b) Se a primeira dose for aplicada com seis anos de idade ou mais, não há 
necessidade de revacinação. 
 
Revacinação: Era realizada aos 10 anos, porém, foi suspensa pelo Ministério da 
Saúde em 2006, de acordo com o trecho da nota técnica descrita abaixo: 
“...Os estudos realizados no País para avaliar o efeito protetor da segunda dose 
da vacina BCG para tuberculose em crianças em idade escolar apontam baixa proteção 
em adolescentes e adultos jovens. O efeito protetor da primeira dose da vacina BCG, ao 
nascer, apresentou evidências de uma duração de mais de 15 anos. Diante dessas 
constatações obtidas por meio de evidências científicas e somadas às discussões com o 
Comitê Técnico Assessor em Imunizações (CTAI), além de parecer de estudiosos de 
notório saber sobre o tema, o PNI (Programa Nacional de Imunização) recomenda a 
 
 
 
 
 
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suspensão da administração da segunda dose da vacina BCG, no Brasil, para a faixa 
etária de 6 a 10 anos, a partir de junho de 2006. 
Ressalta-se ainda que a segunda dose deva ser mantida nas indicações do PNI 
para os contatos domiciliares de doentes com hanseníase, independente da forma clínica, 
com intervalo mínimo de seis meses (Brasil, Ministério da Saúde, 2001) ”. 
 
Contra-indicações 
 
Imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo crianças infectadas pelo vírus 
imunodeficiência humana (HIV) que apresentem sintomas da doença. Embora não 
apresentem contra-indicações absolutas, recomenda-se adiar a vacinação com BCG em 
recém-nascidos com peso inferior a 2.000g e em presença de afecções dermatológicas 
extensas em atividade. 
 
Conservação e Validade 
 
Conservar entre +2Po PC e + 8Po PC a vacina inativa-se rapidamente quando exposta 
diretamente a raios solares; não há, porém, risco de inativação se for exposta à luz 
artificial. Após a reconstituição, a vacina deveser utilizada no prazo máximo de seis 
horas. O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado 
rigorosamente. 
 
Observações durante o preparo e a aplicação da vacina BCG 
 
Os eventos adversos decorrentes da vacina BCG são, em geral, locais e pouco 
freqüentes. Na maioria dos casos, estão relacionados à falhas na administração da 
vacina, devido a: 
• Aplicação profunda. Isto é, a vacina é aplicada na camada subcutânea, 
quando o correto é aplicá-la na camada superficial (via intradérmica); 
• Dose com maior volume. Deve ser injetada a dose exata, ou seja, 0,1 ml; 
• Contaminação durante o processo de preparação e aplicação da vacina 
 
 
 
 
 
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Por isso, para atuar na sala de vacina, e aplicar a BCG, o profissional deve: 
 
• Valorizar a lavagem das mãos, no mínimo, antes e após o preparo e 
aplicação de cada vacina; 
• Durante a reconstituição da vacina, evitar a agitação intensa, e 
homogeneizá-la cuidadosamente com movimentos circulares, até a sua completa diluição; 
• Introduzir o diluente, vagarosamente, pela parede do frasco. Conferir a 
quantidade da dose a ser administrada, que deve ser de 0,1 ml, e o local de aplicação – 
inserção inferior do músculo deltóide no braço direito; 
• Utilizar seringa e agulha adequadas à técnica de aplicação intradérmica. 
 
Eventos Adversos 
 
 Úlcera com diâmetro maior que 1 cm; 
 Linfadenopatia regional não supurada (íngua): Presença de gânglios 
enfartados na região próxima à aplicação (região axilar, supra e infraclaviculares), sem a 
presença de pus. Ocorre principalmente nos três primeiros meses após a aplicação da 
vacina. Não devem ser puncionados; 
 Linfadenopatia regional supurada: Presença de gânglios enfartados na 
região próxima à aplicação (região axilar, supra e infraclaviculares), com a presença de 
pus. Pode ocorrer drenagem espontânea originando fístulas. Ocorre principalmente nos 
três primeiros meses após a aplicação da vacina. Não devem ser puncionados; 
 Abscesso subcutâneo frio: Associados à técnica incorreta de 
aplicação da vacina por via intradérmica. Neste caso, a aplicação da vacina ocorre de 
forma mais profunda, alcançando a camada subcutânea, provocando o abcesso frio; 
 Abscesso subcutâneo quente: Associado à contaminação durante o 
processo de preparo e aplicação da vacina (infecção secundária); 
 Cicatriz quelóide: Cicatriz geralmente elevada e volumosa, que 
ocorreria no cliente em outros processos de cicatrização, independentemente da 
aplicação da vacina. Não precisa ser notificado; 
 
 
 
 
 
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 Em pele: Lesões semelhantes à tuberculose cutânea, que ocorrem 
num período de tempo que varia de três meses a 30 anos após a vacinação; 
 Em ossos e articulações: Os sinais e sintomas mais freqüentes são: 
dor local, inchaço e limitação à movimentação do membro acometido. Seu 
aparecimento varia de seis meses a três anos após a vacinação. São eventos muitos 
raros com a cepa vacinal brasileira; 
 Em órgãos do tórax, abdome e linfonodos: Lesões semelhantes às da 
tuberculose em pulmões, rins, órgãos genitais. São extremamente raras. Ocorrem, em 
geral, entre seis meses a três anos após a vacinação; 
 Lesões generalizadas: Lesões semelhantes às da tuberculose 
disseminada, podendo ser fatais. Podem causar aumento do fígado, do baço e, rápida 
deteriorização do estado geral. Geralmente ocorrem no primeiro ano após a 
vacinação, e nos indivíduos com comprometimento da imunidade celular, congênito ou 
adquirido. 
 
5.2 Vacina contra Hepatite B 
 
O PNI recomenda atualmente a vacinação universal das crianças contra hepatite 
B. quando não for aplicada na unidade neonatal, a vacina deve ser feita na primeira 
consulta ao serviço de saúde. Pode ser aplicada simultaneamente com a vacina BCG. 
Nas áreas de alta prevalência, deve-se também vacinar as crianças com seis e 
sete anos de idade, por ocasião da entrada na escola, caso não tenham registro de 
esquema vacinal completo contra hepatite B. De modo semelhante, pode ser aplicada 
simultaneamente com o BCG. 
Outros grupos priorizados para vacinação são os grupos de risco, 
compreendendo hemofílicos, usuários de hemodiálise, portadores de outras doenças que 
implicam altos riscos de transfusões de sangue ou utilização de produtos sanguíneos, 
profissionais de saúde, comunicantes domiciliares de portadores, reclusos e participantes 
de outras comunidades fechadas, prostitutas e homossexuais masculinos. 
A vacinação da população com zero a 14 anos de idade em áreas de alta 
endemicidade, sob a forma de campanhas, deve ser implantada e mantida a cada ano, 
 
 
 
 
 
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considerando o risco da transmissão da infecção nessas regiões, desde os primeiros anos 
de vida. 
 
Apresentação e Composição 
 
Há dois tipos de vacina contra hepatite B: a de primeira geração contém 
partículas virais obtidas do plasma de doadores do vírus, inativadas pelo formol; a de 
segunda geração é preparada por método de engenharia genética e obtida por tecnologia 
de recombinação do ADN (ácido desoxirribonucléico). 
As duas vacinas utilizam hidróxido de alumínio como adjuvante e o timerosal 
como conservante. O PNI recomenda atualmente apenas o uso da vacina recombinante, 
isto é, a obtida por engenharia genética. 
As vacinas recombinantes licenciadas atualmente são produzidas a partir de 
leveduras (levedura de padeiro), nas quais se introduziu um plasmídio contendo o gene 
AgHBs. Contém cinco a 40mg/ml de antígeno (AgHBs), adsorvidos em hidróxido de 
alumínio,utilizando-se o timerosal como conservante. Três doses dessa vacina, aplicadas 
por via intramuscular, induzem títulos protetores em mais de 90% dos receptores adultos 
sadios e em mais de 95% dos lactentes, crianças e adolescentes de até 19 anos de 
idade. Idosos, dialisados e imunodeficientes apresentam resposta imunológica mais 
baixa. 
A vacina contra hepatite B é apresentada sob a forma líquida, em ampolas 
individuais ou frasco-ampola com múltiplas doses. 
 
Idade de Aplicação 
 
Iniciar de preferência logo após o nascimento, nas primeiras 12 horas de vida, 
para evitar a transmissão vertical. Caso isso não tenha sido possível, iniciar o mais 
precocemente possível, na unidade neonatal ou na primeira visita à Unidade de Saúde. A 
vacina contra hepatite B pode ser administrada em qualquer idade e simultaneamente 
com outras vacinas do calendário. 
 
 
 
 
 
 
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Via de Administração 
 
Intramuscular profunda, no vasto lateral da coxa; em crianças com mais de dois 
anos de idade, pode ser aplicada na região deltóide. Não deve ser aplicada na região 
glútea, pois a adoção desse procedimento se associa com menor produção de anticorpos, 
pelo menos em adultos. 
 
Esquemas de aplicação 
 
As duas primeiras doses devem ser aplicadas com intervalo de um mês, e há 
terceira, seis meses após a primeira (esquema 0, 1, 6); o intervalo entre a segunda e a 
terceira doses deve ser de, no mínimo, dois meses. 
Caso o intervalo entre as doses tenha sido ultrapassado, não há necessidade de 
recomeçar o esquema, apenas completá-lo. 
Com relação aos volumes e doses, depende de situações individuais específicas. 
Deve-se seguir a orientação do fabricante, a ser referenciada por informe técnico do PNI. 
 
Contra-Indicações 
 
A ocorrência, muito rara, de reação anafilática sistêmica seguindo-seà aplicação 
de dose anterior. 
 
Conservação e Validade 
 
Deve ser conservada entre +2P o PCP P e +8P o PCP P o congelamento inativa a vacina. 
Depois de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser utilizada até o 
final do prazo de validade, desde que tenha sido manipulada com técnicas corretas de 
assepsia. O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado 
rigorosamente. 
 
 
 
 
 
 
 
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Observações durante o preparo e a aplicação da vacina Hepatite B 
 
• É indispensável fazer movimentos giratórios com o frasco, para que a vacina 
fique mais homogênea e provoque menos reações locais; 
• Lavar as mãos, no mínimo antes e após o preparo e aplicação da vacina; 
• Observar a técnica asséptica de preparação da vacina (manusear sem 
contaminar seringa, agulha e frasco da vacina); 
• Utilizar a via de aplicação correta, com introdução da agulha no terço médio 
da coxa (vasto lateral), observando o ângulo de aplicação para intramuscular nesta 
região. No caso do deltóide a palicação será na face externa superior do braço; 
• Adequar a agulha ao ângulo de aplicação conforme massa muscular da 
pessoa a ser vacinada; 
• Localizar visualmente o músculo vasto lateral, fazendo prega com o dedo 
indicador e o polegar. Introduzir a agulha no músculo respeitando o ângulo correto. 
Eventos Adversos 
 
 Edema e eritema (vermelhidão) e nódulo indolor no local da injeção; 
 Mal-estar, cefaléia (dor de cabeça), astenia, mialgia (dor muscular) e 
artralgia (dor nas articulações). Estes sintomas são de pequena intensidade e passam 
rapidamente; 
 Febre de 37,5 Po PC: Geralmente aparece nas primeiras horas após a 
aplicação da vacina, ou até o dia seguinte; 
 Atenção: Pode ocorrer febre igual ou acima de 39,5 P o PC nos dois dias após a 
aplicação da vacina. Nos casos de febre que aparecem após o segundo dia da vacinação, 
ou persistem por mais de 2 dias, deve ser feito diagnóstico diferencial com doenças que 
ocasionam febre. Este sinal pode indicar infecção não relacionada à vacinação (doença 
em período de incubação que ocorreu por coincidência); 
 Abcessos quentes e frios, ocasionados por problemas na técnica de 
aplicação; 
 
 
 
 
 
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 Choque Anafilático: Caracteriza-se por hipotensão ou choque, associado à 
urticária, edema de face e laringoespasmo (sensação de sufocamento). É um evento 
adverso raro e grave. 
 
5.3 Vacina Oral contra Poliomelite (VOP) 
 
A Vacina Oral contra a Poliomelite (VOP) é a vacina de escolha no Brasil, com 
base em considerações sobre riscos e benefícios, que são citados a seguir: 
• Induz imunidade intestinal; 
• É mais simples de administrar; 
• É bem aceita pelos pacientes; 
• Resulta em imunização dos contatos das pessoas vacinadas; 
• Viabilizou a eliminação da doença causada pelos polivírus selvagens nas 
Américas. 
 
A paralisia associada à vacina oral contra poliomelite é rara, 1/ 2,4 milhões de 
doses distribuídas, nos Estados Unidos. A taxa após a primeira dose é de 1/760.000 
doses, incluindo recipientes e comunicantes. 
No Brasil, a incidência de poliomelite associada à vacina tem sido baixa: 
1caso/4,4 a 6,7 milhões de doses administradas, entre todos os vacinados; 1caso/6,7 a 
15,5 milhões de doses administradas entre os comunicantes de vacinados; após a 
primeira dose, 1cso/671.141 primeiras doses; entre os comunicantes de receptores da 
primeira dose, 1caso/1.000.000 primeiras doses. 
A intensificação da vacina de rotina no Brasil, resultou na manutenção de altas 
coberturas vacinais. E a realização de campanhas de vacinação em massa, através do 
estabelecimento do Dia Nacional de Vacinação, para todas as crianças abaixo de 5 anos 
de idade, que ocorrem duas vezes ao ano, foi fundamental para a erradicação da 
poliomelite em nosso país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Composição e Apresentação 
 
 A VOP é indicada para a prevenção da poliomelite e é produzida a partir de 
vírus atenuados em cultura de células derivadas especialmente de tecido renal de 
macacos da espécie Cercophecos aethiops. Contém os três tipos de polivírus atenuados 
(tipos I, II e III). 
Contém, além disso, conservantes (antibióticos) e termoestabilizador (por 
exemplo, cloreto de magnésio e aminoácidos ou sacarose). 
É apresentada sob forma líquida, habitualmente em um conjunto de frasco, 
aplicador e tampa rosqueável, moldados em plástico maleável e resistente, contendo 20 
ou 25 doses. 
 
Idade de Aplicação 
 
A vacinação de rotina é recomendada a partir dos dois meses de idade. 
Situações epidemiológicas especiais podem indicar a vacinação a partir do nascimento da 
criança. Em campanhas maciças, a vacina é administrada nas crianças com menos de 
cinco anos de idade, independente do estado vacinal prévio. 
 
Via de Administração 
 
A vacina contra poliomelite deve ser administrada por via oral. Cada dose 
corresponde a duas gotas, que equivalem a 0,1ml, ou de acordo com as especificações 
do fabricante. 
 
Esquema de aplicação 
 
Esquema de vacinação de rotina: três doses a partir dos dois meses de idade, 
obedecendo a um intervalo de 60 dias entre as vacinações. Uma quarta dose deve ser 
aplicada aos 15 meses de idade. O intervalo mínimo entre as doses é de 45 dias. 
 
 
 
 
 
 
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Contra-Indicações 
 
Não existem contra indicações para aplicação de vacina contra poliomelite. 
Entretanto, nos caos abaixo, a criança deverá ser encaminhada aos Centros de 
Referência de Imunobiológicos Especiais para receberem a vacina inativada do tipo Salk 
(VIP). 
a) Crianças imunodeprimidas (com deficiência imunológica congênita ou 
adquirida) não-vacinadas ou que receberam esquema incompleto de vacinação contra 
poliomelite; 
b) Crianças que estejam em contato domiciliar com pessoa 
imunodeficiente suscetível e que necessitem receber vacina contra poliomelite; 
c) Pessoas submetidas a transplante de medula óssea. 
As crianças com AIDS devem receber a VIP; quando não disponível esta vacina, 
deve-se utilizar a VOP; as crianças assintomáticas com infecção pelo HIV podem receber 
a VOP. 
Conservação e Validade 
 
Quando a vacina for mantida à temperatura igual ou inferior a -20 Po PC (freezer) 
mantém a sua potência por 24 meses. Após o descongelamento, conservada sob 
refrigeração à temperatura de 2 P o PC a 8P o PC (geladeira), a validade será mantida por um 
período de três meses, observando o prazo de validade estabelecido para cada lote da 
vacina. 
A validade da vacina encontra-se impressa na embalagem do fabricante e deve 
ser rigorosamente obedecida. 
Na utilização da vacina, os seguintes cuidados devem ser observados: 
1) Retornar a vacina ao refrigerador imediatamente após a vacinação; 
2) Se houver necessidade de utilizar a vacina em ambiente externo ao da 
Unidade de Saúde, manter a vacina refrigerada na caixa térmica específica ou em banho 
de gelo (gelo + água), ao abrigo da luz solar direta; 
3) Sobras de vacinas devem ser descartadas após cinco dias úteis da abertura 
dos frascos; 
 
 
 
 
 
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4) Na vacinação extramuros, os frascos de vacina deverão ser utilizados num 
único dia, desprezando-se as sobras. 
 
Eventos Adversos 
 
O evento adversoque pode ocorrer após o uso da vacina Sabin (VOP) é a 
própria doença, a poliomelite. Diferentemente das demais vacinas, este evento pode 
acometer à criança vacinada, ou a seus comunicantes (pessoas que têm contato com o 
vacinado). 
 
 Caso de poliomelite associado ao vacinado: a criança apresenta quadro 
agudo de febre, seguido de paralisia flácida aguda, que pode ocorrer de 4 a 40 dias após 
a aplicação da vacina, apresentando seqüela, compatível com poliomelite, 60 dias após o 
início do quadro; 
 Caso de poliomelite associado ao comunicante do vacinado: a paralisia 
flácida aguda surge após o contato com criança que tenha sido vacinada até 40 dias 
antes. O comunicante apresenta quadro agudo de febre, seguido dos sinais de paralisia 
flácida, os quais podem surgir em 4 a 85 dias após a vacinação, apresentando seqüelas, 
compatíveis com poliomelite, 60 dias após o início do quadro. 
 
5.4 Vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche e a infecção pelo 
Haemophilus influenzae tipo b (vacina tretavalente DTP - Hib) 
 
Apresentação e Composição 
 
A vacina DTP-Hib (tetravalente), protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche 
e outras doenças causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b, tais como 
meningite bacteriana, pneumonia, otite, artrite e septicemias. Esta vacina além de ser 
eficaz, reduz o número de aplicações injetáveis em crianças menores de 01 ano, já que 
reúne em uma única vacina, os componentes imunológicos capazes de proteger contra 
todas estas doenças. 
 
 
 
 
 
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A vacina DTP-Hib é uma associação da vacina DTP (tríplice bacteriana) e da 
vacina contra a infecção causada pelo Haemophilus influenzae tipo b (Hib). 
A vacina DTP apresenta-se na forma líquida (diluente). É uma vacina combinada, 
isto é, contém no mesmo frasco-ampola os toxóides diftéricos e tetânicos e a bactéria 
Bordetella pertussis inativada. Contém ainda o hidróxido de alumínio como adjuvante e o 
timerosal como preservativo. 
A Hib é uma vacina conjugada, ou seja, contém parte da bactéria Haemophilus 
influenzae unida a uma proteína, aumentando, assim, sua capacidade de produzir 
resposta imunológica. Apresenta-se sob a forma liofilizada (pó). 
Quando se juntam estas vacinas (reconstituição), obtém-se a vacina DTP-Hib. 
Ela se apresenta em blisters (frascos) contendo 05 ou 10 doses. Esta vacina depois de 
reconstituída (diluída) deverá ser utilizada, no máximo, até 8 horas. 
 
Idade de Aplicação 
 
A partir de dois meses. 
 
Via de Administração 
 
Intramuscular profunda, no vasto lateral da coxa; em crianças com mais de dois 
anos de idade pode ser aplicada na região deltóide. 
 
Esquema de aplicação 
 
Esquema básico: três doses com intervalos de 60 dias. 
• O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias; 
• O aumento do intervalo entre as doses não invalida as feitas 
anteriormente, e, portanto, não exige que se reinicie o esquema; 
• Recomenda-se completar as três doses no primeiro ano de 
vida; 
• Não se usa a vacina tríplice DTP-Hib a partir de sete anos. 
 
 
 
 
 
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Reforço: entre seis a 12 meses depois da terceira dose de esquema básico, de 
preferência no 15º mês de idade, simultaneamente com a dose de reforço das outras 
vacinas do Calendário de Vacinação. O reforço será feito com a DTP (tríplice bacteriana). 
OBS: Em caso de ferimento com alto risco de tétano antes dos sete anos de 
idade, e já decorridos mais de cinco anos da quarta dose, aplicar mais uma dose da DTP. 
 
Contra-Indicações 
 
A aplicação da vacina tríplice DTP-Hib é contra-indicada em crianças que tenham 
apresentado após a aplicação de dose anterior. 
a) reação anafilática sistêmica grave (hipotensão, choque, dificuldade 
respiratória); 
b) encefalopatia nos primeiros sete dias após a vacinação. 
OBS: Na situação do item a, já que não se pode estabelecer qual o componente 
da vacina responsável pela reação anafilática e por causa da importância da proteção 
contra o tétano, é conveniente que o indivíduo que apresentou esse raro evento receba, 
quando indicada, a imunização passiva contra o tétano; Não devem ser administradas 
doses subseqüentes da vacina contra a coqueluche às crianças em que se manifestou 
encefalopatia nos primeiros sete dias após a vacinação, mesmo que a responsabilidade 
da mesma pelo evento não possa ser estabelecida. O esquema vacinal básico será 
completado com DT. 
 
Conservação e Validade 
 
Deve ser conservada entre +2P o PC e +8P o PC. Não podendo congelar, pois inativa a 
vacina. Depois de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser 
utilizada, no máximo, até 8 horas, desde que tenha sido manipulada com técnicas 
corretas de assepsia. O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser 
respeitado rigorosamente. 
 
 
 
 
 
 
 
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Eventos Adversos 
 
 Febre: geralmente, aparece nas primeiras horas após a aplicação da vacina 
ou, no máximo, até o dia seguinte. Com a aplicação das doses subseqüentes, tende a 
aumentar a freqüência das reações febris; 
 Hiperemia (vermelhidão), calor. Endurecimento e edema acompanhados ou 
não de dor, podem ocorrer, sendo pouco intensos e restritos ao local da aplicação. Estas 
manifestações podem comprometer por algum tempo a movimentação do membro e 
provocar dificuldade ao andar; 
 Nódulo indolor no local da injeção: é reabsorvido, desaparecendo após 
algumas semanas; 
 Sonolência: pode manifestar-se, nas primeiras 24 horas após a aplicação da 
vacina, e persiste por até 3 dias; 
 Anorexia (falta de vontade de comer): é transitória e de leve intensidade; 
 Vômito: pouco comum, sendo normalmente relatado após a primeira dose da 
vacina; 
 Abscessos quentes e frios: são eventos associados à técnica de aplicação, 
que devem ser notificados e não contra-indicam doses subseqüentes da vacina; 
 Choro persistente: caracteriza-se por um choro contínuo e inconsolável, que 
pode durar mais de 3 horas. Em geral, aparecem nas primeiras 2 a 8 horas após a 
aplicação da vacina; 
 Reações de hipersensibilidade cutânea: apresentam-se com urticária, 
exantema ou aparecimento de petéquias; 
 Convulsão: caracteriza-se por alteração do nível de consciência, 
acompanhada de contrações musculares involuntárias. Aparece nos três primeiros dias 
após a aplicação da vacina. Em crianças menores, pode ocorrer convulsão sem 
contrações evidentes. Contra-indica doses subseqüentes. Utilizar nas doses seguintes: 
DTP acelular (DTaP) e a vacina Hib contra as infecções pelo Haemophilus influenzae tipo 
b; 
 Episodio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH): é de instalação súbita e de 
curta duração. Há presença de palidez, ou cianose perioral, hipotonia, diminuição ou 
 
 
 
 
 
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ausência de resposta aos estímulos. Contra-indica doses subseqüentes. Utilizar nas 
doses seguintes : DTP acelular (DTaP) e a vacina Hib contra as infecções pelo 
Haemophilus influenzae tipo b; 
 Encefalopatia: distúrbio do sistema nervoso central grave, agudo, que se 
assemelha clinicamente à encefalite, mas sem evidência de reação inflamatória. Quando 
acontece após aplicação desta vacina, ou da DTP, pode ocorrer até 7 dias após sua 
aplicação (geralmente nas primeiras 72 horas). Contra-indica a administração do 
componente pertussis. Utilizar nas doses subseqüentes: DT (dupla infantil) e Hib; 
 Choque Anafilático: podem instalar-senas primeiras 2 horas após a 
aplicação da vacina (em geral nos primeiros 30 minutos). Caracteriza-se por 
hipotensão ou choque associado à urticária, edema de face e laringoespasmo. Contra-
indica a administração de todos os componentes desta vacina, e também das vacinas 
DTP, DT/dT, TT e Hib. Caso o cliente sofra um acidente com risco de contrair o tétano, 
deve receber o método profilático passivo (imunoglobulina antitetânica). 
 
5.5 Vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche (DTP) 
 
A vacina que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche (pertussis), é 
conhecida como DTP, ou tríplice bacteriana. O esquema de proteção contra estas 
doenças vem se dando no calendário vacinação, através da aplicação da vacina DTP-Hib 
(visto anteriormente). 
A vacina DTP (Tríplice Bacteriana), por orientação do PNI, tem sido indicada 
apenas para o reforço do esquema básico com a vacina DTP-Hib. 
 
Apresentação e Composição 
 
Vacina de células inteiras da Bordetella pertussis, agente causador da 
coqueluche, combinada com os toxóides tetânico e diftérico, que tem como adjuvante o 
hidróxido de alumínio. 
 
 
 
 
 
 
 
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Idade de aplicação 
 
Atualmente está indicada aos 15 meses, como dose de reforço do esquema 
básico da vacina DTP-HIB. 
 
A Via de administração, contra-indicações, e as reações adversas são as 
mesmas atribuídas a vacina DTP-Hib. 
 
5.6 Vacina contra Difteria e Tétano (vacina dupla bacteriana - DT/dT) 
 
Apresentação e Composição 
 
A vacina dupla contém toxóide diftérico e toxóide tetânico, tendo como adjuvante 
hidróxido ou fosfato de alumínio. É apresentada sob forma líquida em ampola com dose 
única ou em frasco-ampola com múltiplas doses. Há dois tipos de vacina dupla: vacina 
dupla do tipo infantil (DT) e vacina dupla do tipo adulto (dT). 
A vacina dupla do tipo infantil (DT) contém a mesma concentração de toxóide 
diftérico e de toxóide tetânico presente na vacina tríplice (DTP), enquanto a dupla do tipo 
adulto (dT) contém menor quantidade de toxóide diftérico. 
A vacina dupla do tipo infantil DT poderá ser aplicada em menores de sete anos e 
dupla do tipo adulto dT a partir desta idade. 
 
Via de Administração 
 
Intramuscular profunda, preferencialmente no vasto lateral da coxa; em crianças 
com mais de dois anos de idade pode ser aplicada na região deltóide. 
 
Esquema de aplicação 
 
Vacina dupla do tipo infantil (DT): indicada para crianças com menos de sete 
anos de idade para as quais haja contra-indicação de receberem a vacina contra 
 
 
 
 
 
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coqueluche (componente pertussis=P) da vacina tríplice DTP. O esquema de 
administração é o mesmo utilizado para a vacina tríplice DTP. 
Vacina dupla do tipo adulto (dT): indicada a partir de sete anos de idade a 
pessoas que não receberam nenhuma dose da vacina tríplice DTP ou da vacina dupla do 
tipo infantil – DT, ou não completaram o esquema básico com uma dessas vacinas, ou 
cujo estado vacinal não seja conhecido. É ainda empregada como reforço da vacinação 
efetuada com a tríplice DTP ou com a dupla do tipo infantil – DT. 
Esquema básico: pode ser adotado um dos seguintes esquemas: 
a) Três doses aplicadas com intervalo de dois meses, mínimo de um 
mês, entre a primeira e a segunda, e de seis meses entre a segunda e a terceira 
(esquema 0,2,8); 
b) Três doses aplicadas com intervalos de dois meses, mínimo de um 
mês (esquema 0,2,4). 
Por motivos de ordem operacional tem-se optado por um ou outro esquema nas 
diferentes regiões do país. 
Reforços: de dez em dez anos, por toda a vida. 
 
Contra-Indicações 
 
Reação anafilática sistêmica grave seguindo-se à aplicação de dose anterior; 
Síndrome de Guillain-Barré nas seis semanas após a vacinação contra difteria e/ou tétano 
anterior. 
Se uma pessoa, que não completou o esquema básico de imunização contra o 
tétano, tiver contra-indicação absoluta ao uso de uma preparação contendo toxóide 
tetânico e sofrer um ferimento que não seja limpo ou superficial, deve receber somente 
imunização passiva (soro ou imunoglobulina humana antitetânica). 
 
Conservação e Validade 
 
Deve ser conservada entre +2P o PC e +8P o PC. O congelamento inativa a vacina. 
Depois de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser utilizada até o 
 
 
 
 
 
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final do prazo de validade, desde que tenha sido manipulada com técnicas corretas de 
assepsia. O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado 
rigorosamente. 
 
Eventos Adversos 
 
 Dor, eritema (vermelhidão), edema no local da aplicação; 
 Linfadenopatia (íngua) – o vacinado se queixa de dor e aumento dos 
gânglios mais próximos do local da aplicação; 
 Febre, raramente superior a 39 P o PC; 
 Na vacinação com DT/dT – dupla bacteriana, como já observado em outras 
vacinas, também podem ocorrer os abscessos quentes e frios, eventos associados à 
técnica de aplicação, que devem ser notificados e não contra-indicam dose subseqüente 
da vacina; 
 Reação de Arthus ou reação de hipersensibilidade do tipo III. É um evento 
local grave que se apresenta de forma mais intensa. Nesse caso, o edema pode 
estender-se do ombro até o cotovelo. Pode estar acompanhada de cefaléia e de mal-estar 
geral. Contra indica a aplicação de toxóide tetânico e diftérico por dez anos. Isto é, não 
deve ser administrada dose de reforço até 10 anos depois da aplicação dessa última 
dose; 
 Neuropatia periférica: sua ocorrência é muito rara. Está relacionada à 
repetidas doses de vacina antitetânica. Contra-indica doses seguintes desta vacina e da 
vacina antitetânica. Exige notificação imediata; 
 Síndrome de Guillain Barre: caracteriza-se por dor nos membros inferiores e 
paralisia ascendente, ou seja, começa nas extremidades (pés) e vai subindo, paralisando 
outros músculos. Contra-indica doses seguintes desta vacina e da vacina antitetânica. 
Exige notificação imediata; 
 Choque Anafilático: caracteriza por hipotensão e choque, associado à 
urticária, edema de face e laringoespasmo. Pode instalar-se nas primeiras duas horas 
após a aplicação da vacina(em geral nos primeiros 30 minutos). Contra-indica a 
administração de todos os componentes da vacina DT, dT, TT. Caso o cliente sofra um 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
acidente com risco de contrair o tétano, deve receber o método profilático passivo 
(imunoglobulina antitetânica). Exige notificação imediata. 
 
5.7 Vacina contra o tétano (TT) 
 
Apresentação e Composição 
 
A vacina contra tétano é constituída pelo toxóide tetânico (TT), tendo como 
adjuvante hidróxido ou fosfato de alumínio e sendo apresentada sob a forma líquida em 
ampola com dose única em frasco-ampola com múltiplas doses. 
 
Idade de aplicação 
 
Antes dos sete anos de idade a vacinação contra o tétano deve ser realizada com 
a vacina tríplice DTP ou tetravalente DTP-Hib; se houver contra-indicação ao uso do 
componente antipertussis (P), deve ser empregada a vacina dupla do tipo infantil (DT). A 
partir dos sete anos de idade, deve se utilizar, de preferência, a vacina do tipo adulto (dT) 
ou, em sua falta, a vacina contra o tétano (TT), isoladamente. 
 
Via de administração 
 
Intramuscular profunda, preferencialmente no vasto lateral da coxa. Em crianças 
com mais de dois anos de idade e adultos pode ser aplicada na região deltóide. 
 
Esquema de aplicaçãoEsquema básico: pode ser adotado um dos seguintes esquemas: 
a) Três doses aplicadas com intervalo de dois meses, mínimo de um mês, entre a 
primeira e a segunda, e de seis meses entre a segunda e a terceira (esquema 
0, 2,8); 
 
 
 
 
 
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b) Três doses aplicadas com intervalos de dois meses, mínimo de um mês 
(esquema 0, 2,4). 
Por motivos de ordem operacional tem-se optado por um ou outro esquema nas 
diferentes regiões do país. 
Reforços: de dez em dez anos, por toda a vida. 
 
Contra-indicações 
 
a) Reação Anafilática seguindo-se à aplicação de dose anterior; 
b) Síndrome de Guillain-Barré nas seis semanas após a vacinação anterior 
contra difteria e/ou tétano; 
Observações: 
1) Se uma pessoa, que não completou o esquema básico de imunização contra 
o tétano, tiver contra-indicação absoluta ao uso de preparação contento toxóide tetânico e 
sofrer um ferimento que não seja limpo ou superficial, deve receber somente imunização 
passiva (soro ou imunoglobulina humana antitetânicos); 
2) Pessoas que apresentaram reação de hipersensibilidade local, tipo 
fenômeno de Arthus, após dose anterior de vacina contendo toxóide tetânico (DT, dT ou 
TT), usualmente têm altos níveis séricos de antitoxina e não devem receber doses de 
emergência d DT ou dT antes de decorridos dez anos, mesmo que tenham sofrido um 
ferimento que não seja limpo ou superficial. 
 
Conservação e Validade 
 
Deve ser conservada entre +2 Po PC e +8P o PC. O congelamento faz inativar à vacina. 
Depois de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser utilizada até o 
final do prazo de validade, desde que tenha sido manipulada com técnicas corretas de 
assepsia. O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado 
rigorosamente. 
 
 
 
 
 
 
 
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Eventos adversos 
 
 Dor; 
 Calor; 
 Eritema; 
 Enduração local; 
 Febre. 
 
Cuidados adicionais na profilaxia do tétano 
 
Na profilaxia do tétano pós-ferimento também está indicado à limpeza do 
ferimento com água e sabão e, se necessário, desbridamento, o mais amplo e profundo 
possível; não há indicação para o emprego de penicilina G benzatina e de outros 
antimicrobianos. 
 
5.8 Vacina contra Sarampo, Caxumba e Rubéola (vacina tríplice viral) 
 
Apresentação e Composição 
 
A vacina tríplice viral é composta por três vírus vivos atenuados: os vírus do 
sarampo, da caxumba e da rubéola. Contém pequena quantidade de proteína do ovo 
(meio de cultivo em embrião de galinha), além de outros elementos. Seu efeito é de longa 
duração. 
No Brasil, a vacina monovalente do sarampo foi instituída em 1973, com a 
criação do PNI. Em 1992, foi implantado o Plano Nacional de Erradicação do Sarampo. A 
adoção dessa medida teve como resultado a inexistência, na população brasileira, do 
registro de casos autóctones (presença do vírus selvagem) desde o ano 2000. 
Neste mesmo ano, foi modificada a estratégia de vacinação, sendo suspensa à 
vacina monovalente do sarampo e antecipada a aplicação da vacina tríplice viral no 
calendário de rotina, para crianças a partir de um ano de idade. 
 
 
 
 
 
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A vacina tríplice viral, quando administrada em mulheres em idade fértil (de 12 a 
49 anos), inclusive no puerpério e no pós-aborto, tem se mostrado bastante eficaz no 
controle destas doenças (sarampo, caxumba e rubéola), bem como na prevenção da 
Síndrome de Rubéola Congênita (SRC). 
Apresenta-se sob a forma liofilizada, em frasco-ampola com uma ou múltiplas 
doses. 
 
Idade de aplicação 
 
A partir dos 12 meses. 
 
Via de administração 
 
Subcutânea 
 
Esquema de aplicação 
 
Dose única 
 
Contra-indicações 
 
• Antecedente de reação anafilática sistêmica após a ingestão de ovo de 
galinha; 
• Em gestantes; 
• Administração de imunoglobulina normal (gamaglobulina), sangue total ou 
plasma nos três meses anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conservação e Validade 
 
Deve ser conservada entre +2 Po PC e +8P o PC após a diluição, mantida nas 
condições mencionadas, deve ser aplicada em prazo máximo de oito horas. O prazo de 
validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado rigorosamente. 
 
Reações adversas 
 
 Reações locais como dor, eritema, ardência e/ou enduração no local da 
aplicação; 
 Reações alérgicas como eritema com prurido no local de aplicação, a 
exantema (manchas vermelhas por todo o corpo acompanhadas ou não de prurido); 
 Febre de 39,5 P o PC ou mais. Surge normalmente no quinto dia após a 
vacinação e dura no máximo cinco dias. As crianças predispostas não contra-indicam a 
revacinação; 
 Cefaléia. É um evento de evolução rápida, observado em adolescentes após 
o sétimo dia de vacinação. Não contra-indica doses subseqüentes da vacina e devem 
receber tratamento sintomático; 
 Mal-estar geral, coriza e tosse, semelhante aos sintomas de um resfriado 
comum (período denominado como prodromico no sarampo). São freqüentes e evoluem 
favoravelmente, se não houver outras complicações. Não contra-indica, doses 
subseqüentes da vacina e devem receber tratamento sintomático; 
 Púrpura trombocitopênica: caracterizada por manchas violáceas ou 
arrocheadas na pele, que aparecem até dois meses após a vacinação. Geralmente ocorre 
em crianças que anteriormente apresentariam história de púrpura. Exige notificação 
imediata; 
 Choque Anafilático: caracterizado por hipotensão arterial ou choque 
associado à urticária, edema de face, laringoespasmo. Exige notificação imediata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.9 Vacina contra Febre Amarela 
 
A febre amarela é uma doença causada pelo vírus amarílico, que é encontrado 
principalmente em regiões de mata. É transmitido por um vetor, o mosquito Aedes 
aegypti, o mesmo que transmite a dengue. 
 
Apresentação e Composição 
 
A vacina contra febre amarela é constituída de vírus vivo atenuado e produzida 
em cultura de ovo de galinha. É uma vacina bastante segura e eficaz. 
É apresentada sob forma liofilizada em um frasco-ampola, acompanhada de 
diluente para sua reconstituição. 
 
Idade de aplicação 
 
A partir dos seis meses de idade nas áreas endêmicas (onde há casos humanos). 
Nas regiões onde há casos de febre amarela entre macacos (áreas enzoóticas ou 
epizoóticas), mas não em seres humanos, a vacina é utilizada a partir dos nove meses. 
 
Via de administração 
 
Subcutânea 
 
Esquema de aplicação 
 
Dose única (0,5 ml); 
Reforço a cada dez anos; 
A vacina contra febre amarela deve ser aplicada simultaneamente ou com 
intervalo de duas semanas para outras vacinas virais vivas. Efetua-se a vacina oral contra 
poliomelite, que pode ser aplicada simultaneamente ou com qualquer intervalo. 
 
 
 
 
 
 
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Contra- indicações 
 
• Alergia ao ovo de galinha. A vacinação esta contra-indicada para as pessoas 
que têm esta alergia, ou que já apresentaram reações de hipersensibilidade em dose 
anteriores; 
• Gestantes: não devem ser vacinadas, porém, se isso ocorrer, não há 
indicação de interrupção da gravidez. 
 
Conservação e Validade 
 
Deve

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