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Sistema Hematológico-Leucócitos

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1. Caracterizar morfologicamente os leucócitos (exceto os linfócitos) 
a. Como ocorre o desenvolvimento, maturação e degradação dessas células? 
b. Caracterizar os granulócitos 
c. Diferenciar as linhagens e os desvios (direita e esquerda) 
d. Ocorre desvio à esquerda fisiológico? – reação leucemóide e hiato leucêmico 
2. Como os leucócitos atuam em frente à uma agressão (vírus, bactérias, vermes, alergias, etc). 
a. Diferenciar a atuação de cada célula nessas situações 
3. Caracterizar os componentes do leucograma 
a. Gráfico (desvios) 
b. Exemplificar as contagens de leucócitos (leucopenias e leucocitoses) 
c. Descrever as variações relacionadas a idade e ao sexo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os leucócitos podem ser divididos em 2 grupos: fagócitos e imunócitos (ou linfócitos). Granulócitos, que incluem três 
tipos de células (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), junto com os monócitos, constituem os fagócitos. Somente as 
células fagocíticas maduras e linfócitos são encontrados no sangue periférico normal. A função dos fagócitos e dos 
imunócitos na proteção do organismo contra infecções é estreitamente relacionada com dois sistemas de proteínas 
solúveis: imunoglobulinas e proteínas do complemento. 
 Os neutrófilos, também denominados leucócitos polimorfonucleares, têm núcleo denso característico com dois a cinco 
lobos, e citoplasma pálido com contorno irregular, contendo muitos grânulos azurofílicos. Os grânulos são divididos 
em primários, que aparecem no estágio de promielócito, e secundários ou específicos, que surgem no estágio de 
mielócito e predominam no neutrófilo maduro. 
Ambos os tipos de grânulos são de origem lisossômica, e a sobrevida dos neutrófilos na corrente sanguínea é de apenas 
6 a 10 horas, em média. Os precursores dos neutrófilos, em geral, não aparecem no sangue periférico, 
concentrando-se na medula óssea vermelha; o primeiro precursor reconhecível é o mieloblasto, uma célula de 
tamanho variável e com núcleo grande, cromatina fina e normalmente com 2 a 5 nucléolos. A medula óssea contém até 
5% de mieloblastos. 
Por divisão celular, os mieloblastos produzem os promielócitos, células um pouco maiores e com desenvolvimento 
de grânulos azurófilos primários em seu citoplasma. Dessas células, por divisão e diferenciação, originam-se os 
mielócitos, que têm grânulos azurófilos secundários (ou específicos). A partir dessas etapas, a cromatina nuclear torna-
se mais condensada e os nucléolos não são mais visíveis. Ainda por divisão celular e diferenciação, os mielócitos 
dão origem aos metamielócitos, células que já não realizam divisão celular e com citoplasma rico em grânulos 
azurófilos primários e secundários. As formas intermediárias de neutrófilos entre metamielócito e neutrófilos 
completamente maduro são chamadas de “bastonetes” ou “neutrófilos bastonados”, e podem estar presentes na 
circulação sanguínea periférica. 
Em geral, os monócitos são maiores do que os demais leucócitos do sangue periférico; têm núcleo grande, central 
e oval, com cromatina aglomerada, possuindo também abundância de grânulos citoplasmáticos. Os eosinófilos 
assemelham-se aos neutrófilos, exceto que são bem maiores e raramente possuem mais do que três lobos 
nucleares. Mielócitos precursores de eosinófilos podem ser identificados na medula óssea, mas os estágios mais 
primitivos são indistinguíveis dos precursores dos neutrófilos. 
O tempo de trânsito dos eosinófilos no sangue é maior do que o de neutrófilos, penetrando em exsudatos inflamatórios 
com papel especial nas respostas alérgicas, defesa contra parasitas e na remoção da fibrina formada durante a inflamação. 
Os basófilos, por outro lado, existem no sangue periférico normal em porcentagem muito baixa em relação aos 
demais leucócitos, além de possuírem grânulos citoplasmáticos ricos em histamina e heparina. Nos tecidos, 
transformam-se em mastócitos, e possuem sítios de ligação para a IgE que, ao realizar o acoplamento com seu receptor, 
desencadeia a desgranulação do mastócito e libera histamina. 
Os monócitos, macrófagos e seus precursores originam-se na medula óssea a partir de precursores vinculados a 
diferenciação em fagócitos mononucleares, sendo os mais imaturos chamados monoblastos, e os de diferenciação 
intermediaria, promonócitos, encontrados somente na medula óssea em condições normais. Os monócitos são os maiores 
leucócitos, os precursores das células do sistema fagocítico mononuclear. 
 
 
 
Características morfológicas: Quanto a sua morfologia, variando bastante em forma, mas distinguíveis dos outros 
leucócitos do sangue. O citoplasma e abundante, de coloração cinza ou azul-claro acinzentada, com fina granulação. 
Esta granulação com aspecto de fina poeira dá ao citoplasma uma aparência de vidro fosco. É comum encontrar vacúolos 
citoplasmáticos nessas células. A relação nucleocitoplasmatica e baixa e o núcleo e grande, oval ou indentado, 
posicionado no centro da célula e o nucléolo não é visível em colorações usuais. A cromatina e delicada, 
predominantemente frouxa, com estreitos filamentos ligando pequenas áreas de cromatina mais densa. 
Função imunológica: Assim como os neutrófilos, os monócitos são atraídos para o local da inflamação por quimiotaxia. 
Os monócitos permanecem no sangue por apenas 3 dias. Embora sejam classificadas como agranulares, essas células 
contêm pequenos grânulos azurófilos densos, com enzimas lisossômicas típicas. Eles viajam a partir da medula óssea 
para tecidos corporais, onde se diferenciam em fagócitos do sistema fagocítico mononuclear – isto é, macrófagos do 
tecido conjuntivo, osteoclastos, macrófagos alveolares, células de Kupffer e macrófagos dos linfonodos, baço e medula 
óssea. 
No local da lesão, eles se transformam em macrófagos que fagocitam os resíduos celulares e teciduais, a fibrina, as 
bactérias remanescentes e os neutrófilos mortos. Ao mesmo tempo em que os macrófagos se tornam ativos no local da 
inflamação, os fibroblastos próximos do local e células mesenquimais indiferenciadas na túnica adventícia de pequenos 
vasos no local começam a se dividir e a se diferenciar em fibroblastos e miofibroblastos que então secretam fibras e 
substância fundamental em cicatrização. Os monócitos tornam-se macrófagos, que funcionam como células 
apresentadoras de antígeno no sistema imune. 
Durante a inflamação, o monócito deixa o vaso sanguíneo, transforma-se em um macrófago e fagocita bactérias, outras 
células e resíduos teciduais. O monócito-macrófago é uma célula apresentadora de antígenos e desempenha importante 
papel nas respostas imune por degradar parcialmente os antígenos e apresentar seus fragmentos nas moléculas do MHC-
II na superfície dos macrófagos a linfócitos TCD4+ helper para reconhecimento. 
 Os neutrófilos originam-se na medula óssea, sendo o seu precursor mais imaturo vinculado a linhagem mieloide 
chamado de mieloblasto. Tanto os grânulos azurófilos quanto a granulação especifica persistem nos estágios de 
maturação mais tardios. Os granulócitos neutrófilos são assim chamados pela sua tonalidade neutra nas colorações. Os 
neutrófilos possuem quatro tipos diferentes de grânulos em seu citoplasma: grânulos azurófilos. Ou primários, grânulos 
específicos ou secundários, grânulos terciários ou de gelatinase, e vesículas secretoras. 
• Grânulos específicos (secundários): menores grânulos e são pelo menos duas vezes mais numerosos que os 
grânulos azurófilos. Eles elipsoides e têm várias enzimas (colagenase do tipo IV, fosfolipase), os ativadores do 
complemento e outros peptídeos antimicrobianos (lisozimas, lactoferrinas). 
• Grânulos azurófilos (primários): são maiores e menos numerosos que os grânulos específicos. São os 
lisossomos do neutrófilo e possuem a mieloperoxidase (MPO), uma enzima peroxidase que ajuda a produzir o 
ácido hipocloroso bactericida altamente reativo e cloraminas. Além da variedade de hidrolases ácidas típicas, 
os grânulos azurófilostambém contêm proteínas catiônicas chamadas de defensinas, que funcionam 
analogamente aos anticorpos, e peptídeo antimicrobiano catelicidina para matar patógenos 
• Grânulos terciários: são de dois tipos. Um tipo possui as fosfatases (enzimas que removem o grupo fosfato de 
um substrato) e o outro tipo as metaloproteinases, como as gelatinases e colagenases, que facilitam a migração 
do neutrófilo através do tecido conjuntivo. 
Características Morfológicas: O neutrófilo segmentado apresenta-se como uma célula de núcleo multilobulado (2 a 4 
lóbulos) de cromatina purpúrea escura e densa, cujos lóbulos são interligados por um tênue filamento de cromatina 
muitas vezes invisível na microscopia convencional. São chamados de neutrófilos polimorfonucleares ou polimorfos. A 
 
 
 
cromatina do neutrófilo possui um arranjo característico. Regiões amplas de heterocromatina estão na periferia do núcleo 
em contato com o envoltório nuclear. As regiões de eucromatina estão localizadas no centro do núcleo. 
O citoplasma e abundante, fracamente róseo, contendo fina granulação específica que, às vezes, dá a aparência de vidro 
fosco ao citoplasma. A granulação azurófila perde a sua coloração escura neste estágio de maturação. Os neutrófilos do 
sangue são separados em dois grupos: os neutrófilos circulantes e os neutrófilos marginados. 
O sítio onde se localizam estes últimos parece ser ao longo da parede da microcirculação, principalmente vênulas pós-
capilares. Esses dois grupos estão em constante equilíbrio entre si e parecem conter aproximadamente o mesmo número 
de células. Entretanto, alguns fatores como o exercício físico ou a liberação de adrenalina fazem com que os neutrófilos 
marginados circulem, mas o número total de neutrófilos no sangue permanece constante. 
Função imunológica: Os neutrófilos são células móveis, deixam a circulação e migram para o seu local de ação no 
tecido conjuntivo. Sua migração é controlada pela expressão das moléculas de adesão na superfície dos neutrófilos que 
interagem com ligantes correspondentes nas células endoteliais. A fase inicial da migração de neutrófilos ocorre nas 
vênulas pós-capilares e ela é regulada pelas selectinas (molécula de adesão celular) na superfície do neutrófilo que 
interagem com receptores na superfície de células endoteliais. 
O neutrófilo torna-se parcialmente preso à célula endotelial como resultado dessa interação, o que lentifica o neutrófilo 
e faz com que ele role sobre a superfície do endotélio. Na segunda fase, um outro grupo de moléculas de adesão na 
superfície de neutrófilos, as integrinas, é ativado por sinais das quimiocinas das células endoteliais. 
 Na terceira fase, as integrinas e outras moléculas de adesão da superfamília de imunoglobulinas (molécula de adesão 
intercelular-1 - ICAM-1, as moléculas de adesão das células vasculares-1 - VCAM1) estão na superfície do neutrófilo, 
engajam em receptores específicos nas células endoteliais, ligando o neutrófilo à célula endotelial. O neutrófilo então 
estende um pseudópode até uma junção intercelular. A histamina e a heparina liberadas no local da lesão por mastócitos 
perivasculares abrem a junção intercelular, permitindo que esse neutrófilo migre para dentro do tecido conjuntivo. Uma 
vez dentro do tecido conjuntivo, a migração adicional até o local da lesão é direcionada por quimiotaxia, a ligação de 
moléculas quimioatraentes e proteínas aos receptores específicos na superfície do neutrófilo. 
Ao chegar no local da lesão, o neutrófilo deve reconhecer quaisquer substâncias estranhas, por esse motivo eles têm 
uma variedade de receptores em sua membrana celular que podem reconhecer e ligar essas células a bactérias, a 
microrganismos estranhos e a outros agentes infecciosos. Alguns microrganismos se ligam diretamente ao neutrófilo 
(sem modificações de suas superfícies), enquanto os outros devem ser opsonizados (revestidos com anticorpos ou 
complemento) para torná-los mais atraentes. 
Os receptores dos neutrófilos durante a fagocitose são: 
• Receptores Fc: estão presentes na superfície do neutrófilo e se conectam à região Fc exposta dos anticorpos IgG 
que revestem as superfícies bacterianas. A ligação dessa bactéria revestida de IgG ativa a atividade fagocítica 
do neutrófilo, aumenta metabolismo intracelular. 
• Receptores de complemento: eles facilitam a ligação e a captação de complexos imunes que são opsonizados 
pela proteína do complemento C3 ativa, a saber, a C3b. A ligação da bactéria ou de outros antígenos revestidos 
por C3b aos RC deflagra a fagocitose, resultando na ativação de vias líticas do neutrófilo e reações de explosão 
respiratória. 
• Receptores de varredura: glicoproteínas transmembrana que se ligam a formas modificadas (acetiladas ou 
oxidadas) das lipoproteínas de baixa densidade (LDL), as moléculas polioniônicas que estão frequentemente na 
superfície de bactérias gram-positivas e negativas e corpos apoptóticos. A ligação desses receptores aumenta a 
atividade fagocítica. 
• Receptor Toll-Like (receptor de reconhecimento padrão): reconhecem moléculas patogênicas como as 
endotoxinas, lipopolissacarídeos e peptideoglicanos que são dispostos em um arranjo previsível de padrões 
 
 
 
moleculares associados ao patógeno (PAMPs), expressos nas superfícies bacterianas e de outros agentes 
infecciosos. 
Os receptores Toll-like que reconhecem os PAMPs. A ligação dos antígenos bacterianos a esses receptores causa a 
fagocitose e a liberação de citocinas como a IL-1, IL-3 e o TNF-α do neutrófilo. A IL-1, é um agente indutor de febre, 
induz a síntese de prostaglandinas, que agem sobre o centro termorregulador do hipotálamo para produzir febre. Assim, 
a febre é uma consequência da reação aguda aos patógenos invasores que causam uma resposta neutrofílica maciça. 
As bactérias fagocitadas são mortas nos fagolisossomos por ação dos intermediários tóxicos do oxigênio reativo 
produzidos durante a explosão respiratória. A fagocitose começa com o reconhecimento do antígeno e sua ligação ao 
neutrófilo, o qual estende seus pseudópodos englobam o antígeno e o internalizam → Fagossomo. Os grânulos 
específicos e azurófilos fundem-se à membrana do fagossomo, e as hidrolases lisossômicas dos grânulos azurófilos 
digerem o material estranho. Durante a fagocitose, a utilização de glicose e de oxigênio do neutrófilo aumenta (explosão 
respiratória), resultando na síntese de intermediários de oxigênio reativo (ROI). Eles incluem radicais livres como os 
radicais de oxigênio e hidroxila que são utilizados na imobilização e morte das bactérias vivas dentro dos 
fagolisossomos. 
O processo pelo qual os microrganismos são mortos dentro de neutrófilos é chamado morte intracelular dependente de 
oxigênio. Há duas vias bioquímicas envolvidas nesse processo: o sistema fagócito-oxidase (phox), que utiliza a NADPH 
oxidase na membrana do fagolisossomo; e uma outra via associada à enzima lisossômica mieloperoxidase, encontrada 
nos grânulos azurófilos dos neutrófilos. 
a. Via da fagócito-oxidase (sistema phox): A fagocitose prossegue através da sinalização da célula para produzir 
quantidades suficientes de NADPH necessárias para gerar ânions de superóxido. A captação de glicose elevada 
e metabolismo da NADPH são alcançadas através da via de pentose fosfato. O complexo da enzima NADPH 
oxidase transporta elétrons através da membrana celular para o O₂ molecular dentro do fagolisossomo para 
produzir ânions de superóxido. Os ânions são convertidos em peróxido de hidrogênio (ROI) por ação da enzima 
superóxido dismutase, que reage ainda para produzir radicais hidroxila bactericidas. 
b. Via da mieloperoxidase (MPO): Os grânulos azurófilos que contém a MPO fundem-se aos fagossomos 
contendo bactérias fagocitadas. Durante a fase de explosão respiratória, a MPO catalisa uma reação que produz 
ácido hipocloroso a partir do peróxido de hidrogênio e de um ânion de cloreto. 
Obs.: ácido hipoclorosoé cerca de 1.000 vezes mais efetivo em matar bactérias que o peróxido de hidrogênio. Além 
disso, o óxido nítrico e outros intermediários reativos de nitrogênio (RNI) também tem ação nos mecanismos de morte 
microbiana intracelular. O seu principal papel é de induzir vasodilatação, o que, por sua vez, facilita a migração do 
neutrófilo a partir dos vasos sanguíneos para o tecido conjuntivo circundante. As bactérias fagocitadas também podem 
ser mortas por enzimas bacteriolíticas e peptídeos antimicrobianos. 
Esses mecanismos de morte independentes de oxigênio são direcionados para a membrana celular bacteriana, causando 
sua ruptura e extravasamento. Os neutrófilos contêm quantidades particularmente grandes de proteínas antimicrobianas 
catiônicas como as defensinas e peptídeos antimicrobianos chamados catelicidinas. Esses mecanismos não são tão 
eficientes quanto as vias de morte dependentes de oxigênio. Os neutrófilos com defeitos na via dependente de oxigênio, 
como aqueles com doença granulomatosa crônica, ainda são capazes de destruir as bactérias fagocitadas em algum grau. 
Porém, pela baixa eficiência desses processos, os indivíduos com esses defeitos são mais suscetíveis a infecções graves. 
Após digestão intracelular por neutrófilo, os remanescentes do material degradado são armazenados ou exocitados. 
A maioria dos neutrófilos morre nesse processo; o acúmulo de bactérias e de neutrófilos mortos constitui o exsudato 
espesso denominado pus. A coloração amarelo-esverdeada do pus e provém do pigmento heme da enzima MPO nos 
grânulos azurófilos dos neutrófilos. 
 
 
 
 Os eosinófilos originam-se na medula óssea e tem a característica peculiar de apresentar no citoplasma grânulos com 
alta afinidade pela eosina. Estão presentes predominantemente no sangue periférico e tem função importante na 
mediação de processos inflamatórios associados a alergia, a defesa contra parasitas metazoários helmínticos, em certos 
distúrbios cutâneos alérgicos e neoplásicos. 
Características morfológicas: Apresentam citoplasma abundante, rico em grânulos eosinofílicos (em torno de vinte 
por célula) e núcleo de cromatina densa e bilobulado. Além dos grânulos eosinofílicos, que são ligados a membrana e 
ricos em proteínas canônicas básicas, também possuem dois outros tipos granulares: os grânulos primários e os grânulos 
pequenos. Os eosinófilos têm aproximadamente o mesmo tamanho dos neutrófilos. Sua heterocromatina é adjacente ao 
envoltório nuclear e a eucromatina está no centro do núcleo. 
• Grânulos específicos: contêm um corpo cristaloide, eles têm 4 proteínas principais: proteína básica maior 
(MBP), responsável pela acidofilia do grânulo, a proteína catiônica dos eosinófilos (ECP), peroxidase dos 
eosinófilos (EPO) e a neurotoxina derivada dos eosinófilos (EDN). Esses grânulos são numerosos, grandes e 
alongados. A MBP está localizada no corpo cristaloide e as outras três proteínas são encontradas na matriz 
granular. As MBP, ECP e EPO têm um forte efeito citotóxico sobre os parasitas protozoários e helmínticos, 
enquanto a EDN causa disfunção do sistema nervoso em microrganismos. Os grânulos específicos também têm 
enzimas histaminase, a qual neutraliza a atividade vasodilatadora da histamina, a enzima arilsulfatase que 
neutraliza leucotrienos secretados por basófilos e mastócitos, além das enzimas colagenase e catepsinas, 
representantes de proteases lisossomais. 
• Grânulos azurófilos: são os lisossomos. 
Função Imunológica: Eles possuem as hidrolases ácidas lisossômicas e enzimas hidrolíticas que funcionam na 
destruição dos parasitas e na hidrólise dos complexos antígeno-anticorpo internalizados pelos eosinófilos. Os eosinófilos 
associam-se a reações alérgicas, infecções parasitárias e à inflamação crônica, sendo ativados pelas interações com os 
anticorpos IgG, IgA ou IgA secretora. 
 Os basófilos também se originam e amadurecem na medula óssea e, após os últimos passos de diferenciação, são 
colocados na corrente sanguínea. São caracterizados pela presença de grânulos citoplasmáticos que se tingem com 
corantes básicos nas colorações usais em cor purpúrea escura. Características morfológicas Além dos grânulos basófilos 
que distinguem este subtipo celular, morfologicamente caracteriza-se como uma célula relativamente grande, citoplasma 
abundante, róseo, rico em grânulos basófilos. 
Também possuem estruturas citoplasmáticas elétron-densas chamadas de corpos lipídicos, ricos em ácido aracdônico. 
O núcleo multilobulado apresenta cromatina densa. Os basófilos são os leucócitos menos numerosos, possuem o mesmo 
tamanho dos neutrófilos. A heterocromatina tem uma localização principalmente periférica, e a eucromatina está na 
região central do núcleo. A sua membrana plasmática tem numerosos receptores Fc de alta afinidade para anticorpos 
IgE. 
Obs.: Mastócitos Semelhantes aos basófilos, são encontradas nos diferentes tecidos células um pouco maiores 
denominadas mastócitos. Os mastócitos não circulam não consegue sanguínea. Provavelmente amadurecem a partir de 
precursores locais. Apesar de se assemelharem em muito aos basófilos pelo metacromasia, acidez citoplasmática e 
grânulos, contendo heparina e histamina, também contém enzimas hidrolíticas, como a serotonina, que não estão 
presentes nos basófilos. Receptores para diversos fatores, como o de von Willebrand 
 
 
 
Função imunológica: Uma proteína denominada CD40L é expressa na superfície do basófilo, a qual interage com um 
receptor complementar nos linfócitos B, resultando em uma síntese aumentada de IgE. 
O citoplasma do basófilo contém 2 tipos de grânulos: 
• Grânulos específicos: tem uma variedade de substâncias, como a heparina, histamina, leucotrienos, IL-4 e IL-
13. A histamina é um agente vasoativo que, entre outras ações, causa dilatação dos pequenos vasos sanguíneos. 
Os leucotrienos são lipídios modificados que desencadeiam constrição prolongada dos músculos lisos. A IL-4 
e a IL-13 promovem a síntese de anticorpos IgE. 
• Grânulos azurófilos: são os lisossomos dos basófilos. 
A função dos basófilos é intimamente relacionada com a dos mastócitos. Tanto mastócitos quanto basófilos ligam-
se a IgE, através de receptores Fc. A exposição ao antígeno específico para IgE, e a subsequente reação com ele, 
desencadeia a ativação de basófilos e mastócitos e a liberação de agentes vasoativos nos grânulos celulares → 
Hipersensibilidade e anafilaxia 
CÉLULA FUNÇÃO MORFOLOGIA SOBREVIDA 
NO SANGUE 
GRANULAÇÄO 
 
 
 
NEUTRÓFILO 
(ou leucócito 
polimorfonuclear) 
 
 
 
 
 
Núcleo: denso c/ 2-5 lobos 
Citoplasma: 
- pálido 
-contorno irregular 
-mts grânulos azurofílicos 
OBS: Os grânulos são divididos 
 *primários (aparecem no estágio 
de promielócito) 
 *secundários/específicos 
(surgem no estágio mielócito e 
predominam quando maduro) 
 
 
 
em média 6 a 
10h 
✓ 
 
-Desprovidos: de 
mieloperoxidase e de 
hirolases ácidas 
 
 -Tem:lactoferrina, 
lisozima, fosfatase 
alcalina,colagenase, 
aminopeptidase). 
 
 
MONÓCITO 
 
 
 
São maiores que os demais leucócitos 
do sangue periférico 
- Núcleo: grande, central, oval 
- Cromatina aglomerada 
 
 
X 
 
 
 
 
 
 
EOSINÓFILOS 
-Alergias 
-Parasitoses 
-Remoção da 
fibrina formada 
durante a 
inflamação 
 
Semelhante aos neutrófilos, exceto 
que são bem maiores e possuem no 
núcleo geralmente menos que 3 lobos, 
sendo bilobulado 
 ✓ 
granulações menos 
numerosas e bem 
maiores que as do 
neutrófilo 
-Tem: uma enzima 
específica semelhante a 
Mieoloperoxidade 
(MPO), a EPO + 
fosfatase ácida e aril-
sulfatase. 
 
 
 
BASÓFILOS 
 
 
 
 
No sangue periférico estão em % 
muito baixa em relação aos demais 
leucócitos (= 1%) 
- Grânulos: ricos em heparina, 
histamina, serotonina, leucotrienos 
- Tecidos: viram MASTÓCITOS 
- Tem sítios de ligação para a IgE → 
desgranulação do mastócito→ libera 
conteúdoOBS: essa histamina é um potente 
agente quimiotático para os 
eosinófilos 
 ✓ 
granulações grandes, 
pouco numerosas 
 
-Desporovidos de: 
fosfatase ácida. 
 
-Tem: peroxidade e 
mucopolissacarídeos 
ácidos . 
 
 
 
 
Os granulócitos e os monócitos do sangue são formados na medula óssea a partir de uma célula precursora comum. Na 
série de células progenitoras granulopoéticas, os mieloblastos, promielócitos e mielócitos constituem um conjunto 
proliferativo ou mitótico, enquanto que os metamielócitos, bastonetes e granulócitos segmentados formam um 
conjunto pós-mitótico (ou de maturação). 
Um grande número de bastonetes e neutrófilos segmentados é mantido na medula óssea, constituindo um 
compartimento de armazenamento denominado “reserva granulocítica medular”. A medula óssea, em geral, contém 
mais células mieloides do que eritroides, numa proporção de 2:1 até 12:1, predominando os neutrófilos e metamielócitos. 
Em condições estáveis, o número de granulócitos de reserva medular, em dado momento, é 10 a 15 vezes maior do que 
o número de granulócitos circulantes no sangue periférico. 
Após liberação da medula óssea, os granulócitos permanecem somente cerca de 6 a 10 horas na circulação sanguínea 
antes de migrarem para os tecidos, onde desempenham sua função fagocítica. Na corrente sanguínea, os neutrófilos 
distribuem-se em dois compartimentos (pools), de tamanho aproximado: (01) o pool circulante (que é incluído nas 
 
 
 
contagens expressas no hemograma) (02) e o pool marginal (que não é aparente nas contagens do hemograma). Nos 
tecidos, os granulócitos permanecem por cerca de 4 a 5 dias até serem destruídos durante ação defensiva ou por 
senescência. 
As séries granulocíticas originam-se de células progenitoras da medula óssea, sendo o primeiro precursor comum 
a célula tronco-hematopoiética (CTH), com especialização crescente. Muitos fatores de crescimento são envolvidos 
nesse processo de maturação, incluindo a IL-1, IL-3, IL-5 (eosinófilos), IL-6, IL-11, fator estimulante de colônias 
granulocítico-macrofágicos (GM-CSF), fator estimulante de colônias granulocíticas (G-CSF), fator estimulador de 
colônias monocíticas (M-CSF), trombopoetina (TPO) e o fator de células tronco ou ligante do receptor c-kit (SCF). 
Os fatores de crescimento estimulam a proliferação e diferenciação das células precursoras da granulopoese, bem 
como afetam a função das células maduras já formadas sobre as quais agem, aumentando as funções de 
fagocitose, geração de superóxido e citotoxicidade para os neutrófilos, e aumentando a fagocitose, citotoxicidade 
e produção de citocinas para os monócitos. 
A leucopoese se inicia quando uma célula-tronco hematopoiética (CTH), ao realizar mitose e originar duas 
células-filhas, forma uma célula para repor o estoque de CTHs e outra célula que se diferencia no primeiro precursor 
de toda a linhagem sanguínea: a unidade formada de colônia-blastos (CFU-BLAST). O CFU-BLAST, por ação da 
IL-1, IL-3, IL-6, IL-11, TPO e SCF, secretados pelas células do estroma da medula óssea vermelha ou por glóbulos 
brancos já maduros, se diferencia em um precursor mieloide comum. 
A partir da ação dos fatores de crescimento e citocinas GM-CSF, IL-3 e SCF, essa célula precursora mieloide comum 
se diferencia na pluripoetina (CFU-GEMM); a pluripoetina, a partir da influência de diferentes combinações de 
citocinas, origina todas as linhagens mieloides das células hematopoiéticas, como os eritrócitos, megacariócitos, 
macrófagos, células dendríticas, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos. A combinação de diferentes fatores de 
crescimento e citocinas é fundamental para a diferenciação, proliferação e sobrevivência das diferentes linhagens 
celulares mieloides do sangue. 
O CFU-GEMM, a partir da ação conjunta do GM-CSF, SCF e IL-3, origina a unidade formadora de colônias de 
eosinófilos (ou CFU-Eo) que, por ação conjunta e integrada do GM-CSF, IL-3 e IL-5, essa última fundamental para 
a maturação da linhagem eosinofílica, forma o mieloblasto comprometido na maturação de eosinófilos. Esse 
mieloblasto, a partir da mesma ação conjunta do GM-CSF, IL-3 e IL-5, origina em sequência os eosinófilos-mielócitos, 
eosinófilos metamielócitos, eosinófilos-bastonetes e, por fim, por amplificação da sinalização celular de IL-5, forma o 
eosinófilo maduro. A IL-5, além de fundamental na maturação e desenvolvimento dos eosinófilos, atua no 
recrutamento e em sua ativação para os sítios de infecção por parasitas helmínticos ou para o desencadeamento de 
reações alérgicas. 
A partir da ação conjunta e integrada apenas da IL-3 e do SCF, o CFU-GEMM não forma o CFU-Eo, mas sim origina 
a unidade formadora de colônias de basófilos (ou CFU-Bas). Neste estágio, por ação exclusiva da IL-3, que atua 
tanto como proliferadora de células-tronco hematopoiéticas (CTH) como de progenitores mieloides comuns e da 
linhagem basofílica, transforma o CFU-Bas em mieloblasto comprometido na maturação de basófilos. 
Esse mieloblasto, ainda por ação única da IL-3, forma o basófilo-mielócito, basófilo-metamielócito, basófilos 
bastonetes e, por fim, o basófilo circulante maduro. A mesma ação conjunta e integrada da IL-3 e do SCF origina, 
ao lado do CFU-Bas, a unidade formadora de colônias de mastócitos (ou CFU-Mast) que, por ação contínua da IL-
3 e SCF (não apenas da IL-3), forma o mastócito maduro. 
Por ação conjunta do GM-CSF e da IL-3, o CFU-GEMM se diferencia na unidade formadora de colônias de 
granulócitos e monócitos (ou CFU-GM) que, por influência de outros diferentes conjuntos de citocinas e fatores de 
crescimento, origina a linhagem dos neutrófilos e das células dendríticas com os macrófagos. 
 
 
 
O CFU-GM, por ação integrada e contínua do GM-CSF, IL-3 e do SCF, se diferencia na unidade formadora de 
colônias de granulócitos (CFU-G) que, por ação exclusiva e integrada do GM-CSF e G-CSF, forma uma célula 
mieloblástica comprometida com a linhagem dos neutrófilos, formando em seguida o neutrófilo-mielócito, 
neutrófilo-metamielócito, neutrófilo-bastonete e, por fim, o neutrófilo maduro. 
Entretanto, quando o GM-CSF, IL-3 e SCF, em conjunto com a família dos fatores de necrose tumoral (TNF) atua 
no CFU-GM, esse origina a unidade formadora de colônia de monócitos e células dendríticas (CFU-M/DC). O CFU-
M/DC, por sua vez, pode originar a linhagem das células dendríticas e dos macrófagos pelo seguinte mecanismo: 
1. Diferenciação de Células Dendríticas: por ação integrada do conjunto GM-CSF, TNF-, SCF e IL-4, o CFU-
M/DC origina toda a linhagem de células dendríticas por proliferação, maturação e sobrevivência de seus 
precursores na medula óssea vermelha. Essa via de maturação é considerada do tipo mieloide direta. 
2. Diferenciação de Macrófagos: por ação integrada do GM-CSF, M-CSF e da IL-3, o CFU-M/DC origina 
uma célula monoblástica que continua as etapas de maturação sob o comando desse mesmo padrão de 
citocinas, formando em seguida o pró-monócito, o monócito e, por fim, o macrófago. Entretanto, se o 
monócito for influenciado pela ação integrada do GM-CSF, TNF, CSF e IL-4, mas não do conjunto GM-CSF, 
M-CSF e IL-3, irá originar as células dendríticas por via de maturação mieloide indireta. 
Em resumo... 
Granulopoese 
Origina as células granulocíticas (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) a partir da CFU-GEMM – unidade formadora de 
colônias de granulócitos, hemácias, monócitos, megacaritócitos, ou células progenitoras mieloides (multipotentes); - Os 
três tipos de granulócitos derivam de suas células-tronco unipotentes ou bipotentes, como no caso dos neutrófilos, que 
se diferenciaram a partir da CFU-GEMM: 
• CFU-Eo – unidade formadora de colônias de eosinófilos: origina a linhagem eosinófila; 
• CFU-Ba – unidade formadora de colônias de basófilos: origina a linhagem basófila; 
• CFU-GM – unidade formadora de colônias de granulócito-monócito: sofre mitoses produzindo duas células 
troncounipotentes: o CFU-G, que orginia os neutrófilos, e; o CFU-M, responsável pela linhagem de monócitos. 
A proliferação e diferenciação dessas linhagens se encontra sob a influência de fatores de crescimento e citocinas: 
• IL-3: também denominada multi-CSF, é produzida pelas células mieloides e macrófagos e apresenta ação 
estimulante sobre várias unidades formadoras de colônias, incluindo CFU-GEMM, CFU-E e CFU-Meg: o Em 
conjunto com IL-1 e IL-6, promove a proliferação das células-tronco pluripotentes (stem cell), CFU-GEMM, 
CFU-L, assim tomo todos os precursores unipotentes (exceto pré-linfócitos T e B); atua tanto como 
proliferadora de células-tronco hematopoiéticas (CTH) como de progenitores mieloides comuns e da linhagem 
basofílica 
• GM-CSF – fator estimulador de colônias de granulócitos e monócitos: promove a mitose e a diferenciação das 
CFU-GM e facilita a atividade dos granulócitos; 
• G-CSF – fator estimulador de colônias de granulócitos: promove a mitose e a diferenciação das CFU-G e facilita 
a atividade dos neutrófilos: o IL-1, IL-6 e TNF-α são cofatores necessários para a síntese e liberação de G-CSF 
e GM-CSF (presentes no processo inflamatório, causando leucocitose); 
• IL-5: promove a mitose de CFU-Eo e ativa os eosinófilos; fundamental na maturação e desenvolvimento dos 
eosinófilos, atua no recrutamento e em sua ativação para os sítios de infecção por parasitas helmínticos ou para 
o desencadeamento de reações alérgicas. 
 
 
 
 
Mieloblasto→ promielócitos→ mielócitos→ metamielócitos→ bastonetes/bastões → NEUTRÓFILOS 
Mieloblastos: Primeiro elemento da série granulocítica. Tem forma redonda, núcleo redondo com cromatina delicada, 
exibindo um ou mais nucléolos. O citoplasma é escasso, basofílico e contem granulações grosseiras denominadas 
Azurófilas ou Primárias. 
Essas granulações constituem os lisossomos das células, ricos em enzimas oxidativas, sendo a MPO (mieloperoxidade) 
a mais importante. Possuem capacidade mitótica e sofrem uma divisão celular, gerando 2 células filhas. 
Promielócitos: célula grande, redonda, com núcleo redondo apresentando nucléolos. O citoplasma é mais abundante e 
basófilo com granulações grosseiras. Já apresenta Granulações Secundárias ou Específicas, que definem o tipo de 
granulócito (basófilo, eosinófilo ou neutrófilo). Ainda possuem capacidade mitótica. 
Mielócito: Célua com núcleo redondo ou oval que possui cromatina mais condensada, não possui nucléolos. O 
citoplasma é acidófilo, com basofilia residual e tem granulações específicas, as granulações primárias são bem menos 
numerosas. Possuem pouca capacidade mitótica (1 divisão) e são numerosas na medula óssea. 
Metamielócito: célula redonda com núcleo reniforme com cromatina grosseira, sem nucléolos. Citoplasma acidófilo, 
abundante e com, praticamente, apenas granulações específicas. Não é capaz de se dividir. 
 
 
 
Bastonete: Célula totalmente madura, núcleo em ferradura ou em bastão, tem cromatina grosseira, citoplasma é 
acidófilo e só possui granulações específicas. É encontrado em pequena porcentagem no sangue. 
Segmentado: Polimorfonuclear. Núcleo com aspecto irregular ou segmentado em lobos, em número de 2 ou 3. São 
formados por condensação da cromatina nuclear que limita os mesmos. Citoplasma é abundante contendo apenas 
granulações específicas. 
 
Aparecem na fase de mieloblastos. Presente na linhagem granulocítica e diminuem a medida que a célula se diferencia. 
Tem características lisossomais, com constituição de Mieoloperoxidase, Fosfatase Ácida, Enzimas Hidrolíticas, 
Proteínas Antibacterianas catiônicas, fagocitina e lisozima. São importantes na identificação citoquímica das leucemias 
mielóide ou linfoide, já que estão presentes apenas nos granulócitos. 
São menores e variam de aspecto conforme a linhagem. 
1. Neutrófilos: desprovidos de Mieloperoxidase e de hirolases ácidas e contem lactoferrina, lisozima e outras enzimas 
(colagenase e aminopeptidase). São ricos em fosfatase alcalina. 
2. Eosinófilos: granulações menos numerosas e bem maiores que as do neutrófilo. Contém uma enzima específica 
semelhante a Mieoloperoxidade (MPO), a EPO, possuem ainda fosfatase ácida e aril-sulfatase. 
3. Basófilos: granulações grandes, pouco numerosas, ricas em mucopolissacarídeos ácidos, contem peroxidade e não 
possuem fosfatase ácida. 
 
 
 
Células encarregadas da defesa contra invasores. Os granulócitos Neutrófilos são importantes ferramentas de defesa, 
encontrando-se em maior número que os outros leucócitos. Todos os granulócitos são capazes de exercer fagocitose, 
embora essa função esteja mais presente nos neutrófilos e macrófagos. 
A fagocitose está relacionada com outras 2 funções importantes dos granulócitos: a Quimiotaxia e a Capacidade de 
ataque e morte aos microrganismos invasores do meio interno. Essas funções estão ligadas ao metabolismo células e a 
geração e consumo de O2. 
Os granulócitos possuem mitocôndrias no seu citoplasma, porém, com a maturação esse número se reduz, portanto a 
célula precisa retirar a energia necessária a sua função do metabolismo anaeróbico. Quando as células estão em repouso 
o consumo de O2 é baixo e quando ocorre a ingestão de partículas, o consumo de O2 para geração de energia é elevado. 
Quimiotaxia 
Propriedade de locomoção dos granulócitos em reposta a agentes quimiotáticos, de vários tipos. Esses agentes podem 
ser produtos derivados de bactérias, originados de células e tecidos necrosados, componentes do sistema complemento 
(C3, C5, C567), proteínas estranhas, imunoglobulinas, complexos Antígeno-Anticorpo etc. 
Os estímulos atuam sobre a membrana de revestimento através de receptores, o que desencadeia uma reposta de 
fagocitose e posterior degranulação dos lisossomos, formando fagossomos. 
Modificação da Membrana dos Neutrófilos 
Os neutrófilos segmentados têm a forma arredondada e os contornos praticamente lisos, há um excesso de membrana 
que perminte as células a mudarem suas formas para tornar possível a passagem através dos espaços pequenos entes as 
células endoteliais. 
A membrana dos neutrófilos exibe vários receptores como os receptores para porção Fc da Imunoglobulina e para fração 
C3 do complemento, além de outros agentes quimitáticos de natureza peptídica. Os receptores de membrana mantem 
relação com o citoesqueleto celular, composto de feixes de microfilamentos e microtúbulos, de modod que, quando o 
neutrófilo é estimulado, desencadeia-se uma série de eventos que se iniciam pela locomoção da célula em direção ao 
agente infectante. 
Fagocitose 
Consiste na ingestão de partículas por uma célula, sendo necessário que a partícula entre em contato com a membrana 
celular e que tenha um tamanho compatível para ser ingerida pela célula. 
A fagocitose acontece por meio de receptores de superfície da célula, que pode ser facilitada pela opsonização das 
partículas por moléculas chamadas opsoninas, estás incluem a IgG, IgM e as frações do complemento. 
Após a internalização, forma-se um vacúolo intracelular que contém o material fagocitado, nesse fagossoma são 
despejados os grânulos leucocitários determinando a morte de microrganismos ou a digestão de partículas através das 
enzimas. A célula elimina os restos do processo por meio da exocitose. 
Alterações que ocorrem durante a Fagocitose 
Estas incluem alterações estruturais, morfológicas e metabólicas importantes. As alterações metabólicas incluem o 
aumento da glicólise, com quebra de glicogênio e produção de ácido lático. 
Aumento do consumo de O2 por estímulo do Shunt das Hexosemonofosfato, o que corresponde a “explosão 
respiratória”, onde a célula passa a sintetizar os lipídeos necessárias a reposição da porção da membrana utilizada na 
formação do vacúolo fagocítico. 
 
 
 
Geração de Peróxido de Hidrogênio e Superóxido, que se acumulam no interior do vacúolo fagocítico, formando o 
sistema antimicrobiano altamente ativo. 
Queda do pH no interior do fagossoma,devido ao acúmulo de H+ necessário a ativação das hidrolases ácidas e da 
mieloperoxidase (MPO). 
Ação dos agentes presentes nos grânulos específicos coma atividade digestiva e antimicrobiana. Dentre elas, estão a 
Lisozima, Colagenase e Lactoferrina 
Importante! 
No sangue periférico, devem ser encontradas em condições normais apenas as células maduras: raríssimos elementos 
imaturos podem ser vistos na circulação em condições fisiológicas, sendo a sua presença de grande importância no 
diagnóstico de reações medulares a estímulos vários ou de proliferações malignas das células precursoras; 
Células granulocíticas que ainda não estão completamente diferenciadas são denominadas precursoras (ou célula 
comprometida-granulocítica) e permanecem na medula óssea até atingirem o amadurecimento completo; muitas estão 
no estroma medular (compartimento proliferativo e maturativo), prontas para ingressarem na corrente circulatória 
(compartimento periférico, circulante e marginal): 
• Após a liberação da medula, os granulócitos permanecem somente de 6 a 10 horas na circulação antes de 
migrarem para os tecidos, onde desempenham sua função fagocítica; 
• Na corrente sanguínea, os neutrófilos distribuem-se em 2 compartimentos (pools) de tamanho aproximado: 
• Pool circulante: incluídos nas contagens expressas no hemograma; o 
• Pool marginal: compreende 
neutrófilos presentes na 
periferia do fluxo laminar 
circulatório; não aparece na 
contagem do hemograma; 
• Nos tecidos, permanecem de 4-5 dias 
até serem destruídos durante ação 
defensiva ou por senescência. 
 
 
Os monócitos partilham suas células bipotentes com os neutrófilos: a CFU-GM passa por mitoses e dá origem a CFU-
G e CFU-M, responsável pela linhagem de monócitos; A diferenciação da CFU-M é estimulada pela IL-3, e a sua 
proliferação em monócitos resulta do estímulo da M-CSF – fator estimulador de colônias de monócitos. 
Obs.: quando o GM-CSF, IL-3 e SCF, em conjunto com a família dos fatores de necrose tumoral (TNF) atua no CFU-
GM, esse origina a unidade formadora de colônia de monócitos e células dendríticas (CFU-M/DC), que pode originar a 
linhagem das células dendríticas e dos macrófagos pelo seguinte mecanismo: 
• Diferenciação de células dendríticas: por ação integrada do conjunto GM-CSF, TNF-, SCF e IL-4, o CFU-
M/DC origina toda a linhagem de células dendríticas por proliferação, maturação e sobrevivência de seus 
precursores na medula óssea vermelha. Essa via de maturação é considerada do tipo mieloide direta. 
 
 
 
• Diferenciação de macrófagos: por ação integrada do GM-CSF, M-CSF e da IL-3, o CFU-M/DC origina uma 
célula monoblástica que continua as etapas de maturação sob o comando desse mesmo padrão de citocinas. 
Além disso, se o monócito for influenciado pela ação integrada do GM-CSF, TNF, CSF e IL-4, mas não do 
conjunto GM-CSF, M-CSF e IL-3, irá originar as células dendríticas por via de maturação mieloide indireta. 
Distinguem-se os seguintes precursores da série monócito-macrofágica: 
 
 
A morfologia dos macrófagos é ainda mais variável: adquire diferentes formas de acordo com seu estado funcional 
e com o tecido onde se encontra → muito mais ativos que os monócitos que os derivam; Podem adquirir aspecto de 
células polinucleadas gigantes, como granuloma luético, tuberculoso, na leishmaniose visceral e nos granulomas de 
corpo estranho. 
São células que circulam durante poucos dias e deixam a circulação fixando-se nos tecidos, onde adquirem aspecto de 
macrófagos; Nessa linhagem, a esterase inespecífica alfa-naftilacetato ou alfa-NAE constitui a enzima marcadora 
(quantidade maior nessa série do que nos granulócitos), útil para distinguir células normais e malignas. 
INTERESSANTE! Além do estudo citológico, as células granulocíticas e os monócitos são estudados quanto aos seus 
marcadores imunológicos de superfície: tais células apresentam proteínas (antígenos) na membrana citoplasmática que 
reagem com certos anticorpos monoclonais específicos, podendo assim serem identificadas em esfregaços de sangue, 
medula, LCR, gânglios etc.; 
Os anticorpos recebem denominação de CD (cluster differentiation) acompanhada de um número que identifica sua 
especificidade: 
• CD12, CD14, CD15 e CD17 reagem nas células granulocíticas e monocitárias através da reação de 
imunoperoxidase (PAP) ou da imunofosfatase (APAAP); 
• Outros anticorpos monoclonais que também servem para a identificação das linhagens: CD31 e CD34 
 
 
 
 
 
Os monócitos são células ainda não totalmente amadurecidas, que deixam a circulação para se fixar nos tecidos, onde 
atingem o estágio final de macrófagos. A ativação ocorre por meio do contado das células com partículas vivas ou 
inertes que invadem o meio interno e consiste em alterações morfológicas e modificações fisiológicas importantes nas 
células. 
Os macrófagos possuem função importante na defesa contra agentes infecciosos por manter uma estrita relação de 
cooperação com o sistema imunológico, sobretudo com os linfócitos T e B. 
Eles derivam da mesma célula pluripotente da medula óssea capaz de originar colônias de células GM (UFC-GM). 
Função de Defesa contra Agentes Infectantes em geral 
Atuam principalmente em processo de infecção crônica, onde há acúmulo dessas células. São capazes de fagocitar 
partículas no citoplasma e são atraídos por substancias produzidas por linfócitos como o fator MIF (inibidor) e o fator 
MAF (ativador). 
A motilidade do macrófago ocorre por dependência das proteínas do citoesqueleto e é importante na função de 
fagocitose. A formação de pseudópodes na membrana celular se associa com a ligação das partículas à membrana dos 
macrófagos, formando-se a seguir o fagossoma. 
Simultaneamente ocorre aumento o metabolismo celular, com estímulo da via oxidativa das Hexosemono-fosfato, da 
produção de membrana celular e da síntese de enzimas lisossomais (hidrolases). 
Os macrófagos podem matar os microrganismos que fagocitam, ou ainda, suportar a proliferação dos mesmos no seu 
citoplasma. A morte destas células provocada pela multiplicação dos microrganismos leva a ruptura das mesmas e 
liberação do material, culminando com a atividade de novos macrófagos que atuam posteriormente. 
Função Secretora dos Macrófagos: enzimas lisossomas, tais como lisozima, ativador de plasminogênio. colagenase e 
elastase; 
Secreção de Substâncias Reguladoras da atividade celular de Linfócitos, células formadoras de colônias (CSF) e 
substancias que atuam de maneira lítica ou inibidora da multiplicação celular; 
Secreção de proteínas do complemento; 
Secreção de outros produtos tais como Pirogênio, interferons, Proteína C reativa. Alfa-macroglobuinas, prosta-
glandinas, que atuam na modulação das reações inflamató-rias. Produzem também citocinas com IL-1, IL-6, TNFa e 
TGFb, que atuam em processos inflamatórios crônicos estimulação da hematopoese, poder citotóxico e ativação da 
coagulação com produção de fibrina e fibrinogênio. 
Regulação da Resposta Imune 
Os antígenos fagocitados pelos macrófagos devem ser apresentados ao linfócitos T após o desencadeamento da resposta 
imune. O que tem por finalidade a síntese de anticorpos específicos pelo linfócito B (plasmócito). 
Além disso, eles são capazes de secretar toxinas que atuam sobre células tumorais, diretamente ou através do 
complemento, ou ainda pela ação das células NK. 
 
 
 
É caracterizada por intenso desvio à esquerda escalonado, leucocitose acentuada e pode haver células nucleadas 
(mieloblastos) na circulação sanguínea. Geralmente cursa com uma leucometria elevada, variando entre 25.000 a 50.000 
leucócitos e com desvio a esquerda escalonado chegando a mielócitos. Simulando um processo proliferativo que é 
maligno, como a leucemia. Entretanto, o que diferencia elas é que na reação leucemóide, a enzima fosfatase alcalina é 
presente, enquanto que na leucemia ela é deficiente. Patologia que é reacional a alguma doença.Faz diagnóstico 
diferencial com a Leucemia Mieloide Crônica. Na reação leucemoide, as anormalidades desaparecem quando é 
corrigida a condição subjacente, ou seja, a infecção. 
Hiato leucêmico corresponde à ausência de células intermediárias entre os blastos e os neutrófilos maduros. É um 
sintoma de leucemia aguda. É a perda do escalonamento. Não amadurece proporcionalmente. Nas agudas o hiato é ainda 
maior. 
Quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de “desvio à esquerda”. Deriva do fato dos 
laboratórios fazerem a listagem dos diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os 
bastões costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um desvio para a 
esquerda no hemograma. Portanto, o termo desvio à esquerda, significa apenas que há um aumento da produção de 
neutrófilos jovens. Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente ou já 
está em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou seja, células maduras. Entretanto, 
só há indicativo de infecção caso o “desvio a esquerda” venha acompanhado de leucocitose, em geral por 
neutrofilia. 
Significa um aumento das formas maduras de neutrófilo, ou seja, maior percentual de segmentados 
(polimorfonucleares) e menor percentual de bastões. É característico da anemia megaloblástica (muito embora a 
ausência deste desvio jamais poderá descartar o diagnóstico da anemia megaloblástica). 
 
 Leucopenia é a redução global do número dos glóbulos brancos no sangue, chamados leucócitos. O mais frequente é 
que a leucopenia surja devido a uma linfopenia ou neutropenia. 
Neutrofilia é a condição na qual uma pessoa possui no sangue um número aumentado de granulócitos neutrófilos. Pode 
ocorrer de duas formas: 
• Neutrofilia verdadeira: corresponde a um aumento real do número de neutrófilos, que ocorre quando a medula 
óssea é solicitada para a produção de neutrófilos, passando a enviar, até mesmo as células precursoras imaturas 
da linhagem neutrofílica para a corrente sanguínea (desvio à esquerda). Principais causas de neutrofilia são: 
 
 
 
infecções bacterianas diversas, como estafilococos, estreptococos, pneumococos, meningococos, E. coli; 
infecções virais específicas, como as causadas pelo vírus da raiva, poliomielite e herpes zoster. 
• Pseudoneutrofilia: ocorre por estímulo adrenérgico, que faz com que os neutrófilos da zona marginal se tornem 
circulantes, ocasionando uma neutrofilia durante a análise do leucograma sem que haja necessariamente um 
processo infeccioso em andamento. (DESVIO FISIOLÓGICO) A pseudoneutrofilia é um tipo de leucocitose 
fictícia, ela pode ser induzida pelo uso de glicocorticoides, choro do recém-nascido, exercício físico extenuante, 
etc. 
É a diminuição de neutrófilos, frequentemente associada a infecções virais e bacterianas específicas, como a febre 
tifoide, vírus da influenza, sarampo, mononucleose 
Eosinofilia é o aumento da concentração de eosinófilos no sangue, onde a contagem sérica de eosinófilos totais é maior 
que 350 células/mm3 . Pode ser classificada em: Leve - 351 a 1500 células/mm3 de sangue/ Moderada - 1500 a 5000 
células/mm3 de sangue/ Intensa - acima de 5000 células/mm3 de sangue. 
A leucocitose é o aumento no número de glóbulos brancos, por volume de sangue circulante. Causada, na maioria das 
vezes, por início de combates a infecções ou por descontrole em divisões celulares. Ocorre em muitas circunstâncias 
diferentes e constitui um valioso meio de diagnóstico de certas doenças. Contudo, também pode ser o resultado de uma 
reação normal em certas condições, como a gravidez, a menstruação e o exercício muscular. À parte esses casos, a 
leucocitose é geralmente devida à existência de um processo inflamatório. Assim, no decurso de muitas doenças 
infecciosas agudas, como, por exemplo, a pneumonia, o número destes glóbulos brancos estão muito aumentados 
Os macrófagos atuam como importante sistema fisiológico de defesa do hospedeiro, estando seu nível de atividade 
relacionado a grande variedade de condições fisiopatológicas. Desempenham papel primordial na depuração de 
partículas estranhas, inertes ou metabolicamente ativas, da corrente sanguínea. No fígado e no baço, são encontrados 
na rede reticuloendotelial dos sinusóides e, nos pulmões, junto às paredes alveolares. Essas localizações permitem 
íntimo contato com partículas no sangue e no ar inspirado, respectivamente. 
Sendo o maior órgão linfóide do corpo humano, o baço exerce funções imunológicas relevantes: por um lado, é um 
órgão depurador de bactérias da corrente sanguínea, enquanto, por outro, propicia a produção precoce de 
anticorpos em resposta a diversas partículas antigênicas. 
A perfeita união entre essas duas funções é responsável pelo singular papel que o baço exerce na resposta contra 
bactérias. Esse órgão atua primordialmente na formação de linfócitos e monócitos e na fagocitose de partículas 
estranhas, bactérias, vírus e leucócitos, além da produção e processamento de fatores séricos - opsoninas - com 
grande habilidade para estimular a atividade fagocítica dos fagócitos em geral. 
 
 
 
As principais opsoninas nos mamíferos são a terceira fração do complemento, C3 (C3a e C3b) e a porção Fc da 
imunoglobulina G (IgG), estando também presentes outros componentes opsônicos, como a fibronectina e a proteína C 
reativa. No baço são produzidas duas outras substâncias ligadas à ativação de macrófagos - tuftsina e properdina. 
A tuftsina parece atuar no mecanismo pelo qual os macrófagos processam os antígenos, enquanto a função da 
properdina parece estar relacionada à via alternativa do complemento. Em animais, na ausência de anticorpos 
específicos ou na deficiência de complemento, o baço assume a grande responsabilidade da depuração de bactérias. 
Ademais, verificaram que na ausência do baço, o fígado necessita de quantidades ainda maiores de anticorpos 
opsonizantes para se sobrepor ao reduzido índice fagocitário. 
A capacidade de animais opsonizarem, efetivamente, bactérias para depuração hepática e esplênica depende, 
igualmente, de propriedades inerentes ao microrganismo. 
Bactérias de virulência muito baixa são quase totalmente depuradas pelo fígado, mas, quanto maior a virulência, 
menor a função fagocitária hepática e maior a esplênica, independentemente da quantidade de complemento 
ligada a essas bactérias. Essa propriedade é confirmada pela observação de que a esplenectomia diminui a depuração 
de microrganismos mais virulentos, ao passo que a depuração daqueles menos virulentos não é afetada. Afora essas 
atividades, o baço apresenta a função de um volumoso filtro, por onde passam cerca de 4% do sangue corporal por 
minuto, removendo eritrócitos senescentes ou anormais e partículas, como os corpúsculos de Howell-Jolly, Heinz e 
Pappenheime. 
Desconhece-se a razão para essa maior habilidade do baço, quando comparada com o fígado. Acredita-se que possa 
existir alguma diferença nos macrófagos desses dois órgãos, mas a diversidade em suas arquiteturas histológicas, 
responsável pela passagem mais vagarosa do sangue pelo baço - permitindo contato mais intenso e prolongado 
entre antígenos e fagócitos -, provavelmente desempenha papel primordial nessa modificação na atividade 
fagocitária. É ele o único órgão do sistema mononuclear fagocitário com essa versatilidade e diversos estudos sugerem 
que o implante esplênico autógeno pode restaurar essa particular atividade funcional, embora esse não seja um achado 
generalizado. 
O baço apresenta dois compartimentos anatômicos principais, distintos e inter-relacionados. Fagócitos, plaquetas, 
hemácias, células dendríticas, linfócitos esparsos, plasmócitos e rede de fibras reticulares residem na polpa 
vermelha, que se dispõe em forma de sinusóides, enquanto o tecido linfóide (linfócitos T e B) é encontrado na 
bainhalinfóide periarteriolar e nos folículos linfóides da polpa branca, com ou sem centros germinativos . As 
bainhas periarteriolares e os folículos são cercados por uma capa de linfócitos e macrófagos, denominada zona marginal, 
local do primeiro contato de antígenos intravasculares com células imunocompetentes, no baço. A microvasculatura 
encontrada nessa região é ímpar, sendo o local onde ocorre o maior acúmulo de linfócitos B do organismo, embora 
também existam linfócitos T auxiliares CD4+ (aproximadamente dois terços) e CD8+. 
Células linfóides maduras recirculam continuamente do sangue para os órgãos linfóides e, através dos vasos 
linfáticos, retornam ao sangue. Indivíduos asplênicos apresentam alterações na recirculação linfocitária, pois, 
dentre os órgãos linfóides, o baço parece ser o mais importante nessa função, passo importante para a síntese de 
anticorpos. Não se reconhece o verdadeiro significado desse achado no que concerne à suscetibilidade para infecções. 
Essa constatação, todavia, dá suporte ao conceito de que o baço exerce papel fundamental na resposta imune, pelo 
que indivíduos esplenectomizados podem não estar aptos a produzir quantidades adequadas de anticorpos para 
proteção contra bacteremias. A resposta de imunoglobulinas a antígenos - imunoglulina M (IgM), primariamente -, 
ocorre precocemente no baço. O sequestro de bactérias pelo baço, durante infecções, induz a síntese de anticorpos 
em hospedeiros normais. Após esplenectomias, os níveis das imunoglobulinas (IgM, IgG, IgA) variam muito, 
podendo estar normais ou elevados, mas a maioria dos dados disponíveis sugere decréscimo nos níveis de IgM. 
O baço tem maior capacidade para fagocitar microrganismos do que o fígado, por grama de tecido. Além do papel direto 
na defesa contra infecções, também parece agir como mediador na regulação de certas populações celulares em outros 
 
 
 
órgãos, como pulmão, fígado e intestino. Em pacientes asplênicos, a porção não esplênica do SMF compensa sua 
ausência, mas a formação de anticorpos é menos eficiente, inexistindo habilidade para a produção de anticorpos 
por IgG, visto que a IgM se encontra reduzida. 
As bactérias extracelulares são capazes de se replicar fora das células hospedeiras, como no sistema circulatório, em 
tecidos conjuntivos e nos espaços teciduais, tais como os lúmens das vias respiratórias e gastrintestinais. Muitas 
espécies diferentes de bactérias extracelulares são patogênicas, e a doença pode ser causada por dois mecanismos 
principais: 
(01) Essas bactérias induzem inflamação, resultando na destruição dos tecidos no local da infecção; 
(02) As bactérias produzem toxinas, as quais têm diversos efeitos patológicos; as toxinas podem ser endotoxinas, que 
são componentes da parede celular bacteriana, ou exotoxinas, que são produtos do metabolismo bacteriano e 
secretadas por diversas bactérias. 
Por exemplo, a toxina da difteria desliga a síntese proteica em células infectadas, a toxina da cólera interfere no 
transporte de íons e de água, a toxina do tétano inibe a transmissão neuromuscular, e a toxina antraz interrompe várias 
vias bioquímicas de sinalização essenciais nas células infectadas. 
Os principais mecanismos de imunidade inata contra bactérias extracelulares são a ativação do sistema complemento, 
a fagocitose e a indução da resposta inflamatória. Em detalhes, esses mecanismos são descritos a seguir: 
1. Ativação do Sistema Complemento: os peptideoglicanos na parede celular das bactérias Gram-positivas e o LPS 
em bactérias Gram-negativas ativam o sistema complemento através da via alternativa. As bactérias que 
expressam manose em sua superfície celular podem se ligar à lectina de ligação a manose, que ativa o sistema 
complemento pela via das lectinas. Um resultado da ativação do complemento é a opsonização e fagocitose 
aumentada das bactérias; além disso, o complexo de ataque à membrana gerado pela ativação do complemento 
leva à lise celular de bactérias, e o subprodutos do complemento estimulam a resposta inflamatória, 
recrutando e ativando os leucócitos. 
2. Ativação dos Fagócitos: fagócitos (neutrófilos e macrófagos) utilizam receptores de superfície celular, incluindo os 
receptores de manose e os receptores scavanger, para reconhecer as bactérias extracelulares, além de também 
utilizarem os receptores Fc e receptores do sistema complemento para reconhecer bactérias opsonizadas com 
anticorpos ou proteínas do complemento, respectivamente. Os produtos microbianos ativam receptores do tipo 
Toll (TLRs) e vários sensores citoplasmáticos em fagócitos e em outras células, e alguns desses receptores funcionam 
principalmente para promover a fagocitose dos microrganismos (receptores de manose e scavanger) e estimular 
a atividade microbicida dos fagócitos (principalmente os TLRS). 
3. Indução da Inflamação: em adição, as células dendríticas e os fagócitos que são ativadas pelos microrganismos 
secretam citocinas que induzem a infiltração leucocitária nos locais de infecção, como a IL-1, IL-6, TNF e IL-
17, promovendo a inflamação. Os leucócitos recrutados ingerem e destroem as bactérias presentes naquele sítio de 
infecção. 
A imunidade humoral é uma importante resposta imunológica protetora contra bactérias extracelulares, funcionando 
para bloquear a infecção, eliminar os microrganismos e neutralizar suas toxinas. As respostas dos anticorpos contra 
bactérias extracelulares são dirigidas contra antígenos de parede celular e toxinas secretadas (exotoxinas) ou 
toxinas da parede celular bacteriana (endotoxinas), que podem ser polissacarídeos ou proteínas. 
Os mecanismos efetores utilizados pelas imunoglobulinas para combater essas infecções incluem neutralização, 
opsonização, fagocitose e ativação do sistema complemento pela via clássica. A neutralização é mediada pela alta 
afinidade dos isotipos IgG, IgM e IgA, sendo esta última presente principalmente nos lúmens dos órgãos da mucosa. 
A opsonização é mediada por algumas subclasses de IgG, como a IgG2a, e a ativação do sistema complemento 
pela via clássica é iniciada tanto pela produção de IgM como por subclasses de IgG. 
 
 
 
Os antígenos proteicos de bactérias extracelular também ativam as células T CD4+ auxiliares, que produzem 
citocinas indutoras da inflamação local, estimuladoras da atividade fagocitária e microbicida de macrófagos e 
neutrófilos, e indutoras da síntese de anticorpos pelas células B. 
As respostas Th17 induzidas por estes microrganismos recrutam neutrófilos e monócitos, promovendo a 
inflamação em locais de infecção bacteriana; a principal via de diferenciação dos linfócitos Th17 se dá pela produção 
de citocinas pró-inflamatórios por macrófagos e células dendríticas, tais como a IL-1 e IL-6. 
As bactérias também produzem IFN-γ e IL-18, induzindo a ativação e ação das respostas Th1, que ativa os 
macrófagos e neutrófilos recrutados para o sítio de infecção pelas células Th17, na tentativa de destruir os 
microrganismos fagocitados. O IFN-γ também pode estimular a produção de isotipos de anticorpos opsonizantes 
e de ligação ao sistema complemento, aumentando indiretamente a fagocitose desses microrganismos patogênicos. 
As principais consequências prejudiciais da resposta do hospedeiro contra as bactérias extracelulares são a inflamação 
crônica exacerbada e o choque séptico. O choque séptico é uma consequência patológica grave da infecção 
disseminada por algumas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, sendo definido como uma síndrome 
caracterizada pelo colapso circulatório e coagulação intravascular disseminada. 
A fase inicial do choque séptico é causada pelas citocinas produzidas por macrófagos, que são ativados pelos 
componentes da parede celular bacteriana, tais como o LPS e peptideoglicanos. O fator de necrose tumoral (TNF), 
IL-1 e IL-6 são as principais citocinas mediadoras do choque séptico, com auxílio em menor grau de IL-12 e IFN-
γ. Esta explosão inicialde uma grande quantidade de citocinas é chamada de tempestasde de citocinas, que ocasionam 
choque circulatório grave e, posteriormente, com a ativação de derivados lipídicos do ácido araquidônico, causam 
coagulação intravascular disseminada. 
A virulência de bactérias extracelulares tem sido associada a um número de mecanismos que possibilita aos 
microrganismos resistir à imunidade inata. As bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeos resistem à fagocitose 
e são, por conseguinte, muito mais virulentas do que as cepas homólogas que não possuem a cápsula. As cápsulas 
de muitas bactérias patogênicas Gram-positivas e Gram-negativas contêm resíduos de ácido siálico que inibem a 
ativação do sistema complemento pela via alternativa. 
Outro mecanismo utilizado por bactérias para evadir a imunidade humoral consiste na variação de antígenos de sua 
superfície celular; esta capacidade se dá principalmente pela variação de antígenos proteicos da pili bacteriana, 
como a pilina. Este mecanismo de alteração dos antígenos da pili auxilia na evasão contra a resposta mediada por 
anticorpos, além de tornar as bactérias extracelulares mais aderentes às células hospedeiras e, consequentemente, 
mais virulentas. Alterações na produção de glicosidases levam a alterações químicas na superfície do LPS e outros 
polissacarídeos, auxiliando também no escape das bactérias à resposta imune humoral. 
Uma característica de bactérias intracelulares facultativas é a sua capacidade de sobreviver e até mesmo de se replicar 
dentro de fagócitos. Uma vez que esses microrganismos são capazes de encontrar um nicho no qual ficam 
inacessíveis a anticorpos circulantes, sua eliminação requer mecanismos de imunidade mediada por células. 
A resposta imune inata contra bactérias intracelulares é mediada, principalmente, por fagócitos e células natural killers 
(NK); fagócitos, inicialmente neutrófilos e posteriormente macrófagos, ingerem e tentam destruir esses 
microrganismos, mas as bactérias intracelulares patogênicas são resistentes à degradação dentro de fagócitos. Os 
produtos destas bactérias são reconhecidos por TLRs e por proteínas citoplasmáticas de receptores do tipo NOD 
(NLR), resultando na ativação desses fagócitos. Além disso, o DNA bacteriano no citosol, através da via STING, 
estimula as respostas do interferon tipo I (IFN-α e IFN-β). 
 
 
 
As bactérias intracelulares ativam as células NK por induzir a expressão de ligantes de ativação das células NK 
em células infectadas, e por estimulação da produção de IL-12 e IL-15 pelas células dendríticas e macrófagos, 
citocinas essas que funcionam como ativadoras de células NK. As células natural-killers (NK) produzem IFN-γ 
que, por sua vez, ativa os macrófagos e promove a morte da bactéria fagocitada. Assim, as células NK 
proporcionam uma defesa inicial contra estes microrganismos, antes do desenvolvimento da imunidade adaptativa; no 
entanto, a imunidade inata geralmente não erradica essas infecções, o que requer o auxílio e potenciação da imunidade 
adquirida. 
A principal resposta imunológica adaptativa protetora contra as bactérias intracelulares é o recrutamento e ativação dos 
fagócitos, por mediação das células T, que fornecem defesa contra infecções por dois tipos de reações: (01) células T 
CD4+ ativam fagócitos através do IFN-γ e do ligante de CD40 (CD40L), resultando na morte de microrganismos 
ingeridos que sobreviveram dentro dos fagócitos; (02) células T CD8+ citotóxicas (CTLs) que destroem as células 
infectadas e, assim, eliminam os microrganismos que escapam aos mecanismos de morte dos fagócitos. 
Para bactérias intracelulares, as células T CD4+ diferenciam-se em efetoras Th1 sob influência da IL-12, produzida 
por macrófagos e células dendríticas durante as respostas imunes inatas. As células T expressam o CD40L e secretam 
IFN-γ, e esses dois estímulos agem sobre os macrófagos, induzindo a produção de várias substâncias microbicidas, 
incluindo espécies reativas de oxigênio (ROS), óxido nítrico (NO) e enzimas lisossômicas. 
As bactérias fagocitadas estimulam respostas de células T CD8+ citotóxicas (CTLs), caso os antígenos bacterianos 
sejam transportados dos fagolisossomos para o citoplasma, ou se as bactérias escaparem dos fagossomos e 
entrarem no citoplasma das células infectadas. 
No citosol, os microrganismos não são mais suscetíveis aos mecanismos microbicidas dos fagócitos, e para a 
erradicação eficaz da infecção, as células infectadas devem ser destruídas pelos CTLs. Assim, os efetores da 
imunidade mediada por células incluem os linfócitos T CD4+, que ativam os macrófagos, e os linfócitos T CD8+ 
citotóxicos (CTLs), que funcionam de forma cooperativa na defesa contra bactérias intracelulares. 
As diferenças entre indivíduos nos padrões de respostas das células T a microrganismos intracelulares são fatores 
determinantes para a progressão da doença e sua evolução clínica. Um exemplo desta relação entre o tipo de resposta 
de células T e a evolução da doença é a hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae. Existem duas formas polares 
de hanseníase: 
1. A forma lepromatosa, em que os pacientes têm alta titulação de anticorpos específicos para a bactéria, mas 
fracas respostas mediadas por células aos antígenos de M. leprae, tendo como consequência a proliferação das 
micobactérias no interior dos macrófagos com crescimento bacteriano persistente, levando a lesões destrutivas na 
pele e em tecidos subjacentes por resposta imunológica inadequada; 
2. A forma tuberculoide, em que os pacientes tem uma forte imunidade mediada por células e baixa titulação de 
anticorpos específicos para o M. leprae, padrão esses que resulta em menos destruição tissular e, 
consequentemente, escassez de bactérias em lesões. 
Os pacientes cuja imunidade celular é caracteristicamente ativadora de células Th1 desenvolvem a forma 
tubercoloide, produzindo altas quantidade de IFN-γ e IL-12, enquanto que os pacientes que desenvolvem a forma 
lepromatosa possuem uma imunidade celular predominantemente ativadora do padrão celular Th2, havendo 
menor produção de IFN-γ ao lado de uma fraca imunidade celular, resultando na incapacidade de conter a infecção. 
Diferentes fungos infectam os seres humanos e podem viver em tecidos extracelulares e dentro de fagócitos. Portanto, 
as respostas imunológicas a estes microrganismos são frequentemente combinações das respostas a bactérias 
intracelulares e extracelulares. Os principais mediadores da imunidade inata contra fungos são os neutrófilos e 
 
 
 
macrófagos; os fagócitos e células dendríticas reconhecem os organismos fúngicos através dos TLRs e dos 
receptores do tipo lectina, denominados receptores dectinas. 
Os neutrófilos liberam substâncias fungicidas, tais como espécies reativas de oxigênio e enzimas lisossômicas e 
fagocitam os fungos para a morte intracelular. Entretanto, algumas cepas virulentas de fungos, como o Cryptococcus 
neoformans, inibem a produção de TNF e IL-12 por macrófagos e estimulam a produção de IL-10, reduzindo 
assim a ativação dos macrófagos. 
A imunidade celular é o principal mecanismo de imunidade adaptativa contra as infecções fúngicas. Muitos fungos 
extracelulares provocam fortes reações de linfócitos Th17, impulsionadas em parte pela ativação de células 
dendríticas, por ligação das glucanas fúngicas ao receptor dectina-1, e dos macrófagos teciduais, que secretam 
grandes quantidades das principais interlecuinas pró-inflamatórias vitais para o desenvolvimento de Th17, tais como 
IL-1 e IL-6. 
As células dendríticas, especificamente através deste receptor dectina-1, produzem IL-6 e IL-23, necessárias para 
a indução e manutenção das células Th17, as quais estimulam a inflamação imunológica rica em neutrófilos e 
monócitos que, quando recrutados, destroem os fungos extracelulares. As respostas Th1 são protetoras em infecções 
fúngicas intracelulares, como a histoplasmose. 
Respostas imunes inatase adaptativas contra os vírus têm como objetivo bloquear a infecção e eliminar as células 
infectadas. A infecção é prevenida por interferons do tipo I como parte da imunidade inata, e anticorpos 
neutralizantes como parte da imunidade adaptativa. Entretanto, uma vez que a infecção é estabelecida, as células 
infectadas são eliminadas pelas células NK na resposta inata e pelos CTLs na resposta adaptativa. 
Os principais mecanismos da imunidade inata contra os vírus são a inibição da infecção por IFN-I, especialmente por 
células dendríticas do tipo plasmocitóide, e a destruição das células infectadas mediada pelas células NK; os IFN-
I têm a função de inibir a replicação viral em ambas as células infectadas e não infectadas. As células NK destroem 
outras células infectadas por uma variedade de vírus e são um importante mecanismo de imunidade contra as infecções 
virais no início do curso de infecção, antes do desenvolvimento das respostas imunes adaptativas. 
A expressão de MHC-I é muitas vezes desligada das células infectadas por vírus como um mecanismo de fuga 
aos CTLs; entretanto, a ausência de MHC do tipo I na membrana celular permite a ativação das células NK, que 
detectam esse mecanismo e contornam a evasão à resposta imunológica. 
A imunidade adaptativa contra as infecções virais é mediada pelas imunoglobulinas, que bloqueiam a ligação do vírus 
com a célula hospedeira, e por linfócitos T CD8+ citotóxicos (CTLs), que eliminam a infecção viral ao destruir as células 
infectadas. Os anticorpos são eficazes contra os vírus apenas durante a fase extracelular das vidas desses 
microrganismos, durante o início do curso de infecção, antes de infectar as células hospedeiras, ou quando são liberados 
das células infectadas por brotamento ou por lise celular provocada pelo ciclo viral lítico. 
As imunoglobulinas antivirais, principalmente IgG e IgA, ligam-se ao envelope viral ou aos antígenos do capsídeo 
e funcionam como anticorpos neutralizantes, impedindo a fixação e a entrada das partículas virais nas células 
hospedeiras, evitando tanto a infecção inicial quanto a disseminação célula-a-célula. Além da função neutralizante, 
os anticorpos podem opsonizar partículas virais e promover a sua depuração por fagócitos. 
A eliminação dos vírus que residem dentro das células é mediada por CTLs, que matam as células infectadas. A maioria 
dos CTLs específicos para vírus são células T CD8+ que reconhecem peptídeos virais, citosólicos, geralmente 
sintetizados endogenamente e que são apresentados por moléculas de MHC de classe I. 
 
 
 
Se a célula infectada é uma célula de tecido e não uma célula apresentadora de antígeno profissional (APCs), tais como 
as células dendríticas, a célula infectada pode ser fagocitada pelas células dendríticas, que processam os antígenos virais 
e os apresentam para as células T CD8+ imaturas por apresentação cruzada. A diferenciação completa dos CTLs 
CD8+ requer, entretanto, o auxílio de citocinas produzidas pelas células T CD4+ na maioria das vezes, 
principalmente pelo IFN-γ. 
Na terminologia das doenças infecciosas, a infecção parasitária refere-se à infecção por parasitas de animais, tais como 
os protozoários, helmintos e ectoparasitas (artrópodes, como carrapatos e ácaros). A maioria das infecções parasitárias 
são crônicas devido a fraca imunidade inata e a capacidade dos parasitas em evadir ou resistir à eliminação por respostas 
imunológicas adaptativas. 
A principal resposta imune inata aos protozoários é a fagocitose, mas muitos desses parasitas são resistentes à fagocitose 
e podem se replicar mesmo dentro de macrófagos; alguns protozoários, entretanto, expressam moléculas de superfície 
que são reconhecidas por TLRs e ativam os fagócitos. Neutrófilos e macrófagos também podem atacar os parasitas 
helmintos e secretar substâncias microbicidas para eliminar esses organismos, que são muito grandes para serem 
fagocitados. No entanto, muitos helmintos possuem tegumentos espessos que os tornam resistentes aos mecanismos 
citocidas dos fagócitos, além de serem muito grandes para sofrer fagocitose. 
O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem dentro de macrófagos é a resposta imunológica 
mediada por células, em particular pela ativação de macrófagos por citocinas derivadas dos linfócitos Th1. A resistência 
à infecção por protozoário está associada à ativação de células T CD4+ no subtipo Th1, que produzem IFN-γ e, assim, 
ativam os macrófagos para a destruição dos parasitas intracelulares. 
Por outro lado, a ativação do subtipo Th2 pelos protozoários resulta no aumento da sobrevivência do parasita e na 
exacerbação de lesões, devido às ações supressoras de citocinas características de Th2 sobre os macrófagos. Essa 
dicotomia da resposta imune celular de linfócitos T CD4+ é especialmente válida para o protozoário Leishmania major, 
em que a ativação da resposta Th1 ou a supressão da resposta Th2 aumenta a resistência à infecção. 
Protozoários que replicam dentro de várias células do hospedeiro e destroem essas células, estimulam os anticorpos 
específicos e as respostas dos linfócitos T CD8+ CTLs, semelhantemente aos mecanismos virais indutores da resposta 
imune adaptativa. 
A defesa contra muitas infecções por parasitas helmintos é mediada pela ativação das células Th2, o que resulta na 
produção de imunoglobulinas do subtipo IgE, ativação dos mecanismos de imunidade de barreira e ativação, 
recrutamento, maturação e proliferação de eosinófilos. Os helmintos estimulam a diferenciação de células T CD4+ 
imaturas para o subconjunto de células efetoras Th2, que secretam IL-4, IL-13 e IL-5. 
A IL-4 estimula a produção de IgE, a qual se liga ao receptor Fcε de eosinófilos e de mastócitos, promovendo a 
desgranulação dessas células e a consequente liberação de mediadores anti-parasitários e vasodilatadores; a IL-5 
estimula o desenvolvimento e ativação dos eosinófilos. A IgE reveste os parasitas e os eosinófilos, ao se ligar à IgE pelo 
seu receptor Fcε, reconhecem e destroem os parasitas helmínticos. 
As ações combinadas da IL-4 e IL-3, por ativação do mecanismo de imunidade de barreira, aumentam a secreção de 
IgA nas mucosas, a ativação de mastócitos e os movimentos peristálticos intestinais que não requerem IgE, auxiliando 
na expulsão de helmintos alojados no intestino. 
 
 
 
 
O leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos) do sangue, em que se faz uma contagem total dos leucócitos e 
uma contagem diferencial contando-se 100 células. O adulto apresenta, aproximadamente, entre 5000-10000 leucócitos 
por mm³ de sangue, em condições fisiológicas. Como já descrito, as células da linhagem mieloide formadas até o 
mielócito são agrupadas no compartimento mitótico medular (CMM), pois todas essas células se formam por 
mitose e não realizam fagocitose de agentes estranhos. 
Por outro lado, as células que vão desde os metamielócitos até os leucócitos segmentados estão agrupadas no 
compartimento de reserva medular (CRM), o qual existe na medula óssea com o objetivo de suprir uma 
necessidade na vigência de um processo infeccioso, por exemplo. A existência do CRM é de vital importância para a 
linhagem de células branca, pois diferentemente dos eritrócitos, os granulócitos e monócitos vivem apenas poucas horas. 
Além disso, os leucócitos, quando chegam à circulação sanguínea periférica, podem se comportar de duas 
maneiras: (01) integram o compartimento leucocitário circulante (CLC), que ocupa a circulação sanguínea 
propriamente dita; (02) ou integram o compartimento leucocitário marginal (CLM), quando se encontra aderido às 
paredes do endotélio vascular. Os leucócitos, quando presentes no CLM, não são determinados ou mensurados pelo 
hemograma, mas na presença de uma infecção vigente, eles podem retornar ao compartimento circulante. Estes dois 
compartimentos sempre se encontram em renovação constante, pois assim que um leucócito passa

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