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Apostila - Juntos na Redação 
@beto_aferreira 
APOSTILA – JUNTOS NA REDAÇÃO 
 
10 ANÁLISES TEMÁTICAS QUE MUDARÃO SUA POSTURA NA REDAÇÃO 
 
 
Ei, aluno do Juntos na Redação, não pule esta introdução! Sei que muitos 
têm o costume de não ler esta parte, mas temos vários motivos para que você fixe 
um pouco da sua atenção aqui. Isso porque, neste capítulo, além de te apresentar 
uma novidade, vamos te ensinar COMO estudar nossa apostila (existe uma lógica 
pensada para um maior aproveitamento dos conteúdos e eficiência nos estudos), 
contarei um pouco da minha história, falarei da recorrência estrutural que você 
perceberá nas redações usadas, além de deixar os meus canais de comunicação 
para que possamos interagir e eu tirar suas possíveis dúvidas. 
 Nesse sentido, vamos ao nosso primeiro tópico: como você deve estudar 
nossa apostila para que tenha um maior aproveitamento dos materiais e seja mais 
eficiente na compreensão do conteúdo. Desse modo, é importante entender a 
sequência lógica de cada capítulo, em que cada um deles é composto por uma 
proposta de redação, uma redação de aluno escaneada, a mesma redação 
digitada, uma análise do professor sobre a redação, possíveis projetos de textos 
e, por fim, uma adequação do texto para vestibulares como ITA e FUVEST. Após 
observarmos a macroestrutura de cada capítulo é importante entender a função de 
cada parte. 
Primeiramente, a proposta de redação. O nosso objetivo com a 
apresentação dessa proposta é que você realmente tente fazer a redação do tema 
proposto, de maneira a exercitar a prática textual, conhecer um pouco mais do tema 
e construir repertório sociocultural para aquela área que o tema compõe (buscamos 
aqui selecionar eixos temáticos diversificados como econômico, social, política, 
cidade, contemporaneidade, meio ambiente, de maneira que você diversifique seu 
escopo de estudo). 
Em segundo plano, teremos em cada capítulo a apresentação de uma 
redação do tema proposto feita por um estudante do meu curso de redação. A 
nossa intenção aqui é demonstrar para você, aluno do Juntos na Redação, que 
alunos, em uma situação de estudo similar a sua, isto é, alunos de cursinho ou 
ensino médio que buscam uma vaga em uma faculdade de ensino superior, 
conseguem um bom desempenho na redação e, principalmente, criar uma 
identificação entre você e o texto apresentado, aproximando o estudo da realidade 
de estudante. Essa redação aparece de duas formas em cada capítulo: a primeira 
escaneada, com o intuito de comprovar que aquele texto foi feito realmente por um 
aluno e que se trata de uma redação real que respeitou o número de linhas e se 
organizou em uma folha com as mesma dimensões do seu vestibular; já a segunda 
digitada, de modo a facilitar a leitura e entendimento, além de dispor da correção 
dos possíveis desvios ortográficos apresentados em cada texto. 
Posterior a isso, você encontrará uma análise do professor acerca do texto 
apresentado. O intuito desse exercício é apresentar os possíveis erros e acertos 
estruturais que acometeram aquela redação, além de justificar a nota atribuída a 
cada competência, de maneira que você transfira aquela análise para a sua redação 
e consiga assimilar a correção também para a seu texto. 
Após a análise do professor, você terá acesso a possíveis projetos textuais 
a serem usados naquele eixo temático. O nosso objetivo com essa ferramenta do 
material é que você consiga construir um repertório sociocultural para situações 
diversas, de maneira que um tema específico não mais te surpreenda e você tenha 
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Apostila - Juntos na Redação 
@beto_aferreira 
argumentos para desenvolver uma boa redação. Lembre-se, você deve estudar os 
projetos textuais depois da feitura da redação, de modo que não crie um hábito 
negativo de pesquisa antes de fazer uma redação, até porque esse hábito não será 
suprido no dia de seu vestibular. É assim que entendemos que estudar redação nem 
sempre se resume a fazer uma redação, o estudo da redação se dá em momentos 
diversos e o aprimoramento das possibilidades de repertório sociocultural autoral é 
um deles. 
Por fim, você encontrará uma adequação da redação feita nos moldes do 
ENEM para vestibulares como ITA e FUVEST e as demais faculdades que exigem 
dissertação sem intervenção. Para isso, é importante destacar que todos os 
processos seletivos citados cobram o texto dissertativo-argumentativo como 
tipologia textual a ser usada, mas apresentam diferenças sutis como a já citada 
proposta de intervenção e a postura ideológica da banca que interfere também na 
seleção dos temas propostos. No entanto, apesar dessas diferenças, a 
macroestrutura da redação se mantém, de maneira a não afetar na forma como a 
introdução se organiza e nem mesmo os parágrafos de desenvolvimentos. Nesse 
sentido, o professor buscou alterar o último parágrafo de cada redação em análise, 
de maneira a demonstrar como se dá a estruturação de uma conclusão observativa, 
já que é essa a principal diferença dos textos de cada vestibular. 
 Agora que você já sabe a função de cada estrutura do capítulo, precisamos 
te contar quem é o autor da apostila. O Beto trabalha como professor de redação 
há 7 anos, atualmente é professor do colégio Prepara Enem - COPE e coproprietário 
da Escrita Escola de Redação, que tem sedes nas cidades de Goiânia e Anápolis, 
além de ser graduado em Direito pela Universidade Federal de Goiás e ter o título 
de advogado. No entanto, apesar dos títulos, o mais importante é entender de onde 
surgiu a necessidade de ensinar. Ele resume essa necessidade a partir da sua 
dificuldade com a matéria de redação, já que fez ensino médio e, assim como você, 
foi um vestibulando em busca da tão sonhada vaga na universidade. Essa 
dificuldade partia da subjetividade envolvida na matéria, em que a maioria dos 
professores da área conduzia o estudo voltado para a discussão temática, não 
contribuindo para que o aluno entendesse os pontos de deficiência e, principalmente, 
o que deveria fazer para aumentar a nota. E ele, a partir disso, compreendeu que a 
estrutura textual é o que garantiria sua evolução, e não somente a discussão 
temática, visto que, independente do tema, conseguiria organizar a argumentação 
para sustentar uma opinião e, mais do que isso, estaria apto para perceber onde se 
concentravam seus pontos de deficiência, uma vez que a recorrência estrutural 
permitiria a comparação com seus textos anteriores, criando um referencial a ser 
seguido. Com esse entendimento, Beto direcionou seu estudo em redação para a 
elaboração de uma estrutura que organizaria o texto do aluno, facilitaria a 
visualização dos erros e chamaria a atenção do corretor de redação. Beto, enquanto 
aluno conseguiu entrar na faculdade, com nota 980 na redação do ENEM, e como 
professor canalizou seus esforços para ensinar alunos que enfrentavam as mesmas 
dificuldades que ele na redação e tem feito isso até os dias de hoje, ponderando 
ensinamos temáticos com um foco estrutural, que é o que você encontrará nesta 
apostila. 
 Nesse sentido, você perceberá que, nas redações apresentadas, há uma 
recorrência estrutural, isto é, um padrão a ser seguido em cada parágrafo. 
Todavia, faz-se fundamental entender que essa estrutura não deve ser confundida 
com um modelo de redação, já que a principal diferença entre esses dois conceitos 
é o conteúdo, em que a estrutura apenas direciona a apresentação deste, e o modelo 
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@beto_aferreira 
padroniza o conteúdo a ser apresentado na redação. Portanto, mesmo em temas 
diferentes, mantemos uma sequência lógica dos elementos coesivos, que 
hierarquiza cada período contribuindo para a manutenção da coesão e construindo 
a coerência entre os elementos dispostos para a sustentação do ponto de vista. 
 Querido aluno, chegamos ao fim da explicação inicial donosso material. 
Espero que aproveite bem esta apostila, ela foi feita com muito carinho e dedicação 
para que consiga evoluir e aprimorar seu desempenho na redação. Caso você queira 
tirar suas dúvidas acerca de qualquer ponto de nossa apostila, seguem os canais 
de comunicação para que você possa entrar em contato com o professor Beto. 
Instagram: @betoredacao e e-mail: prof.betored@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO ENEM 
 
Aluno do Juntos na Redação, abaixo segue as competências e habilidades 
que são usadas como critérios de correção para a redação do Enem. Entender a 
distribuição de nota é importante não só para perceber os pontos de deficiência da 
sua redação de acordo com a banca, mas também para compreender como o 
corretor pensa a sua redação e quais critérios ele toma como base para classificar 
um texto como apto ou não. 
Nesse sentido, sempre que for fazer a sua redação faz-se importante tomar 
como base cada requisito disposto nas competências e, mais do que isso, quando 
estiver diante de uma redação corrigida, observar quais foram as notas distribuídas 
em cada competência e habilidade. Somente assim, conseguirá entender a lógica 
de correção e os pontos necessários para evoluir a nota nesta matéria. 
 
 
 
 
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PROPOSTA DE REDAÇÃO – ESTILO ENEM 
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema RACISMO: VIVÊNCIA REAL 
OU EXAGERO SOCIAL? apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e 
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
A construção histórica do racismo no Brasil 
Racismo é o preconceito e discriminação direcionados a quem possui uma raça ou etnia diferente, define o dicionário. No Brasil, 
essa palavra ganhou forma e cor com a chegada de cerca de 5 milhões de africanos, traficados pelos portugueses entre os 
séculos 16 e 19. Para entender a atual configuração social brasileira, e principalmente, o racismo, sociólogos e historiadores 
recorrem ao nosso passado. 
 Retirado de: em.com.br 
Entenda o que é racismo institucional 
No Brasil, o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) implementado no Brasil em 2005“, definiu o racismo 
institucional como “o fracasso das instituições e organizações em prover um serviço profissional e adequado às pessoas em 
virtude de sua cor, cultura, origem racial ou étnica. Ele se manifesta em normas, práticas e comportamentos discriminatórios 
adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes do preconceito racial, uma atitude que combina estereótipos 
racistas, falta de atenção e ignorância. Em qualquer caso, o racismo institucional sempre coloca pessoas de grupos raciais ou 
étnicos discriminados em situação de desvantagem no acesso a benefícios gerados pelo Estado e por demais instituições e 
organizações. 
Retirado de: geledes.org..br 
 Retirdado de: www.seade.gov.br 
 
 
 
 
 
 
OBSERVACÕES 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero. 
• A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero. 
• A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas 
copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
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@beto_aferreira 
 
ANÁLISE PRÁTICA DO TEMA 
Abaixo, segue o exemplo prático do tema anterior feito por um aluno do professor Beto. 
 
 
NOTA ATRIBUÍDA 
 
COMPETÊNCIA 01 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 02 - 160 PONTOS (HABILIDADE 04) 
COMPETÊNCIA 03 - 200 PONTOS (HABILIDADE 06) 
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@beto_aferreira 
COMPETÊNCIA 04 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 05 - 200 PONTOS (HABILIDADE 06) 
TOTAL: 880 PONTOS 
OBS: É importante lembrar que a correção feita por um professor tende a ser mais rigorosa do que no Enem. 
Isso por dois motivos: um maior tempo destinado para corrigir cada redação, percebendo, assim, mais 
problemas, e por comparar a redação corrigida com um espectro amostral de maior qualidade, criando uma 
referência de nota mais qualitativa do que no Enem, ao dificultar o destaque de um texto e, por 
consequência, diminuir a recompensa de nota por uma redação, mesmo que organizada. 
 
 
 
REDAÇÃO DIGITADA 
 “Preconceito racial mais profundo que o Pré-sal”. A música “Eu só peço a 
Deus”, do grupo de rap paulista Inquérito, descreve de forma crítica a realidade dos 
afrodescendentes no Brasil atual, cuja luta diária contra o preconceito é 
constantemente questionada e reduzida ao status de “exagero” pela população 
branca. Essa velação do comportamento racista dos brasileiros advém claramente do 
interesse dos brancos na manutenção dos espaços de poder e privilégios sobre os 
negros. Assim, dentre os fatores que corroboram esse quadro, estão o 
comportamento midiático acerca da questão e a herança colonial do país. [1] 
 Desse modo, é visível o fato de que a atuação da mídia a respeito da 
comunidade negra gera o racismo disfarçado que permeia o cenário social brasileiro. 
Isso ocorre porque a representação do problema não ocorre de maneira satisfatória, 
uma vez que se criou um estereótipo sobre o indivíduo negro que reforça e corrobora 
aspectos preconceituosos apontados pelos brancos, a fim de subjugá-lo, diminuindo-
o como criminoso latente ou de comportamento naturalmente agressivo e primitivo. 
Essa problemática é muito bem representada no longa-metragem “A Hora do Show”, 
dirigido por Spike Lee, em que um escritor negro produz um programa de TV 
exageradamente racista com a intenção de ser demitido, porém sua produção acaba 
sendo muito bem recebida pelo público, mostrando o preconceito já enraizado na 
sociedade. [2] 
 Além disso, é importante notar que a herança histórica do Brasil colonial ajuda 
a perpetuar o racismo disfarçado no imaginário social brasileiro. Isso ocorre em virtude 
dos comportamentos e pensamentos característicos da população nacional durante 
os cerca de 300 anos de regime escravista, em que as estruturas do país eram 
pensadas em espaços bem definidos de poder e na subjugação dos negros para a 
exploração dos recursos brasileiros. Esse quadro entra em acordo com a máxima do 
escritor britânico Aldous Huxley, para quem “talvez a maior lição da história seja que 
ninguém aprendeu as lições da história”, posto que a sociedade brasileira atual se 
mostra pautada nos mesmos princípios e preconceitos do Brasil escravocrata. [3] 
 Em suma, nota-se que a falta de perspectiva histórica e a distorção da mídia, 
funcionando como mecanismos de manutenção de poder, moldam a situação de 
negligência em relação ao racismo no Brasil. Sendo assim, o governo federal deve 
elaborar um Plano Nacional de Combate ao Racismo, cuja principal função seria 
desenvolver, em parceria com o Conar, uma forte fiscalização das produções 
artísticas, a fim de impedirque estas perpetuem ainda mais o preconceito racial no 
país por meio de processos judiciais pelo crime de racismo. Outrossim, o Plano deve 
estabelecer uma ascensão com o Ministério da Educação para, como base em 
alterações da BNCC, palestras e eventos nas instituições de ensino, procurar 
abranger mais estudos sobre a parcela negra no Brasil e, assim, eliminar preconceitos 
e discursos de ódio enraizados no país. [4] 
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@beto_aferreira 
 
ANÁLISE DO PROFESSOR ACERCA DA REDAÇÃO DO ALUNO 
[1] Introdução por referência musical, em que o aluno usa do trecho de uma música 
para apresentar o tema da redação. Ademais, o parágrafo cumpre bem com a função 
introdutória, de modo que, além de expor o tema, apresenta a TESE e os dois 
assuntos, que serão desenvolvidos para sustentar a tese. 
[2] O aluno cria uma ótima relação do primeiro assunto: comportamento midiático, com 
o tema da redação. Isso é feito a partir de uma estrutura de causalidade, em que o 
centro da discussão se dá pelo reforço simbólico que a mídia traz para a imagem do 
negro, aprofundando o racismo na sociedade e dificultando sua visualização. Essa 
argumentação é confirmada por uma referência a uma obra cinematográfica, que 
ratifica o papel negativo da mídia na temática em questão. 
[3] Diferentemente do parágrafo anterior, aqui o aluno relaciona o tema do racismo 
com a herança colonial brasileira. Nesse caso, a argumentação se alicerça no 
enraizamento desse racismo, que se mostra cada vez mais estrutural no Brasil. E o 
repertório sociocultural produtivo em uso é, desta vez, uma citação, que confirma a 
postura do brasileiro diante da história, em que essa é constantemente apagada e não 
serve de ensinamento para a sociedade. No entanto, mesmo com as qualidades 
ressaltadas, o tema da redação carece de uma especificação a partir do recorte de 
questionamento sobre a existência do racismo, não devendo ser o racismo em si o 
problema a ser discutido. 
[4] Intervenção completamente detalhada e exequível. Isso porque apresenta os 04 
elementos válidos e o detalhamento necessário para que as medidas sejam 
executadas. Além de que atinge a completude do projeto de texto por meio dos dois 
assuntos problematizados. 
 
 
POSSÍVEIS PROJETOS TEXTUAIS 
TEMA: Racismo: vivência real ou exagero social? 
 
OBS: É importante entender o tema proposto para selecionar os elementos que 
comporão o projeto de texto. 
 
O tema em questão trata da dúvida acerca da existência do racismo na sociedade, 
em que não se pode reduzi-lo ao racismo unicamente. 
 
TESE e ASSUNTOS: 
Manutenção dos espaços de poder – a sociedade se organiza a partir de hierarquias 
sociais e os grupos que detém o poder nesta pirâmide estão constantemente tentando 
solidificar sua posição de superioridade, mesmo que isto custe a dignidade do outro; 
 
Conservadorismo da sociedade – terminologia normalmente associada ao 
tradicionalismo, em que há uma tentativa de grupos predominantes na sociedade de 
conservarem o poder tradicionalmente atribuído a eles; 
 
Padronização da ideologia eurocêntrica – as características e os símbolos culturais 
do europeu são entendidos como superiores dentro de uma sociedade que se norteia 
a partir do eurocentrismo; 
 
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@beto_aferreira 
Naturalização do racismo – a desigualdade racial passa a nortear a formação da 
sociedade, em que as relações são construídas a partir dessa estrutura que não é 
vista como um problema por se tornar parte cultural da formação de um povo; 
 
Educação tecnicista - por focar em conteúdos técnicos e formadores de mão de obra 
produtiva, não capacita o sujeito para viver em sociedade e agir diante as mazelas 
sociais; 
 
Mídia manipuladora - molda o comportamento social para manter interesses privados; 
 
Herança colonial - demonstra a cristalização de condutas racistas na sociedade que 
são entendidas como normais; 
 
Mercado de trabalho desigual – mercado que seleciona a partir da cor e a entende 
como critério de capacidade; 
 
Falta de representação do negro na política nacional - a partir do momento em que 
esse não é representado seus direitos não são efetivados; 
 
Associação de comportamentos e características brancas a um padrão de 
superioridade (indústria da moda é um exemplo, em que a mulher branca é entendida 
como mais bela; o cabelo liso é o tido como mais bonito); 
 
Animalização do corpo negro – corpo negro comumente associado a características 
extintivas e passionais do ser humano; 
 
Hiperssexualização do negro na sociedade – o corpo negro é constantemente visto 
como um símbolo sexual, uma prova disso é a figura da “globeleza” e as piadas feitas 
com o órgão sexual do homem; entre outros. 
 
OBS: a TESE é a sua opinião acerca do porquê da ocorrência do tema. Priorize uma 
opinião abrangente; apresentada em poucas palavras e com capacidade de conter 
dois ou mais assuntos. 
 
OBS: já os ASSUNTOS são fatores que comprovam essa TESE na realidade do 
TEMA. Eles devem ser mais específicos do que a TESE, de maneira a se situarem 
como caminhos argumentativos têm como fim a consolidação da opinião autoral. 
 
TRANSFORMAÇÃO DA REDAÇÃO ENEM EM OUTROS TIPOS 
 
Como explicitado na introdução, esse material se destina para alunos que 
estudam para vestibulares que cobram o tipo dissertativo-argumentativo como texto 
de avaliação. Nesse sentido, para adaptar uma redação feita inicialmente para o 
ENEM, é fundamental retirar o requisito interventivo do texto e destinar o parágrafo 
que continha a intervenção para a elaboração de uma conclusão observativa. 
Logo, na redação em análise teríamos como opção o seguinte parágrafo de 
conclusão: 
Em suma, nota-se que a situação de negligência em relação ao racismo no Brasil 
tende a se agravar, já que os envolvidos nessa problemática, guiados por uma 
recorrente tentativa de manutenção dos espaços de poder, não demonstram interesse 
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@beto_aferreira 
em solucioná-la. Assim, observa-se que a falta de perspectiva histórica e a distorção 
midiática contribuem para que o quadro do racismo na sociedade brasileiro seja 
naturalizado e, por muitos, questionado acerca da sua presença e nocividade. 
Portanto, músicas como as do grupo de rap paulista Inquérito continuarão a ser 
produzidas e a representar a situação de violação vivida pelo povo negro. 
 
OBS: na conclusão é importante fechar o projeto de texto de maneira a ratificar 
a tese como origem central do tema e os assuntos como fatores que aprofundam a 
tese nessa realidade. Além de que é interessante, também, retomar a referência 
usada na introdução, de maneira a criar a sensação de projeção textual no corretor, 
em que fica evidente que o aluno sabia onde queria chegar com aquela redação. Por 
fim, fica nítido o tom pessimista usado na proposta, que além de representar 
criticidade, se torna coerente com o projeto de texto, visto que, em momento algum, 
serão apresentadas intervenções para reverter o quadro problematizado nos 
desenvolvimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROPOSTA DE REDAÇÃO – ESTILO ENEM 
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema MUDANÇAS CLIMÁTICAS E 
O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos 
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
 
MudançasClimáticas 
A mudança do clima compreende alterações provenientes de mudanças de temperatura, precipitações, dentre outros 
fenômenos, em relação às médias históricas, interferindo nas características climáticas do planeta. Essas mudanças ocorrem 
por processos naturais, mas também podem ocorrer pela ação humana. Nas últimas décadas, evidências científicas 
demonstram que estas variações que alteram as características do clima provocam grandes impactos na saúde humana. Assim, 
a mudança climática contribui atualmente para a carga global de doenças e mortes prematuras. 
Retirada de: portalms.saude.gov.br 
O que é desenvolvimento sustentável? 
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração 
atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota 
os recursos para o futuro. 
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir 
e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Para ser alcançado, o 
desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse 
conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Muitas vezes, 
desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos 
naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a 
humanidade depende. 
Retirada de: wwf.org.br 
Retirada de: http://www.revistaea.org 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÕES 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero. 
• A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero. 
• A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas 
copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
Licenciado para - João Victor Guedes Dias - 06752043213 - Protegido por Eduzz.com
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ANÁLISE PRÁTICA DO TEMA 
Abaixo, segue o exemplo prático do tema anterior feito por um aluno do professor Beto. 
 
NOTA ATRIBUÍDA 
COMPETÊNCIA 01 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 02 - 160 PONTOS (HABILIDADE 04) 
COMPETÊNCIA 03 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 04 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
Licenciado para - João Victor Guedes Dias - 06752043213 - Protegido por Eduzz.com
Apostila - Juntos na Redação 
@beto_aferreira 
COMPETÊNCIA 05 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
TOTAL: 800 PONTOS 
OBS: É importante lembrar que a correção feita por um professor tende a ser mais rigorosa do que no Enem. 
Isso por dois motivos: um maior tempo destinado para corrigir cada redação, percebendo, assim, mais 
problemas, e por comparar a redação corrigida com um espectro amostral de maior qualidade, criando uma 
referência de nota mais qualitativa do que no Enem, ao dificultar o destaque de um texto e, por 
consequência, diminuir a recompensa de nota por uma redação, mesmo que organizada. 
 
 
 
REDAÇÃO DIGITADA 
 Dizem as lendas folclóricas brasileiras que, nas florestas, mora o 
Curupira, cujo destino é proteger e preservar o seu lar e a natureza do país como 
um todo. Tendo em vista o cenário atual, esse personagem ficaria furioso com 
seus compatriotas, uma vez que o meio ambiente tem sido cada vez mais 
destruído e o desenvolvimento sustentável é um desafio, assim como as 
mudanças climáticas. Evidencia-se que essa realidade advém irrefutavelmente 
da passividade com que ela é tratada por vários setores sociais. Assim, dentre 
os fatores que aprofundam essa problemática, destacam-se o método 
conteudista educacional nacional e o sistema de punições falho para quem 
destrói a natureza. [1] 
 Nesse raciocínio, o método conteudista educacional brasileiro, somado à 
passividade dos setores sociais, cristaliza o desafio encontrado frente as 
mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável. Esse panorama decorre 
do fato de que o conteudismo e o tecnicismo do estudo não abrem espaço para 
debates e desenvolvimento crítico dos alunos para temas como as mudanças 
climáticas e o desenvolvimento sustentável, favorecendo pessoas alheias e 
inativas perante esses desafios que persistem na contemporaneidade. Esse 
pensamento é análogo ao de Immanuel Kant, para quem “o homem não é nada 
além daquilo que a educação faz dele, pois, ao passo que a educação deixa de 
estimular o estudante no desenvolvimento sustentável e no combate às 
mudanças climáticas, ele se torna passiva e deixa que a questão se prolongue. 
A educação não faz dele ativo. [2] 
 Outrossim, o sistema de punições falho, aliado à naturalização da 
problemática, solidifica o desafio perante as mudanças climáticas e o 
desenvolvimento sustentável. Isso ocorre porque a sensação de impunidade 
circunda os indivíduos, que agem de modo a potencializar as alterações 
climáticas e o desenvolvimento sustentável, faz com que essas atitudes 
perdurem, tornando esses crimes ambientais mais recorrentes e naturais na 
visão social. Consequentemente, a natureza tem sido muito ferida no país, por 
pessoas que raramente recebem punições judiciais por seus atos. Ilustra-se essa 
corrupção com o grande número de lixo encontrado nas praias, jogado por 
muitas pessoas que ficaram impunes. [3] 
 Diante do exposto, nota-se que a passividade social agrava as mudanças 
climáticas e o desafio do desenvolvimento sustentável. Para solucionar essa 
situação, o Governo, aliado com o poder legislativo, deve criar um Programa 
Nacional de Preservação da Natureza, que instaure, nas Diretrizes Escolares, 
palestras e debates obrigatórios que envolvam o tema, a fim de conscientizar os 
futuros cidadãos e dá-los instrumentos para combater as mudanças climáticas e 
colocar o desenvolvimento sustentável em prática. [4] 
 
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@beto_aferreira 
ANÁLISE DO PROFESSOR ACERCA DA REDAÇÃO DO ALUNO 
[1] Introdução por referência, de maneira que o aluno associa uma lenda 
folclórica ao tema da redação, usando-a para apresentá-lo. Ademais, o parágrafo 
cumpre bem com a função introdutória, de modo que, além de expor o tema, 
apresenta a TESE e os dois assuntos, que serão desenvolvidos para sustentar 
a tese. 
[2] Repetição demasiada de algumas palavras, fator que impede a fluidez e 
entendimento do projeto de texto. Além disso, o último período do parágrafo se 
mostra inacabado e sem relação com o todo textual, afetando a coesão e a 
coerência. Em um panorama de cumprimento do projeto textual, fica evidente 
que o aluno não sustenta a TESE de passividade, se limitando a discussão do 
ASSUNTO com o TEMA. No entanto, executa bem essa relação, de maneira a 
evidenciar que a educação não é capaz de formar civicamente o sujeito para 
gerir os problemas da sociedade. Por fim, usa de uma citação direta para 
confirmar a importância da educação para a temática, dando produtividade para 
o repertório, que se encaixa com a argumentação por meio de uma produção de 
conhecimento autoral, se tornando produtivo. 
[3] Diferentemente do parágrafo anterior, o aluno consegue explicitar a 
comprovação da TESE por meio da relação do ASSUNTO com o TEMA. 
Contudo, o período de consequência praticamente reescreve a argumentação, 
não servindo de estrutura de aprofundamento e tampouco comprovação do 
argumento. Por fim, faz-se importante alongar a exemplificação, de modo que 
esta não aparente estar descontextualizadae sem relação com o que foi 
desenvolvido. 
[4] Aluno conclui bem as ideias do projeto textual. Todavia, a intervenção não 
dispõe de todo o detalhamento esperado. Isso porque, além de o agente principal 
não ter sido especificado, o aluno faz uma medida apenas para o primeiro 
assunto, deixando o segundo completamente sem solução. Nesse sentido, o 
parágrafo dispõe de todos os 04 elementos válidos, mas não tem o detalhamento 
pleno. 
 
POSSÍVEIS PROJETOS TEXTUAIS 
TEMA: Mudanças climáticas e o desafio do desenvolvimento sustentável 
 
OBS: É importante entender o tema proposto para selecionar os elementos que 
comporão o projeto de texto. 
 
O tema em questão trata das mudanças climáticas e do desenvolvimento sustentável. 
Se caracterizando como possuidor de dois núcleos importantes, isto é, não há a 
possibilidade de desenvolver um sem o outro, não seria admitido um texto que trata 
apenas das mudanças climáticas, e não elenca o desenvolvimento sustentável. Além 
disso, é importante entender que as mudanças climáticas fazem parte dos problemas 
ambientais, mas falar dos problemas ambientais como um todo, e não especificar, no 
texto, tais mudanças seria considerado tangenciamento do tema e, em uma análise 
mais séria, fuga do tema proposto. 
 
TESE e ASSUNTOS: 
Mentalidade capitalista - mentalidade advinda do sistema socioeconômico vigente que 
reduz a importância do meio ambiente quando comparado ao ganho de capital; 
 
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Visão desenvolvimentista que desassocia a possibilidade do progresso e a 
preservação ambiental - atualmente, vive-se um era que não entende como possível 
uma conciliação entre progresso e proteção ambiental, de modo que estes se tornem 
opostos e, quando isso acontece, geralmente há uma escolha tendente ao progresso, 
precarizando o meio ambiente; 
 
Falta de representatividade da causa ambiental na política brasileira - a criação de 
bancadas ruralistas no Congresso Nacional e a escassez de representantes políticos 
que defendem a causa ambiental faz com que a efetivação desses direitos seja 
impedida e subjugada frente aos interesses desenvolvimentistas e do agronegócio; 
 
Carência de uma exequibilidade efetiva para a legislação nacional - o Brasil é 
referência em legislação ambiental, mas também é um exemplo de como não se deve 
executá-la, já que, na prática, os códigos ambientais não são aplicados; 
 
Superficialidade midiática - a mídia trata de questões ambientais com extrema 
superficialidade, muitas vezes expondo os fatos, mas não apresentando os reais 
causadores das mudanças climáticas no Brasil e no mundo, alienando a população 
ao catastrofizar o assunto, e não propor soluções e promover um entendimento crítico 
do todo da problemática; 
 
Educação tecnicista - educação conteudista mantém o foco de formação do indivíduo 
para o mercado de trabalho, não o formando civicamente para problemas sociais 
básicos como as mudanças climáticas causadas por fatores antrópicos; 
 
Descredibilização dos dados/ teorias que evidenciam os prejuízos ambientais 
causados pelo avanço desenvolvimentista - Fenômeno muito presente na era da pós-
verdade, já que impera um Raciocínio Motivado, que desconstrói dados científicos em 
prol do interesse individual, legitimando condutas e posturas aceitas pela população, 
mas que degradam o meio ambiente mesmo com comprovações fáticas de que são 
prejudiciais; entre outros. 
 
OBS: a TESE é a sua opinião acerca do porquê da ocorrência do tema. Priorize uma 
opinião abrangente; apresentada em poucas palavras e com capacidade de conter 
dois ou mais assuntos. 
 
OBS: já os ASSUNTOS são fatores que comprovam essa TESE na realidade do 
TEMA. Eles devem ser mais específicos do que a TESE, de maneira a se situarem 
como caminhos argumentativos têm como fim a consolidação da opinião autoral. 
 
 
TRANSFORMAÇÃO DA REDAÇÃO ENEM EM OUTROS TIPOS 
 
Como explicitado na introdução, esse material se destina para alunos que 
estudam para vestibulares que cobram o tipo dissertativo-argumentativo como texto 
de avaliação. Nesse sentido, para adaptar uma redação feita inicialmente para o 
ENEM, é fundamental retirar o requisito interventivo do texto e destinar o parágrafo 
que continha a intervenção para a elaboração de uma conclusão observativa. 
Logo, na redação em análise teríamos como opção o seguinte parágrafo de 
conclusão: 
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Em suma, nota-se que a situação de mudanças climáticas no Brasil como um 
desafio para o desenvolvimento sustentável tende a se agravar, já que os envolvidos 
nessa problemática, passivos diante o quadro de interferência antrópica no clima, não 
demonstram interesse em solucioná-la. Assim, observa-se que a educação tecnicista 
e o sistema de punição para crimes ambientais brando contribuem para que o 
panorama de degradação ambiental continue sendo perpetuado e até mesmo 
naturalizado, ao não se conciliar com um desenvolvimento sustentável. Portanto, 
lendas como a de Curupira necessitam ser constantemente revividas no imaginário 
da população, uma vez que não mais amedrontam o corpo social e não estão 
cumprindo com o seu papel de proteção ambiental. 
 
OBS: na conclusão é importante fechar o projeto de texto de maneira a ratificar 
a tese como origem central do tema e os assuntos como fatores que aprofundam a 
tese nessa realidade. Além de que é interessante, também, retomar a referência 
usada na introdução, de maneira a criar a sensação de projeção textual no corretor, 
em que fica evidente que o aluno sabia onde queria chegar com aquela redação. Por 
fim, fica nítido o tom pessimista usado na proposta, que além de representar 
criticidade, se torna coerente com o projeto de texto, visto que, em momento algum, 
serão apresentadas intervenções para reverter o quadro problematizado nos 
desenvolvimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROPOSTA DE REDAÇÃO – ESTILO ENEM 
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema OS DESAFIOS PARA 
COMBATER A JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS NO BRASIL apresentando proposta de intervenção que respeite os 
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto 
de vista. 
Justiça com as próprias mãos: uma realidade cotidiana 
No fim de fevereiro de 2016, o caminhoneiro Juvenal Paulino de Souza foi espancado até a morte em Paraíso do Norte, no 
Paraná. Ele foi acusado por populares de ter sido avistado tocando as partes íntimas de duas crianças, uma delas de seis anos. 
Ele foi encontrado desacordado pela polícia; no hospital, não resistiu aos ferimentos. Um exame de corpo de delito nas crianças 
descartou os abusos. Casos como o de Juvenal são comuns no país. 
O Brasil tem pelo menos um caso de linchamento por dia. Nas últimas seis décadas, estima-se que um milhão de pessoas 
tenham participado de algum caso de violência coletiva no país. O número é do sociólogo José de Souza Martins, autor de um 
livro e um dos maiores especialistas sobre o tema no Brasil. Com tantos casos, os linchamentos não podem mais ser vistos 
como momentos excepcionais. A recorrência do fenômeno faz com que ele possa ser considerado um componente da realidade 
social brasileira. 
Retirado de: nexojornal.com.br 
Dias de intolerância 
É do professor de história André Luiz Ribeiro, 27, o mais recente relato sobre uma onda de violência baseada na intolerância 
que persiste no Brasil em 2014. Confundido com um ladrão em São Paulo, ele foi espancadoe só conseguiu escapar depois 
de dar aula sobre Revolução Francesa a um dos bombeiros que o resgataram. 
Da postagem no Facebook da foto de um adolescente negro acorrentado a um poste no Rio de Janeiro até a morte da dona-
de-casa Fabiane Maria de Jesus no Guarujá (SP), foram mais de 50 casos neste ano. 
São aprisionamentos, espancamentos coletivos e cenas bárbaras que já fizeram vítimas em quase todos os estados do país, 
contando apenas os noticiados –não há estatística criminal sobre linchamentos no Brasil. 
Retirado de: g1.globo.com 
Retirado de: http://www.scielo.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÕES 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero. 
• A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero. 
• A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas 
copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
 
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Apostila - Juntos na Redação 
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ANÁLISE PRÁTICA DO TEMA 
Abaixo, segue o exemplo prático do tema anterior feito por um aluno do professor Beto. 
 
 
 
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NOTA ATRIBUÍDA 
COMPETÊNCIA 01 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 02 - 200 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 03 - 200 PONTOS (HABILIDADE 06) 
COMPETÊNCIA 04 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 05 - 200 PONTOS (HABILIDADE 06) 
TOTAL: 920 PONTOS 
OBS: É importante lembrar que a correção feita por um professor tende a ser mais rigorosa do que no Enem. 
Isso por dois motivos: um maior tempo destinado para corrigir cada redação, percebendo, assim, mais 
problemas, e por comparar a redação corrigida com um espectro amostral de maior qualidade, criando uma 
referência de nota mais qualitativa do que no Enem, ao dificultar o destaque de um texto e, por 
consequência, diminuir a recompensa de nota por uma redação, mesmo que organizada. 
 
 
REDAÇÃO DIGITADA 
 A frase “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”, do personagem Seu 
Madruga, da série Chaves, apresenta uma breve reflexão acerca do pensamento de 
“acerto de contas” presente nas relações sociais. Desse modo, a fala está inserida no 
contexto dos desafios para combater a justiça feita com as próprias mãos no Brasil, 
uma vez que desincentiva o paradigma social de revolta sobre a aplicação de 
punições legais e determinadas. Esse cenário tem origem inegável na errônea 
permeabilidade dos conceitos de vingança e justiça, uma vez que ambos tratam da 
aplicação de penalidades. Sendo assim, dentre os fatores que contribuem para essa 
realidade, pode-se citar a descredibilidade das instituições juntamente com a 
desumanização. [1] 
 Dessa maneira, é importante notar que descredibilidade da população sobre as 
instituições públicas gera a dificuldade no combate da justiça feita com as próprias 
mãos. Isso ocorre porque, na maioria dos casos, entende-se que a punição legal não 
é correspondente ao delito cometido, isto é, cria-se um imaginário de injustiça, 
fazendo com que caiba aos cidadãos o dever de serem justos, aplicando as 
penalidades com as próprias mãos. Resgata-se, assim, a ideia da Lei de Talião, 
nascida na sociedade mesopotâmica, que condicionava a justiça da época à 
proporcionalidade de igualdade de delitos, como “olho por olho, dente por dente”. 
Dessa forma, o pensamento popular assemelha-se a tal compreensão, resultando 
num processo ainda mais violento que o crime cometido. [2] 
 Além disso, percebe-se que o processo de desumanização alicerça a justiça feita 
com as próprias mãos no país. Essa situação ocorre devido à substituição da 
impressão social de cidadão para a de criminoso, perpetuando o indivíduo como 
ameaça à sociedade e retirando dele o senso de participação e direitos humanos, 
restando a comunidade eliminar tal perigo, ou seja, aplicar a penalidade 
impulsivamente, justificada pelo crime cometido. Consequência desse processo é o 
impedimento da reabilitação dos indivíduos, uma vez que ou são excluídos e retirados 
de sua humanidade ou caçados pelo imaginário social. Exemplo claro ilustra-se no 
crescimento de discursos políticos que tratam os infratores como desmerecidos da 
vivência social e até mesmo da vida, ideia esta que está descrita na frase famosa 
“Bandido bom é bandido morto”. [3] 
 Diante do exposto, é necessário compreender que o processo de mistura e 
confusão dos conceitos de vingança e justiça consolidam os desafios no combate à 
justiça feita com as próprias mãos. Verifica-se, assim, a necessidade de que o governo 
federal crie um Plano Nacional de Combate à Justiça Popular que, por meio do 
Ministério da Cidadania, garanta a ressocialização dos indivíduos promovendo 
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eventos e palestras que desmistifiquem a ideia de perda da humanidade, abordando 
o caráter psicológico do ser humano. Além disso, o Plano deve dialogar com os 
procedimentos dos julgamentos, com auxílio dos tribunais regionais, exigindo a leitura 
e justificativa das penas passíveis em júris, buscando ampliar o conhecimento da 
população acerca das penas constitucionais e seus princípios, de acordo com a lei 
brasileira. [4] 
 
ANÁLISE DO PROFESSOR ACERCA DA REDAÇÃO DO ALUNO 
[1] Aqui temos o exemplo de uma ótima introdução feita por citação direta. Além disso, 
é importante ressaltar o uso do repertório sociocultural produtivo, independente da 
sofisticação da fonte, já que estamos diante de uma frase da série Chaves, e não de 
Bauman. Nesse sentido, o Enem cobra produtividade no uso dos repertórios externos, 
e muitos alunos não compreendem que essa se dá pelo encaixe coerente da citação 
com o tema e também pela produção de conhecimento autoral do aluno em seu uso 
(isso pode ser visualizado no seguinte trecho: uma vez que desincentiva o paradigma 
social de revolta sobre a aplicação de punições legais e determinadas) e acabam a 
confundido com inacessibilidade, visto que decoram citações de filósofos e sociólogos 
do meio acadêmico que não fazem parte do cotidiano do estudante, demonstrando a 
superficialidade do repertório sociocultural. 
[2] É evidente a exímia execução do projeto textual proposto pelo aluno, em que ele 
relaciona muito bem a descredibilidade das instituições públicas (ASSUNTO) com o 
TEMA proposto, a partir do momento em que a impunidade cria o dever de ação na 
sociedade, que busca resolver essa sensação por meio do senso de justiça privado 
(TESE). Além disso, em mais uma demonstração de que o conhecimento do Ensino 
Médio é suficiente para a composição de um texto que conta com repertório 
sociocultural produtivo, o aluno faz uso da Lei de Talião, demonstrando a 
problematização do tema, ao compará-lo com o momento citado e vivido na 
Mesopotâmia. 
[3] Novamente, o aluno demonstra extrema consciência do projeto textual ao elaborar 
este parágrafo, posto que relaciona muito bem o ASSUNTO (desumanização do 
infrator) e o TEMA, propondo a ideia de morte social para o indivíduo que infringe a 
lei, em que este não é mais considerado um ser e passa a ser visto pelo delito 
cometido, algo que é comprovado pela dificuldade de reinserção social do apenado e 
é traduzido por jargões populares tais como a frase supracitada (bandido bom é 
bandido morto). Tudo isso contribui para o entendimento de que a TESE (opinião do 
aluno acerca do tema - permeabilidade do conceito de justiça) é realmente uma 
verdade, já que os ASSUNTOS evidenciam que os justiçamentossomente acontecem 
pela inconstância do conceito de justiça e aplicação desigual dele pela sociedade. Por 
fim, fica claro, mais uma vez, a partir do jargão popular usado, que o repertório 
sociocultural pode ser produtivo e acessível, não existindo hierarquia de repertórios 
socioculturais, existindo, porém, formas produtivas e superficiais de fazer o seu uso. 
[4] Intervenção completamente detalhada e exequível. Isso porque apresenta os 04 
elementos válidos e o detalhamento necessário para que as medidas sejam 
executadas. Além de que atinge a completude do projeto de texto por meio dos dois 
assuntos problematizados. 
 
POSSÍVEIS PROJETOS TEXTUAIS 
TEMA: Os desafios para combater a justiça feita com as próprias mãos no Brasil 
 
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OBS: É importante entender o tema proposto para selecionar os elementos que 
comporão o projeto de texto. 
 
O tema trata dos desafios para o combate de uma problemática. No entanto, a banca 
não espera que a dissertação se limite a elencar os desafios, mas também 
desenvolvê-los. Da mesma forma acontece quando o tema possui os seguintes 
recortes: a importância do combate; os caminhos para o combate. Nesses casos, a 
banca não pretende que você elenque as possíveis intervenções para o problema 
durante todo o desenvolvimento da dissertação, e sim problematize o tema e traga 
uma intervenção posterior. 
 
TESE e ASSUNTOS: 
Deturpação ética – há na sociedade uma confusão entre ética e moral, em que 
padrões comportamentais baseado na moral (individuais) são entendidos como éticos, 
isto é, são aplicados a uma pluralidade social. Isso faz com que ações moralmente 
distorcidas sejam entendidas como éticas e, portanto, aceitas por se travestirem de 
bem comum como é o caso dos justiçamentos; 
 
Negligência estatal – o Estado não cumpre com o seu papel de estabelecimento da 
civilidade, já que é falho em garantir segurança e, principalmente, uma sensação de 
suficiência legal, ou seja, a impunidade impera, motivando a sociedade a agir e tentar 
criar seus próprios códigos morais a partir da violência; 
 
Morosidade da justiça – a demora do judiciário em resolver os crimes que acometem 
a sociedade faz com que essa não mais acredite no sistema punitivo do país e tome 
as medidas necessárias para atingir um ideal de justiça, mesmo que esse seja variável 
e antiético; 
 
Falibilidade policial – as forças policiais não têm estrutura e nem ferramentas para 
resguardar uma totalidade da sociedade, criando uma sensação de impunidade que 
motiva os justiçamentos; 
 
Sensação de impunidade - é o sentimento que motiva a ação particular em busca de 
uma justiça coletiva. Tal sentimento surge a partir da incapacidade do Estado de punir 
com eficiência os desvios de condutas; 
 
Seletividade de crimes condenáveis no Brasil – a sociedade brasileira tem uma 
seletividade de crimes que faz com que apenas alguns sujeitos sejam atingidos pelo 
senso de justiça volátil e particular que envolve essa problemática. Isso pode ser visto 
no sentimento de revolta criado nos crimes de estupro e roubo, algo que não acontece 
em delitos como a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro, por serem crimes 
elitizados e veladamente aceitos; 
 
Distanciamento empático – cultura hostil – o aceleramento da vida cotidiana e a pós-
modernidade fez com que o ser humano se distanciasse cada vez mais, mesmo com 
a ampliação dos canais comunicativos e o encurtamento das fronteiras interpessoais, 
de maneira que humanidade do outro é reduzida e a diminuição do sentimento 
empático seja um fenômeno que constantemente alicerça os justiçamentos; 
 
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Personificação do crime – o crime cometido passa a representar o ser, de modo que 
todas as características e qualidades do indivíduo são reduzidas ao crime, e sua única 
identificação social seja o delito praticado (o sujeito que rouba é visto como ladrão; o 
que estupra como estuprador e que assassinou como assassino). Essa objetificação 
do criminoso legitima ações desumanas como o justiçamento, já que a vítima dessas 
condutas não é um ser, e sim um criminoso, portanto, não merece respeito; 
 
Discurso midiático que estimula o ódio ao criminoso – a mídia constantemente 
estimula o ódio ao criminoso, o classificando como um indivíduo permanentemente 
incapaz de conviver em sociedade e personificando o crime, a partir do momento em 
que reduz o ser a conduta delituosa. Isso pode ser visto por discursos de programas 
policialescos que se dizem jornalísticos como: “bandido bom é bandido morto”; 
 
Educação falha - educação conteudista mantém o foco de formação do indivíduo para 
o mercado de trabalho, não o formando civicamente para problemas sociais básicos 
como a visualização dos justiçamentos como um problema; 
Cultura autoritária – as relações sociais constantemente se baseiam no autoritarismo 
para se sustentarem como é o caso de ambientes que necessitam de uma hierarquia 
para manter a paz, a exemplo da escola e da família. Situação essa que alicerça como 
sustentáculo das interações subjetivas a violência para a manutenção da paz, em que 
indivíduo se empodera de uma conduta intimidadora para punir e repreender ações 
entendidas, por ele, como ilícitas; 
 
Estereótipo do criminoso – normalmente o justiçamento é seletivo e atinge um grupo 
específico de pessoas que forma o imaginário coletivo da sociedade acerca da figura 
do que seria o criminoso, isto é, o negro, pobre e periférico; 
 
Naturalização da violência – a violência não mais espanta a sociedade, de maneira a 
se tornar comum e presente na formação cultural de um povo, algo que naturaliza 
eventos como os justiçamentos; 
 
Permeabilidade do conceito de justiça – a relatividade do que seria justiça faz com 
que o sujeito aja de acordo com um conceito volátil e pessoal. No entanto, muitas 
vezes, esse conceito individual de justiça se pauta em concepções morais, e não 
éticas, de modo a não atingir de maneira igualitária a sociedade e nem respeitar os 
procedimentos humanos para a aplicação da pena, a exemplo do contraditório e da 
ampla defesa. 
 
OBS: a TESE é a sua opinião acerca do porquê da ocorrência do tema. Priorize uma 
opinião abrangente; apresentada em poucas palavras e com capacidade de conter 
dois ou mais assuntos. 
 
OBS: já os ASSUNTOS são fatores que comprovam essa TESE na realidade do 
TEMA. Eles devem ser mais específicos do que a TESE, de maneira a se situarem 
como caminhos argumentativos têm como fim a consolidação da opinião autoral. 
 
TRANSFORMAÇÃO DA REDAÇÃO ENEM EM OUTROS TIPOS 
 
Como explicitado na introdução, esse material se destina para alunos que 
estudam para vestibulares que cobram o tipo dissertativo-argumentativo como texto 
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de avaliação. Nesse sentido, para adaptar uma redação feita inicialmente para o 
ENEM, é fundamental retirar o requisito interventivo do texto e destinar o parágrafo 
que continha a intervenção para a elaboração de uma conclusão observativa. 
Logo, na redação em análise teríamos como opção o seguinte parágrafo de 
conclusão: 
Em suma, nota-se que o desafio de se combater a justiça feita com as próprias 
mãos no Brasil tende a se agravar, já que os envolvidos nessa problemática, 
motivados por uma permeabilidade no conceito de vingança e justiça, não 
demonstram interesse em solucioná-la. Assim, observa-se que a descredibilidade das 
instituições que concentram o poder de punição e a desumanização do criminoso, a 
partir da personificação do crime, contribuem para que o panorama de justiçamentos 
se alicerce como natural e, mais do que isso, seja entendido como um exercício 
legítimo da justiça pela população. Portanto, a vingança continuaráenvenenando a 
alma dos pertencentes do corpo social, de maneira que esse sentimento ainda se faz 
presente no momento de aplicação da aplicação de uma punição justa para o crime 
cometido. 
 
OBS: na conclusão é importante fechar o projeto de texto de maneira a ratificar 
a tese como origem central do tema e os assuntos como fatores que aprofundam a 
tese nessa realidade. Além de que é interessante, também, retomar a referência 
usada na introdução, de maneira a criar a sensação de projeção textual no corretor, 
em que fica evidente que o aluno sabia onde queria chegar com aquela redação. Por 
fim, fica nítido o tom pessimista usado na proposta, que além de representar 
criticidade, se torna coerente com o projeto de texto, visto que, em momento algum, 
serão apresentadas intervenções para reverter o quadro problematizado nos 
desenvolvimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROPOSTA DE REDAÇÃO – ESTILO ENEM 
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A FELICIDADE ENQUANTO 
DESAFIO DO SUJEITO apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e 
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
Felicidade é considerada indicador de desenvolvimento no século XXI 
Muito já se refletiu sobre felicidade em verso e prosa, mas há indícios de que a felicidade será um indicador de desenvolvimento 
no século XXI. Se o que todos nós almejamos é o bem-estar e a felicidade, o desenvolvimento tem de ter este propósito. Se 
esta é a meta da população, os governos, que têm como função atender às demandas dos cidadãos, devem suprir este anseio. 
Quando tratamos de bem-estar da população, nos detemos no nível mais básico, que, em uma sociedade carente, tende a ser 
alimentação, moradia, saneamento e saúde. Vale uma análise sobre a parcela mais rica da população que, apesar de minoria, 
usufrui de grande parte dos recursos do Estado, assim como sobre a nova geração e a nova classe média emergente. 
Retirada de: oglobo.globo.com 
A busca da felicidade 
Felicidade é um truque. Um truque da natureza concebido ao longo de milhões de anos com uma só finalidade: enganar você. 
A lógica é a seguinte: quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver ou de procriar, nos sentimos muito 
bem. Tão bem que vamos querer repetir a experiência muitas e muitas vezes. E essa nossa perseguição incessante de coisas 
que nos deixem felizes acaba aumentando as chances de transmitirmos nossos genes. “As leis que governam a felicidade não 
foram desenhadas para nosso bemestar psicológico, mas para aumentar as chances de sobrevivência dos nossos genes a 
longo prazo”, escreveu o escritor e psicólogo americano Robert Wright, num artigo para a revista americana Time. A busca da 
felicidade é o combustível que move a humanidade – é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar 
coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence 
de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. Mas tudo 
isso é ilusão. A cada vitória surge uma nova necessidade. 
Retirada de: super.abril.com.br 
 
Retirado de: oglobo.globo.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÕES 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero. 
• A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero. 
• A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas 
copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
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ANÁLISE PRÁTICA DO TEMA 
Abaixo, segue o exemplo prático do tema anterior feito por um aluno do professor Beto. 
 
 
 
 
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NOTA ATRIBUÍDA 
COMPETÊNCIA 01 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 02 - 120 PONTOS (HABILIDADE 03) 
COMPETÊNCIA 03 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 04 - 200 PONTOS (HABILIDADE 06) 
COMPETÊNCIA 05 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
TOTAL: 800 PONTOS 
OBS: É importante lembrar que a correção feita por um professor tende a ser mais rigorosa do que no Enem. 
Isso por dois motivos: um maior tempo destinado para corrigir cada redação, percebendo, assim, mais 
problemas, e por comparar a redação corrigida com um espectro amostral de maior qualidade, criando uma 
referência de nota mais qualitativa do que no Enem, ao dificultar o destaque de um texto e, por 
consequência, diminuir a recompensa de nota por uma redação, mesmo que organizada. 
 
 
 
REDAÇÃO DIGITADA 
 O filme “À Procura da Felicidade” acompanha a vida de um pai solteiro e 
seu filho de 5 anos que, mergulhados em problemas financeiros, buscam 
melhores dias em meio a vida movimentada em São Francisco. Desse modo, a 
obra está inserida no contexto da felicidade enquanto desafio do sujeito, uma 
vez que retrata a persistência de um homem em alcançar o bem-estar para si e 
seu filho. Esse cenário tem origem inegável na consolidação do estilo de vida 
urbana, que se baseia nas relações de trabalho e sociedade. Sendo assim, 
dentre os fatores que contribuem para essa realidade, pode-se destacar a 
mercantilização do bem-estar juntamente com o processo de estruturação 
psicológica do indivíduo contemporâneo. [1] 
 Dessa maneira, é importante notar que a mercantilização do bem-estar 
alicerça o estabelecimento da felicidade enquanto desafio do sujeito. Isso ocorre 
porque, na tentativa de persuadir o consumidor, as empresas associam produtos 
com sensações de realização pessoal, gerando um processo de ilusão ao 
cliente, que, dentro de seu espaço social, associa involuntariamente a 
ostentação e a posse com o prazer, viciosamente buscando uma falsa felicidade. 
Encaixa-se, desse modo, o pensamento do filósofo polonês Schopenhauer, para 
quem a felicidade se trata da “sofisticação do nosso querer”. Assim, tal ideia é 
constantemente assimilada no contexto de consumo, uma vez que o desejo se 
dá baseado na posse e na sensação proporcionada pelo produto, e não na 
utilização. [2] 
 Além disso, percebe-se que a formação psicológica do indivíduo 
contemporâneo gera a problemática da felicidade enquanto desafio do sujeito. 
Essa situação ocorre devido a pressão das instituições sociais na formulação de 
imagens e objetivos ao cidadão que não condizem com a realidade do espaço 
urbano, uma vez que se entende o horizonte de expectativa como um cenário de 
perfeição e prazer impossível e, consequentemente, inalcançável. 
Consequência desse processo é a frustração das massas populares em relação 
ao que são, fragilizando o contexto social e criando uma comunidade insatisfeita. 
Exemplo claro ilustra-se no aumento dos casos de suicídio em nível mundial, 
visto que, falhando em alcançar objetivos absurdos, tais indivíduos, fragilizados, 
não percebem mais sentido em viver e acabam por retirar suas próprias vidas. 
[3] 
 Diante do exposto, é necessário compreender que a estruturação do estilo 
de vida urbano consolidada a felicidade enquanto desafio do sujeito. Verifica-se, 
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assim, a necessidade de que o governo federal crie um Plano Nacional de Apoio 
à Felicidade do Cidadão que, por meio do Ministério da Saúde, formule projetos 
de suporte psicológico aos indivíduos, criando grupos de palestras e terapia 
psicológica em espaços de notável frustração social, buscando promover uma 
revisão dos membros de tais comunidades acerca de suas realidades. Além 
disso, o Plano deve dialogar com o CONAR, proibindo a associação de 
sentimentos a produtos, visando desalienar os consumidores e dissociar a ideia 
da felicidade para que, enfim, cidadãos como os protagonistas da obra 
cinematográfica alcancem seus dias melhores de real prazer pessoal e social. 
[4] 
 
ANÁLISE DO PROFESSOR ACERCA DA REDAÇÃO DO ALUNO 
[1] Introdução apresenta o tema a partir de uma referência a uma obra 
cinematográfica. Todavia, é importante destacar que o filme poderia ter seu 
contexto contestado, já que a película é uma representação da associação da 
felicidade com o sucesso financeiro, fator que o aluno critica em seu projeto de 
texto ao suscitar a mercantilização do bem-estar. Desse modo, a referência, 
além de se relacionar diretamente com o tema, também se relacionaria com o 
projeto de texto, sendo totalmente coerente ao posicionamento do aluno. No 
entanto, apesar dessa incongruência na seleção do repertório sociocultural, o 
parágrafo cumpre bem com a função introdutória, de modo que, além de expor 
o tema, apresenta a TESE e os dois assuntos, que serão desenvolvidos para 
sustentar a tese. 
[2] O aluno executa bem o projeto de texto, ao justificar a relação do ASSUNTO 
(mercantilização do bem-estar) com o TEMA, já que propõe a falsa sensação de 
felicidade associada ao consumo, de modo que esse sentimento passe a ser 
compreendido também como um produto e vendido para a sociedade. Tal 
análise confirma a felicidade como um desafio, uma vez que essa não é 
alcançada de forma plena, sendo constantemente buscada pelo sujeito que não 
tem sua necessidade de consumo saciada e, portanto, não é feliz. Contudo, a 
citação direta não se mostra completamente produtiva, ao não se encaixar 
perfeitamente com o tema, em que o aluno propõe um paralelo do repertório com 
o ASSUNTO, não o transferindo para a problemática da felicidade. 
[3] Apesar de extremamente bem construído, o parágrafo dispõe de uma falha 
de projeto de texto inadmissível. Em uma análise mais atenta, percebe-se que o 
aluno não desenvolve o problema da felicidade enquanto um desafio, e se limita 
a dissertar sobre os fatores periféricos que cercam essa realidade, como os 
problemas psicológicos como um todo. Tanto é verdade que a consequência e 
o exemplo, que são estruturas de comprovação da argumentação, se direcionam 
para o problema do suicídio, e não da felicidade. Logo, ao se executar um projeto 
textual, faz-se fundamental se ater ao tema, já que é um dos pontos que se 
entendido como fuga garante a nota zero e em casos de menor gravidade o 
tangenciamento, que restringe a nota do aluno em no máximo 40 pontos na 
Competência 02, habilidade 01 dos critérios de correção do Enem. 
[4] Intervenção conta com todos os 04 elementos válidos, de maneira a 
apresentar os agentes, o meio/modo, as medidas e as finalidades. No entanto, 
na segunda camada interventiva, propõe que o CONAR proíba a associação de 
sentimentos a produtos, mas não especifica a execução de tal proibição, de 
forma a afetar o detalhamento interventivo e gerar um prejuízo na avaliação da 
quinta competência, visto que esta somente garante nota máxima ao candidato 
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que apresentar os 04 elementos válidos (como foi feito) juntamente com o 
DETALHAMENTO (algo que não foi apresentado em sua completude). 
 
 
POSSÍVEIS PROJETOS TEXTUAIS 
TEMA: A felicidade enquanto desafio do sujeito 
 
OBS: É importante entender o tema proposto para selecionar os elementos que 
comporão o projeto de texto. 
 
O tema é caracterizado por ter uma vertente filosófica maior que a social. Nesses 
casos opte por um projeto de texto mais objetivo, de maneira que funcione como um 
contraponto para a abstração do tema proposto. 
 
TESE e ASSUNTOS: 
Idealização de um estilo de vida – A criação de uma imagem do que seria uma vida 
ideal a ser alcançada pelo sujeito faz com que a felicidade seja associada a situações 
cada vez mais irreais e distantes, de modo que o indivíduo se insira em um ciclo 
vicioso de busca por esse padrão, em que a felicidade momentânea não é plena e 
projetada para situações e acontecimentos futuros; 
 
Deturpação do conceito de felicidade – a ideia equivocada de que existe um conceito 
do que seria felicidade é o que deturpa a real concepção de felicidade, que pode ser 
caracterizada pela ausência de padronização e relatividade, em que esse sentimento 
pode estar presente em diversas situações a depender do sujeito envolvido; 
 
Felicidade padronizada a partir da comparação - “a grama do vizinho é sempre mais 
verde”. Esse jargão popular pode caracterizar bem este assunto, já que a felicidade 
individual depende do sucesso ou fracasso do outro. Nesta análise, o sujeito apenas 
alcança a felicidade se estiver em conformidade com os padrões vividos pelos que 
compartilham de seu ciclo social. Uma ilustração de tal assunto é que um estudante 
que constantemente faz simulados compara sua nota com os demais e fica feliz 
quando essa é maior, não levando em consideração, por exemplo, a evolução pessoal 
de um simulado para outro, que é o que realmente afere a progresso de um aluno nos 
estudos; 
 
Sucesso financeiro como promotor da felicidade – a ideia de felicidade é 
constantemente associada ao sucesso financeiro, de maneira que a busca 
inconsciente e incessante pelo capital frustra o indivíduo, em que o processo de 
evolução financeira adoece o sujeito, e não o traz felicidade mesmo com a presença 
de capital; 
 
Terceirização da felicidade – a felicidade é projetada em fatores externos. Isso pode 
ser visualizado na tradução da felicidade a partir de conquistas materiais; de emprego 
ou de relacionamento. De maneira que o sujeito depende de um elemento externo 
para ser feliz, já que este sentimento nunca é pleno e suficiente por si só; 
 
Pressão externas que determinam a felicidade do sujeito – a frustração do indivíduo 
surge também de pressões externas que condicionam a felicidade, de maneira que 
esse sentimento se transforma em tristeza por ser associado a objetivos que não 
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fazem parte dos anseios do sujeito. Exemplo dessa situação é a imposição de 
profissões aos filhos, que foram sonhadas pelos pais, em que aqueles se frustram no 
caminho de formação profissional e também na execução destas; 
 
Distanciamento interpessoal provocado pelo meio virtual – o sentimento de felicidade 
se torna ameaçado pela escassez de convivência interpessoal que a pós-
modernidade impõe aos sujeitos; 
 
Mídia manipuladora – a mídia cria um estereótipo do que seria uma vida feliz, de 
maneira que esse meio de comunicação oferta todas as ferramentas para a 
construção desse sentimento, associando a felicidade a produtos e mercantilizando 
essa sensação; 
Educação conteudista – não trata a saúde mental como princípio educacional, já que 
tem suas bases estruturais voltadas para a formação técnica do sujeito para compor 
o mercado de trabalho; 
Felicidade atribuída ao consumo – a felicidade é um sentimento constantemente 
associado a bens materiais, em que a posse ou ato de aquisição desses faz com que 
o indivíduo se sinta momentaneamente feliz. No entanto, por ser um sentimento 
momentâneo, se torna incessante, em que o sujeito se motiva a consumir cada vez 
mais para suprir a sensação de felicidade que o produto lhe traz. 
 
OBS: a TESE é a sua opinião acerca do porquê daocorrência do tema. Priorize uma 
opinião abrangente; apresentada em poucas palavras e com capacidade de conter 
dois ou mais assuntos. 
 
OBS: já os ASSUNTOS são fatores que comprovam essa TESE na realidade do 
TEMA. Eles devem ser mais específicos do que a TESE, de maneira a se situarem 
como caminhos argumentativos têm como fim a consolidação da opinião autoral. 
 
 
TRANSFORMAÇÃO DA REDAÇÃO ENEM EM OUTROS TIPOS 
 
Como explicitado na introdução, esse material se destina para alunos que 
estudam para vestibulares que cobram o tipo dissertativo-argumentativo como texto 
de avaliação. Nesse sentido, para adaptar uma redação feita inicialmente para o 
ENEM, é fundamental retirar o requisito interventivo do texto e destinar o parágrafo 
que continha a intervenção para a elaboração de uma conclusão observativa. 
Logo, na redação em análise teríamos como opção o seguinte parágrafo de 
conclusão: 
Em suma, nota-se que a situação da felicidade enquanto um desafio tende a se 
agravar, já que os envolvidos nessa problemática, motivados por um estilo de vida 
urbano focado no trabalho que degrada o indivíduo, não demonstram interesse em 
solucioná-la. Assim, observa-se que a mercantilização do bem-estar, tornando a 
felicidade um produto a ser consumido, juntamente com a estruturação psicológica do 
ser contemporâneo, contribuem para que o panorama da felicidade seja um ideal 
distante da maioria da sociedade, que comumente projeta esse sentimento para 
eventos futuros, normalmente ligados a noção de sucesso, e não busca uma 
prevenção psicológica para situações de degradação e adoecimento mental. Portanto, 
com o enraizamento desse quadro nocivo, o corpo social continuará em busca da 
felicidade, como os personagens da obra de Gabriele Muccino. 
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OBS: na conclusão é importante fechar o projeto de texto de maneira a ratificar 
a tese como origem central do tema e os assuntos como fatores que aprofundam a 
tese nessa realidade. Além de que é interessante, também, retomar a referência 
usada na introdução, de maneira a criar a sensação de projeção textual no corretor, 
em que fica evidente que o aluno sabia onde queria chegar com aquela redação. Por 
fim, fica nítido o tom pessimista usado na proposta, que além de representar 
criticidade, se torna coerente com o projeto de texto, visto que, em momento algum, 
serão apresentadas intervenções para reverter o quadro problematizado nos 
desenvolvimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROPOSTA DE REDAÇÃO – ESTILO ENEM 
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema EXISTE CULTURA DO 
ESTUPRO NO BRASIL? apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e 
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
O que é cultura do estupro? 
Será que existe uma cultura que influencia o estupro de mulheres aqui mesmo no Brasil? O termo cultura do estupro veio à 
tona após a enorme repercussão do caso de estupro coletivo ocorrido no mês de maio no Rio de Janeiro. Os estupradores 
chegaram até a documentar seus crimes em vídeos (o que, por si só, é um crime). O Politize foi atrás de informação e veio 
contextualizar esse conceito para vocês. 
O termo “cultura do estupro” tem sido usado desde os anos 1970, época da chamada segunda onda feminista, para apontar 
comportamentos sutis ou explícitos que silenciam ou relativizam a violência sexual contra a mulher. A palavra “cultura” no termo 
“cultura do estupro” reforça a ideia de que esses comportamentos não podem ser interpretados como normais ou naturais. Se 
é cultural, nós criamos. Se nós criamos, nós podemos mudá-los. 
Retirado de: guiadoestudante.abril.com.br 
“A vítima de estupro já chega na delegacia com culpa” 
A cada 11 minutos uma mulher é vítima de estupro no Brasil de acordo com os dados do 9o Anuário Brasileiro de Segurança 
Pública. Esse número, porém, que contabiliza os casos que são levados à polícia, corresponde a apenas 10% dos dados 
copilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no estudo Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados 
da Saúde, que tem como base os dados do Ministério da Saúde. 
A falta de acolhimento num atendimento impregnado da cultura de culpabilização das vítimas afasta as mulheres da Justiça, 
fazendo com que a maior parte das denúncias não sejam sequer feitas. Depois disso, boletins de ocorrência mal feitos, falta 
de informação e estrutura precária no atendimento médico engrossam o caldo que impede que a grande maioria dos casos 
chegue a julgamento. Para Ana Rita Souza Prata, defensora pública do Estado de São Paulo e coordenadora do Núcleo 
Especializado de Promoção dos Direitos da Mulher (NUDEM) da Defensoria, muito poderia ser feito apenas com um 
atendimento mais humano às vítimas. 
Retirado de: cartacapital.com.br 
 Retirado de: g1.globo.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÕES 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero. 
• A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero. 
• A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas 
copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
Licenciado para - João Victor Guedes Dias - 06752043213 - Protegido por Eduzz.com
Apostila - Juntos na Redação 
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ANÁLISE PRÁTICA DO TEMA 
Abaixo, segue o exemplo prático do tema anterior feito por um aluno do professor Beto. 
 
 
NOTA ATRIBUÍDA 
COMPETÊNCIA 01 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
COMPETÊNCIA 02 - 160 PONTOS (HABILIDADE 04) 
Licenciado para - João Victor Guedes Dias - 06752043213 - Protegido por Eduzz.com
Apostila - Juntos na Redação 
@beto_aferreira 
COMPETÊNCIA 03 - 200 PONTOS (HABILIDADE 06) 
COMPETÊNCIA 04 - 200 PONTOS (HABILIDADE 06) 
COMPETÊNCIA 05 - 160 PONTOS (HABILIDADE 05) 
TOTAL: 880 PONTOS 
OBS: É importante lembrar que a correção feita por um professor tende a ser mais rigorosa do que no Enem. 
Isso por dois motivos: um maior tempo destinado para corrigir cada redação, percebendo, assim, mais 
problemas, e por comparar a redação corrigida com um espectro amostral de maior qualidade, criando uma 
referência de nota mais qualitativa do que no Enem, ao dificultar o destaque de um texto e, por 
consequência, diminuir a recompensa de nota por uma redação, mesmo que organizada. 
 
 
 
REDAÇÃO DIGITADA 
 “Apolo e Dafne”, famosa escultura de Lourenzo Bernini, grande escultor 
do barroco italiano, retrata a cena mitológica em que a ninfa Dafne se transforma 
em um loureiro para ser protegida do assédio cometido por Apolo. Essa obra 
pode ser uma representação simbólica da contemporaneidade atual, marcada 
por uma cultura do estupro, tal como retratado na escultura. Essa situação tem 
como cerne a consolidação de uma ideologia patriarcal, em que a masculinidade 
tradicional impõe condições contra a mulher. Assim, entre os fatores que 
contribuem para consolidar essa problemática, pode-se destacar não somente a 
padronização de comportamentos femininos, como também a passividade social 
perante o tema. [1] 
 Desse modo, é importante ressaltar que o estabelecimento de padrões 
acerca da mulher, aliado à ideologia patriarcal, gera a cultura

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