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1 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 O SNC é envolvido por membranas conjuntivas denominadas meninges, estas são divididas em três: dura-máter, aracnoide e pia- máter. Elas têm como principal função o papel de proteção dos centros nervosos. DURA-MÁTER É a meninge mais superficial, sendo bem espessa e resistente. Também é conhecida como Pequemeninge. Formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas. No encéfalo ela pode ser dividida em dois folhetos: Externo: Insere-se intimamente com os ossos do crânio, agindo como periósteo do mesmo. Muito vascularizado. Interno: Apenas este continua como a dura-máter espinhal. É irrigada, principalmente pela artéria meníngea média (ramo da artéria maxilar), no encéfalo. É ricamente inervada, por isso que a maior sensibilidade intracraniana é situada nesta área. PREGAS DA DURA-MÁTER NO ENCÉFALO ⇢ Em algumas áreas o folheto interno pode formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos, os quais comunicam-se amplamente. Foice do cérebro⇢ Ocupa a fissura longitudinal do cérebro, e separa dois hemisférios cerebrais. Tenda do cerebelo⇢ Entre dois lobos occipitais e o cerebelo. Separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior e inferior. Foice do cerebelo⇢ Situada abaixo da tenda do cerebelo. Diafragma da sela⇢ Lâmina horizontal pequena que fecha superiormente a sela túrcica. Isola e protege a hipófise. 2 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 CAVIDADES DA DURA-MÁTER Os dois folhetos separam-se, delimitando cavidades. Uma delas é o cavo trigeminal (de Meckel) que aloja o gânglio trigeminal. Outras são revestidas de endotélio e contêm sangue, constituindo os seios da dura-máter, que se dispõem ao longo da inserção das pregas da dura-máter. SEIOS DA DURA-MÁTER São canais venosos revestidos de endotélio, que encontram-se situados entre os dois folhetos da dura-máter. Suas paredes são finas, porém são mais rígidas que as das veias. Alguns seios apresentam expansões laterais irregulares denominadas lacunas sanguíneas. O sangue proveniente das veias do encéfalo e do bulbo ocular é drenado para os seios e destes, vai para as veias jugulares internas. Comunicam-se com veias da superfície externa do crânio através das veias emissárias, que percorrem forames e canalículos nos ossos cranianos. Dispõem-se principalmente ao longo da inserção das pregas da dura-máter. Abóbada: Seio Sagital Superior ⇢ Percorre a margem de inserção da foice do cérebro e termina na confluência dos seios (protuberância occipital interna). Seio Sagital Inferior⇢ Situa-se na margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto. Seio Reto⇢ Ao longo da linha de união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo. Termina na confluência dos seios. Seio Transverso⇢ Encontra-se de cada lado (par) ao longo da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital e vai até a parte petrosa do osso temporal, o qual passa a ser denominado como Seio Sigmoide Seio Sigmoide⇢ Possui forma de S, e é uma continuação do Seio Transverso até o forame jugular, onde continua com a veia jugular interna. Ele drena quase todo o sangue venoso da cav. Craniana. Seio Occipital⇢ É pequeno e irregular, localizado ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo. Base Seio Cavernoso⇢ É grande e irregular, localizado de cada lado do corpo esfenoide e da sela túrcica. Recebe o sangue proveniente das veias oftálmica superior e central da retina. É atravessado pela Carótida interna, pleo nervo abducente, e próximo a sua parede pelos nervos troclear, oculomotor e o ramo oftálmico do trigêmeo. Seios intracavernosos⇢ Unem os dois seios cavernosos, envolvendo a hipófise. Seio Esfenoparietal⇢ Percorre a face interna da asa menor do esfenoide e desemboca no seio cavernoso. 3 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Seio Petroso Superior⇢ Encontra-se ao longo da inserção da tenda do cerebelo, de cada lado, em sua porção petrosa do osso temporal. Ele drena o sangue do seio cavernoso e envia para o seio sigmoide. Seio Petroso Inferior⇢ Percorre o sulco petroso inferior entre o seio cavernoso e o forame jugular. Plexo Basilar⇢ Ocupa a porção basilar do Occipital. Comunica-se com os seios petroso inf. e cavernoso. ARACNÓIDE É uma membrana intermediária, muito delicada, justaposta à dura-máter, da qual se separa pelo espaço subdural. Separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, o qual contém o Liquor, havendo ampla comunicação entre o espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula. Nesta meninge há a presença de trabéculas que atravessam o espaço para se comunicar com a pia, estas são chamada de trabéculas aracnoides. CISTERNAS DA ARACNÓIDE A aracnoide justapõe-se à dura apenas grosseiramente a superfície do encéfalo, contudo, a pia-máter adere-se intimamente a esta superfície que acompanha os giros, sulcos e depressões. Formam-se assim nestas áreas dilatações do espaço subaracnóideo, chamadas de cisternas subaracnóideas, que contém grande quantidade de líquor. Cisterna cerebelo-medular⇢ Chamada também de magna, encontra-se entre a face anterior do cerebelo e a face dorsal do bulbo. Esta, liga-se ao IV ventrículo através de uma abertura mediana. Ela é a maior e a mais importante, pois é utilizada para a obtenção de liquor através das Punções suboccipitais. Cisterna Pontinha⇢ Localiza-se ventralmente à ponte. Cisterna Interpenducular⇢ Encontra-se na fossa interpenducular (depressão anterior a linha média do mesencéfalo). Também chamada de basal. Cisterna Quiasmática⇢ Situa-se diante do quiasma óptico (estrutura em forma de X, formada pelo encontro dos nervos ópticos). Cisterna Superior⇢ Também chamada de quadrigeminal, é a cisterna da veia cerebral magna. 4 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Cisterna da fossa lateral do Cérebro⇢ Uma depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. GRANULACÕES DA ARACNOIDE São pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter. Estão mais localizados do no seio sagital superior. Levam pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo, nos quais o líquor está separado do sangue. Elas são estruturas adaptadas à absorção do líquor que cai no sangue. Algumas granulações podem se tornar muito grandes constituindo os Corpos de Pacchioni, que se calcificam e pode deixar impressões na abóboda craniana. PIA-MÁTER É a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula. Dá resistência aos órgãos nervosos. Acompanha os vasos que penetram o tecido nervoso, a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. Os espaços perivasculares acompanham os vasos mais calibrosos até uma pequena distância e terminam por fusão da pia-máter com a adventícia do vaso. 5 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 LÍQUOR Conhecido como líquido cefalorraquidiano ou cérebroespinal.é um fluído incolor que ocupa o espaço subaracnóide e as cavidades ventriculares. Tem como principal função a proteção do SNC contra choques mecânicos. É ativamente secretado pelo ep. Epemdimário, principalmente dos plexos coroides.É formado pelos plexos coroides, e uma pequena parte se forma a partir do epêndima de paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Essa formação envolve transporte ativo de Na⁺Cl⁻ através das células ependimárias dos plexos corióides. Os ventrículos laterais contribuem com o maior concentração do liquor, que passa ao III ventrículo pelos forames interventriculares e daí ao IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Através das aberturas do IV ventrículo, o líquor formado no interior dos ventrículos vai para o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido pelas granulações aracnoides. A circulação do líquor no espaço subaracnóideo se faz de baixo para cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. Essa circulação é extremamente lenta. VASCULARIZACÃO DO SIST. NERVOSO O consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é muito elevado, necessitando de um intenso fluxo sanguíneo. Os processos patológicos que acometem os vasos cerebrais, como trombose, embolia e hemorragia, interrompem a circulação de determinada área encefálica, causando necrose e amolecimento do tecido nervoso, ocasionando alterações motoras, sensoriais ou psíquicas. VASCULARIZACÃO DO ENCÉFALO O fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado, sendo superado apenas pelo dos rins e coração. A resistência cerebrovascular depende principalmente dos seguintes fatores: Pressão intracraniana Condição da parede vascular Viscosidade do sangue Calibre dos vasos cerebrais. O fluxo sanguíneo é maior nas áreas ricas em sinapse, assim sendo, é maior na substância cinzenta do que na branca pela maior atividade metabólica da substância cinzenta. Esse fluxo de sangue varia conforme o estado funcional de uma determinada área do cérebro. Vascularização Arterial O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, especializadas para essa irrigação. Na base do crânio, essas artérias formam o Polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para a vascularização cerebral. As artérias cerebrais têm paredes finas, e são divididas em camadas: túnica média das artérias cerebrais tem menos fibras musculares, e a túnica elástica interna é mais espessa e tortuosa que a de artérias de outras áreas. Artéria Carótida Interna⇢ Ramo da bifurcação da Carótida comum. Penetra na cavidade craniana pelo canal carotídeo do osso temporal, atravessa o seio cavernoso formando um S, o sifão carotídeo. A seguir perfura a dura-máter e a aracnoide, 6 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 próximo à substância perfurada divide-se em seus dois ramos terminais: as artérias cerebrais média e anterior. A artéria carótida interna dá os seguintes ramos: » Artéria Oftálmica: Irriga o bulbo e formações anexas » Artéria comunicante posterior: Contribui para a formação do Polígono de Willis » Artéria comunicamnte anterior: Irriga os plexos corióides e parte da cápsula interna. Artéria Vertebral⇢ As artérias vertebrais dão origem às duas artérias espinhais posteriores e à artéria espinhal anterior. Originam ainda as artérias cerebelares inferiores e posteriores. Artéria Basal⇢ A artéria basilar forma as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda. Os ramos mais importantes da artéria basilar são: artéria cerebelar superior, artéria cerebelar inferior anterior e artéria do labirinto. Polígono de Willis Encontra-se situado na base do cérebro, circundando o quiasma óptico e o túber cinéreo, relacionando-se ainda com a fossa interpenduncular e a substância perfurada anterior. Constituído pelas: » Artérias cerebrais anterior, média e posterior; » Artéria comunicante anterior » Artérias comunicantes posteriores, direita e esquerda. A artéria comunicante anterior anastomosa as duas artérias cerebrais anteriores. As artérias comunicantes posteriores unem, de cada lado, as carótidas internas com as cerebrais posteriores correspondentes. As artérias cerebrais anterior, média e posterior originam ramos corticais e ramos centrais. Os ramos » Corticais destinam-se à vascularização do córtex e da substância branca subjacente. » Centrais emergem do círculo arterial do cérebro e penetram na base do 7 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 cérebro vascularizando o diencéfalo, os núcleos da base a cápsula interna. As artérias estriadas são ramos centrais que se destacam da artéria cerebral média e penetram na substância perfurada anterior, vascularizando a maior parte do corpo estriado e da cápsula interna. Ar. Cerebral ant. ↠ Origem na carótida interna Ar. Comunicante ant. ↠ Anastomose das ar. Cerebrais anteriores Ar. Comunicante post. ↠ Origem na carótida interna Ar. Cerebral post. ↠ Origem no tronco basilar 8 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Territórios corticais irrigados pelas três artérias cerebrias: » Ar. Cerebral Anterior: Um dos ramos de bifurcação da carótida interna. A obstrução de uma das artérias cerebrais anteriores causa paralisia e ↧ sensibilidade do membro inferior do lado oposto. » Ar. Cerebral Média: É o ramo principal da carótida interna. Esse território compreende áreas corticais importantes, como a área motora, área somestésica, o centro da fala e outras. » Ar. Cerebral Posterior: Ramos de bifurcação da artéria basilar. Irriga a área visual e sua obstrução pode causar cegueira em uma parte do campo visual. Vascularização Venosa As veias do encéfalo não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas. Drenam o sangue para os seios da dura-máter, de onde este converge para as veias jugulares internas. Os seios da dura-máter ligam-se também às veias extracranianas por meio de pequenas veias emissárias que passam através de pequenos forames no crânio. As paredes das veias encefálicas são muito finas e praticamente desprovidas de musculatura. Elementos necessários para a regulação da circulação venosa: aspiração da cavidade torácica, força da gravidade e pulsação das artérias. O leito venoso do encéfalo é muito maior do que o arterial, consequentemente, a circulação venosa é muito mais lenta. As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas: o sistema venoso superficial e o sistema venoso profundo. Sist. Venoso Superficial⇢ Constituído por veias que drenam o córtex e a subst. branca adjacente. Na superfície do cérebro formam- se grandes troncos venosos, as veias cerebrais superficiais, que desembocam nos seios da dura-máter e distinguem-se em veias cerebrais superficiais superiores e inferiores. A principal veia superficial inferior é a veia cerebral média superficial Sist. Venoso Profundo⇢ Compreende veias que drenam o sangue de regiões situadas profundamente no cérebro. A veia mais importante deste sistema é a veia cerebral magna, para a qual converge todo o sangue do sistema venoso profundo do cérebro (seio reto). A veia cerebral magna é um curto tronco venoso formado pela confluência das veias cerebrais internas. 9 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 VASCULARIZACÃO DA MEDULA A medula espinhal é irrigada pelas artérias espinhais anteriores e posteriores, ramos da artéria vertebral, e pelas artérias radiculares, que penetram na medula com as raízes dos nervos espinhais. Ar. Espinhais Anteriores⇢ É um tronco único formado pela confluência de dois ramos curtos que emergem das artérias vertebraisdireita e esquerda e dispõem-se superficialmente na medula. Elas vascularizam as colunas e os funículos anterior e lateral da medula. Ar. Espinhais Posteriores⇢ Encontram-se nos dois lados (direito e esquerdo) e vascularizam a coluna e o funículo posterior da medula. Ar. Radiculares⇢ Elas derivam dos ramos espinhais das artérias segmentares do pescoço e do tronco, dando origem às artérias radiculares anterior e posterior. As artérias radiculares anteriores anastomosam-se com a espinhal anterior, e as artérias radiculares posteriores comas espinhais posteriores. BARREIRAS ENCEFÁLICAS Dispositivos que impedem ou dificultam a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, do sangue para o líquor, ou ainda, do líquor para o tecido nervoso. Essas barreiras constituem um mecanismo de proteção do encéfalo contra agentes que poderiam lesar ou alterar o seu comportamento. Barreira líquor-encefálica (entre o líquor e o tecido nervoso) e a Barreira hemoliquórica (entre o sangue e o líquor), regulam a passagem para o tecido nervoso, não só de substâncias a serem utilizadas pelos neurônios, mas também de medicamentos e subst. tóxicas. Elas impedem a passagem de neurotransmissores encontrados no sangue, como norepinefrina, epinefrina e acetilcolina. PROPRIEDADE GERAIS DAS BARREIRAS ENCEFÁLICAS: Dificultam a passagem de substâncias. Uma determinada substância pode ser barrada em uma barreira e passar livremente em outra. A barreira líquor-encefálica é mais fraca, dando passagem a um número maior de substâncias. As barreiras hemoencefálicas e hemoliquórica impedem a passagem de agentes tóxicos para o cérebro. 10 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Existe certas áreas do encéfalo nas quais a Barreira Hemoencefálica (entre sangue e tec. nervoso) não existe, pois são áreas de função endócrina: » Corpo pineal » Área postrema » Neuro-hipófise » Plexos corióides Entretanto, na maior parte do SNC existe a Barreira Hemoencefálica, embora a sua permeabilidade não seja a mesma em todas as áreas. Ela ↥ quando entra em contato com soluções hipertônicas (uréia). Dois elementos do SNC foram considerados importantes para o fenômeno da Barreira Hemoencefálica: o Neurópilo (rede de fibrilas nervosas que constituem a subt. Cinzenta) e os capilares cerebrais, sendo o endotélio deste que contém a barreira. A Barreira Hemoliquórica (entre sangue e o liquor) localiza-se nos plexos corióides, e o epitélio ependimário que reveste esses plexos possui junções íntimas que unem as células próximo à superfície ventricular e impedem a passagem de macromoléculas, constituindo a base anatômica da barreira.
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