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1 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 É o segmento do SNC, localizado entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo e dorsalmente à parte basilar do osso occipital e corpo do esfenóide. Constituído por corpos de neurônios, agrupados em fibras nervosas que, or sua vez, agrupam-se em lemniscos. Faz conexão com 10 dos 12 nervos cranianos. Dividi-se em segmentos: Bulbo (caudalmente), Mesencéfalo (cranialmente) e Ponte (entre os dois). BULBO Possui formato de cone invertido e pode ser chamado também de bulbo raquídeo ou medula oblonga. A divisão entre o bulbo e a medula espinhal geralmente se dá ao nível do forame magno, pelo primeiro filamento radicular do primeiro nervo cervical. Cranialmente, o bulbo limita-se com a ponte por um sulco horizontal: o sulco bulbo-pontino. O bulbo é composto por diversos sulcos, os quais formam os compartimentos laterais, anterior e posterior. Esses compartimentos são continuações dos funículos da medula espinhal. Possui em seu interior o canal central do bulbo, que é continuação do canal ependimário da medula espinhal. Face Anterior Fissura mediana anterior: Continuação da fissura de mesmo nome da medula; termina no forame cego. Essa fissura é parcialmente obliterada na porção caudal pela decussação das pirâmides. Sulco lateral anterior: Continuação do sulco de mesmo nome na medula; separa as pirâmides das olivas. Emerge o nervo hipoglosso (XII par craniano) Pirâmides bulbares: Aglomerados de fibras descendentes (do trato corticoespinal/piramidal). Localizado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. Decussassão das pirâmides: Entrecruzamento das fibras do trato piramidal lateral que se localiza na parte caudal do bulbo. 2 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Olivas bulbares: Par de eminências ovais, situadas na área lateral do bulbo, entre os sulcos laterais anterior e posterior. Constituído de grande massa cinzenta, o núcleo olivar inferior, encontrado abaixo da superfície. Face Posterior Sulco mediano posterior: Termina na metade do bulbo, ocasionado pelo afastamento de seus lábios que contribuem para formar os limites laterais do IV Ventrículo. Sulco lateral posterior: Emergem a raiz craniana do nervo acessório (XI par craniano), o nervo vago (X par craniano) e o nervo Glossofarìngeo (IX par craniano). Tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme: Afastam-se lateralmente, por conta da presença do IV ventrículo, ascendendo com o pendúnculo cerebelar inferior. Pedúnculo cerebelar inferior: Forma o limite lateral mais caudal do IV ventrículo e penetra no cerebelo. Nervos que emergem do Bulbo Nervo hipoglosso – XII: emerge do sulco lateral anterior. Nervo glossofaríngeo – IX Nervo vago – X emergem do sulco lateral posterior Nervo acessório – XI (origem craniana ORGANIZACÃO FUNCIONAL A organização interna do Bulbo é semelhante à da medula, até o nível da oliva bulbar. Ao chegar nesta localização, as semelhanças acabam devido ao aparecimento dos núcleos próprios do bulbo (grácil e cuneiforme), da decussação das pirâmides, da abertura do IV ventrículo e a decussação sensitiva. OBS: Entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior há a área posterior do bulbo, continuação do funículo posterior da medula, que assim como o funículo é dividida em fascículo grácil e cuneiforme. Esses fascículos são formados por fibras ascendentes, as quais terminam nos núcleos grácil (medial) e cuneiforme (lateral), situados nos tubérculos de mesmo nome. 3 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Núcleo dos N.Cranianos ⇢ Subs. Cinzenta homóloga à da medula. Núcleo Ambíguo: Núcleo motor dos nervos glossofaríngeo (IX), vago (X) e acessório (XI). Dele saem as fibras eferentes viscerais especiais destinadas à musculatura da laringe e da faringe. Núcleo do hipoglosso (XII): Núcleo motor para a musculatura da língua. Situa-se no trígono do hipoglosso, no assoalho do IV ventrículo. Núcleo salivatório inferior: Origina fibras pré- ganglionares que emergem pelo nervo glossofaríngeo (IX) para inervação da parótida. Núcleo dorsal do vago (X): Núcleo motor do parassimpático. Situa-se no trígono do vago, no assoalho do IV ventrículo. Núcleos vestibulares inferior e medial: núcleos sensitivos da porção vestibular do nervo vestibulococlear (VIII). Relacionam-se com o equilíbrio e a postura e localizam-se na área vestibular do assoalho do IV ventrículo. Núcleo do tracto solitário: Núcleo sensitivo que recebe as fibras aferentes viscerais que entram pelos nervos facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X). Relaciona-se com a gustação. Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmio Núcleo sensitivo dos nervos trigêmio (V), facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X). Os últimos 3 pares (VII, IX e X) trazem a sensibilidade geral do pavilhão e conduto auditivo externo. Junto com o V par, trazem a sensibilidade de quase toda a cabeça. 4 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Subst Cinzenta do Bulbo Núcleo olivar inferior: Lâmina de subst. cinzenta bastante pregueada. Recebe fibras do córtex cerebral, da medula e do mesencéfalo (núcleo rubro). Liga-se ao cerebelo através das fibras olivo- cerebelares (apredizagem motora) que cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior. Núcleos olivares acessórios medial e dorsal: Formam, em conjunto com o núcleo olivar inferior, o complexo olivar inferior. Núcleos grácil e cuneiforme: Fibras oriundas dos funículos posteriores da medula espinal fazem sinapses nos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme, que originam as fibras arqueadas internas, as quais cruzam para lado oposto e constituem de cada lado o lemnisco medial. Assim, este lemnisco conduz impulsos cruzados relacionados com a propiocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória. Subst Branca do Bulbo Vias ascendentes: além do lemnisco medial já discutido, tracto espino-talâmico lateral + tracto espino-talâmico anterior formam o leminisco espinal; o tracto espino-cerebelar anterior segue em direção ao mesencéfalo e o tracto espino-cerebelar posterior vai em direção ao cerebelo através do pedúnculo cerebelar inferior ou corpo restiforme. Vias descendentes: Tracto córtico-espinhal e tracto cótico-nuclear (via piramidal – cruza ao nível da decussação piramidal). Vias de associação: fascículo longitudinal medial. PONTE Situa-se entre o Bulbo e Mesencéfalo, ventralmente ao cerebelo, o qual é separado deste pelo IV ventrículo. Repousa sobre o osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide. Sua base possui estrias transversais, situadas ventralmente, devido às inúmeras fibras transversais que convergem ali para formar o pedúnculo cerebelar médio, o qual penetra no hemisfério cerebelar correspondente. Sua porção dorsal constitui parte do assoalho do IV ventrículo. Na sua superfície ventral há o sulco basilar, impressão da artéria basilar. Nervos que emergem da Ponte Nervo trigêmeo – V: emerge entre o pedúnculo cerebelar médio e a ponte. Essa emergência se faz por duas raízes, uma maior sensitiva e outra menor, motora. Nervo abducente – VI Nervo facial – VII Nervo intermédio (raiz sensitiva do VII) Nervo vestibulo-coclear – VIII medial para lateral 5 ANATOMIANatasha Ferreira ATM 25 OBS: Os últimos 4 nervos citados emergem do sulco Bulbo-pontino de medial para lateral. ORGANIZACÃO FUNCIONAL A ponte é formada por uma parte ventral, denominada base da ponte, e uma parte dorsal, denominada tegmento. O limite entre o tegmento e a base da ponte é dado por um conjunto de fibras mielínicas de direção transversal, o corpo trapezóide, que faz parte da via auditiva. BASE DA PONTE A base da ponte é uma área própria da ponte, sem correspondência em outros níveis do tronco encefálico. Apareceu juntamente como neocerebelo e o nercórtex. Na base da ponte encontramos fibras longitudinais, transversais e os núcleos pontinos. Fibras Longitudinais Tracto corticoespinal: Fibras que saem das áreas motoras do córtex para os neurônios motores da medula. Tracto corticonuclear: Fibras de neurônios motores do córtex que vão até os núcleos dos nervos cranianos. Tracto corticopontina: Fibras que se originam no córtex cerebral e vão até os núcleos pontinos. Núcleos pontinos e Fibras transversais Núcleos pontinhos: Os núcleos pontinos são aglomerados de neurônios dispersos em toda a base da ponte, onde fazem sinapse as fibras cortico-pontinas, provenientes do córtex cerebral. Fibras transversais: Formadas pelos axônios dos neurônios pontinos. Elas fibras penetram no pedúnculo cerebelar médio e dirigem-se ao cerebelo e formam a via córtico-ponto- cerebelar, importante no controle motor. TEGMENTO DA PONTE Assemelha-se estruturalmente ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo. Apresenta fibras ascendentes, descendentes e transversais, além de núcleos de nervos cranianos e substância cinzenta própria da ponte. Núcleo dos N.Cranianos ⇢ Subs. Cinzenta homóloga. Núcleos cocleares: Onde terminam as fibras que constituem a porção coclear do nervo vestíbulo-coclear (VIII). A maioria das fibras dos núcleos cocleares cruza para o lado oposto e constitui o corpo trapezóide que sobe até o colículo inferior formando o lemnisco lateral. Essas informações fazem parte da via auditiva, a qual apresenta componentes cruzados e não-cruzados. Núcleos vestibulares (4): Núcleos vestibulares lateral, medial, superior e inferior. Recebem impulsos nervosos originados do ouvido interno através do nervo vestíbulo-coclear (VIII) que trazem informação sobre a posição e movimento da cabeça. Núcleos do Nervo Facial: As fibras que emergem do núcleo do nervo facial tem inicialmente direção dorso-medial. Essas fibras Síndrome do ângulo ponto- cerebelar Geralmente ocasionada por tumores, o qual se aloja no pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte) Compressão das raízes dos nervos cranianos VII e VIII, devido suas emergências em um pequeno espaço na porção mais lateral do sulco bulbo- pontino. O paciente pode ter vertigem e pode perder a audição. 6 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 curvam-se lateralmente sobre o núcleo do nervo abducente, formando, dessa forma, o colículo facial. Núcleo do Abducente: Inerva o músculo reto lateral, que faz abdução do globo ocular. Núcleo Salivatório Superior e Núcleo Lateral: Pertencentes à parte craniana do sistema nervoso parassimpático e dão origem as fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo intermediário, conduzindo impulsos para a inervação das glândulas submandibulares, sublingual e lacrimal. Núcleos do Nervo Trigêmeo: Na ponte existe o núcleo sensitivo principal, o núcleo do tracto mesencefálico e o núcleo motor. O núcleo motor origina fibras para os músculos mastigadores, (pode ser denominado, núcleo mastigador). Os núcleos sensitivos (sensitivo principal, do tracto mesencefálico e do tracto espinhal) recebem impulsos relacionados com a sensibilidade somática de grande parte da cabeça. Deles saem fibras ascendentes que irão constituir o lemnisco trigeminal, o qual termina no tálamo. IV VENTRÍCULO É a cavidade do Romboencéfalo e tem forma de um losango. Localizado entre o bulbo e a ponte (ventralmente) e o cerebelo (dorsalmente). Continua com o canal central do bulbo (caudal) e com o aqueduto cerebral, cavidade do mesencéfalo (cranial), através da qual se comunica com o III ventrículo. Recessos laterais: Prolongamento lateral da cavidade do IV ventrículo. Estes comunicam-se com o espaço subaracnóide, por meio das aberturas laterais do IV ventrículo, chamado de Forame de Magendie. A partir dessas aberturas, o líquor, produzido na cavidade ventricular, passa para o esp. Subaracnóide. Assoalho: Constituído pela parte dorsal da ponte e a porção aberta do bulbo. Seus limites são: 7 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Ínfero-lateralmente: Pedúnculos cerebelares inferiores, que ligam o cerebelo ao bulbo e medula, e pelos tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme; Súpero-lateralmente: Pedúnculos cerebelares superiores que são compactos feixes de fibras nervosas que, saindo de cada hemisfério cerebelar, fletem-se cranialmente e convergem para penetrar no mesencéfalo. É percorrido, em toda a sua extensão, pelo sulco mediano, que se prende cranialmente no aqueduto cerebral e caudalmente, no canal central do bulbo. Lateralmente ao sulco mediano posterior está o sulco limitante. Este, separa os núcleos motores (medialmente) dos núcleos sensitivos (lateralmente). Este mesmo sulco se alarga para formar a fóvea superior e a inferior. Medialmente à fóvea superior está o colículo facial – conjunto de fibras do nervo facial que contorna o nervo abducente. Estendendo-se na fóvea superior em direção ao aqueduto cerebral, lateralmente a eminência medial, encontra-se uma área mais pigmentada denominada lócus ceruleus, estrutura rica em noradrenalina. Na parte caudal da eminência medial – limitada pelos sulcos mediano e limitante – situa-se o Trígono do nervo hipoglosso (núcleo do nervo hipoglosso). Lateralmente a esse trígono está o Trígono do nervo vago (núcleo dorsal do vago). Na porção lateral do sulco limitante há a área vestibular (núcleos vestibulares do nervo vestíbulo-coclear). Teto: Metade cranial: Constituída por uma lâmina de substância branca, o véu medular superior, que se estende entre os dois pedúnculos cerebelares superiores Metade caudal: Localizam-se o nódulo do cerebelo, o véu medular inferior e a tela corióide. MESENCÉFALO Situa-se entre a ponte e o diencéfalo, do qual é separado por um plano que liga os corpos Tela Corióide Formada pelo epitélio ependimário + a pia-máter. Ela emite projeções ricamente vascularizadas, as quais formam o plexo corióide do IV ventrículo. Estes são responsáveis pela formação do líquor. 8 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 mamilares à comissura posterior, pertencentes ao diencéfalo. É atravessado pelo aqueduto cerebral, que une o III ao IV ventrículo. A parte situada dorsalmente ao aqueduto corresponde ao tecto do mesencéfalo, e a parte situada ventralmente é o pedúnculo cerebral, o qual se divide em: tegmento (predominantemente celular) e a base (fibras longitudinais). O tegmento está separado da base pela substância negra, a qual é formada por neurônios ricos em melanina e produtores de dopamina. A parte externa da base é delimitada pelo sulco lateral e o sulco medial do pedúnculo cerebral. Tecto do Mesencéfalo Sulco mediano posterior Também chamado de lâmina quadrigeminal, possui 4 eminências na região dorsal: Colículos inferiores (2) e superiores (2), que são separados por dois sulcos perpendiculares em forma de cruz.Na parte anterior do ramo longitudinal da cruz, aloja-se o corpo pineal, pertencente ao diencéfalo. Cada colículo liga-se a uma pequena eminência oval do diencéfalo, o corpo geniculado, através de um feixe superficial de fibras nervosas que constituem seu braço. Os colículos inferiores ligam-se aos corpos geniculados mediais, e relacionam-se com a Audição Já os coliculos superiores ligam-se aos corpos geniculados laterais e relacionam-se com a Visão Pendúnculos cerebrais Porção do mesencéfalo, adiante do aqueduto cerebral, o qual é dividido em base e tegmento pela substância negra. Entre os PC está a fossa interpeduncular, cujo assoalho apresenta pequenos orifícios para a passagem de vasos e denomina-se substância perfurada posterior. Nervos que emergem do Mesencéfalo Nervo oculomotor – III vent: emerge do sulco medial do pedúnculo cerebral Nervo troclear – IV: emerge caudalmente ao colículo inferior. É o único nervo que emerge dorsalmente. Esse nervo contorna o mesencéfalo e surge na região ventral entre a ponte e o mesencéfalo 9 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 ORGANIZACÃO FUNCIONAL O mesencéfalo é constituído por uma porção dorsal, o tecto do mesencéfalo, e outra ventral, os pedúculos cerebrais, separados pelo aqueduto cerebral. O Aqueduto percorre longitudinalmente o mesencéfalo e é circundado por uma espessa camada de substância cinzenta, a substância cinzenta central (periaquedutal). Cada pedúnculo cerebral possui duas porções: uma dorsal ou tegmento do mesencéfalo; e outra ventral ou base do pedúnculo. Separando o tegmento da base, observa-se uma lâmina de substância cinzenta pigmentada, a substância negra. TECTO DO MESENCÉFALO É constituído de quatro eminências, os colículos superiores e inferiores. Formado pela área tectal, (núcleo tectal), que se relaciona como controle dos reflexos das pupilas. Localiza-se na extremidade rostral dos colículos superiores e no limite do mesencéfalo com o diencéfalo. BASE DO PENDÚNCULO CEREBRAL É formada pelas fibras descendentes dos tractos córtico-espinhal, córtico-nuclear e córtico-pontino. TEGMENTO DA PONTE É uma continuação do tegmento da ponte. O tegmento do mesencéfalo apresenta, além de formação reticular, substância cinzenta e substância branca. Núcleo dos N.Cranianos ⇢ Subs. Cinzenta homóloga. Núcleo do nervo troclear: Localiza-se ao nível do colículo inferior. Suas fibras são as únicas que saem da face dorsal do encéfalo, além de ser o único nervo cujas fibras decussam antes de emergirem do sistema nervoso central. Núcleo do nervo oculomotor: Encontra-se ao nível do colículo superior e está intimamente relacionado com o fascículo longitudinal medial. Sua parte somática contém os neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, inferior, medial e levantador da pálpebra. Essas fibras emergem na fossa interpeduncular. Sua parte visceral é denominada núcleo de Edinger-Westphal (parassimpático), o qual está relacionado com o controlole do reflexo pupilar em resposta a diferentes intensidades de luz. Subst. Cinzenta do Mesencéfalo Núcleo rubro Participa da motricidade somática, através do tracto rubro-espinhal, o qual influencia os neurônios da medula, responsáveis pela inervação da musculatura distal dos membros. Substância negra: Localizada entre tegmento e a base do pedúnculo cerebral. A maioria de seus neurônios libera a dopamina como neurotransmissor. As conexões mais importantes da substância negra relacionam- Corpo Geniculado lat. 10 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 se com o corpo estriado, através das fibras nigro-estriatais e estriato-nigrais. Subst. Branca do Mesencéfalo Fibras ascendentes: Percorrem o tegmento e representam a continuação dos tractos que sobem da ponte: os 4 lemniscos (medial, espinal, lateral e trigeminal) e o pedúnculo cerebelar superior. Ao nível do colículo inferior, os quatro lemniscos aparecem agrupados em uma faixa lateral. Fascículo longitudinal medial: constitui o feixe de associação do tronco encefálico. Doença de Parkinson: Causada por falta de dopamina por degeneração dos neurônios da substância negra. Caracteriza-se por sintomas motores: tremores, lentidão dos movimentos e rigidez. 11 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 GENERALIDADES ⇢ Origem: No encéfalo, dentro da cavidade craniana. Atravessam inúmeros forames nos ossos cranianos. ⇢ Divisãp: São enumerados de 1 a 12, no sentido anteroposterior, na qual os nervos originam-se no encéfalo. ⇢ Classificação: Sensitivos, motores ou mistos. ⇢ Componentes Aferentes Somáticas gerais: Origem em exterorreceptores e proprioceptores (dor, pressão, tato e propriocepção) Somáticas especiais: Origem na retina e ouvido interno (visão, audição e equilíbrio) Viscerais gerais: Origem em viscerorreceptores (dor visceral) Viscerais especiais: Origem em receptores gustativos e olfatórios. ⇢ Componentes Eferentes: Somáticos: Inervam os músculos esqueléticos miotômicos (origem nos somitos) Viscerais especiais: músculos esqueléticos braquioméricos (origem nos arcos braquiais – cabeça, pescoço, face) Viscerais gerais: Musculatura lisa, músculocardíaco, glândulas (SAP) PARES DE NERVOS I - Nervo Olfatório Origem aparente no encéfalo: Bulbo olfatório Origem aparente no crânio: Lâmina crivosa do osso etmoide Nervo sensitivo: Fibras aferentes viscerais especiais originados nos receptores olfatórios de cada fossa nasal, atravessam a lamina crivosa e fazem sinapse no bulbo olfatório. Dos bulbos olfatórios, suguem pelo trato olfatório terminando na área olfatória primária, no lobo temporal do córtex cerebral. Cabe destacar que as fibras mais mediais cruzam o plano mediano na comissura anterior até o bulbo olfatório no lado oposto, onde fazem sinapse. Função: Olfação II - Nervo Ótico Origem aparente no encéfalo: Quiasma óptico (Retina) Origem aparente no crânio: canal óptico Nervo sensitivo: Fibras aferente somáticas especiais que conduzem impulsos visuais 12 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 originam-se na retina, emergem próximo ao polo posterior de cada bulbo ocular, penetram no crânio pelo canal óptico e unem-se ao lado oposto formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial das fibras, as quais continuam no trato óptico até o corpo geniculado lateral (núcleo do tálamo) onde fazem sinapses com axônios se estendem até a área visual primária, no lobo occipital do córtex cerebral. Uns poucos axônios passam pelo quiasma óptico e, em seguida, se estendem até os colículos superiores do mesencéfalo, fazem sinapse com os neurônios motores que controlam os músculos extrínsecos e intrínsecos do olho. Função: Visão III - Nervo Oculomotor Origem aparente no encéfalo: sulco mediano do pedúnculo cerebral Origem aparente no crânio: fissura orbital superior Nervo motor: 1. Fibras eferentes somáticas saem do núcleo do oculomotor para fazer inervação motora do Mm Levantador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial e oblíquo inferior. 2. Fibras eferentes viscerais gerais saem do núcleo de Ediner-westphal (núcleo parassimpático acessório), faz sinapse no gânglio ciliar e inerva Mm Intrínsecos do olho(ciliar e esfíncter da pupila) IV – Nervo Troclear Origem aparente no encéfalo: véu medular superior Origem aparente no crânio: fissura orbital superior Nervo motor: Fibras eferentes somáticas saem do núcleo do troclear para fazer a inervação motora do m. oblíquo superior. V - Nervo Trigêmeo - Principal nervo sensitivo da cabeça. Origem aparente no encéfalo: entre bulbo e pedúnculo cerebelar médio Origem aparente no crânio: fissura orbital superior (oftálmico), forame redondo (maxilar) e forame oval (mandibular) Nervo Misto ↠ Raiz sensitiva: Sensações de dor, temperatura, tato e pressão da pele da face e mucosas seguem ao longo de axônios cujos corpos celulares residem no gânglio sensitivo trigeminal (situado no canal trigeminal sobre a parte petrosa do osso temporal). Desse gânglio sai a raiz sensitiva do nervo trigêmeo. Fibras que terminam exclusivamente no núcleo sensitivo principal levam impulso sobre o tato epicrítico; as que terminam no núcleo do trato espinhal levam impulsos de dor e temperatura. Já as fibras que se bifurcam e terminam nos dois núcleos levam informações sobre o trato protopático e a pressão. Cabe ressaltar que anatomicamnente o núcleo sensitivo principal (localiza-se na parte posterior da ponte) continua caudalmente com núcleo do trato espinal do trigêmeo que estende-se da ponte até o segmento C2 da medula. Os ramos vindos da divisão oftálmico do nervo trigêmeo terminam na parte inferior do núcleo espinal. As fibras da divisão maxilar terminam na parte intermédia do núcleo espinal e as fibras da 13 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 divisão mandibular terminam na parte superior do núcleo espinal. O nervo oftálmico (V1) deixa o crânio através da fissura orbital superior para entrar na cavidade orbital. O nervo maxilar (V2) deixa o crânio através do forame redondo. O nervo mandibular (V3) contém fibras sensitivas e motoras e deixa o crânio através do forame oval. Fibras Afrentes Somáticas Gerais: conduzem impulsos exteroreceptivos da pele da face e da fronte; da conjuntiva ocular; da ectoderma da mucosa nasal e bucal; dos dentes; dos 2/3 anteriores da língua; da dura-máter craniana; e impulsos proprioceptivos dos músculos mastigadores e da articulação tempo- mandibular até o núcleo do trato mesencefálico do trigêmeo ↠ Raiz motora: Fibras eferentes viscerais especiais saem pelo núcleo motor do trigêmeo ganham nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigadores, músculo milo-hióide e o ventre anterior anterior do músculo digástrico. O problema mais frequente desse nervo é conhecido como tique doloroso ou neuralgia/nevralgia do trigêmeo. VI – Nervo Abducente Origem aparente no encéfalo: sulco bulbo- pontino Origem aparente no crânio: fissura orbital superior Fibras eferentes somáticas saem do núcleo do abducente para fazer a inervação motora do m. reto lateral. VII – Nervo Facial- Principal nervo motor da cabeça. Origem aparente no encéfalo: sulco bulbo- pontino Origem aparente no crânio: forame estilomastóide Nervo misto ↠ Raiz Motor: Nervo facial propriamente dito ↠ Raiz Sensitiva: Nervo intermediário Os dois componentes penetram no meato acústico interno onde se unem e penetram no canal facial. Depois encurva-se para trás formando o joelho externo ou geniculo do nervo facial, onde há o gânglio sensitivo geniculado. A seguir descreve curva para baixo, emerge pelo forame estilomastóide através das fibras eferentes viscerais especiais. Os outros componentes são inervados pelo nervo intermédio que possui vários tipos de fibras. 1. Fibra Afrente visceral especial: gustação nos 2/3 anteriores da língua chega ao núcleo do trato solitário 2. Fibra Aferente visceral geral: parte posterior das fossas nasais e face posterior do palato mole chega ao núcleo do trato solitário 3. Fibra Aferente somático geral: parte do pavilhão auditivo e meato acústico externo 4. Fibras Eferente visceral geral: (nervo intermédio) » Saem pelo núcleo lacrimal fazem sinapse no gânglio pterigoide e inervam glândula lacrimal » Saem pelo núcleo salivatório supeior, ganham nervo lingual e chegam ao gânglio submandibular que emite fibras para glândula submandibular e sublingual 5. Fibras Eferente visceral especial: saem pelo Núcleo do Facial musculatura da 14 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 mímica, músculo estilo-hioide e ventre posterior do digástrico. VIII – Nervo Vestibulo-Coclear Origem aparente no encéfalo: sulco bulbo- pontino Origem aparente no crânio: penetra osso temporal pelo meato acústico interno na porção petrosa do temporal Nervo sensitivo: fibras aferentes somáticas especiais ↠ Parte vestibular: fibras de neurônios sensitivos originarias dos gânglio vestibular vão até os 4 núcleos vestibulares (superior, inferior, medial e lateral) – Relacionado ao equilíbrio ↠ Parte coclear: fibras de neurônios sensitivos originarias dos gânglio espiral vão até os núcleos cocleares (ventral e dorsal) - Relacionado a audição IX– Nervo Glossofaríngeo Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo Origem aparente no crânio: Forame jugular Nervo Misto: 1. Afrente visceral especial: gustação nos 1/3 posterior da língua chega no núcleo do trato solitário 2. Aferente visceral geral: inervação sensitiva 1/3 posterior da língua, faringe, úvula, tonsilas, tuba auditiva, seios e corpo carotídeos chega aos núcleo do trato solitário 3. Aferente somático geral: parte do pavilhão auditivo, meato acústico externo 4. Eferente visceral geral: saem pelo núcleo salivatório inferior (núcleo parassimpático), ganham nervos timpânico e petroso, e chegam ao gânglio óptico que emite o nervo aurículo temporal (ramo do nervo mandibular) que faz glândula parótida a secretar saliva. 5. Eferente visceral especial: saem pelo núcleo ambíguo para inervar músculo constritor superior da faringe e m. estilofaríngeo X – Nervo Vago Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo caudalmente ao IX Origem aparente no crânio: forame jugular percorre o pescoço, o tórax e termina no abdome. Nervo Misto 1. Fibra Afrente visceral especial: gustação na epiglote chega até os núcleo do trato solitário 2. Fibra Aferente visceral geral: inervação sensitiva faringe, laringe, traqueia, esôfago e vísceras torácicas e abdominais chega até os núcleo do trato solitário 3. Aferente somático geral: parte do pavilhão auditivo, meato acústico externo 4. Fibra Eferente visceral especial: saem pelo núcleo ambíguo para inervar músculo faringe e laringe usados na deglutição e na vocalização 5. Eferente visceral geral: saem pelo Núcleo Dorsal do Vago até gânglios da parede torácica e abdominal que emitem fibras para inervação parassimpática da vísceras torácicas e 15 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 abdominais. As fibras eferentes são distribuídas aos músculos involuntários dos brônquios, coração, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso até o terço distal do colo transverso. XI – Nervo Acessório Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo (raiz craniana) e face lateral dos 5 primeiros segmentos cervicais da medula que penetra no crânio pelo forame magno (raiz espinhal) Origem aparente no crânio: forame jugular A raiz craniana é formada pelos axônios das células nervosas do núcleo ambíguo que seguelateralmente na fossa posterior do crânio e une-se à raiz espinal. As duas raízes se juntam e deixam o crânio através do forame jugular. ↠ Raiz Craniana: 1. Eferente visceral especial: saem pelo núcleo ambíguo para inervar músculos da laringe 2. Eferente visceral geral: inerva vísceras torácicas ↠ Ramo espinhal: fibras eferente especiais viscerais da raiz espinhal que se dirigem para baixo e inervam os Mm do trapézio e estenocleidomastóide para coordenar os movimentos da cabeça. XII – Nervo Hipoglosso Origem aparente no encéfalo: sulco lateral anterior do bulbo, adiante da oliva Origem aparente no crânio: canal hipoglosso Nervo motor: fibras eferentes somáticas saem do núcleo do hipoglosso (bulbo no assoalho do IV ventrículo), cruzam a fossa posterior do crânio pelo canal do nervo hipoglosso para fazer a inervação motora Mm intrínsecos e extrínsecos da língua Função: controla os movimentos e formato da língua (motilidade lingual) 16 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 17 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 18 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 19 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 NÚCLEOS Coluna eferente Somática Todos os núcleos localizam-se de cada lado, próximo ao plano mediano. Originam fibras para inervar os músculos estriados miotômicos do olho e da língua Núcleo do oculomotor: Localiza-se no mesencéfalo e origina fibras que inervam todos os músculos extrínsecos do olho, exceto o reto lateral e o obliquo superior Núcleo do troclear: Situa-se no mesencéfalo a nível do colículo inferior inerva o obliquo superior. Núcleo do abducente: Inerva o reto lateral do olho Núcleo do hipoglosso: Situado no bulbo, da origem as fibras dos músculos da língua. Coluna eferente visceral geral Encontram-se os neurônios pré-ganglionares do parassimpático craniano. Núcleo de edinger-westphal (III gânglio ciliar): Pertence ao complexo oculomotor. Inerva o músculo ciliar e esfíncter da pupila Núcleo lacriamal (VII gânglio pterígopalatino): Inerva glândula lacrimal Núcleo salivatório superior (VII ganglio submandibular): Inerva glândulas submandibular e sublingual Núcleo salivatorio inferior (IX gânglio ótico): Inerva glândula parótida Núcleo dorsal do vago (X gânglio viscerais): Suas fibras fazem sinapse com gânglios nas paredes das vísceras torácicas e abdominais. Coluna eferente Visceral especial Fibras que inervam os músculos de origem branquiomérica, localizando-se profundamente no tronco encefálico Núcleo motor do trigêmeo: Inerva os músculos do primeiro arco embrionário músculos mastigatórios (temporal, masseter, pterigoideo lateral e medial), milo-hióideo e ventre anterior do digástrico Núcleo do facial (VII): Inervam músculos da mímica, ventre posterior do digástrico Núcleo ambíguo: Inervam o músculo da laringe e da faringe (IX,X,XI) Coluna aferente Somática geral Recebem fibras da sensibilidade somática geral da cabeça. O nervo Trigêmeo é o principal, por isso pode ser chamada de coluna do trigêmeo. É a única coluna que estende-se ao longo de todo o tronco encefélico e continua, caudalmente, com a subst. gelatinosa da medula. Núcleo do trato mesencefálico do trigêmeo: Recebe propriocepção da musculatura mastigatória e também dos músculos extrínsecos do bulbo ocular. Os neurônios sensitivos deste núcleo localizam-se fora do SNC. Núcleo sensitivo principal: Localiza-se na ponte, no nível de penetração da raiz sensitiva do N. trigêmeo. Continua caudalmente com o núcleo do t. espinal. Relaciona-se com o tato epicritico da face Núcleo do trato espinhal do trigêmeo: 20 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Estende-se da ponte até a parte alta da medula, onde continua com a subst.. geçlatinosa. Relaciona-se com a sensibilidade-dolorosa da face. Coluna aferente Somática especial É uma coluna mais larga que as demais, pois ocupa toda área vestibular do IV ventrículo. Núcleos cocleares: Relacionados com o gânglio coclear (espiral) Núcleos vestibulares: Relacionados com o gânglio vestibular. Coluna aferente Visceral Núcleo do trato solitário: Relacionado com a sensibilidade visceral geral e especial (gustação). Fibras que entram pelos nervos facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X). Estas fibras são prolongamentos de neurônios situados nos: Gânglio geniculado (NC VIII) Gânglio inferior do vago Gânglio inferior do glossofaríngeo CONEXÕES SUPRA-SEGMENTARES Fazem a conexão entre os núcleos nos N.C e o Tálamo. Lemnisco trigeminal - Liga núcleos sensitivos do trigêmeo até o tálamo Lemnisco lateral - Conduz os impulsos auditivos do núcleo coclear ao folículo inferior onde vai ser processado Fibras vestíbulo-talâmicas - Conectam o núcleo vestibular até o tálamo Fibras solitário-talâmicas, - Ligam o trato solitário até o tálamo Tracto córtico-nuclear - Liga as áreas MOTORAS do córtex aos neurônios motores dos núcleos das colunas eferente somática e visceral especial. No T. encefálico, ele corresponde ao trato córtico-espinhal da medula. CONEXÕES REFLEXAS As fibras para essa conexão devem passar através da formação reticular ou do fascículo de associação do T. encefálico. Reflexo mandibular – Determinado pelo N. trigêmeo. Reflexo corneano - Determinado pelo N. trigêmeo(sensitiva) e pelo N. facial (motor) Reflexo lacrimal - Determinado pelo N. trigemeo-facial (parassimpático) Reflexo de piscar - Determinado pelo N. óptico – facial Nistagmo - Determinado pelos Nervos Vestíbulo-coclear-oculomotor, abducente e troclear Reflexo fotomotor direto - Determinado pelo N. óptico- oculomotor As fibras não fazem sinapse no corpo geniculado lateral, passando pelo braço do colículo superior, onde terminam em neurônios da área pré-lateral. Fazem sinapse com neurônios do núcleo de Edinger-Westphal. As fibras saem pelo III par e vão ao gânglio ciliar, onde determinam a contração. Reflexo consensual – Determinado pelo N. óptico-óculomotor (parassimpático) 21 ANATOMIA Natasha Ferreira ATM 25 Reflexo do vômito - Determinado por diversas fibras: Vago – contração do estômago e abertura do cárdia Esplancnicos - fechamento do piloro Frênico – Contração do diafragma Espinhais – contração da parede abdominal Hipoglosso – Protrusão da língua
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