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AO JUIZADO DA XX VARA DA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS-SP Marcelo, estado civil, profissão, inscrito no CPF n° XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na cidade de Campinas/SP, rua XXXX, bairro XXXXXX, CEP XX.XXX-XXX, por sua advogada que este subscreve (doc. 1), com endereço profissional na cidade, rua, bairro, onde receberá intimações, vem propor: AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO CUMULADA COM REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS Em desfavor de SEGURADORA FORGET Ltda., com sede Localizada na Rua, nº, Bairro, CEP, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com filial em São Paulo capital, representada por Nome, XXXXXXXXXX, brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF XX.XXX-XXX, residente e domiciliado na rua, nº, Bairro, CEP, Cidade, Estado, pelas razões de fato e de direito que se passa a expor: I – DOS FATOS O requerente celebrou um contrato padrão denominado ‘’Seguro Saúde” com a Seguradora Forget Ltda., e foi acordado que o mesmo teria direito à cobertura médico-hospitalar completa em caso de cirurgias de qualquer espécie. Lembrando que o mesmo não omitiu nenhum dado sobre sua saúde ou agiu com fé, sendo que o contrato (em anexo, fls.) apresenta modelo sem distinção para todos os contratantes. Decorridos dois anos depois da assinatura desse contrato, o requerente teve diagnosticado grave enfermidade renal, pelo qual o transplante era a única solução. Ao surgir um órgão compatível, Marcelo foi internado e submetido, imediatamente, ao transplante renal, cujo resultado obteve êxito. O requerente arcou com todos os custos da operação, medicação e tratamento hospitalar, custando R$ 45.000,00, mas ao pedir o reembolso das despesas médico-hospitalares, a seguradora se negou a pagar, alegando que a doença do requerente era preexistente à assinatura do contrato e que o mesmo tinha omitido a informação no momento da contratação. Ocorre que a seguradora não ofereceu ao paciente que se submetesse a nenhum exame de verificação da sua saúde para se valer dos motivos alegados no artigo 11 da Lei nº 9656/98 (É vedada a exclusão de coberturas às lesões e doenças preexistentes à data da contratação dos planos ou seguros de que trata esta lei, após vinte e quatro meses de vigência do aludido instrumento contratual, cabendo à operadora o ônus da prova e a demonstração do conhecimento prévio do consumidor). Sendo que o pedido negatório da operadora atentou moralmente contra o cliente, por se comportar totalmente contrário à sua política e tratar o requerente como um http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11332366/artigo-11-da-lei-n-9656-de-03-de-junho-de-1998 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104153/lei-9656-98 enganador, sendo que o mesmo desconhecia da doença e só veio a saber do seu problema com o lapso de dois anos após a assinatura do contrato. II- DO DIREITO Inicialmente, fica caracterizada a inadimplência por parte da Seguradora ao negar o reembolso das despesas médico-hospitalares em razão da cirurgia sofrida pelo autor. Trata-se de um contrato bilateral, com direitos e obrigações para ambas as partes. Estipulada estava, no contrato, a clausula que garantia o direito à cobertura médico-hospitalar complete em casos de cirurgia, fossem de qualquer espécie. Nessa hipótese, a obrigação da Seguradora em reembolsas os gastos. Forçosa a aplicação da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidora). Com efeito, relação entre a Seguradora e Segurado é manifestamente de consume, como faz menção o próprio texto da referida lei, cujos artigos pede Vênia o autor para transcrever: “Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Art. 3º - (…) § 2ª – Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consume, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancaria, financeira, de credito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”. Como se vê da análise dos dispositivos transcritos, a lei dá interpretação extensiva ao conceito de consumidor, incluindo o contratante de seguro nos benefícios nela constantes. Caracterizada a relação de consume entre auto e réu, procura demonstrar, agora, o desequilíbrio e o descumprimento, por parte da Seguradora, dos demais dispositivos do referido Código, como os artigos 46,47 e 51, IV, devendo as cláusulas contratuais ser, conforma estipulação expressa, sempre interpretadas a favor do consumidor. Assim não agiu a ré que, ao negar o reembolso das despesas médico-hospitalares ao autor, arguiu, para tanto, ser a sua doença preexistente à época da assinatura do contrato de Seguro, atitude que por certo deverá ser rechaçada. Cumpre ressaltar que a importância paga pelo autor soma o valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), que deverá ser restituída, diante de todas as ponderações até aqui apresentadas. Trazemos aqui, além do mais, a proteção dada ao consumidor, como parte insuficiente diante de um contrato tão complexo como o da Seguradora de Saúde, na qual o mesmo confia na boa-fé presentes nas cláusulas contratuais, sendo por isso As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor (art. 47). Da mesma forma, os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance (art. 48), sendo nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;( art. 51, IV) III – DO PEDIDO Diante do exposto, requer o autor: a) a procedência da ação, condenando a Seguradora Forget Ltda. Ao pagamento do valor desembolsado de R$ 45.000,00, cumulado com danos morais com as verbas sucumbenciais. b) Que seja citada a Seguradora, em nome do seu Representante em endereço indicado nas qualificações por carta precatória, para contestar a ação no prazo de 15 dias, sob penal de revelia. c) a aceitação de todos os meios de prova em Direito admitidos, cabendo à operadora o ônus da prova e a demonstração do conhecimento prévio do consumidor. d) a análise, pelo Juiz, do pedido de dano moral e sua quantificação justa, conforme o tratamento dado ao Requerido. Dá-se à causa, o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e solicita inclusão de honorários advocatícios e custas processuais. Termos em que, Pede deferimento. Local e data. Advogado XXXXXXX OAB/XX nº XX XXX
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