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Epidemiologia SCAPS 1º SEMESTRE Introdução à Epidemiologia EPIDEMIO LOGIA EPI: sobre DEMO: população LOGOS: tratado DEFINIÇÃO - “ESTUDO QUE AFETA A POPULAÇÃO” - É a principal ciência no estudo das epidemias de doenças transmissíveis - Aborda todos os eventos relacionados com a saúde da população (evolução do conceito) - Preocupa-se em desenvolver estratégias, aplicando o conhecimento para as ações voltadas à proteção e promoção da saúde da comunidade. PREMISSAS BÁSICAS 1) A distribuição dos agravos à saúde é resultado de fatores que se distribuem de forma desigual na população. 2) O conhecimento dos fatores determinantes das doenças permite a aplicação de medidas efetivas, que podem ser preventivas ou curativas, direcionadas a alvos específicos, identificados cientificamente, resultando em aumento da eficácia das intervenções. APLICAÇÃO - Principal objetivo é reduzir os problemas de saúde na população 1) Descrever e analisar as condições de saúde da população 2) Investigar os fatores determinantes da Situação de Saúde 3) Avaliar o impacto das ações para alterar a Situação de Saúde (políticas, práticas, programas, e procedimentos) APLICAÇÃO NA SAÚDE ➔ Vigilância em Saúde Pública - resposta rápida a epidemias ➔ Análise da Situação de Saúde - políticas de saúde ➔ Monitoramento do Sistema de Saúde - aplicação de recursos ➔ Avaliação de serviços com aplicação da Epidemiologia - ações de controle PREOCUPAÇÃO EM COMPREENDER + ORGANIZAR A INFORMAÇÃO = PREVENÇÃO E CONTROLE DOS ACONTECIMENTOS @futura.dra.minghe História da Epidemiologia ORIGEM - Desde a Grécia Clássica, já era utilizado o termo “epidemia” - Hipócrates: médico grego que viveu entre 460 a.C. e 370a.C., na Antiguidade Clássica, considerado o “pai da medicina” e o “pai da epidemiologia” ❖ Racional: observação acerca da propagação das doenças. ❖ “As doenças eram produto da relação complexa entre a constituição do indivíduo e o ambiente que o cerca” ❖ Recomendava considerar na avaliação do paciente o clima, a sua maneira de viver, os hábitos de comer e de beber. ❖ Acreditava que tudo era formado por partículas microscópicas ❖ Estudou as doenças epidêmicas e as variações geográficas das condições de endemia ❖ A “Teoria Miasmática” predominou o pensamento médico até a segunda metade do século XIX. - A referência mais antiga do termo “epidemiologia” é de um texto espanhol - sobre a peste do século XVI. - Sociedade da Epidemiologia: fundada em 1850, em Londres ❖ aumento do conhecimento científico sobre doenças transmissíveis; ❖ primeiras publicações com o termo “epidemiologia” em capítulos de “livros de higiene”. - Na metade do século XX, a Epidemiologia ganha status de disciplina científica, com a publicação dos primeiros livros sobre o assunto. TEORIA MIASMÁTICA - Os ambientes onde predominavam a sujeira e a concentração populacional favoreciam o surgimento de males e epidemias. - “Miasmas”: emanações que corrompiam o ar e atacavam o corpo, vindas da decomposição de substâncias orgânicas, vegetais, animais ou humanas, que passariam do doente para os indivíduos suscetíveis. - Para combater as doenças miasmáticas, os médicos higienistas propunham a expulsão dos equipamentos insalubres, um novo recorte do espaço urbano, a reorganização do espaço doméstico e medidas de saneamento (higiene total, limpeza profunda do meio físico e social) PERSONAGENS - PIERRE CHARLES ALEXANDRE LOUIS ❖ Médico que viveu em Paris entre 1787 e 1872. @futura.dra.minghe ❖ Publicou estudos clínico-patológicos sobre tuberculose, febre tifóide e pneumonia. ❖ Principal contribuição: introdução e divulgação do método estatístico (minucioso). ❖ Foram selecionados casos semelhantes de pneumonia para neutralizar algumas variáveis que influenciavam no curso natural da doença. - JOHN SNOW ❖ Médico inglês que viveu entre 1813 e 1858. ❖ Pai da epidemiologia moderna. ❖ Conduziu numerosas investigações com o intuito de esclarecer a origem das epidemias de cólera ocorridas em Londres, entre 1849 e 1854 - água contaminada era causadora da epidemia pelo vibrião cholerae ❖ Reuniu meticulosamente dados sobre os casos em seu bairro, mapeando as casas atingidas e relacionando os casos com pessoas que haviam bebido água da fonte de Broad Street. Pela primeira vez alguém utilizava dados e mapas para entender e impedir uma infecção. ❖ Seu trabalho é considerado um clássico da “Epidemiologia de Campo” (coleta planejada de dados na comunidade) - LOUIS PASTEUR ❖ Viveu entre 1822 e 1895. ❖ Considerado o “pai da bacteriologia”. ❖ Criou as bases biológicas para o estudo das doenças infecciosas. ❖ Principais atribuições: identificou e isolou diversas bactérias, foi pioneiro no campo da imunologia, e é o responsável pelos princípios da “pasteurização”. ❖ Seus trabalhos, seguidos por outros microbiologistas, desencadearam a “Teoria do Germe” PERSONAGENS IMPORTANTES NA HISTÓRIA DA EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL - ADOLFO LUTZ ❖ Viveu entre 1855 e 1940. ❖ Trabalhou no controle da febre amarela e de outras endemias em SP. ❖ Deixou a direção do Instituto Bacteriológico em SP para fazer parte do grupo de Manguinhos. - EMÍLIO RÍBAS ❖ Viveu entre 1862 e 1925. ❖ Trabalhou com Adolfo Lutz no controle da febre amarela e de outras epidemias em SP. @futura.dra.minghe - OSWALDO CRUZ ❖ Sanitarista brasileiro que viveu entre 1872 e 1917. ❖ Após retornar do Instituto Pasteur (Paris), fundou em Manguinhos (RJ) o Instituto que leva seu nome. ❖ Figura importante na luta contra a febre amarela, a peste e a varíola. - CARLOS CHAGAS ❖ Viveu entre 1879 e 1934. ❖ Descreveu a “Doença de Chagas” (1909). - ELZA SALVATORI BERQUÓ ❖ Nasceu em 17/10/28. ❖ Graduação em matemática e bioestatística, doutorado em bioestatística pela Universidade Columbia. ❖ Estudos nas áreas de saúde reprodutiva, gênero, sexualidade e juventude. ❖ Nos anos 60: foi pioneira ao constatar queda na fecundidade das paulistanas ❖ Suas pesquisas, foram paralisadas em decorrência da aposentadoria compulsória determinada pelo Ato Institucional no 5 (AI-5), emitido pelo governo militar brasileiro em 1968. ❖ Membro fundador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento - CEBRAP, em 1969, e Coordenadora do Núcleo de População e Políticas Públicas. ❖ Atualmente investiga questões para o aumento do suicídio. - CESAR GOMES VICTORA ❖ 67 anos, nascido em São Gabriel (RS), professor na Universidade Federal de Pelotas. ❖ Médico, epidemiologista, especialista em nutrição, saúde materno-infantil e equidade em saúde. ❖ Pesquisas auxiliaram na criação de políticas internacionais de amamentação e nutrição infantil. ❖ Professor Visitante das Universidades de Harvard, Oxford, e Johns Hopkins e Membro do Conselho Editorial de várias revistas, inclusive The Lancet. ❖ É pesquisador principal da Corte de Nascimento de Pelotas, conduzida desde 1982 com seguimento em 1993, 2004 e 2015. ❖ Foi um dos coordenadores principais do Estudo Multicêntrico de Referência de Crescimento, que deu origem às curvas de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS). ❖ Em 2017, foi premiado com o Prêmio Gairdner de Saúde Global. ❖ Atua em comitês internacionais para a OMS e Unicef. @futura.dra.minghe Epidemiologia Moderna TEMAS ATUAIS 1) Determinação biológica das enfermidades (projeto Genoma aplicado às populações). 2) Determinação social, cultural, econômica e política do processo de adoecimento. 3) Epidemiologia das Desigualdades em Saúde. EPIDEMIO DESCRITIVA + EPIDEMIO ANALÍTICA = EPIDEMIOLOGIA @futura.dra.minghe Epidemiologia Descritiva DEFINIÇÃO - Estuda a distribuição de frequência das doenças e dos agravos à saúde coletiva, em função de variáveis ligadas ao tempo, ao espaçoe às pessoas, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico, com vistas ao aprimoramento das ações de assistência e prevenção da doença, de promoção da saúde e do refinamento das hipóteses causais. OBJETIVOS - Descrever as características gerais da distribuição de uma doença - Fornecer informações importantes para alocar recursos financeiros eficientemente e para planejar programas de intervenção ou educacionais - Gerar hipóteses sobre fatores determinantes de doenças ➔ Estudos para o conhecimento e controle de doenças transmissíveis ➔ Inquéritos e investigações de surtos e epidemias ➔ Desenvolvimento de metodologia de análise descritiva MAGNITUDE - Para expressar a magnitude de um evento/agravo, utilizamos as seguintes medidas de saúde: ❖ Razões, proporções e taxas ❖ Incidência e prevalência ❖ Morbidade e mortalidade - Para descrever sobre quem/onde/quando um evento acontece, usamos: ❖ Lugar ❖ Pessoa ❖ Tempo VARIÁVEIS RELACIONADAS À PESSOA - Perguntas-chave: QUEM está adquirindo a doença? Quais suas características? - Ajuda a fornecer evidências sobre o padrão e a possível etiologia da doença - Exemplo 1: Taxa de mortalidade por DCV (diferente no sexo feminino e masculino) - Exemplo 2: Proteção à radiação solar (por idade e região) - Exemplo 3: Distribuição de nascimentos segundo índice de adequação do acesso ao pré-natal e características da mãe. - Exemplo 4: Correlação entre retardo de crescimento entre crianças menores de 5 anos e rendimento mensal. @futura.dra.minghe VARIÁVEIS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS VARIÁVEIS ESTILO DE VIDA/CONDIÇÕES DE SAÚDE VARIÁVEIS CLÍNICAS Idade, gênero, sexo, estado civil, idade dos pais, dimensão da família, posição na ordem de nascimento, privação de pais, morbidade familiar, raça, cultura, religião, lugar de nascimento, grupo étnico. Tabagismo, etilismo, hábitos alimentares, atividade física, etc. Presença de doenças, realização de cirurgias, uso de medicamentos, etc. VARIÁVEIS RELACIONADAS A LUGAR - Pergunta-chave: ONDE as taxas de doenças são maiores ou menores? - Compara diferenças entre fatores de risco (dieta, genética, estilo de vida) entre lugares com maior ou menor taxa. - Exemplo 1: Percentual de fumantes por capital brasileira - Exemplo 2: Mapeamento de John Snow em Londres - Exemplo 3: Variação da temperatura Global ao longo dos anos - VARIÁVEIS GEOGRÁFICAS ❖ Ambientais: naturais (clima, solo, fauna, flora) e artificiais (represas, obras, plantações) ❖ Populacionais: urbano-rural e variação local - VARIÁVEIS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS ❖ Territórios nacionais e República Federativa do Brasil - VARIÁVEIS GEOPOLÍTICAS ❖ “Países da América”, “Países subdesenvolvidos”, “Países da ONU” VARIÁVEIS RELACIONADAS AO TEMPO - Pergunta-chave: QUANDO a doença ocorre frequentemente? A frequência é atual é diferente da passada? - Estudo da distribuição cronológica: relação entre uma sequência de marcos cronológicos (anos, meses, semanas) sucessivos e uma variável de frequência (óbitos, taxas, proporções). @futura.dra.minghe - OBJETIVOS ❖ Mostrar o tipo de variação que caracteriza o processo estudado (cíclico, sazonal) ❖ Revelar a tendência secular do processo sob estudo ❖ Manifestar o caráter endêmico ou epidêmico do agravo ❖ Avaliar o impacto de medidas de controle ❖ Verificar a correlação de variáveis no tempo - VARIAÇÕES REGULARES ❖ Variação cíclica: um dado padrão de variação ❖ Variação sazonal: relacionada ao clima e à estação do ano ❖ Tendência secular: estudo de tendência em grandes períodos (como a doença se comportou ao longo de vários anos) ❖ Variação atípica: não é possível identificar qualquer coerência ou alguma lei geral de variação ❖ Endemia: o número de casos se mantém relativamente constante em um espaço geográfico delimitado. OBS.: para uma doença permanecer endêmica numa comunidade, há a necessidade de uma fonte da qual o agente tenha condições de disseminar. - VARIAÇÕES IRREGULARES: são alterações na frequência de agravos à saúde, em virtude de acontecimentos não previsíveis ou, pelo menos, não-enquadrados nas demais categorias. ➔ Surto: ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente delimitado ➔ Pandemia: epidemia de grandes proporções, envolvendo extensas áreas e um número elevado de pessoas. O termo é geralmente empregado quando a doença atinge mais de um continente. ➔ Epidemia: concentração de casos da doença em determinado local e época. Número de casos excessivo ao esperado. Devem ser removidas as possibilidades de sazonalidade e padrões cíclicos. 1) Epidemia Explosiva ou por fonte comum: epidemia brusca, instantânea, maciça, veículo comum, foco comum, foco epidêmico. Aumento expressivo do número de casos em curto período (dias, horas) 2) Epidemia Progressiva ou por fontes múltiplas: epidemia de Contato. Aumento gradativo do número de casos. 3) Epidemia Mista = Fonte Comum + Propagada @futura.dra.minghe História Natural da Doença - “É conjunto de processos interativos que compreendem as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente, que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do ser humano ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte” - Progressão ininterrupta do desenvolvimento de uma doença no indivíduo, desde o momento que é iniciada pela exposição dos agentes causais, até o seu fim (recuperação, invalidez ou óbito). - Abrange dois domínios interagentes, consecutivos, e mutuamente exclusivos que se completam: ❖ Meio interno (locus da doença). Ex: pré-condições internas ❖ Meio ambiente (pré condições). Ex: pobreza - O ser humano está presente em todas as etapas da HND, como gerador das condições socioeconômicas que favorecem anomalias ecológicas, as quais o predispõem a agentes patológicos, e como principal vítima do contexto de agressão à saúde por ele favorecido. UTILIDADE - Quadro esquemático que dá suporte à descrição das múltiplas e diferentes enfermidades. - Apontar os diferentes métodos de prevenção e controle, servindo de base para a compreensão de situações reais e específicas e tornando operacionais as medidas de prevenção em saúde pública. FASES DA DOENÇA 1º fase) Período de pré-patogênese ou epidemiológico - Representa a evolução das inter-relações dinâmicas que envolvem: ❖ Os condicionantes ambientais e sociais ❖ Os fatores próprios do suscetível até que chegue a uma configuração favorável para instalação da doença. ❖ Podem ocorrer situações que vão do mínimo ao máximo de risco, dependendo de como os fatores envolvidos se relacionam. - Os fatores que compõem o período de pré-patogênese são: ❖ Fatores sociais (socioeconômicos, sociopolíticos, socioculturais, psicossociais) ❖ Fatores ambientais ❖ Fatores genéticos ❖ Multifatorialidade @futura.dra.minghe Fatores sociais pré-patogênicos - Socioeconômicos: relação da capacidade econômica e probabilidade de adquirir doença. Renaud (1992): pobres mais doentes, 2X mais propensos a enfermidades. - Sociopolíticos: instrumentação jurídico-legal, decisão política, higidez política, participação consentida, valorização da cidadania, participação comunitária efetivamente exercida, transparência das ações e acesso à informação, etc. - Socioculturais: preconceito, crendices e valores e hábitos sociais influenciando na aquisição e manutenção da doença. ❖ Conceitos culturais determinando o pensar e o fazer coletivos: incompetência e má-fé do poder público, alienação em relação aos direitos e deveres da cidadania, etc. - Psicossociais: fatores que influenciam o psiquismo humano, com consequências na saúde física e mental. ❖ Falta de suporte social, ausência de relaçõesparentais estáveis, condições de trabalho estressantes, falta de cuidados na infância, competição desenfreada, agressividade dos grandes centros urbanos, desemprego. Fatores ambientais - Conjunto de fatores que interagem com agente etiológico e o suscetível, incluindo o ambiente físico e a sociedade em questão, composta por interações sociais, políticas, econômicas e culturais. - Agressores ambientais: ❖ Agentes presentes no ambiente habitualmente (agrotóxicos, poluição, alimentos geneticamente modificados, aditivos alimentares) ❖ Agentes pouco comuns, advindos de novas situações ou hábitos de vida, ou ainda por má administração e manipulação de meios e recursos. ❖ Agentes que explodem em situações de desastres e catástrofes (ex: crise hídrica é epidemia de dengue no Brasil em 2015). Fatores genéticos - São fatores que determinam maior ou menor suscetibilidade à adoecerem. Porém, os estudos científicos de epigenética têm mostrado evidências de que hábitos de vida e ambiente social em que uma pessoa está inserida podem modificar o funcionamento de seus genes. - Nutrigenética e nutrigenômica: são interações entre hábitos dietéticos e o perfil genético de cada indivíduo. - Influência de fatores dietéticos sobre o genoma humano (nutrientes modificam a expressão gênica, facilitando ou inibindo a transcrição do DNA). - Genes associados à obesidade ❖ As variantes de predisposição à obesidade sozinhas não causam a obesidade sem que o indivíduo seja exposto a um ambiente obesogênico. @futura.dra.minghe ❖ Destina-se a auxiliar no controle ou redução do peso por meio da detecção dos assim chamados polimorfismos genéticos de nucleotídeos únicos (SNPs) que aumentam o risco de obesidade e afetam as necessidades nutricionais. Multifatorialidade - O desenvolvimento da doença é dependente da estruturação dos fatores contribuintes de tal acometimento. Quanto mais estruturados estiverem os fatores, maior força terá o estímulo patológico. - Associação sinérgica: dois fatores estruturados aumentam o risco da doença mais do que faria sua simples soma -> O estado final gerador da doença pode ser resultado da sinergia de fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, psicológicos, genéticos, biológicos, físicos e químicos. - Ex: Câncer colorretal: fatores genéticos, químicos (alimentos ultraprocessados), políticos (indústria alimentícia e propagandas), econômicos (acesso e incentivo ao consumo de alimentos saudáveis, acesso à informação de exames de rastreamento). 2º fase) Período de patogênese - Se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado. - Ocorrem modificações bioquímicas em nível celular, podendo evoluir para modificações na forma e na função celular. - Seu desenlace (período de cura, morte ou invalidez) varia de acordo com sua extensão. - Interação estímulo-suscetível: doença ainda não desenvolvida, mas todos os fatores necessários para a ocorrência da mesma estão presentes. Alguns fatores agem predispondo o organismo à ação do agente patogênico. Ex: colesterol alto -> doença coronariana. - Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas (estágio pré-clínico): a doença já está implantado no organismo afetado, mas não há manifestação clínica (não perceptíveis, no entanto detectados em exames clínicos ou laboratoriais) -> período de incubação. Obs: Algumas doenças não passam desse estágio (defesas do organismo,etc). - Horizonte clínico: linha imaginária que separa o período de incubação do estágio seguinte (sinais e sintomas) -> sinais da doença tornam-se nítidos e transformam-se em sintomas (inicia-se ao ser atingida uma massa crítica de alterações funcionais no organismo). - Cronicidade: a evolução clínica da doença pode progredir até o estágio de cronicidade ou conduzir o doente a um nível de incapacidade física por tempo variável, ou produzir lesões que podem ser, futuramente, uma porta de entrada para novas doenças. 3º fase) Desenlace - leva a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. @futura.dra.minghe NÍVEIS DE PREVENÇÃO - Estratégias de prevenção direcionadas de acordo com o contexto da história da doença. - Prevenção inclui políticas de saúde + ações dos profissionais de saúde na ação educativa. ❖ Prevenção primária: compreende a aplicação de medidas de saúde que evitem o aparecimento de doenças (promoção de saúde). ❖ Prevenção secundária: neste caso a doença já está presente, muitas vezes de forma assintomática. Compreende o diagnóstico precoce das doenças, permitindo o tratamento imediato, diminuindo as complicações (limitação da incapacidade) e mortalidade. ❖ Prevenção terciária: neste momento a doença já causou danos, compreendendo, então, prevenção da incapacidade total, seja por ações voltadas para a recuperação física, como a reabilitação, seja por medidas de caráter psicossocial, como a reinserção do indivíduo na força de trabalho. ❖ Prevenção quaternária: voltada para reduzir ou evitar os danos causados pelo intervencionismo excessivo nos cuidados de saúde, evitando a iatrogenia (quando o médico causa um dano ao paciente). @futura.dra.minghe Indicadores Demográficos - São medidas quantitativas que sintetizam informações relevantes sobre o estado de saúde de uma população, bem como o desempenho do sistema de saúde (devem ser gerados de forma regular, sistemática e dinâmica). Desse modo, são medidas que descrevem as características de uma população. - Demografia: estudo do tamanho, da distribuição territorial e da composição da população, das mudanças e dos componentes de tais mudanças. - As principais fontes de informação para os estudos populacionais são: censo demográfico, registro civil, levantamentos amostrais e pesquisas específicas. - Serve como instrumento importante de gestão, auxiliando na tomada de decisões. FUNÇÕES - Avaliar as condições de saúde em uma área geográfica e em períodos delimitados. - Facilitar a quantificação, a avaliação e o monitoramento de eventos relacionados à saúde e doença. - Produzir evidências sobre a situação de saúde e suas tendências, como base empírica para identificar grupos com maiores necessidades de saúde. - Estratificar o risco epidemiológico e identificar áreas críticas. IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES - Localizar oportunidade e problemas - Estudar comportamento e inter-relações - Monitorar processos para garantir a eficácia das metas e utilização de recursos - Medir a relevância e impacto - Avaliar os resultados alcançados e a afetividade dos trabalhos - Alertar para necessidades de ajustes - Comunicar os resultados INDICADORES E DADOS BÁSICOS PARA A SAÚDE NO BRASIL (IDB) - Indicadores socioeconômicos - Indicadores de mortalidade - Indicadores de morbidade e fatores de risco - Indicadores de recursos - Indicadores de cobertura ESTATÍSTICAS - Coordenadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - Produz dados, compila informações de Ministérios e dissemina estatísticas. @futura.dra.minghe - As principais Fontes de Informação para os Estudos Populacionais são: ❖ Os censos demográficos ❖ Estatísticas do registros ❖ As pesquisas amostrais e Pesquisas Especiais INDICADORES 1) Crescimento da população rural e urbana, e distribuição por sexo e idade ➔ População total ● Número total de pessoas residentes e sua estrutura relativa, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. ● Objetivos: prover o denominador para cálculo de taxas de base populacional, dimensionar a população alvo de ações e serviços, analisar variações geográficas e temporais na distribuição de idades. ➔ Razão de sexo ● Número de homens para cada grupo de 100 mulheres, na população residente em determinado espaçogeográfico, no ano considerado. ● Expressa a relação quantitativa entre os sexos. ● É influenciado por taxas de migração e de mortalidade. ● Utilizado para analisar variações geográficas e temporais na distribuição da população por sexo e identificar necessidades de estudos de gênero. x 100Número de residentes do sexo feminino Número de residentes do sexo masculino ➔ Taxa de crescimento da população ● Percentual de incremento médio anual da população residente em determinado espaço geográfico, no período considerado. ● O valor refere-se a média anual obtida para um período de anos compreendido entre dois censos demográficos. ● A taxa é influenciada pela dinâmica da natalidade, da mortalidade e das migrações. ● Utilizada para analisar variações geográficas e temporais do crescimento ● populacional e realizar estimativas e projeções populacionais, para períodos curtos. ➔ Grau de urbanização @futura.dra.minghe ➔ Proporção de menores de 5 anos de idade ● Percentual de pessoas com menos de cinco anos de idade, na população total residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. ● Indica a participação relativa do segmento populacional de menores de cinco anos no total da população. ● Está associado aos níveis de fecundidade e natalidade, que repercutem na estrutura etária da população. ● Regiões com reduzidas taxas de fecundidade -> menor proporção de crianças. ● Utilizado para analisar variações geográficas e temporais. x 100População total residente, excluída a de idade ignorada Número de crianças residentes menores de cinco anos de idade 2) Envelhecimento: é a acumulação progressiva de uma população nos grupos de idades avançadas, ou seja, a população com mais de 60 anos de idade. ➔ Proporção de idosos na população ● Percentual de pessoas com 60 e mais anos de idade na população total residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. ● Indica a participação relativa de idosos na população geral e reflete o ritmo de envelhecimento da população. ● Limita as imprecisões da base de dados utilizada para o cálculo do indicador (gera falhas na declaração da idade) ● As migrações seletivas por idade exercem influência na composição desse grupo populacional. x 100 População de idosos (pessoas com + de 60 anos) População total residente, excluída a de ignorada ➔ Índice de envelhecimento ● É a relação entre as pessoas com 60 anos e mais e a população com menos de 15 anos. ● Valores elevados -> transição demográfica em estágio avançado. ● Reflete o ritmo de envelhecimento da população. ● Subsidiar a formulação, gestão e avaliação de políticas públicas nas áreas de saúde e de previdência social. ● Limita imprecisões da base de dados -> falhas na declaração da idade. @futura.dra.minghe x 100 Grupo de idosos (pessoas com + de 60 anos) Grupo de jovens (pessoas menores de 15 anos) ➔ Razão de dependência ● Relaciona os dois segmentos economicamente dependentes (jovens e idosos) à população economicamente ativa: de pessoas dependentes por 100 adultos em idade economicamente ativa. x 100 Grupo de jovens + Grupo de idosos Grupo economicamente ativo (pessoas entre 15 e 59 anos) 3) Nascimento ➔ Razão entre nascidos vivos informados e estimados Declaração de nascido: características informadas na Declaração de Nascido Vivo (DN): cartório, local de ocorrência, mãe (idade e escolaridade), raça/cor, gestação e parto (pré-natal, tipo de parto), recém nascido (peso, anomalias), identificação, preenchimento. Fertilidade: designa a capacidade (biológica) de gerar filhos (toda mulher, teoricamente, tem essa capacidade desde a menarca à menopausa) Fecundidade: refere-se a real geração de filhos, ou seja, a materialização do potencial de procriar. É estabelecida a faixa etária entre 15 e 49 anos para a de idade. Usada para indicar o desempenho reprodutivo efetivo de uma mulher ou de um grupo de mulheres que já completaram o período reprodutivo. ➔ Taxa bruta de natalidade ● Número de nascidos vivos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. ● Expressa a intensidade com a qual a natalidade atua sobre uma determinada população. ● A taxa bruta de natalidade é influenciada pela estrutura da população, quanto à idade e ao sexo. x 1000População da área, no ano considerado N º total de nascidos vivos, em determinado local e período ➔ Taxa específica de fecundidade x 1000N º de mulheres de mesmo grupo etário, no mesmo local, na metade do período N º total de nascidos vivos, em determinado local e período, de mulheres de um dado grupo etário @futura.dra.minghe ➔ Taxa de fecundidade total ● É uma medida mais apropriada da intensidade da geração de filhos em uma população do que a taxa de natalidade. x 1000 N º de nascidos vivos, em determinado local e período População de mulheres de 15 a 49 anos na mesma área e período 4) Mortalidade ➔ Razão entre óbitos informados e estimados ➔ Mortalidade proporcional por idade ➔ Mortalidade proporcional por idade, em menores de 1 ano de idade ➔ Taxa bruta de mortalidade 5) Esperança de vida ao nascer - Representa o número esperado de anos a serem vividos a partir de uma determinada idade, em média, pelos indivíduos integrantes de uma corte. - Se referida ao nascimento é denominada expectativa de vida ao nascer. - Mantidas as condições de mortalidade existentes até o momento dos cálculos, a Esperança de Vida (EV) é o número médio de anos que restam a ser vividos, dado que se atingiu uma certa idade. - A EV pode ser calculada para 0 ano e para qualquer idade. ➔ Esperança de vida ao nascer ➔ Esperança de vida aos 60 anos de idade @futura.dra.minghe Uso de Dados Epidemiológicos O QUE SÃO DADOS EPIDEMIOLÓGICOS? - Os dados epidemiológicos, em geral, são fruto de observações às quais se atribuem significados. Representam, mesmo que parcialmente, a realidade que se pretende revelar. - São mecanismos para expressar diferentes dimensões de determinados eventos ou fenômenos. - Tratam-se de dados estruturados, para os quais se estabeleceu de antemão significado e codificação. - Eles podem ser: ❖ Enumerações: contagens. ❖ Quantidades: medida. ESTRUTURA DOS DADOS - Ao se definirem propósitos e métodos de um estudo epidemiológico, são analisados ao menos 3 elementos: 1) Unidade de análise: quem analisar? Objeto da descrição, classificação, enumeração ou medida. Classificação da unidade de análise: ❖ Individualizado: análise registrada para cada indivíduo (cada dado corresponde a um indivíduo) ❖ Agregado: análise registrada para o coletivo (população de um município, família, etc). 2) Variável ou dimensão: quais seus atributos ou características? Qualifica ou especifica o objeto da contagem, a unidade de análise. Ex: idade, peso, cor da pele, etnia, escolaridade, ocupação, etc. Classificação da variável: ❖ Quantitativa: utiliza valores numéricos. ➢ Variáveis discretas → valores inteiros (geralmente resultado de contagens) Ex: número de filhos, número de bactérias por L. de leite, número de cigarros fumados/dia, etc. ➢ Variáveis contínuas → assumem valores em uma escala contínua (reta real) Ex: anos completos, peso (Kg), altura (cm / m), tempo (h/min/seg), pressão arterial, hemoglobina. ❖ Qualitativa: definida por categorias. ➢ Variáveis nominais → não existe ordenação entre as categorias Ex: sexo, região do país, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio ➢ Variáveis ordinais → existe uma ordenação entre as categorias Ex: escolaridade (ens. Fundamental, ens. Médio, ens. Superior), escala de dor (1=leve, 2=moderada, 3=intensa, etc) @futura.dra.minghe3) Valor ou quantidade: como mensurar seus atributos? É o elemento do dado que se aplica diretamente os cálculos dos parâmetros, indicadores e índices; São definidos em unidades de medida e segundo uma escala correspondente para avaliar os valores (mínimo e máximo, por exemplo). INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS - Instrumento de coleta de dados é importante na forma como a variável foi coletada. ❖ Ex: variável idade se coletada em anos incompletos, é uma variável quantitativa contínua; entretanto, se for coletada em faixas etárias (0 a 10 anos; 11 a 20 anos, etc), será qualitativa ordinal. - A escolha da forma de coletar os dados depende da informação. - Agrupamento de todas as variáveis escolhidas e envolvidas no estudo. Possibilita o registro das mesmas durante a coleta. - Tipos de instrumentos: questionários, roteiros de entrevista, gravadores de som, filmadoras digitais, desenhos, softwares. - As formas de registro das informações coletadas: conforme a necessidade. - Isso irá também influenciar na forma de coleta, se as questões serão: ❖ Abertas (dissertativas) ❖ Fechadas (alternativas) - As questões devem ser claras, emocionalmente neutras, utilizando palavras simples e comuns (analisar público-alvo do instrumento) e evitando juízo de valor. FONTE DE DADOS - São de interesse da Epidemiologia e contribuem para revelar o quadro sanitário da população, possibilitando o entendimento dos processos saúde-doença-cuidado. - Dados primários: obtidos diretamente por quem formulou e escolheu os métodos, planejou a coleta e ou participará da sua análise. Possibilita o controle da qualidade dos dados. - Dados secundários: coletados por outros pesquisadores. Frequentemente disponíveis em sistema de informação, dados censitários ou inquéritos populacionais em saúde. Os métodos de coleta de dados e a unidade de análise foram pré-estabelecidos e não podem ser modificados. - Dados podem ser obtidos de forma: ❖ Episódica: podem ter periodicidade definida ou não. Dados episódicos com periodicidade definida: censos demográficos – são coletados a cada 10 anos. Dados episódicos sem periodicidade definida: provenientes de pesquisas pontuais, que tem por objetivo a descrição da situação de saúde de uma dada população ou identificar fatores de risco e determinantes de doenças e agravos à saúde. @futura.dra.minghe ❖ Contínua: processo de registro sequencial e universal de dados estabelecido institucionalmente. Em geral alimentam sistemas de informação. Podemos incluir, por exemplo: dados de cartórios do registro civil; registros em prontuários clínicos; registro dos serviços de medicina legal; declaração de óbito; declaração de nascido vivo; ficha de notificação de casos de doenças e agravos à saúde. @futura.dra.minghe Transição demográfica - Efeitos que as mudanças na natalidade e mortalidade provocam sobre o ritmo de crescimento populacional e estrutura por idade. - Processo caracterizado pelo declínio nas taxas de mortalidade e natalidade, levando ao envelhecimento populacional. - Fecundidade da mulher brasileira: número médio de filhos que uma mulher teria ao final de sua idade reprodutiva. - Natalidade: número de pessoas que nascem por 1000 habitantes durante 1 ano. - Migração: movimentação dos indivíduos de uma localidade para outra. FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA ➔ Fase 1: certo equilíbrio entre as taxas de natalidade e mortalidade →sociedades com baixo desenvolvimento socioeconômico → elevados índices de nascimento e elevados índices de óbitos (epidemias, baixa expectativa de vida, condições precárias de saneamento, etc) ➔ Fase 2: “explosão demográfica” →crescimento acentuado da população em um período de tempo→diminuição brusca das taxas de mortalidade →melhorias sociais e econômicas de uma população (Europa, EUA, Canadá →“Baby Boomers”) ➔ Fase 3: Redução das taxas de natalidade→ desenvolvimento de uma sociedade → difusão do planejamento familiar, inclusão da mulher no mercado de trabalho, intensa urbanização, etc. ➔ Fase 4: taxas de natalidade e mortalidade novamente em equilíbrio → total controle do crescimento demográfico. @futura.dra.minghe Transição epidemiológica - Modificações, de longo prazo, nos padrões de morbi-mortalidade e de invalidez relativos à uma população específica. Tais alterações ocorrem concomitantemente a outras transformações, como econômicas, demográficas, socioculturais e ambientais. - O processo engloba três mudanças básicas: 1) Aumento da prevalência das doenças crônicas não-transmissíveis e causas externas, e redução da prevalência das doenças transmissíveis. 2) Deslocamento da carga de morbi-mortalidade dos grupos etários mais jovens para os mais idosos. 3) Transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade é dominante. FASES DA TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ➔ Era da Fome e Pestilência: níveis de mortalidade e fertilidade elevados, predomínio de doenças infecto-contagiosas, desnutrição e problemas de saúde reprodutiva. Expectativa de vida entre 20 e 40 anos. ➔ Era das Doenças Infecciosas: níveis de mortalidade diminuem. A queda da mortalidade se acentua quando as epidemias tornam-se menos frequentes ou desaparecem. Expectativa de vida entre 30 e 50 anos. ➔ Era das DCNT: níveis de mortalidade em declínio. Expectativa de vida entre 50 anos e 70 anos. Queda continuada das taxas de fertilidade resulta na redução do crescimento populacional e no aumento da proporção de idosos. ➔ Período de declínio da mortalidade por DCVs: declínio da mortalidade por doenças cardiovasculares: envelhecimento populacional, modificações no estilo de vida, doenças emergentes e surgimento de novas doenças. Expectativa de vida entre 70 e 85 anos ➔ Período de longevidade paradoxal, emergência de doenças ainda consideradas enigmáticas: capacitação tecnológica para assegurar a atenção às necessidades especiais de indivíduos com limitações permanentes, através de próteses químicas e físicas. Expectativa de vida > 85 anos de vida. @futura.dra.minghe Transição nutricional - Transformações que impactam no perfil nutricional, no padrão alimentar e estado de saúde de uma população, influenciadas por mudanças sociais, econômicas e demográficas. - Países desenvolvidos e em desenvolvimento (Brasil) → Antagonismo entre uma situação anterior de desnutrição e a tendência atual à obesidade. - Refere-se à passagem da desnutrição à obesidade, devido às alterações nos padrões alimentares e de atividade física. ECONOMIA DIETA E ATIVIDADE FÍSICA DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS POLÍTICAS Extrativista primitiva Variada (caça, raiz) Pouco frequentes - Agrícola primitiva Monótona Deficiência energética Crise, diversificar a dieta Agrícola desenvolvida Menos monótona Deficiências nutricionais Diversificar dieta Industrial Abundante Obesidade Menos sal, gordura, açúcar Pós-industrial Variada Raros Dieta saudável @futura.dra.minghe
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