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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CAMPUS TOLEDO CURSO DE AGRONOMIA DICIPLINA AVALIAÇÃO E PERÍCIA FRANCIELI CRISTINA GESSI JACSON ROBERTO MORASKI LARISSA APARECIDA GONÇALVES MARCOS HENRIQUE WERLE LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL EROSÃO HÍDRICA TOLEDO MAIO 2020 FRANCIELI CRISTINA GESSI JACSON ROBERTO MORASKI LARISSA APARECIDA GONÇALVES MARCOS HENRIQUE WERLE LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL EROSÃO HÍDRICA Laudo técnico ambiental, apresentado à disciplina Avaliação e Pericia do Curso de Graduação em Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná para obtenção de nota parcial semestral. Orientador: Prof. Dr. Gert Marcos Ludeck TOLEDO MAIO 2020 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Ludeck – Dr. LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL EROSÃO HÍDRICA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 4 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL/CRIMINAL DE Assis Chateaubriand-PR AUTOS N° 0001/2020 AÇÃO DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS REQUERENTES: Sr. Dr. Antenor Salazar REQUERIDO: Sr. Antonio Helmer Jacson Roberto Moraski, Engenheiro Agrônomo, Portador da carteira (conselho de classe) sob n° 1500 000 000/2017 D, perito judicial (Francieli Cristina Gessi, Larissa Aparecida Gonçalves e Marcos Henrique, assistentes técnicos) nomeado(s) nos presentes Autos, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência para apresentar o presente Laudo Pericial. Objeto da Perícia: Avenida Paraná, 356 – Bragantina - Assis Chateaubriand- PR CEP: 85935- 000 Em relação aos quesitos formulados pelos Requerentes às folhas 01 a 15, dos presentes Autos, responde-se na mesma ordem, balizando a resposta pela legislação Federal, Estadual e Municipal. I) Houve erosão hídrica na área de lavoura? Resposta: Sim, houve erosão laminar conforme evidenciado nas figuras 6 a 8. 2) A área possui o número de terraços suficiente? Resposta: Não, a falta de terraços foi prejudicial, levando ao aceleramento da erosão no local, conforme figura 8. 3) Será necessária a construção de novos terraços para conter a erosão na área e manutenção na estrada? Resposta: Sim, pois as águas da chuva saem da estrada e são absorvidas pelos terraços nas lavouras, por isso a estrada deve estar conservada e nivelada para distribuir as águas para ambos os lados das propriedades e as pontas dos terraços. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 5 À disposição de Vossa Excelência para outras informações que julgar pertinentes. Assis Chateaubriand/ PR _________________________________________ Perito judicial (conselho regional) n° . Anotação ou Registro Responsabilidade Técnica – ART ou RRT n° _________________________________________ Assistente técnico - defesa (conselho regional) n° . Anotação ou Registro Responsabilidade Técnica – ART ou RRT n° _________________________________________ Assistente técnico - acusação (conselho regional) n° . Anotação ou Registro Responsabilidade Técnica – ART ou RRT n° 1. EXAME DO LOCAL 1.1 Localização da Área A área vistoriada, denominada Lote Rural 300 (figura 1), a qual se encontra situada na localidade Bragantina, Ramal Jambo no município de Assis Chateaubriand/PR (24º35’20,54” S -53º36’19,02”0). Com a utilização do software Google Earth, a imagem gerada na figura 2 demonstra que a está ocorrendo erosão hídrica na propriedade proponente. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 6 Figura 1 – Imagem aérea Lote Rural 300– (Fonte: Google Earth, 2020). Figura 2 – Primeiro bigode (caixa) da propriedade do proponente recebendo água da estrada e do vizinho. (Fonte: Os autores, 2019) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 7 1.2 Situação Legal da Área A propriedade notificada é conduzida por Antônio Helmmer, onde 18,00 ha são destinados a culturas anuais como soja no verão e milho safrinha no inverno (anexo 1). A propriedade está localizada no distrito de Bragantina no município de Assis Chateaubriand - PR. A área vistoriada Lote Rural 300 é uma área de caráter privado, conduzida por Antonio Helmer localizada no Município de Assis Chateaubriand/PR. A área analisada possui 18 hectares que são destinados a produção de culturas anuais como soja no verão e milho safrinha no inverno. 1.3 Recursos Hídricos A propriedade não possui margens de recursos de recursos hídricos, está situada na bacia do Rio Piquiri. 1.4 Climatologia O clima da região é classificado por Köeppen como Cfa, ou seja, subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes, geadas pouco frequentes e tendência de chuvas concentrada nos meses de verão, sem uma estação seca definida (CAVIGLIONE, 2000). 1.5 Solos O solo é classificado segundo a EMBRAPA, como LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico que tem como característica solos com saturação por bases alta (V >50%) e teores de Fe2O3 de 180g Kgˉ¹ a < 360g Kgˉ¹, ambos na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B. A textura do solo é argilosa com boa aptidão de solo devido a pouca ocorrência natural de erosão. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 8 A área apresenta declividade média oficial de 7 % de acordo com o ITCG. Em medição a campo a declividade obtida foi de 3 a 7 %, variando de acordo com os terraços 1.6 Vegetação Não existe vegetação nativa na propriedade, porém existem áreas compostas por diversas espécies nativas nos arredores nas propriedades vizinhas. 1.7 Fauna Na vistoria ao local, sendo área de lavoura não identificamos variedade de fauna, somente os mais comuns existentes nesse tipo de cultivo. 1.8 Área de Preservação Existem áreas de preservação permanente compostas por espécies nativas nas propriedades vizinhas (Figura 3). Figura 3 – Áreas vizinhas com áraes de preservação permanente. 1.9 Infraestruturas PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 9 A perícia na propriedade não constatou a existência de benfeitorias, visto que a área é somente de lavoura, porém na sede existe uma casa de alvenaria, um barracão de máquinas e um trator, uma semeadeira, um pulverizador e uma colhedoura em bom estado de conservação. As vias rurais municipais e estradas e carreadores dentro da propriedade encontram se em bom estado de conservação. 2. DISCUSSÃO A presente área em estudo atualmente é constituída por 18 hectares, os quais são ocupados por cultivo de culturas anuais como soja no verão e milho safrinha no inverno. Devido ao estado de conservação dos terraços será necessário a checagem do nível e redimensionamento destes, através do cálculo da área de seção do canal e de acordo com as tabelas de espaçamento horizontal e vertical do IAPAR. Construção de 1 terraço na parte alta. As práticas vegetativas existentes como o uso de cobertura morta da safra anterior devem ser continuadas, prática essa quejá vem sendo utilizada pelo produtor, mas a rotação de cultura deve abranger mais espécies, podendo ser usada aveia no inverno como uma alternativa de cobertura verde e nabo forrageiro para descompactação. A prática mecânica de plantio em nível deve ser mantida, e a aplicação de defensivos e manejo em nível deve ser adotada o que exige maior cuidado no trânsito de máquinas pela área. Efetuar descompactação do solo principalmente nos canais dos terraços. 0 sistema de terraceamento deve receber manutenção periódica. As práticas edáficas existentes que são o uso do solo de acordo com sua capacidade, calagem e adubação química e orgânica devem ser continuadas, quanto a adubação verde deve ser fortalecida com semeadura no inverno de espécies para essa finalidade. As águas da chuva saem da estrada e são absorvidas pelos terraços nas lavouras, por isso a estrada deve estar conservada e nivelada para distribuir as águas para ambos os lados das propriedades e as pontas dos terraços abertas. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 10 Figura 4 – Estrada a montante da propriedade. Inicio de erosão hídrica. Figura 5 – Água das chuvas não entra na propriedade vizinha devido barranco. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 11 Figura 6 - Erosão laminar proveniente da área a montante acima do proponente. Figura 7 - Erosão causada pela falta de passadores na estrada e falta de terraços na área de lavoura a montante. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 12 Figura 8 - Falta de terraços para conter a erosão. Propriedade a montante deve levantar mais terraços para conter a água das chuvas e não prejudicar propriedades a jusante. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 13 Figura 9 – Propriedade á montante para não prejudicar á jusante. 2.1. Impactos Ambientais esperados para a área Com a permanência do caso nas formas atuais, acarretará no aumento da erosão evoluindo de laminar, sulco a voçorocas; Com a evolução da erosão hídrica a área estará perdendo os atributos físicos e químicos do sol; Bem como, acarretará da diminuição da riqueza biológica e microbiológica do solo. 2.2. Apreciação dos quesitos 1) Houve erosão hídrica? Resposta: Sim, houve erosão laminar conforme evidenciado nas figuras 6 a 8. 2) A área possui o número de terraços suficiente? PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 14 Resposta: Não, a falta de terraços foi prejudicial, levando ao aceleramento da erosão no local, conforme figura 8. 3) Será necessária a construção de novos terraços para conter a erosão na área e manutenção na estrada? Resposta: Sim, pois as águas da chuva saem da estrada e são absorvidas pelos terraços nas lavouras, por isso a estrada deve estar conservada e nivelada para distribuir as águas para ambos os lados das propriedades e as pontas dos terraços abertas 3. CONCLUSÃO A conferência dos terraços de ser realizada com nível de precisão e a execução efetuada com maquinário adequado, os terraços presentes na área já apresentam espaçamento horizontal dentro do recomendado por literatura especializada, sendo assim apenas a área de secção será aumentada. As coordenadas estão de acordo com a tabela 4, e segue os parâmetros estabelecidos por Lombardi Neto et al.,1994 (tabela 5 e 6), levando em consideração o Agrupamento de solos segundo sua resistência a erosão e a declividade encontrada na área. Para manter o dimensionamento o produtor deverá efetuar um bom manejo de solo, com cobertura de solo constante e utilizar as boas práticas de agricultura As práticas vegetativas existentes como o uso de cobertura morta da safra anterior devem ser continuadas, prática essa que já vem sendo utilizada pelo produtor, mas a rotação de cultura deve abranger mais espécies, podendo ser usada aveia no inverno como uma alternativa de cobertura verde e nabo forrageiro para descompactação. A prática mecânica de plantio em nível deve ser mantida, e a aplicação de defensivos e manejo em nível deve ser adotada o que exige maior cuidado no trânsito de máquinas pela área. Efetuar descompactação do solo principalmente nos canais dos terraços. 0 sistema de terraceamento deve receber manutenção periódica. As práticas edáficas existentes que são o uso do solo de acordo com sua capacidade, calagem e adubação química e orgânica devem ser continuadas, quanto a adubação verde deve ser fortalecida com semeadura no inverno de espécies para essa finalidade. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 15 Estas medidas tem o intuito de conter a erosão ocorrida no terreno do proprietário e vizinhos a fim de cessar a perda de produção nas culturas e conservar a estrutura do solo. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINARIA CURSO DE AGRONOMIA Professor Gert Marcos Lubeck – Dr. 16 4. REFERENCIAS CAVIGLIONE, J. H. et al. Cartas climáticas do Paraná. Londrina: IAPAR, 2000. CD-ROM EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro nacional de pesquisa de solos (Rio de Janeiro, RJ). Manual de análises de solo. Rio de Janeiro, v.02 p.306, 2006. LOMBARDI NETO, F. et al. Terraceamento agrícola. Campinas: CATI, 1994. (Boletim Técnico, 26)
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