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Medicina UNEB – Turma XIII P á g i n a | 1 CICLO Do glucagon Desempenha um importante papel na regulação da homeostasia da glicose por efeitos antagonistas sobre a ação da insulina. É sintetizado na forma de pré-pró-glucagon e clivado, liberando o glucagon, GLP 1 e GLP 2. O pré-pró-glucagon é expresso não apenas no pâncreas, mas também em outros tecidos, como as células enteroendócrinas no TGI e no cérebro. Todavia, o processamento do pró-hormônio difere entre os tecidos, nas células α do pâncreas é formado o glucagon; e nas células intestinais, o GLP 1. O GLP 1 é produzido em resposta a uma concentração elevada de glicose no lúmen intestinal, sendo conhecido como uma incretina, um mediador que amplifica a liberação de insulina das células β em resposta a uma carga de glicose. Possui meia-vida curta (5 a 10 minutos) e é degradado em até 80% pelo fígado em uma só passagem. Isso significa que grande porção do hormônio nunca chega à circulação sistêmica. O fígado é o principal órgão-alvo do glucagon, havendo efeitos menores nos adipócitos. A proporção insulina-glucagon determina o efeito final das vias metabólicas sobre a glicemia. o ↓Glicemia Baixos níveis de glicose que têm um efeito direto sobre as células α e aumentam a secreção de glucagon. Pode ocorrer um efeito indireto pela remoção da inibição da insulina sobre essas células. o Adrenalina Estimula a liberação de glucagon por um mecanismo β2-adrenérgico (enquanto suprime a liberação de insulina das células β por um mecanismo α2-adrenérgico). o ↑Aminoácidos Após uma refeição rica em proteínas há estímulo dessa liberação. Isso significa que uma refeição proteica aumentará os níveis pós-prandiais de insulina e glucagon (que protege contra a hipoglicemia), enquanto uma refeição de carboidratos estimula apenas a insulina. o ↑Glicemia Uma refeição rica em carboidratos suprime a liberação de glucagon e estimula a liberação de insulina pelas células β por meio da liberação intestinal de GLP 1. Medicina UNEB – Turma XIII P á g i n a | 2 É um receptor acoplado à proteína Gas, assim como o receptor de GLP1. A ligação do glucagon ativa a adenilato-ciclase e resulta em acúmulo intracelular de AMPc, mobilização do Ca2+ intracelular, ativação da PKA e fosforilação das proteínas efetoras. O complexo glucagon-receptor sofre endocitose em vesículas intracelulares, onde o glucagon é degradado. o Estimula a fosforilação da lipase sensível ao hormônio, a enzima envolvida na degradação dos TG em glicerol e ácidos graxos livres, liberando-os na circulação. o O glicerol liberado na circulação pode ser utilizado no fígado para gliconeogênese ou para reesterificação. o No fígado, os AGLs são utilizados para reesterificação ou podem sofrer b-oxidação e conversão em corpos cetônicos. o Promove gliconeogênese (aumento das concentrações plasmáticas de glicose). o Estimula a degradação do glicogênio. o Inibe a glicólise hepática; de modo global, essas ações antagonizam os efeitos da insulina. o O músculo esquelético não expressa o receptor para o glucagon. Na cetoacidose diabética, a gliconeogênese no fígado está muito ativada. A glicose em excesso no sangue aumenta a osmolaridade que, quando pronunciada, pode resultar em coma diabético. A ausência de insulina e os níveis elevados dos hormônios contrarreguladores glucagon, adrenalina e cortisol combinam se para aumentar a atividade da lipase sensível ao hormônio, aumentar a liberação de ácidos graxos livres e diminuir a atividade da acetil-CoA-carboxilase, comprometendo a reesterificação dos ácidos graxos livres e promovendo a conversão dos ácidos graxos em corpos cetônicos. Medicina UNEB – Turma XIII P á g i n a | 3 o No fígado, os ácidos graxos sofrem β-oxidação a acetilCoA. A acetil-CoA condensa-se com o oxaloacetato, formando citrato na etapa de entrada no ciclo de Krebs; o Por conta de uma baixa razão insulina:glucagon, a gliconeogênese é favorecida; o Assim, o oxaloacetato é utilizado preferencialmente para a gliconeogênese, diminuindo sua disponibilidade para condensação com a acetil-CoA; o A acetil-CoA é desviada do ciclo de Krebs e utilizada preferencialmente para a formação de corpos cetônicos, que envolve a β-oxidação dos ácidos graxos e formação de acetoacetato, 3-β- hidroxibutirato e acetona; o A acetona é um composto altamente lipossolúvel, que é excretado de modo lento pelos pulmões e é responsável pelo odor de fruta da respiração de indivíduos com cetoacidose diabética. Os corpos cetônicos no sangue sofrem difusão livre através das membranas celulares e atuam como fonte de energia para tecidos extra-hepáticos, incluindo o cérebro, o músculo esquelético e os rins. Na presença de pH fisiológico, os corpos cetônicos sofrem dissociação completa. A consequente liberação de H+ do metabolismo dos corpos cetônicos ultrapassa a capacidade de tamponamento do sangue, levando ao desenvolvimento de acidose metabólica. Quando grave, essa condição pode levar ao coma. Fontes: Berne, 7ª Ed; Molina, 4ª Ed.
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