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Aula10_20200517170831

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Controle de qualidade e 
metrologia
INTRODUÇÃOMETROLOGIA 
Calibração Industrial
BIBLIOGRAFIA 
UTILIZADA NO 
SEMESTRE
1. Metrologia e Incertezas de Medição: 
Conceitos e Aplicações – Alexandre 
Mendes e Pedro Paulo. Editora LTC; 
2. Práticas de Metrologia – Bruna Madeira 
Araújo e Renato Batista da Cruz. 
Introdução 
O resultado de uma calibração é a relação entre 
as leituras de um instrumento de medição, ou 
sistema de medição, e os valores indicados pelo 
padrão; 
É possível que este instrumento de medição, 
também chamado objeto da calibração, uma 
vez calibrado, possa ser usado como padrão 
para calibrar outros instrumentos de medição;
Os laboratórios que realizam calibração 
podem pertencer ou não à Rede Brasileira de 
Calibração (RBC); 
Os laboratórios pertencentes à Rede são 
acreditados e auditados pelo Inmetro; 
Os laboratórios que não integram a RBC 
também podem efetuar calibrações, desde 
que usem padrões rastreáveis pela RBC; 
Para tanto, é necessário que seus padrões 
sejam calibrados por laboratórios 
pertencentes à Rede Brasileira de Calibração.
Conceito de Calibração
Operação que estabelece, sob condições especificadas, numa primeira 
etapa, uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecida por 
padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; 
Numa segunda etapa, utiliza esta informação para estabelecer uma relação 
visando a obtenção de um resultado de medição a partir de uma indicação.
Nota 1
• Uma calibração pode ser expressa por meio de uma declaração, uma função de 
calibração, um diagrama de calibração, uma curva de calibração ou uma tabela de 
calibração; 
• Em alguns casos, pode consistir de uma correção aditiva ou multiplicativa da 
indicação com uma incerteza de medição associada;
Nota 2
• Convém não confundir a calibração com o ajuste de um sistema de medição, 
frequentemente denominado de maneira imprópria “autocalibração”, nem com a 
verificação da calibração.
Nota 3
Frequentemente, apenas a primeira etapa na definição acima é 
entendida como calibração.
• Observe que, segundo o VIM (2012), calibrar é o ato de 
confrontar o comportamento metrológico de um 
instrumento de medição com um padrão de referência, 
que pode ser um instrumento de medição padrão, um 
sistema de medição padrão, uma medida materializada ou 
um material de referência certificado (MRC).
• O senso comum considera calibrar como consertar um equipamento. Por este 
motivo, muitos profissionais entendem, erroneamente, que não seja necessário 
calibrar um equipamento novo, recém-comprado, por pensar que ele está em 
perfeito estado de uso; 
• O equipamento pode estar em perfeito estado, mas não sabemos suas 
características metrológicas, tais como seu erro de medição, sua incerteza de 
medição, sua tendência instrumental, sua histerese, entre outras;
Não devemos usar o termo aferição quando nos 
referirmos à calibração; 
Com a padronização da metrologia e suas normas, 
o termo aferição – sem equivalente no resto do 
mundo – passou a ser desconsiderado; 
Na verdade, o termo aferição está em desuso, não 
mais constando no Vocabulário Internacional de 
Metrologia, e, portanto, não deve ser empregado; 
Quando se falava em aferição, o usuário se referia 
à verificação, termo que consta no VIM e que 
iremos abordar a seguir;
Calibração x 
Verificação
A verificação é definida pelo VIM (2012) como: “Fornecimento de 
evidência objetiva de que um dado item satisfaz requisitos 
especificados”; 
Os requisitos especificados podem ser:
Especificações de um fabricante:
A histerese de um instrumento de medição;
A linearidade de um instrumento de medição;
O erro de medição em comparação a sua especificação ou norma;
Exemplo:
• Erro máximo admissível para termômetro de resistência; 
• O erro máximo admissível para um termômetro de resistência Classes A e B, 
segundo a norma DIN-IEC 751/85, vale:
• Classe B: (0,30 + 0,005t) °C 
• Classe A: (0,15 + 0,002t) °C
• Em que t é o valor da temperatura de medição
Exemplo 2: Erro máximo 
admissível para medida 
materializada
• O erro máximo admissível para 
uma medida materializada, por 
exemplo, uma massa padrão, em 
função de sua classe, conforme a 
Portaria Inmetro no 233, de 22 
de dezembro de 1994, é 
apresentado na tabela abaixo:
Atenção!
• Não confunda verificação com calibração; 
• Na calibração, obrigatoriamente, devemos determinar a incerteza de medição do 
objeto em calibração; 
• Na verificação, isso não é necessário; 
• Uma calibração pode abranger uma verificação, mas o contrário não é 
verdadeiro;
• Nesse sentido, uma calibração torna-se um procedimento mais complexo do que 
uma verificação;
Padrão de Medição
Realização da definição de 
uma dada grandeza, com 
um valor determinado e 
uma incerteza de medição 
associada, utilizada como 
referência; 
EXEMPLO 1: Padrão de 
medição de massa de 1 kg 
com uma incerteza-padrão 
associada de 3 μg.
EXEMPLO 2: Resistor-padrão de 100 Ω com uma incerteza-padrão 
associada de 1 μΩ;
EXEMPLO 3: Padrão de medição de frequência de césio com uma 
incerteza-padrão relativa associada de 2 × 10-15;
• EXEMPLO 4: Solução-tampão de referência com um pH de 7,072 e uma 
incerteza- padrão associada de 0,006; 
• EXEMPLO 5: Conjunto de soluções de referência de cortisol no soro 
humano, para o qual cada solução tem um valor certificado de uma 
incerteza padrão;
• EXEMPLO 6: Material de referência que fornece valores com incertezas de 
medição associadas para a concentração em massa de dez proteínas 
diferentes;
• Um padrão de medição apresenta-se como um sistema de medição, uma medida 
materializada ou um material de referência certificado (MRC); 
• Independentemente da forma como se apresentam, os padrões de medição possuem uma 
incerteza de medição frequentemente pequena, onerando pouco, ou quase nada, a 
incerteza final após um processo de calibração; 
• Sua incerteza de medição deve ser combinada com as demais incertezas de medição 
envolvidas no processo de calibração;
• Um padrão de medição serve de 
referencia para a calibração de outros 
padrões hierarquicamente inferiores, 
do ponto de vista da sua exatidão e 
incerteza de medição; 
Estrutura Hierárquica de Rastreabilidade 
Padrão de medição Internacional 
• Padrão de medição internacional como: “Padrão de medição reconhecido pelos 
signatários de um acordo internacional, tendo como propósito a sua utilização 
mundial”; 
• Portanto, representam as unidades de medição das várias grandezas, com a 
maior precisão e exatidão possíveis, obtidas pelo uso de técnicas avançadas de 
produção e medição e que não estão disponíveis para o usuário comum;
Padrão de 
medição 
nacional 
• “Padrão de medição reconhecido por uma 
entidade nacional para servir dentro de um 
Estado ou economia, com base para atribuir 
valores a outros padrões de medição de 
grandezas da mesma natureza”;
• Portanto, são os dispositivos mantidos pelas 
organizações e pelos laboratórios nacionais das 
diferentes partes do mundo; 
• Eles representam as quantidades fundamentais 
e derivadas, e são calibrados de modo 
independente por meio de medições absolutas; 
• O Inmetro é o responsável pela manutenção dos 
padrões nacionais no Brasil, tanto para os 
existentes em seus laboratórios próprios quanto 
para os encontrados nos laboratórios por ele 
designados;
Padrão de medição de referencia 
• “Padrão de medição estabelecido para a calibração de outros padrões de 
grandezas da mesma natureza numa dada organização ou num dado local”; 
• Esses padrões não devem ser empregados para o trabalho diário das 
medições e, preferencialmente, têm que ser mantidos em condições 
específicas de temperatura e umidade; 
• São utilizados para a calibração ou verificação dos padrões de trabalho;
Padrão da medição de trabalho 
“Padrão de medição que é utilizado rotineiramente para calibrar ou 
controlar instrumentos de medição ou sistemas de medição”;
Os padrões de medição de trabalhonormalmente são calibrados em 
relação aos padrões de medição de referência dos laboratórios de 
calibração, pertencentes ou não à RBC; 
Quando usamos um padrão de medição de trabalho para realizarmos uma 
verificação, ele é comumente chamado padrão de verificação ou padrão 
de controle;
Material de 
Referencia 
Certificado 
(MRC)
• Material de referência acompanhado 
de uma documentação emitida por 
uma entidade reconhecida, a qual 
fornece um ou mais valores de 
propriedades especificadas com as 
incertezas e as 
rastreabilidades associadas, utilizando 
procedimentos válidos;
• EXEMPLO: Soro humano com valor 
atribuído para a concentração de 
colesterol e incerteza de medição 
associada, indicados num certificado, e 
que servem como padrão numa 
calibração ou como material de 
controle da veracidade de medição;
• Os procedimentos relativos à produção e à certificação dos materiais de referência 
certificados são encontrados na ABNT NBR ISO 17034:2017 e na ABNT ISO GUIA 35:2012; 
• Um material de referência pode ser uma substância pura ou uma mistura, na forma de gás, 
líquido ou sólido; 
• Exemplos de materiais de referência são a água usada na calibração de viscosímetros, a 
safira empregada na calibração da capacidade calorífica em calorimetria e as soluções 
utilizadas nas análises químicas;
Um Material de Referência 
Certificado é sempre 
acompanhado por um 
certificado de análise, com 
um ou mais valores de uma 
propriedade ou 
característica física;
01
Esses materiais são 
certificados por 
procedimentos que 
estabelecem a 
rastreabilidade para a 
obtenção exata da unidade 
na qual os valores da 
propriedade são expressos;
02
Cada valor certificado é 
acompanhado por uma 
incerteza para um nível de 
confiança estabelecido;
03
FIM

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