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O Empregador

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O Empregador 
A DEFINIÇÃO DE EMPREGADOR NA CLT 
A CLT dispõe que “considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, 
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação 
pessoal de serviços” (art. 2.°). Cabe aqui enfatizar que para uma pessoa ser 
caracterizada como empregador, a CLT expressamente estabelece a exigência de que 
ela assuma os riscos do negócio econômico. 
A empresa é comumente conceituada como uma atividade organizada 
para a produção ou circulação de bens ou serviços destinados ao mercado, 
com objetivo de lucro. Uma empresa não necessariamente assume a forma 
de uma pessoa jurídica, conforme definidas pelo Direito Civil ou Comercial. 
No âmbito do Direito do Trabalho, assume relevância nesse conceito a assunção do 
risco da atividade econômica. A empresa deve assumir tanto os resultados positivos 
quanto os negativos do empreendimento, não podendo estes últimos ser transferidos 
ao empregado. Não é elemento essencial da definição de empregador a pessoalidade. 
Embora esse requisito seja imprescindível para a conceituação de empregado, não o é 
para a de empregador. Prova disso é o fato de o empregador poder ser substituído 
normalmente no comando dos negócios, sem que sejam afetadas em qualquer 
aspecto as relações de emprego existentes com 
os trabalhadores da empresa. O empregado, ao contrário, não pode se fazer 
substituir livremente, conforme já estudamos. 
É empregador a empresa de trabalho temporário, cuja atividade consiste 
em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, 
devidamente qualificados, remunerados e assistidos pela empresa de trabalho 
temporário. Empregador rural é a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que 
explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente 
ou por meio de prepostos e com auxílio de empregados. Empregador doméstico é a 
pessoa ou família que, sem finalidade lucrativa, admite empregado doméstico para lhe 
prestar serviços de natureza contínua para seu âmbito residencial. 
Finalmente, há que se destacar que a jurisprudência tem entendido que, na locação 
permanente de mão-de-obra, ressalvados os casos expressamente admitidos, há 
formação de vínculo empregatício diretamente com o tomador de serviços, passando 
este à condição de empregador (TST, Súmula n.° 331). 
EQUIPARADOS A EMPREGADOR 
Enquanto o caput do art. 2.° da CLT define empregador, como acima visto, o seu 
parágrafo primeiro trata das pessoas equiparadas a empregador. 
Consoante este dispositivo, “equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos 
da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as 
associações recreativas e outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem 
trabalhadores como empregados” (§ 1.°). 
O legislador optou por estabelecer essa dicotomia ~ empregador e equiparado a 
empregador - em razão de as pessoas enumeradas no § 1.° do art. 2,° da 
CLT, acima transcrito, não poderem ser enquadradas no conceito econômico de 
empresa. Entretanto, no intuito de assegurar aos trabalhadores contratados como 
empregados por essas pessoas a proteção jurídica conferida aos empregados em 
geral, o legislador, embora reconhecendo não serem elas empresas, equiparou-as 
ao empregador, para o fim de aplicação das leis trabalhistas. Qualquer instituição 
assistencial, sem fins lucrativos, que tiver trabalhadores enquadrados na condição 
de empregados, será considerada empregador, por equiparação. 
São equiparados a empregador, desde que contratem empregados, os 
sindicatos, o condomínio de apartamentos, o profissional autônomo, a associação de 
servidores etc. Podemos concluir que a CLT não foi taxativa ao indicar os tipos 
possíveis de empregador ou de pessoas a ele equiparadas. A leitura de seu art. 2.° 
evidencia que o ponto essencial da definição está no fato de haver contratação de 
trabalhadores enquadráveis como empregados, isto é, na configuração da relação de 
emprego. Em verdade, chega-se à identificação do empregador, ou daquele a ele 
equiparado, por meio da verificação da presença de empregado.

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