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Eduarda Mendes XXII PANHIPOPITUITARISMO - 17/05 Caso Clínico 15: - Amenorréia pós-parto e agalactia; - Pelos antecedentes pessoais, daria para pensar em hipotireoidismo; - Obs.: tudo começou após o último parto. - O que precisa chamar atenção no quadro: tudo isso aconteceu em uma mulher, no pós-parto com quadro de sangramento; - Sobrepeso; - HD: Sd de Sheehan - geralmente demora para fazer o diagnóstico, devido à evolução insidiosa da doença; - Como tem relação com o período do parto, dá para saber exatamente o tempo de doença. - Glicemia de jejum chama atenção, por estar mais baixa do que o normal para a idade, mas não dá para caracterizar como hipoglicemia, pois geralmente ela se apresenta em uma tríade Whipple (glicemia baixa junto com quadro clínico + recuperação depois da glicose); - Colesterol total aumentado (maioria das pessoas, é por aumento do LDL); - T4 livre muito baixo, com TSH inapropriadamente normal (chama atenção para um quadro de hipotireoidismo secundário ou terciário/central); - Prolactina: provavelmente no momento que esta mulher precisou amamentar o filho, este hormônio se encontrava baixo/insuficiente; - Motivo da agalactia. - Cortisol chama atenção por estar baixo de manhã; - Mega teste: dá para fazer todos esses testes ao mesmo tempo; Todos testes de estímulo, porque estamos diante de uma hipofunção; - Teste de TRH para ver a resposta de TSH e prolactina (TRH também estimula prolactina); - Teste de GnRH/LHRH para ver resposta de LH e FSH; Eduarda Mendes XXII - ITT: provocar hipoglicemia para dosar cortisol e GH; - Não é rotina fazer em todo mundo, geralmente se faz só os níveis basais dos hormônios. - TC: “sela vazia” → não se via com detalhes o tecido hipofisário; - Diagnóstico: panhipopituitarismo por Sd de Sheehan; - Hipófise na última fase da gravidez dobra de tamanho. É uma glândula muito vascularizada, então qualquer problema hemodinâmico pode afetá-la. Essa mulher teve uma hemorragia e isso causa isquemia na glândula e, posteriormente, necrose → vira uma sela vazia com o tempo; - Mais relacionado com falta de assistência obstétrica. HIPOPITUITARISMO ➔ Hipófise: glândula mestre; ◆ Fica dentro da sela túrcica/turca ➔ Panhipopituitarismo: a partir de 2 setores afetados. Relacionado com a adenohipófise que é ligada ao hipotálamo por um sistema porta-hipofisário. Obs.: LH, TSH, FSH e hCG (são glicoproteínas). Têm duas cadeias, uma alfa e outra beta. Sendo a alfa, muito parecida entre todos estes hormônios. ➔ Hormônios: PRL, LH/FSH, GH, TSH e ACTH. ◆ Lembrando: a prolactina é inibida pela dopamina. Pode haver um panhipopituitarismo com PRL alta ou baixa, tudo vai depender do nível afetado. Se for afetada a haste ou hipotálamo, teremos todos os hormônios baixos, com prolactina alta, porque não será inibida pela dopamina produzida no hipotálamo. Agora, se houver problema a nível de hipófise, a prolactina também estará baixa, junto com os outros hormônios, porque não terá a ver com a dopamina nesse caso. Etiologias: são muitas!! ➔ Lesões infiltrativas: lesões hipotalâmicas ou da haste; ◆ Histiocitose X; ◆ Sarcoidose; ◆ Hemocromatose; ● Lesões hipotalâmicas ou da haste. ➔ Infecções: ◆ Meningoencefalites; ◆ Tuberculose; ◆ Sífilis; ◆ Abscessos. ➔ Genéticos: mutação genes Pit-1/PROP-1; ◆ Fatores de transcrição dos hormônios hipofisários. ➔ Outras: ◆ Radioterapia; ◆ Hipopituitarismo familiar; ◆ Sd Kallmann → hipogonadismo central; ◆ Deficiência isolada GH; ◆ Idiopático. ➔ Tumores: ◆ Adenomas hipofisários (+ frequentes causa → macroadenoma); ◆ Craniofaringeomas; Eduarda Mendes XXII ◆ Meningeomas; ◆ Gliomas; ◆ Cordomas; ◆ Pinealomas; ◆ Metástases (Ca de mama, pulmão). ➔ Outras lesões: ◆ Aneurismas a. carótida; ◆ Cistos; ◆ Cirurgia; ◆ TCE; ◆ Sela vazia. ➔ Necrose e/ou infarto: ◆ Sd de Sheehan; ◆ Apoplexia hipofisária. ➔ Autoimunidade: ◆ Hipofisite linfocítica (não é comum). Quadro Clínico: → Irregularidade menstrual tendendo à amenorréia. Quadro clínico vai depender dos hormônios que estarão acometidos. Déficit de GH em crianças vai ter déficit de crescimento. Outros achados terão relação com a causa do panhipopituitarismo. Eduarda Mendes XXII Diagnóstico: ● Vai depender do hormônio deficiente; ● No caso de deficiência de PRL (redução da lactação, por ex) → dosar PRL; ● Deficiência de ACTH → dosar cortisol depois do teste de estímulo (o nível basal tem pouco valia, só vale em situação de stress que o esperado é estar alto); ○ ITT. ● Deficiência de GH → ITT ou IGF-1 basal; ● Deficiência de TSH → dosar TSH e T4 livre; ● Deficiência de LH e FSH → dosagem destes hormônios. Obs.: radioterapia → tem hormônios mais sensíveis do que outros. O GH, neste caso, é o hormônio que mais “responde” à radioterapia, podendo causar significativa diminuição dos seus níveis. Alguns tumores (possíveis etiologias de panhipo) são tratados com radioterapia que acaba atingindo a hipófise normal, podendo causar por consequência diminuição dos hormônios produzidos ali. Ou seja, a radioterapia, pode cursar com panhipopituitarismo. Tratamento: ➔ Medicamentos: por reposição hormonal; → Em casos de hipopituitarismo, o mais comum é ter o panhipopituitarismo, ou seja, deficiência de 2 ou mais hormônios. No caso de deficiência do TSH, o tratamento vai ser monitorado pelo T4L, porque neste caso o TSH não vai estar respondendo. Parte gonadal: no homem dar testosterona; nas mulheres repor estrógeno e progesterona (não é pílula, porque tem doses muito baixas).
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