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1 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 acromegalia Na imagem, vê-se um indivíduo tipicamente acromegálico, com o aumento de extremidades. Nessa imagem tem irmãos gêmeos idênticos, contudo, um deles teve um tumor esporádico (não familiar) da hipófise (adenoma hipofisário) produtor de GH (somatotrofina) que fez esse indivíduo desenvolver essas características acromegálicas e alteração da altura. Esse surgimento apareceu antes de fechar a epífise óssea, porque esse paciente continuou crescendo. Também há diferenças nas mãos e nos pés desses dois irmãos. E a mão do acromegálico tem uma mão “fofa”, com os dedos são salsichoides. A mandíbula cresce muito, podendo ter protrusão da mandíbula, podendo ter uma mordedura (imagem D). esses pacientes com acromegalia podem apresentar uma protrusão dentaria tão excedente que podem perder a mordedura. Macroglossia é outra característica. Como o GH está muito aumentado, também apresentam sudorese importante, na fronte, na mão. Acromegalia → crescimento de extremidades. O gigantismo é uma característica da acromegalia. Além disso, esses pacientes tem deficiência de estrógeno sexual (para atrasar o fechamento da epífise). • NEUROLÓGICOS: ✓ Perda visual: Primeiro é uma perda de campo visual, porque um adenoma hipofisário pode crescer até comprimir ou invadir o quiasma óptico. Se lesar o quiasma óptico, as fibras mais mediais vêm do campo nasal da retina (o campo nasal da retina enxerga o campo temporal). O que é chamado de hemianopsia temporal (perda da visão lateral). Quadro típico de lesão quiasmática. ✓ Cefaleia ✓ Neuropatias: Podem ser compressivas, como túnel do carpo (a bainha está comprimindo o nervo ulnar e causa dor). 2 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 Além disso, os nervos cranianos que passam lateralmente. • CARDIOVASCULARES: ✓ Hipertensão: O GH vai provocar hipervolemia, reter mais sódio. ✓ Hipertrofia ventricular: O derivado do GH, IGF-1, promove hipertrofia do septo ventricular e ventrículo. ✓ Cardiomegalia: Coração bem grande, mas com muita hipofunção com o passar do tempo. Esses pacientes podem falecer com insuficiência cardíaca. • ALTERAÇÕES METABÓLICAS: ✓ Hiperglicemia O GH provoca estimula neoglicogênese hepática e promove resistência insulínica. São dois fatores contribuindo para a hiperglicemia. ✓ Hipertrigliceridemia ✓ Hipercalciuria (vitamina D) • ALTERAÇÕES NO TECIDO CONJUNTIVO E PELE: ✓ Hiperhidrose: O GHRH do hipotálamo, vai para a hipófise e estimula a secreção de GH. O GH, por sua vez, vai até o fígado e estimula a síntese do IGF-1, que é a substância que vai promover o crescimento de fato. Portanto, o GH leva o nome de hormônio do crescimento, mas quem promove o crescimento de fato é o derivado. O IGF-1 vai estimular muitas glândulas, inclusive glândulas de pele (oleosa e sudorípara), por isso que tem pele oleosa, e hiperhidrose. É um sinal de atividade do tumor. Por exemplo, se faz uma cirurgia de retirada de tumor, a acromegalia não some, pois já se instalou, mas a hiperhidrose melhora. ✓ Pele grossa: Em indivíduos adultos, o que cresce são as partes moles, por isso que a pele fica mais grossa, porque a epífise já está fechada. Por um raio-X é possível medir a altura dessas partes moles. ✓ Artralgia → joelho volumoso ✓ Osteoartrite • ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS: ✓ Aumento de extremidades: Acro: extremidade Megalia: grande ✓ Prognatismo (da mandíbula) ✓ Aumento de seios da face (frontal): Pode ser visto ao raio-X, a fronte fica grande. Fronte proeminente. • GIGANTISMO: Se apresentar a doença antes do fechamento da epífise, vai apresentar gigantismo. • ALTERAÇÃO DE VASOS: ✓ Flebomegalia: veias grossas e calibrosas. • PRIMÁRIA: acontece na hipófise Produção excessiva do GH na hipófise, quando primária, o que é maioria das causas. No caso é um adenoma hipofisário que produz GH, vai para o fígado que produz IGF-1, que é o derivado de GH que vai estimular o crescimento. O excesso de GH, por sua vez, causa efeitos diretos na pressão (hipertensão) e nos triglicérides (hipertrigliceridemia). Além disso, todos os órgãos do indivíduo acromegálico irão crescer, testículo (tem um testículo enorme, mas hipogonadico), ovário, baço, tireoide. Vai depender do tempo. Diferentes tipos de tumores podem causar uma acromegalia primária, mas não precisa saber quais são todos esses, deve apenas lembrar que todos são tumores produtores de GH. Há tumores mistos, que produzem prolactina além do GH, são tumores pluri-hormonais. Isso ocorre porque a célula produtora de GH e de prolactina possuem a mesma origem embriológica (mamasomatotrofo → somatotrófo e lactotrófo). SÍNDROMES FAMILIARES: tumores familiares Endócrina múltipla: autossômica dominante (a família toda apresenta o tumor) – ligada a tumor de hipófise, tumor de pâncreas e hipoparatireoidismo. 3 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 Síndrome McCune-Albright: hiperativação de algumas glândulas, inclusive da hipófise. • GH FORA DA HIPÓFISE: Muito raro. • EXCESSO DE GHRH: Muito raro. Tumor no hipotálamo. • IGF-1 basal (grande exame para triagem) • GTT com dosagem de GH: Dá glicose, porque a glicose, o excesso de glicose, diminui o GH. Assim como a hipoglicemia aumenta o GH, porque é um hormônio contrarregulador. O GH é suprimido, 2h após a glicose oral (75g). É um teste bem simples, em que se provoca uma hiperglicemia. GH suprimido < 1 g/L após 1 – 2 horas de 75g oral de glicose. Dosagem de GH → mas é pulsátil, portanto, volta a valores considerados normais, mesmo em acromegálicos NÃO ADIANTA NÃO É FEITO ESSE EXAME!!! Esses pulsos de GH são maiores durante a madrugada. Se o tumor for grande o suficiente para alcançar a haste entre o hipotálamo e a hipófise, pode comprimir e impedir a passagem dos hormônios. Impede que os fatores hipotalâmicos (CRH, TRH, GnRH e DA) cheguem na adenohipófise, pode ter um déficit de ACTH (hipocortisolismo), TSH (hipotireoidismo), FSH e LH (hipogonadismo), e um aumento de prolactina (porque a dopamina é inibitória e não estimuladora como os outros fatores). Se tiver prolactina alta, pode ser tanto pela compressão da haste (mas assim todos os outros hormônios também devem estar suprimidos) ou por um tumor produtor de prolactina. Portanto, quando tem compressão da haste, tem um pan-hipopituitarismo com prolactina alta. ✓ Lesão da adenohipofise → tumor que cresce dentro de uma sela cercada por ossos (aumenta a pressão dentro do compartimento e vai lesando as células vizinhas, causa hipopituitarismo). ✓ Compressão da haste hipofisária → os hormônios hipotalâmicos não conseguem chegar na hipófise, causa um pan- hipopituitarismo ✓ Erosão do assoalho selar ✓ Elevação do diafragma selar ✓ Extensão suprasselar com compressão do quiasma óptico Nesse exame de imagem pode perceber como o volume do tumor diminuiu após o tratamento medicamentoso. O primeiro tratamento é sempre cirúrgico, mas por algum motivo esse paciente fez um tratamento clínico. • CIRURGIA TRANSESFENOIDAL: Entra pelo nariz, destrói o septo nasal, entra no seio esfenoidal, passa pela via transefenoidal e retira o tumor. 4 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 O sucesso na cirurgia depende muito do tamanho do tumor. Por isso que a cirurgia pode ser complementada com medicamento. • CIRURGIA CRANIOTOMIA: Se o tumor é muito grande, pode realizar uma craniotomia, mas há mais riscos, porque passa pelos tecidos neurais. • CLÍNICO: Octreoitide → age no receptor de somatostatina. É um análogo de somatostatina que pode inibir e pode, muitasvezes, reduzir o tamanho do tumor. É uma segunda opção de tratamento, a primeira opção é sempre cirúrgica. Pode ser utilizado antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor. Pegvisoman: agonista do GH. Gruda no receptor de GH, e não deixa que o GH se ligue. Portanto, reduz o IGF-1, mas não trata o tumor, e nem para a secreção de GH, portanto, o GH continua circulando e causando efeitos metabólicos. • RADIOTERAPIA: É boa para o tumor não crescer mais. Bem direcionada na região da hipófise, como está irradiando a hipófise normal também, lesa essa hipófise e causa um pan- hipopituitarismo. Idade: 45 anos Sexo: F branca, nat. e proc. de SP, casada HPMA: Paciente foi encaminhada ao ambulatório para tratamento de hipertensão arterial sistêmica. Por ocasião da consulta notou-se fácies acromegálica. Interrogada, referia aumento dos pés e das mãos, afastamento e perda de dentes, sudorese excessiva e dores articulares nos joelhos. Não sabe precisar há quanto tempo apresenta estes sintomas. No último ano tem tido cefaléias frequentes. Refere que está em amenorréia desde há 11 anos e desde então apresenta diminuição da libido. Nega alterações visuais. Nega polis. Sem queixas de hipotireoidismo ou insuficiência adrenal. IC/ISDA: HI normal, urina normal AP: IIG IIP. Nega macrossomia. Atualmente sem qualquer tipo de medicamento. AF: ndn Exame Físico: Peso: 72 Kg Altura: 1,59 m IMC: 28,4 Kg/m2 Às vezes, esses pacientes acromegálicos tem sobrepeso, mas não têm gordura corporal, possuem corpo de maratonista. PA= 150 x 100 mmHg P= 80 bpm BEG, corada, hidratada, eupnéica, anictérica, acianótica, afebril. Fácies acromegálica. Prognatismo. Pele oleosa, acne, hipertricose e hiperhidrose. Tireóide com aumento difuso (1x). Propedêutica cardíaca e pulmonar normais. Abdome: fígado palpável à 3 cm do RCD. Ext: aumento de partes moles em mãos e pés (acolchoados). Flebomegalia. Exames IGF-1 aumentado. Prolactina está aumentada. Nesse caso, fica em dúvida, será que é uma paciente que tem alguma compressão de haste ou será que é o tumor que produz prolactina? São duas hipóteses. O cortisol basal não é um bom teste para diagnosticar hipercortisolismo, é preciso fazer outros exames. Faz o teste TTOG para verificar o GH após provocar uma hiperglicemia. O GH é perto 5 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 do zero, quando chega a 50 é porque está muito alto. Em pessoas normais, quando ingere a glicose, o GH vai para valores abaixo de 1. Nos exames de imagem, mostrou que não teve compressão da haste. Portanto, provavelmente é um microadenoma (< 1cm) que produz GH e prolactina. Pode-se fazer um teste para testar o cortisolismo, com o teste do ITT, o contrário do foi feito, ou seja, estimular uma hipoglicemia, para verificar a reação do cortisol. Além disso, pode-se dosar o FSH e LH também, porque se eles estiverem aumentados, indica menopausa, e se estiverem diminuídos, indica que é por causa do tumor. O que explicaria a causa da amenorreia, se é pela menopausa da idade ou se é por causa do tumor mesmo. IGF-1 pode ser utilizado como marcador de desnutrição, porque estará baixo. Enquanto na obesidade estará alto. É um fator de crescimento celular, por isso que pode facilitar o desenvolvimento do câncer, porque estimula o crescimento das células. Os acromegálicos e o obesos precisam fazer colonoscopia com maior frequência. Além de necessitarem maior atenção para riscos oncológicos. INERVAÇÃO DA MUSCULATURA OCULAR Os IV rela VI. Obliquo superior → 4º nervo Reto lateral → 6º nervo Todos os outros → 3º nervo. Portanto, são 3 nervos que pegam a musculatura ocular. Tem o músculo oblíquo superior, oblíquo inferior, reto lateral, reto medial. Portanto, uma lesão do 6º nervo lesa o reto lateral, tem uma paresia. Assim, o reto medial puxa o olho, o paciente fica com um estrabismo convergente. Se a lesão fosse do 3º nervo, seria um estrabismo divergente, porque lesaria o músculo reto medial. Tem apoptose palpebral também. • SÍNDROME DE SEIO CAVERNOSO: Sempre que ver paciente no PS com estrabismo súbito e cefaléia, pensar nessa síndrome de seio cavernoso. É uma lesão de III, IV, IV nervos, que fez uma oftalmoplegia, que pode ser um aneurisma da carótida ou um tumor de hipófise que aumentou subitamente (apoplexia hipofisária). É um quadro de emergência neurocirurgia, porque precisa descomprimir antes de lesar o quiasma óptico e lesar o II par de nervo. • APOPLEXIA HIPOFISÁRIA: Tumor hipofisário que sofreu uma necrose ou hemorragia (infarto) e aumentou subitamente, vem o quadro de vômito, cefaleia e oftalmoplegia. Faz parte do quadro de emergências endócrinas. Faz um exame de imagem para diferenciar aneurisma de tumor de hipófise. IMPORTANTE: o indivíduo com acromegalia tem risco aumentado para câncer de cólon (câncer de intestino grosso) e um pouco aumentado também de câncer de mama. Além disso, risco maior de poliposes também. Tudo isso por causa do maior estímulo ao crescimento, pelo estímulo de IGF-1, obesidade também apresenta IGF-1 aumentado, por isso também tem os mesmos riscos para esses cânceres. 6 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 hipopituitarismo Pituitária ou hipófise são sinônimos. Hipopituitarismo não é uma doença frequente. Prevalência 46/100.000. É chamada de glândula mestre, porque vai produzir hormônios que vão estimular vários outros órgãos. Fica dentro da sela túrcica/turca. É cercada por ossos, na parte de cima localiza-se a meninge, que permite a passagem da haste. OBS: na imagem está errada, porque as gonadotrofinas estão saindo da neurohipófise, porém, são da adenohipofise. Quando se tem ACTH, TSH, GH, FSH, LH e prolactina afetados. A adenohipofise é ligada ao hipotálamo pelo sistema porta-hipofisário. O hipotálamo estimula a hipófise para produção dos hormônios hipofisários, esses hormônios estimularão a glândula alvo. Pode ter feedback negativo da glândula alvo com a hipófise ou com o hipotálamo. • CORTISOL: O CRH hipotalâmico estimula o corticotrófico para produzir ACTH. O ACTH vai ao córtex das suprarrenais e estimula o cortisol. O cortisol, por sua vez, faz feedback negativo com a hipófise e hipotálamo. Concomitantemente, o cortisol vai agir. Nesse caso, o hipocortisolismo é por causa central. 7 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 • T3 E T4: TRH estimula o tireotrófo a produzir TSH, que estimula a tireoide a produzir T3 e T4, que fazem feed- back negativo. Na situação de hipopituitarismo o T4 estará baixo mesmo que o TSH esteja alto, isso ocorre porque esse TSH produzido não é biologicamente ativo, pois apresenta um defeito na sua molécula de açúcar, mas sua parte proteica está normal. Por isso que na dosagem, o TSH pode estar normal. DOENÇA DE ADDISON X HIPOADRENALISMO CENTRAL A doença de Addison é causada por um hipocortisolismo primário, o que causa déficit de cortisol e de aldosterona. Já o hipoadrenalismo central, tem déficit de ACTH e, consequentemente, de cortisol, mas a aldosterona estará normal. Portanto, é um quadro mais brando. • LH E FSH: O GnRH do hipotálamo estimula o gonadotrofo a produzir as gonadotrofinas (LH e FSH), que vão agir nas gônadas, estimulando-as a produzir os hormônios sexuais. • GH: O GHRH estimula o somatotrofo a produzir GH. Importante ressaltar que a somatostatina inibe o somatotrofo. O GH estimula o fígado a produzir IGF-1, no meio do caminho, o GH se liga a sua proteína carreadora. O IGF-1 tem ação de crescimento e o GH age no metabolismo.O IGF-1 é que promove feedback negativo com o hipotálamo e a hipófise. • PROLACTINA: A dopamina (DA) inibe o lactotrofo a produzir prolactina, diferentemente dos outros quatro fatores hipotalâmicos que estimulam a hipófise, a dopamina inibe a hipófise. Portanto, se deixar de inibir, estimula a prolactina. Se ingere um medicamento que inibe a dopamina, pode aumentar a prolactina, como alguns antidepressivos. Porém, tem medicamentos que podem estimular diretamente a prolactina, como o estrogênio. Por isso que algumas mulheres em uso de anticoncepcional podem ter prolactina alta, porém, o estrógeno impede a produção de leite. Dessa forma, tem prolactina alta, mas não é acompanhada da produção de leite. Todos os hormônios hipofisários são secretados em pulsos. • LESÃO NO HIPOTÁLAMO OU NA HASTE: A prolactina estará alta, enquanto os outros hormônios hipofisários estarão baixos. Isso porque os fatores hipotalâmicos não 8 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 chegaram até a hipófise, dessa forma, a dopamina não estará inibindo a produção de prolactina, enquanto os outros fatores (TRH, CRH, GnRH, GHRH) não estarão chegando para estimular a produção dos outros hormônios hipofisários (TSH, ACTH, FSH e LH, GH), por isso que estará em uma situação de pan-hipopituitarismo com prolactina alta. • LESÃO NA HIPÓFISE: Síndrome de Sheehan, por exemplo. Nesse quadro, tem todos os hormônios baixo, prolactina baixa (agalactia), TSH, ACTH, GH, LH e FSH também estão baixos. • LESÕES INFILTRATIVAS: São infiltrações que causam sofrimento ao tecido. Essas três lesões cursam com alta da prolactina, porque atingem o hipotálamo e a haste. ✓ Histiocitose X → típico de lesão do hipotálamo e da haste ✓ Sarcoidose ✓ Hemocromatose • INFECÇÕES: lembrar que a meninge passa próximo à hipófise ✓ Meningocefalites ✓ Tuberculose ✓ Sífilis ✓ Abscessos • GENÉTICOS: ✓ Mutações nos genes Pit-1/PROP-1 Há uma infinidade de genes que podem causar essa situação. Pit-1 → deficiência de GH, TSH e PRL PROP- 1 → deficiência de GH, LH, FSH, TSH, ACTH, PRL São fatores de transcrição dos hormônios hipofisários. • OUTROS: ✓ Radioterapia ✓ Hipopituitarismo familiar ✓ Síndrome de Kallmann (cursa com anosmia) ✓ Deficiência isolada GH • TUMORES: ✓ Adenomas hipofisários ✓ Craniofaringeomas → comum em crianças, acomete a região supraselar ✓ Meningeomas ✓ Gliomas ✓ Cordomas ✓ Pinealomas ✓ Metástases (câncer de mama e de pulmão) • OUTRAS LESÕES: ✓ Aneurismas de a. carótida ✓ Cistos ✓ Cirurgias ✓ TCE ✓ Sela vazia → pode não ter história (não achar a causa) • NECROSE E/OU INFARTO: ✓ Síndrome de Sheehan ✓ Apoplexia hipofisária → tumor. O quadro é parecido com Sheehan, a diferença é que por ser um quadro súbito, pode ter lesão de nervos. • AUTOIMUNIDADE: ✓ Hipofisite linfocítica → é raro, não é comum ter doença autoimune na região da hipófise. • HIPOGONADISMO: ✓ Diminuição da libido ✓ Irregularidade menstrual ✓ Amenorreia ✓ Infertilidade ✓ Impotência ✓ Atrofia de mamas ✓ Diminuição dos testículos ✓ Diminuição de pelos pubianos e axilares ✓ Hipopigmentação dos mamilos ✓ Proporções eunucóides (início pré- puberal) → eunuco é aquele indivíduo que ficava cuidando das mulheres nos haréns, eram meninos castrados. Esse homem ficava hipogonadico, crescia, e as pernas e os braços ficavam desproporcionais/maiores em relação ao corpo (quem fica hipogonadico e ainda está em crescimento). Apesar de hipogonadicos, esses homens tinham ereção. • HIPOTIREOIDISMO: ✓ Intolerância ao frio ✓ Constipação ✓ Fadiga ✓ Pele ressecada 9 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 ✓ Apatia ✓ Déficit de memória ✓ Hipotermia ✓ Bradicardia • DÉFICIT DE GH: ✓ Sintomas de hipoglicemia ✓ Adiposidade abdominal → o GH é lipolítico ✓ Déficit de crescimento (em crianças) • DÉFICIT DE ACTH: ✓ Fraqueza ✓ Perda de peso ✓ Náusea e vômito ✓ Hipotensão postural → risco de levar a um choque hipovolêmico importante ✓ Sintomas de hipoglicemia • DÉFICIT DE PROLACTINA: ✓ Agalactia pós-parto • HIPERPROLACTINEMIA: ✓ Galactorreia ✓ Diminuição da libido ✓ Irregularidade menstrual ✓ Amenorreia • OUTROS: ✓ Fácies acromegálica ✓ Fácies cushingóide ✓ Hemianopsia temporal → se tem um tumor na região do quiasma óptico ✓ Cefaléia → pela compressão das meninges ✓ Paresia de musculatura extraocular → pode ter lesão de estruturas nervosas (III, IV, V e VI nervos que passam lateralmente à hipófise) A maioria dos casos é por um tumor de hipófise. O segundo é por craniofaringioma (tumor de região supra-selar, atinge a região da haste), em terceiro, causa idiopática. • SELA NORMAL: RNM de região hipofisária normal. A área em branco é típico da adenohipófise. • SELA VAZIA: Pode lesar os pares de nervos cranianos que passam próximos à hipófise. No caso, III, IV, V e VI pares. Sendo o III o mais acometido, seguido do VI. Além disso, também pode lesar o quiasma óptico, o que também causará problemas na visão. • VI NERVO: O tumor pode sofrer necrose/hemorragia e sofrer uma expansão súbita e lesar o VI nervo, que pega o musculo reto-lateral no 10 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 olho, causa oftalmoplegia (estrabismo convergente de um lado só). • III NERVO: Expande e pode acometer o III nervo, que é o mais acometido. Causa apoptose palpebral, causa estrabismo divergente, porque lesa o reto- medial. • APOPLEXIA HIPOFISÁRIA: Ocorre em tumores, em que há necrose e hemorragia. O tumor cresceu, teve uma expansão súbita para cima. Após 5 meses, reduziu. Ou seja, era um tumor que sofreu apoplexia hipofisária por tumor ou hemorragia, teve um quadro clínico imediato, com prejuízo da visão. Não foi tratado cirurgicamente, apenas medicamentoso, teve regressão do tamanho do tumor, mas continuou com pan- hipopituitarismo, porque a lesão no tecido hipofisário já se instalou. A diferença para Sheehan, é que nessa situação é causada por um tumor na hipófise, enquanto em Sheehan, era uma hipófise normal. • QUIASMA ÓPTICO: Quando o tumor cresce para cima. A lesão no quiasma pode lesar as fibras do centro (fibras que vem da parte nasal da retina). As fibras nasais da retina enxergam o campo temporal da retina. Nesse caso, o paciente perde a visão temporal (heminopsia temporal). Em amarelo tem-se a sela. Em azul, o tumor. É um tumor que está acima da sela (supra- selar), que afeta o hipotálamo. Esse paciente deve estar cego, porque teve acometimento do nervo óptico. É uma situação rara. Os macroadenomas hipofisários (tumor > 1 cm) são a principal causa de hipopituitarismo. Nessa imagem tem-se um tumor comprimindo a hipófise normal. 11 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 O germinoma acomete a linha média. A tuberculose pode causar tuberculomas na região hipotalâmica. O condrossarcoma é uma situação rara. A radioterapia também é uma causa possível. Pode-se fazer radioterapia para tratar um tumor, e esse tratamento causa um hipopituitarismo. Há células que são mais sensíveis e outras menos sensíveis à radioterapia, o GH é mais sensível, por exemplo, em 4-5 anos de doença, quase todos vão apresentar déficit de GH, enquanto o TSH é mais resistente. Quando a mulher faz uma radioterapia de hipófise, é necessário recomendar que essa mulher engravide o mais rápido possível, enquanto ainda tem hormônios hipofisários, pois depois não será mais possível. O hipopituitarismo é quando se tem deficiência dos hormônios hipofisários. Quando se tem deficiência de 2 ou maishormônios, já pode ser chamado de pan- hipopituitarismo. BG: glicemia sanguínea Quando a glicemia estava menos que 40 mg/dl após 2h de insulina. O cortisol da pessoa chegou a 10.7. Enquanto, quando a BG estava maior que 40 mg/dl, o cortisol chegou a 14.7. No ITT aplica insulina e provoca uma hipoglicemia. Quando responde bem, tem que ter uma resposta maior que 18, caso contrário, tem um déficit de resposta. Nesse gráfico mostra duas curvas, que mesmo após estimular a hipoglicemia, não teve resposta. 12 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 Raramente os déficits hormonais são isolados. Na maioria das vezes é uma lesão que garante um déficit de vários hormônios. O tratamento será através da reposição hormonal. Na reposição de ACTH, caso tenha uma situação de estresse, deve aumentar em até 3-4x a dose da prednisona. Em crianças, é feito a reposição com hidrocortisona, porque é mais fisiológica. Já para adultos, na prática, sempre se dá a prednisona. Além disso, repõe apenas com glicocorticoide, não precisa repor com mineralocorticoide como na doença de Addison. Na reposição com TSH, deve-se dosar o T4 livre para saber se a reposição está correta. Diferentemente da tireoidite de Hashimoto, em que se dosava o TSH. Nesse caso, o TSH nunca irá normalizar, porque ele é justamente o causador do problema. Quando iniciar o tratamento, sempre deve iniciar com o corticoide. Porque se começa com o TSH, pode aumentar o metabolismo. Se as lesões forem grandes, vai ter o hipopituitarismo associado. Pode ter complicações relacionadas ao local, como compressão do quiasma, hiperprolactinemia associada, compressão dos nervos, até mesmo excesso de hormônio, dependendo do tipo de tumor. Contudo, quando é um microtumor, pode ter as alterações hormonais, mas não terá nem hipopituitarismo, nem alterações por compressões locais. Como são vários setores afetados, é necessário fazer vários exames. TSH e T4 livre Cortisol basal (não é muito bom, apenas em condições de estresse) GH e IGF-1 basal É um conjunto. Se tiver dúvida em algum desses, faz-se o teste de estímulo, o mega teste. • MEGA TESTE: Injeta TRH, para ver a resposta de TSH e da prolactina. Injeta LHRH/GnRH para ver a resposta do LH e FSH. Injeta insulina, para provocar uma hipoglicemia, e dosar o GH e o cortisol. São todos testes de estímulo feitos ao mesmo tempo, isso porque diante de uma hipótese de insuficiência hormonal, deve-se fazer um teste de estímulo para diagnosticar. Teste do TRH: TSH e prolactina sem resposta Teste do LHRH: LH e FSH sem resposta ITT (teste de tolerância à insulina): cortisol e GH sem resposta 13 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 Idade: 36 anos Sexo: F mulata, nat. de Sergipe e proc. de SP, separada HPMA: Paciente refere astenia há vários anos. Refere que após o último parto, há 6 anos, nunca mais menstruou (amenorréia) e não conseguiu amamentar o seu filho (agalactia). Refere ter passado por vários médicos e tratado anemia com sulfato ferroso em várias ocasiões. IC/ISDA: Obstipação intestinal. Sonolência. Déficit de memória. Pele e cabelos muito ressecados. Queda de pelos em axilas e região pubiana. Tonturas frequentes. AP: VG VP. Refere sangramento importante após o último parto necessitando de transfusão de sangue. Atualmente sem qualquer tipo de medicamento. AF: ndn Exame Físico: Peso: 63 Kg Altura: 1,55 m IMC: 26,2 Kg/m2 PA= 100 x 60 mmHg P= 60 bpm Regular estado geral, apática, descorada ++, hidratada, eupnéica, anictérica, acianótica, afebril. Pele muito ressecada. Cabeça e Pescoço: fácies com palidez cutânea, edema palpebral, ausência de pelos em sobrancelha, tireóide não palpável. Mamas atróficas com hiperpigmentação de aréola. Adiposidade em região de abdome. Fígado à 2,5 cm do RCDir. Extremidades: edema + em tornozelos. Reflexo patelar diminuído (bilateralmente). DESCRIÇÃO DO QUADRO Mulher apresenta amenorreia pós-parto e agalactia. Pela idade, mulher, com esse quadro de ISDA, seria normal pensar em hipotireoidismo, porém, no hipotireoidismo, cursa com metrorragia, e essa mulher apresenta amenorreia. O que deve se atentar é que essa situação ocorreu em uma mulher em uma situação pós-parto. Teve um parto complicado de certa forma, precisou receber transfusão, após isso, nunca mais menstruou e não conseguiu mais amamentar o filho. Esse é um quadro de Síndrome de Sheehan, que está ligada a um hipopituitarismo (déficit hipofisário) após o parto. Vai se instalando de forma insidiosa, o que leva a uma demora diagnostica. Como sabe a data do parto, sabe-se exatamente o início da doença, nesse caso, o parto foi há 6 anos (diagnóstico tardio). Mas o comum é diagnosticar em meses. Basta fazer uma anamnese bem feita para diagnosticar. EXAMES COMPLEMENTARES • Glicemia de jejum = 65 mg/dL (70 – 99) → mas não pode taxar como hipoglicemia, porque para isso é preciso apresentar a tríade clínica. Tríade de Whipple (para diagnosticar hipoglicemia): ✓ Quadro clínico (sudorese fria, tremor, taquicardia, sincope, convulsões) ✓ Glicemia baixa (geralmente abaixo de 50) ✓ Recuperação após fornecer glicose • Colesterol Total = 300 mg/dl (até 200) → a maior parte das pessoas com colesterol aumentado, apresentam a situação pelo aumento de LDL. • TSH = 4,5 mU/L (0,3 – 4,5) → normal (limite superior) O TSH nunca estará baixo, mesmo em situações de hipopituitarismo. O exame do laboratório tem um anticorpo anti-TSH para dosagem, que detecta apenas a proteína, não o açúcar. E o problema no hipopituitarismo é no açúcar da molécula. É isso que faz com que, apesar de produzir, essas moléculas não funcionam. • T4 Livre = 0,2 ng/mL (0,6 – 2,0) → muito baixo, mesmo com o TSH normal, o que chama a atenção • Prolactina = 2,5 ng/mL (até 20) → não existe valor baixo/mínimo, mas há anos, quando precisou amamentar, teve insuficiência de prolactina. A dosagem de prolactina é boa apenas para diagnosticar uma hiperprolactinemia, sobrepeso 14 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 para diagnosticar hipo, é preciso fazer um teste de estímulo. • Cortisol = 0,7 µg/dL (5 – 25) → não é bom para diagnostico, também será preciso fazer um teste de estímulo. • LH = 0,5 U/L • MEGA TESTE: injeta TRH, para ver a resposta de TSH e da prolactina, também injetou o LHRH/GnRH para ver a resposta do LH e FSH. Injetou insulina, para provocar uma hipoglicemia, e dosar o GH e o cortisol. São todos testes de estímulo feitos ao mesmo tempo, isso porque diante de uma hipótese de insuficiência hormonal, deve-se fazer um teste de estímulo para diagnosticar. Teste do TRH: TSH e prolactina sem resposta Teste do LHRH: LH e FSH sem resposta ITT (teste de tolerância à insulina): cortisol e GH sem resposta • Urina I: normal, densidade 1015 → importante pedir urina I para verificar densidade, porque pode acometer também o hipotálamo e causar uma diabetes insipidus. • Tomografia computadorizada de sela turca (túrcica): “sela vazia” → não se via o tecido hipofisário em detalhes. Como essa paciente apresentou um quadro de hemorragia, com muita perda de sangue, ligada à falta de assistência obstétrica, perdeu volume, a pressão cai rapidamente e os órgãos são menos perfundidos por hipovolemia e hipotensão. A hipófise é uma glândula em superatividade, hipervascularizada, portanto, quando falta volume e oxigenação, causa isquemia dessa região, a primeira fase de isquemia, é de inchaço, pelo processo inflamatório. Nesse caso, a hipófise teria que aumentarde tamanho, mas como está dentro de uma sela óssea, não tem como aumentar de tamanho. Dessa forma, os próprios vasos que estão nutrindo a região vão sofrer pelo aumento interno de pressão, podendo até mesmo romper esses vasos e causar uma hemorragia. Nesse caso, após anos, o tecido irá murchar e na TC de hipófise, a sela estará vazia. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA Pan-hipopituitarismo com Sd. de Sheehan. SINAIS E SINTOMAS • HIPOCORTISOLISMO: ✓ Hipotensão postural ✓ Alteração da pressão arterial ✓ Hipoglicemia • HIPOPROLACTINEMIA: ✓ Agalactia • HIPOTIREOIDISMO: ✓ Reflexo patelar diminuído ✓ Anemia ✓ Dislipidemia (↑ colesterol) – o que pode causar o aumento do fígado ✓ FC baixa ✓ Edema palpebral ✓ Edema de tornozelos Por isso que o diagnóstico diferencial com hipotireoidismo é importante. Contudo, nesse caso, o TSH estará normal, enquanto o T4 livre aumentado. • HIPOGONADISMO: ✓ Mamas atróficas ✓ Hipopigmentação de auréola ✓ Amenorreia • HIPOSSOMATOTROFISMO: ✓ Adiposidade abdominal (o GH é lipolítico, portanto, quando está em falta, tem lipogênese) • DÉFICIT DE MEMÓRIA: Sofre influência de todos. 15 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 hiperprolactinemia A prolactina é produzida pelos lactotrófos da hipófise. Os lactotrófos vêm dos mamasomatotrófos, que darão origem aos somatotrófos (que produzirão GH) e lactotrófos (que produziram prolactina). A dopamina vem pelo sistema porta- hipofisário e inibe os lactotrófos, dessa forma, a produção de prolactina estará inibida. Além disso, há fatores de estimulam a prolactina, como a própria sucção do mamilo e o estrógeno. O estrógeno tem uma característica particular, porque aumenta a prolactina, mas inibe a ejeção do leite. • FATORES ENVOLVIDOS NA SECREÇÃO: A dopamina é um inibidor da produção de prolactina. Portanto, diferentemente dos outros hormônios, a prolactina é um hormônio constantemente inibido. FATORES QUE ESTIMULAM A PROLACTINA: Estrógeno, TRH. O estrógeno e a progesterona agem como estimuladores da mama. A prolactina age estimulando a produção de leite/lactação. Porém, a saída do leite depende de outros hormônios também, como a ocitocina (produzida no hipotálamo e armazenado na neurohipófise). A prolactina estimula as células a produzirem o leite. Conforme a prolactina vai caindo, a secreção mamária vai clareando. Portanto, no inicio do quadro clínico, a secreção está bem leitosa, conforme começa a tratar o quadro, a secreção vai ficando mais clara, menos leitosa e mais transparente. Durante a gravidez, a mulher tem o estrógeno muito alto. Contudo, a gestante não apresenta produção de leite, porque o próprio estrógeno inibe a ejeção do leite. 16 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 Porque para sair o leite é preciso ter ocitocina (que é estimulada durante o parto) e é preciso também ter uma queda do estrógeno, o que também cai após o parto. Portanto, se a gestante apresenta galactorreia e perda de sensação dos movimentos fetais, a principal HD é de óbito fetal. Isso porque o bebe morreu, o HCG caiu e o estrógeno caiu, assim, o leite saiu. A prolactina inibe o eixo gonadal. Por isso que durante uma situação de hiperprolactinemia, tem-se amenorreia e infertilidade. Inibe a nível hipotalâmico GnRH, e a nível hipofisário o LH e FSH. Inibe também a nível gonadal. Comprometendo todo o eixo. No homem também pode ocorrer, mesmo sendo menos frequente. Dessa forma, também vai inibir a produção de testosterona pelas células de Leydig, diminuindo a espermatogênese e redução de libido. ✓ Sono → privação de sono pode aumentar a prolactina ✓ Amamentação ✓ Piercings (podem estimular) ✓ Exercícios muito intensos ✓ Situações de estresse/dor (na UTI, os pacientes apresentarão prolactina um pouco aumentada) ✓ Hipoglicemia ✓ Gravidez ✓ Estrógenos ✓ Drogas ✓ TRH aumentado → hipotireoidismo primário ✓ Hipogonadismo → pode variar o quadro clínico. Na mulher: irregularidade menstrual, amenorreia, diminuição da libido, dispareunia, infertilidade No homem: diminuição da libido, impotência sexual, infertilidade ✓ Galactorreia → há pacientes que só vão apresentar galactorreia em valores muito altos, enquanto outros apresentam com níveis mais baixos. Homens só vão apresentar galactorreia quando a prolactina está extremamente alta, o que geralmente é causado por um macroadenoma de hipófise. ✓ Cefaleia (retrorbital é a mais típica) ✓ Hemianopsia temporal (lesão hipofisária que afete o quiasma óptico) ✓ Drogas → Metoclopramida (para enjoo), haloperidol, sulpirides (depressão), opiáceos (derivados de morfina), estrógenos (ACHO, nesse caso pode aumentar a prolactina, mas inibe a ejeção), cimetidina (gastrite), verapamil (anti-arritimico), cocaína, fluoxetina. A cocaína o paciente pode não contar durante a consulta. ✓ Estresse ✓ IAM ✓ Hipotireoidismo primário ✓ IRC ✓ Idiopática ✓ Doenças hipotalâmicas: dopamina não chega na hipófise, por isso que a prolactina sobre • Tumor → craniofaringeoma, metástases, cisto • Doença infiltrativa → tuberculose, sarcoidose, histiocitose X • Irradiação • Pseudotumor cerebral ✓ Doenças hipofisárias: • Prolactinoma (micro e macro, a macro é mais comum nesse caso) • Adenoma não-secretor (quando comprime a haste, terá um hipopituitarismo junto) 17 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 • Secção de haste (não chega dopamina) • Sela vazia • Acromegalia • Metástases (raro, é mais comum no hipotálamo) DOSAGEM SÉRICA DE PROLACTINA BASAL Ensaio imunométrico, ou seja, quanto maior o marcado, maior o nível de prolactina. Níveis normais de prolactina: Mulheres: 0 – 530 mIU/L (0 - 25 ng/mL) Homens: 0 – 424 mIU/L (0 – 20 ng/ml) Durante a gravidez, a prolactina pode chegar a valores altos, como 150 - 200 ng/ml. Quando a prolactina está acima de 200 ng/ml e não é por gravidez, indica adenoma hipofisária. Porque é a causa de quando a prolactina está extremamente alta. Isso porque os outros fatores citados como causa vão também aumentar a prolactina, mas esse aumento será mais discreto. Portanto, sempre que a prolactina estiver maior que 200 ng/ml pensar em duas opções: gravidez ou adenoma de hipófise. Nesse caso, o nível de prolactina está diretamente relacionado com os níveis de prolactina. Ou seja, quanto maior o nível de prolactina, maior o tumor. Como é feita a dosagem: Joga o soro do paciente em uma placa com anticorpos anti-prolactina. Quando joga esse soro, a prolactina se gruda aos anticorpos. Pega um segundo anticorpo e joga nesse material. Esse segundo anticorpo também é contra a prolactina, mas é marcado para que a máquina consiga ler sua presença. Dessa forma, esse complexo marcado (dos dois anticorpos + prolactina) será lido pela máquina. Macroprolactina é uma molécula é uma molécula bem maior. Mas apesar de ser maior, o anticorpo anti- prolactina lê essa molécula, por isso que na dosagem laboratorial a prolactina pode estar aumentada mesmo sem quadro clínico. Isso porque a macroprolactinemia não causa quadro clínico (porque não tem atividade biológica), mesmo aparentando uma prolactina aumentada. Quando isso ocorre (prolactina alta na dosagem laboratorial, mas sem quadro clínico), deve-se fazer pesquisa laboratorial de macroprolactina. • MICROADENOMA (< 1 cm): PRL < 100 mcg/L 95% não crescem, mas é preciso tratar por causa da prolactina alta. • MACROADENOMA (> 1cm): PRL > 200 mcg/L Além dos sintomas da prolactina alta, nesse caso, também terão os sintomas de compressão pelamassa muito grande. Diagnóstico de imagem com RM. Pacientes com massa muito grande na região da sela, mas sem prolactina alta (PRL < 200 mcg/L), pode ser um pseudoprolactinoma (um tumor não produtor, mas como é grande, pode estar comprimindo a haste a impedindo a chegada da dopamina). É um adenoma não secretor nesse caso, a prolactina só estará um pouco aumentada por causa da compressão da haste. 18 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 • MEDICAMENTOSO (primeiro tratamento): Agonista que age no receptor da dopamina e impede a formação da prolactina. Em mais de 90% dos casos o tumor reduz. ✓ Bromocriptina (2,5 e 5 mg) – uso diário (1 a 3 vezes). Pode causar náuseas, tonturas, epigastralgia e cefaleia ✓ Cabergolina (0,5 mg) – 1 a 2 vezes por semana Mais utilizada por ser de uso por apenas 1 vez por semana, além de ter menos efeitos colaterais. • CIRURGIA: Quando o tratamento medicamentoso não dá certo, o que é muito raro, pode ser feito uma cirurgia transesfenoidal e, mais raro ainda, por craniotomia. • RADIOTERAPIA: Convencional ou radiocirurgia. Raro de ser utilizada. Também lesará as células normais. Idade: 36 anos Sexo: F Branca, nat. e proc. de SP HPMA: Paciente refere infertilidade há cerca de 6 anos. Oligoespaniomenorréia e diminuição da libido há 3 anos e galactorréia e amenorréia há 1 ano. Há 1 ano também notou diminuição da visão lateral e cefaléia holocraniana em peso de aparecimento frequente. IC/ISDA: Refere aumento de 5 Kg no último ano. Hábito intestinal normal. Nega sinais e sintomas sugestivos de hipotireoidismo ou insuficiência adrenal. AP: 0Gesta. Nega uso de qualquer tipo de medicamento. AF: ndn Exame Físico: Peso: 75 Kg Altura: 1,60 m IMC: 29,3 Kg/m2 PA= 130 x 80 mmHg P= 72 bpm Bom estado geral, corada, hidratada, eupnéica, anictérica, acianótica, afebril. Cabeça e Pescoço: tireóide normal. Galactorréia à expressão mamária (bilateral). Restante ndn Campimetria de confrontação: diminuição de visão dos campos temporais. EXAMES COMPLEMENTARES • Prolactina = 450 ng/mL (até 20) • TSH = 2,5 mU/L (0,3 – 4,5) • Tomografia computadorizada de sela turca (túrcica): massa intrasselar com expansão suprasselar, homogênea, com realce à injeção de contraste (altura: 2,4 cm) • Ressonância Magnética de hipófise: massa intrasselar com expansão suprasselar e compressão de quiasma ópitco, sinal isointenso em toda massa com realce homogêneo à injeção de gadolíneo • Campimetria Visual: hemianopsia temporal DESCRIÇÃO DO QUADRO Oligoespaniomenorreia → pouco fluxo com intervalo aumentado. O quadro inicial chama bastante atenção. O relato de interferência da visão lateral chama atenção para uma possível lesão do quiasma óptico. Na anamnese, deve-se realizar perguntas que direcionem para descobrir se há distúrbios de outros hormônios da hipófise. 19 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 Também é importante questionar se faz uso de algum medicamento, porque há medicamentos que podem induzir uma hiperprolactinemia. Deve-se checar qual o tipo de secreção que está saindo das mamas, há secreções ligadas à malignidade, como a secreção “água de rocha” ou sanguinolenta. A hiperprolactinemia cursa com galactorreia, amenorreia, infertilidade, cefaleia. Mas geralmente são quadros discretos, diferentemente desse quadro clínico, em que os sintomas estão bem intensos, inclusive com prejuízo na visão. Quanto aos exames, já deve-se solicitar o TSH juntamente com a prolactina, isso porque um quadro de hipotireoidismo primário pode levar a um quadro de hiperprolactinemia, mas não seria um aumento tão alto, seria algo mais discreto. A explicação para essa situação é que, com a tireoide funcionando pouco, tem um aumento do TRH e TSH. O TRH é estimulador de prolactina. Na RNM de hipófise mostra uma massa na sela, com sinal homogêneo. Além disso, quando injeta o contraste, essa massa fica mais esbranquiçada. Pode-se perceber que o quiasma óptico está sendo empurrado. Provavelmente é um macroadenoma (< 1cm). Como a prolactina está extremamente alta, indica que é um tumor produtor de prolactina (macroprolactinoma, ou seja, uma macroadenoma produtor de prolactina). Hemianopsia temporal → a paciente só está enxergando a parte nasal, por causa da compressão das fibras. O tratamento de pacientes com esses quadros é clínico, pois é um quadro que responde muito bem ao tratamento clínico. OBS: A macroprolactina é uma molécula de prolactina maior, mas esta molécula não causará quadro clínico. Por isso que não faz sentido dosar a macroprolactina. A única situação em que se pesquisa macroprolactina é quando a dosagem de prolactina está aumentada, porém o paciente não apresenta quadro clínico. Dessa forma, se pesquisa macroprolactina alta, o que poderia justificar a ausência de quadro clínico. 20 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 obesidade É uma doença crônica decorrente de um acúmulo de gordura corporal. Esse aumento de gordura é associado a algumas doenças que reduzem a expectativa e qualidade de vida dessas pessoas, porque leva a DM, doenças cardiovasculares, AVC etc. É uma doença recorrente, portanto, trata e após um tempo, a pessoa volta a engordar (“efeito sanfona”). O tratamento é difícil, porque depende da prescrição adequada, depende de a pessoa seguir ou não o tratamento de maneira correta, e também do apoio familiar. Cada vez mais o metabolismo fica mais lento. Dessa forma, a massa magra reduz mais também. IMC > 30 kg/m2 De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 2006 - 2018 teve crescente na obesidade de 67,9%. Prevalência é em pessoas entre 25-30 anos e em população de baixaescolaridade. O ganho de peso de forma não saudável, leva a uma infiltração de macrófagos, com inflamação, resistência à insulina. ✓ Obesidade central (abdominal/visceral) ✓ Resistência à insulina ✓ Alterações glicêmicas ✓ Aumento de pressão arterial ✓ Dislipidemia aterogênica • Elevação de triglicérides • Baixos níveis de HDL colesterol • LDL colesterol pequenas e densas ✓ Estado pró-inflamatório ✓ Estado pró-trombótico • 2x mais risco de doenças cardiovascular • 5x mais risco de DM • 3 – 4x mais risco de IAM • 2x mais risco de morte em evento coronariano agudo As mulheres obesas tem dificuldade para engravidar, pelos ciclos anovulatórios. E mesmo quando engravidam, a gestação é de risco. Portanto, há vários outros problemas que vão além dos problemas da síndrome metabólica. A perda de peso leva a uma melhora do quadro clínico. res 21 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 O que se espera é que tenha um aumento na prevalência da obesidade, porque os programas de perda de peso foram suspensos, as cirurgias eletivas (bariátrica) foram suspensas, inatividade física, aumento da ingestão de alimentos processados e enlatados. • Maior dificuldade: • Intubação • Diagnóstico por imagens • Transporte pela equipe de enfermeiros • Local de internação (camas especiais) • Doenças associadas • Inflamação subclínica (aumento de substâncias como TNF-α, IL-6) → pode gerar um quadro com resposta inflamatória muito mais intensa • Tropismo viral pelo tecido adiposo (expressão elevada ECA2) • Alta taxa de obesidade (>50%) em pacientes COVID que necessitaram de ventilação mecânica Existem as causas primárias e as causas secundárias. • CAUSAS PRIMÁRIAS: São dependentes do gene. Os genes não mudaram, apenas o ambiente.Portanto, antigamente, os homens eram nômades, precisavam caçar para comer. Após a revolução industrial, o gasto energético mudou. A genética é poupadora de energia, para que o homem consiga sobreviver. ✓ Obesidade sindrômica → síndrome associada à obesidade ✓ Obesidade monogênica → mutação em um único gene Quando se tem esses dois casos de obesidade dependentes de genética, o meio ambiente importa pouco. ✓ Obesidade poligênica → vários polimorfismos em vários genes. Nesse caso, o meio ambiente influencia muito. • CAUSAS SECUNDÁRIAS: São causas externas, que não tem relação genética. ✓ Neurológicas → traumas, tumores, irradiação do SNC, uso de medicamentos (lesão do centro da fome e da saciedade) – situação de difícil tratamento ✓ Endocrinológicas → hipotireoidismo, Cushing ✓ Uso de medicamentos/indução por drogas → antidepressivos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, glicocorticoides, beta- bloqueadores, glitazonas, sulfoniureias ✓ Psicológicas → depressão, ansiedade, transtorno alimentar Pode-se ter causas primárias associadas às causas secundárias, o que pode piorar/intensificar ainda mais o quadro. Acontece no hipotálamo. O tecido adiposo produz leptina quando está cheio. Quanto mais tecido adiposo, maior o nível de leptina. A leptina se liga ao seu receptor, diminuindo a produção de neuropeptídeo Y (NPY), que é um hormônio da fome, e vai aumentar a produção de pró-opiomelanocortina (POMC) que vai agir no MC4R, ↓ a fome e ↑ o gasto energético. Qualquer alteração que ocorra nesses genes, como a ausência de leptina, receptor de leptina alterada, mutação do MC4R, não terá ↓ da fome e ↑ do gasto energético. • MUTAÇÃO DO GENE DA LEPTINA: • Crianças com peso normal ao nascimento • Obesidade de inicio precoce com aumento da massa gorda • Hiperfagia • Hiperinsulinemia 22 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 • Hipogonadismo hipogonadotrófico (não menstrua) • MUTAÇÃO DO GENE MC4R: É o receptor final que vai fazer com que tenha redução da fome. É uma mutação comum, encontrada em 3- 4% dos obesos. Síndrome de Prader-Willi Prevalência 1: 25.000 nascimentos. ✓ Atividade fetal diminuída ✓ Hipotonia muscular neonatal ✓ Hiperfagia (início aos 12 – 18 meses) ✓ Obesidade ✓ Retardo mental ✓ Desenvolvimento sexual incompleto ✓ Baixa estatura DEVE EXISTIR UM EQUILÍBRIO ENTRE INGESTÃO ALIMENTAR E GASTO ENERGÉTICO. O cálculo do IMC é o método mais fácil de diagnóstico. • DXA: DXA é o padrão ouro para essa avaliação. Absorciometria por dupla emissão de raio-X Avaliação em quantidade e distribuição (massa gorda, massa livre de gordura e massa óssea). Também é possível ver o estado nutricional. Mas é um pouco inviável submeter o paciente à radiação toda vez, por isso que o mais feito é a bioimpedância. • BIOIMPEDÂNCIA Embora a DXA avalie melhor, tem uma boa avaliação. Contudo, se iniciar o rastreamento com DXA, deve seguir assim durante todo o tratamento. • História da obesidade: quando começou a ganhar peso? Teve algum fator desencadeante? • Uso de medicamentos/drogas: uso de antidepressivos, beta-bloqueadores (pode-se tentar alterar o medicamento) • Antecedentes pessoais: possíveis causas de obesidade e doenças associados • Antecedentes familiares 23 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 CA: ponto médio entre o rebordo costal inferior e a crista ilíaca. Risco elevado em homens: • 102 cm • 94 cm Risco elevado em mulheres: • 88 cm • 80 cm ✓ Atividade física ✓ Orientação dietética ✓ Mudança na conduta/estilo de vida ✓ Cuidados médicos (medicamentos, cirurgia) Objetivo: redução de 5-10% do peso inicial e conseguir manter. • PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL: ✓ Incitar mudança de hábito ✓ Adequar proporção dos macronutrientes (balanceamento da dieta) ✓ Adequar a ingestão: balanço de energia ✓ Tratar comorbidade • RECOMENDAÇÃO MINISTÉRIO DA SAÚDE: ✓ Base da alimentação: in natura ou minimamente processados • Frutas, legumes, tubérculos, raízes, ovos • Arroz, feijão leite • Farinhas de grãos, milhos/trigo ✓ Pequenas quantidades de sal, açúcar, óleo ✓ Limitar uso de alimentos processados ✓ Evitar Ultraprocessados ✓ Comer com regularidade e atenção ✓ Comer em ambientes apropriados ✓ Comer acompanhado • ADULTOS: 150 – 300 minutos de intensidade moderada OU 75 – 150 minutos de atividade rigorosa Ideal: chegar ou ultrapassar o limite superior de 300 minutos 3-5x/semana Intensidade 60-90% da Fcmax Duração de 20 a 60 minutos Qualquer atividade rítmica e aeróbica Treino de resistência para manter a massa muscular (pelo menos 2x na semana) • CRIANÇAS: Pelo menos 60 minutos de atividade moderada ou rigorosa por dia. Limitar o comportamento sedentário, como sentar, deitar, assistir TV ou olhar para telefone ou computador. É recomendado para pacientes que tiveram falha do tratamento não farmacológico. IMC ≥ 30 kg/m2 OU IMC ≥ 25 kg/m2 + fatores de risco. CA ≥ 102 cm (H) e ≥ 88 (M) Individualizar o tratamento 24 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 Reavaliações mensais nos 3 primeiros meses e após a cada 3 meses. Medicação ineficaz se perda de peso < 5% em 3 meses. CUIDADOS: DM → utilizar metformina, análogos de GLP-1, iSGLT-2 Cardiopatas → não utilizar simpatomiméticos Evitar medicamentos que predisponham o ganho de peso. Antidiabéticos, anti-hipertensivos, anti- inflamatórios hormonais, anticonvulsivantes, antipscicóticos, antidepressivos, contraceptivos → se for possível trocar, realiza a troca. Caso contrário, se o remédio for essencial, não terá como tirar. Orlistate é para não absorver a gordura ingerida, porém, toda vez que o paciente ingere alimentos gordurosos, causa esteatorreia. Sibutramina: hipertenso e dm não podem utilizar. Não pode utilizar com anti- convulsivantes/anti-psicótico. Indicações para bariátrica de acordo com o Ministério da Saúde. ✓ IMC ≥ 50 kg/m2 → indicação plena ✓ IMC ≥ 40 kg/m2 Com ou sem comorbidades, mas tem que ter feito um tratamento clínico por pelo menos 2 anos. Caso não tenha resultado no tratamento clínico, pode-se fazer a cirurgia. ✓ IMC ≥ 35 kg/m2 Com comorbidades Sem sucesso no tratamento clínico prévio de 2 anos. ✓ IMC ≥ 30 kg/m2 Com comorbidades de classificação grave de acordo com o médico especialista na respectiva área da doença. Mas nesse caso tem que ser muito bem avaliado, porque a pessoa pode ficar desnutrida após a cirurgia. • COMORBIDADES: ✓ DM/apneia do sono/HAS/dislipidemia ✓ Doenças cardiovasculares (IAM, angina, ICC, AVC, FA, cardiomiopatia dilatada) ✓ ASMA grave não controlada ✓ Osteoartroses/hérnias discais ✓ RGE com indicação cirúrgica/ CCC/ pancreatites de repetição/ esteatose hepática ✓ Incontinência urinaria de esforço / infertilidade / disfunção erétil / SOP ✓ Veias varicosas e doença hemorroidária ✓ Depressão • IDADE: < 16 anos → risco deve ser avaliado por 2 cirurgiões bariátricos titulares da SBCBM e pela equipe multidisciplinar. Além disso, deve ter consentimento pelo responsável legal. 16 – 18 anos: caso as epífises de crescimento estejam consolidadas. Sempre que indicado, deve-se ter consentimento pelo responsável legal. >65 anos → avaliar risco-beneficio, risco cirúrgico, presença de comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento. • CONTRAINDICAÇÕES: • Limitação intelectual significativa sem suporte familiar adequado • Quadro de transtorno psquiatrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas, no entanto, quadros psiquiátricos graves sob controle não são contraindicativos obrigatórios à cirurgia • Doença cardiopulmonargrave e descompensada que influenciem a relação risco-benefício • Hipertensão portal, com varizes esofágicas, doenças imunológicas ou 25 ANA PAULA – XXII ENDROCRINOLOGIA – ATD3 inflamatórias do trato digestivo superior que venham a predispor o indivíduo a sangramento digestivo ou outras condições de risco • Síndrome de Cushing decorrente de hiperplasia de suprarrenal não tratada e tumores endócrinos ✓ Uso de polivitamínicos ✓ Suplementação de ferro, vitamina B12, ácido fólico ✓ Cálcio (citrato), vitamina D13 ✓ Avaliar densitometria óssea ✓ Hipoproteinemia: albumina ✓ Cuidado com contraceptivos orais ✓ Avaliar Zn, Cu, Se ✓ Dumping: hiperosmolaridade e hipoglicemia • BYPASS GÁSTRICO (75%): Gastroplastia com desvio intestinal em Y de Roux Redução de 40 – 45% do peso inicial Leva ao emagrecimento e controle de DM e HAS. Deixa apenas um pequeno pedaço do estômago. • BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL (5%): Perda de peso pequena (20 – 30% do peso inicial). É uma banda que aperta a entrada do estomago e faz com que a pessoa coma menos. Controle DM. • GASTRECTOMIA VERTICAL (SLEEVE): Deixa um estômago menor. Redução de peso semelhante ao by-pass. Controle de HAS e dislipidemia. Após um certo período, pode retornar a ganhar peso e ter que fazer by-pass. DUODENAL SWITCH (5%): Associação entre a gastrectomia vertical e desvio intestinal. A área de perda de absorção é muito grande. Bom controle de DM e de outras doenças metabólicas, além da redução de 40 – 50% do peso inicial. Mas causa uma desnutrição severa.
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