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Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 1 | P á g i n a Tecido Ósseo O tecido ósseo é um tipo especial de tecido conjuntivo Componente principal do esqueleto Serve de suporte para os tecidos moles Protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas craniana e torácica, bem como no canal raquidiano Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue Proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis Constitui um sistema de alavancas que amplia as forças originadas na contração muscular. Os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons (mantendo a concentração de líquidos corporais) Absorvem toxinas e metais pesados, minimizando, assim, seus efeitos adversos em outros tecidos. Formado por células e por material extracelular calcificado, a matriz óssea As células pertencem a duas linhagens diferentes: Lnhagem osteoblástica (formadas pelos osteoblastos e osteócitos) linhagem osteoclástica (originados de monócitos) Osteócitos Manter a matriz extracelular Situam-se no interior de peças ósseas Ocupam pequenos espaços da matriz, denominados lacunas Osteoblastos Sintetizam a parte orgânica da matriz Localizam-se sempre na superfície de peças ósseas Osteoclastos Células gigantes Móveis Multinucleadas Participando dos processos de remodelação dos ossos Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 2 | P á g i n a Todos os ossos são revestidos, em suas superfícies externas e internas, por membranas conjuntivas denominadas, respectivamente, periósteo e endósteo A matriz mineralizada torna o tecido ósseo difícil de ser cortado no micrótomo Osteócitos Células achatadas Encontradas no interior da matriz óssea Ocupam espaços denominados lacunas Cada lacuna contém apenas um osteócito Das lacunas partem vários canalículos que contêm prolongamentos dos osteócitos, os quais fazem contato com prolongamentos de osteócitos adjacentes por meio de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um osteócito para o outro. Não existe difusão de substâncias através da matriz calcificada do osso, pois esta é impermeável Nutrição dos osteócitos depende dos canalículos que existem na matriz Substâncias que possibilitam as trocas de moléculas, íons e gases entre os capilares sanguíneos e os osteócitos. Pequena quantidade de retículo endoplasmático granuloso Complexo de Golgi pouco desenvolvido Complexo de Golgi pouco desenvolvido CÉLULAS Fatia de tecido ósseo seco e desgastado até se tornar muito delgada Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 3 | P á g i n a Núcleo com cromatina condensada Essenciais para a manutenção da matriz óssea Sua morte é seguida por reabsorção da matriz ao seu redor Osteoblastos Dispõem-se sempre nas superfícies ósseas, lado a lado, em um arranjo que lembra um epitélio simples Quando em intensa atividade sintética, os osteoblastos são cuboides, com citoplasma muito basófilo Em estado pouco ativo, tornam-se achatados, e a sua basofilia citoplasmática é pouco intensa. Células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas) e fatores que influenciam a função de outras células ósseas. Concentra fosfato de cálcio Participando da mineralização da matriz. Após sintetizar matriz extracelular, o osteoblasto é aprisionado pela matriz orgânica recém- sintetizada e passa a ser chamado de osteócito A matriz, então, deposita-se ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos e passa por deposição de cálcio, formando as lacunas que contêm os osteócitos e os canalículos – túneis compostos pelos prolongamentos celulares dos osteócitos Em fase de síntese mostram as características ultraestruturais das células produtoras de proteínas A matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e ainda não calcificada, recebe o nome de osteoide. Osteoclastos Convivem com os osteoblastos e osteócitos São derivados de monócitos fundem-se para formar os osteoclastos multinucleados Células móveis Tamanho muito grande e multinucleadas Responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo Têm citoplasma de aspecto granuloso (algumas vezes contendo vacúolos), fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e muito acidófilo nos maduros. Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 4 | P á g i n a situam-se na superfície do tecido ósseo ou em túneis no interior das peças ósseas Nas áreas de reabsorção, são encontrados frequentemente ocupando pequenas depressões da matriz escavadas pela atividade dessas células e conhecidas como lacunas de Howship Atividade funcional A superfície ativa dos osteoclastos está voltada para a superfície óssea apresenta inúmeros prolongamentos irregulares com formato de folhas ou pregas que se ramificam Na área de prolongamentos há uma região de citoplasma, a zona clara, que é pobre em organelas, mas contém muitos filamentos de actina zona clara é um local de adesão do osteoclasto à matriz óssea e cria um microambiente fechado entre a superfície ativa da célula e a superfície óssea, no qual ocorre a reabsorção Os osteoclastos secretam ácido para o interior desse microambiente sob a forma de íons de hidrogênio (H+), além de colagenase e outras hidrolases que atuam localmente, tanto digerindo a matriz orgânica como dissolvendo os cristais de sais de cálcio A atividade dos osteoclastos é coordenada por citocinas (pequenas proteínas sinalizadoras que atuam localmente) e por hormônios, como a calcitonina, produzida pela glândula tireoide, e o paratormônio, secretado pelas glândulas paratireoides. Algumas dessas ações não são diretas sobre os osteoclastos, mas são desencadeadas por meio de osteócitos. Constituída de uma parte orgânica e de uma parte inorgânica Cerca de 95% da parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas constituídas principalmente por colágeno do tipo I, e o restante, por proteoglicanos e glicoproteínas Em virtude de sua riqueza em fibras colágenas, a matriz óssea descalcificada cora-se pelos corantes seletivos do colágeno e, em cortes corados por HE, é corada em vermelho-rosa por eosina Dentre as glicoproteínas e sialoproteínas, destacam-se Osteonectina, que parece ser importante para o mecanismo de calcificação da matriz Osteopontina Vários fatores de crescimento fazem parte da matriz orgânica Proteínas morfogenéticas ósseas (BMP, bone morphogenetic proteins) MATRIZ ÓSSEA Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 5 | P á g i n a fator de crescimento de fibroblastos (FGF, fibroblast growth factor) Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF, platelet-derived growth factor) A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em pequenas quantidades Cristais que se formam pelo cálcio e pelo fosfato têm a estrutura do mineral hidroxiapatita, com a seguinte composição: Ca10(PO4)6(OH)2 Os cristais mostram imperfeições e não são idênticos à hidroxiapatita encontrada em rochas Os íons da superfície do cristal de hidroxiapatita são hidratados, existindo, portanto, uma camada de água e íons em volta dele, a qual é denominada capa de hidratação, que facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido intersticial. A associação de cristais de hidroxiapatitaà superfície das fibras colágenas é responsável pela rigidez e pela resistência mecânica do tecido ósseo Após a remoção do cálcio, os ossos mantêm sua forma intacta e tornam-se tão flexíveis quanto os tendões a destruição da parte orgânica, que é principalmente colágeno, pode ser realizada por incineração e também deixa o osso com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir. Calcificação começa pela deposição de sais de cálcio sobre as fibrilas colágenas, um processo que parece ser induzido por proteoglicanos e glicoproteínas da matriz. A deposição dos sais de cálcio é também influenciada pela concentração desses minerais em vesículas (vesículas da matriz) que brotam do citoplasma dos osteoblastos e são expelidas para a matriz. Existe ainda a possível participação da enzima fosfatase alcalina, sintetizada pelos osteoblastos. A superfície externa e interna dos ossos é recoberta por uma camada composta de tecido conjuntivo e de células osteogênicas, constituindo, respectivamente, o periósteo e o endósteo PERIÓSTEO E ENDÓSTEO Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 6 | P á g i n a Periósteo A camada mais externa do periósteo contém principalmente fibras colágenas e fibroblastos As fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram o tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. A camada interna do periósteo, justaposta ao tecido ósseo, é mais celularizada e apresenta células osteoprogenitoras, morfologicamente semelhantes aos fibroblastos Células se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos por aposição Tecido ósseo crece pelo mecanismo de aposição, que também é muito importante na remodelação óssea e na reparação das fraturas. Endósteo Reveste as superfícies internas do osso Constituído por uma delgada camada de células osteogênicas achatadas, que reveste as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmann Fornece novos osteoblastos para o crescimento, a remodelação e a recuperação do osso após traumatismos mecânicos, o endósteo e, principalmente, o periósteo são importantes para a nutrição do tecido ósseo em função da existência de vasos sanguíneos em seu interior. Osso compacto é formada por tecido ósseo sem cavidades visíveis Osso esponjoso é formado interiormente, por uma parte com muitas cavidades intercomunicantes Essa classificação é principalmente macroscópica e não histológica Nos ossos longos, as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso revestido por uma delgada camada superficial de osso compacto OSSO COMPACTO E ESPONJOSO Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 7 | P á g i n a A diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente formada por osso compacto, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua superfície interna, delimitando o canal medular. Nos ossos longos, o osso compacto é chamado também de osso cortical. Os ossos curtos têm o centro esponjoso e possuem em toda a sua periferia uma camada de osso compacto. Nos ossos chatos que constituem a abóbada craniana, existem duas camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas por osso esponjoso que, nessa localização, recebe o nome de díploe. As cavidades do osso esponjoso e o canal medular da diáfise dos ossos longos são ocupados pela medula óssea No recém-nascido, toda a medula óssea tem cor vermelha, devido à sua grande quantidade de sangue, e é ativa na produção de células do sangue (medula óssea hematógena) Pouco a pouco, com a idade, vai sendo infiltrada por tecido adiposo, com diminuição da atividade hematógena, transformando-se na medula óssea amarela. Existem dois tipos de tecido ósseo: Imaturo, primário ou não lamelar Maduro, secundário ou lamelar Primário, imaturo ou não lamelar No adulto é muito pouco encontrado apenas próximo às suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões. Primeiro a ser fomrado, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas É um tecido temporário Fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização definida Menor quantidade de minerais Tem maior proporções de osteócitos Os osteócitos se dispõem de maneira aparentemente desorganizada A matriz, quando vista em cortes ao microscópio, aparece heterogênea, com manchas mais escuras Secundário, maduro ou lamelar Mais encontrada no adulto LAMELAR E NÃO LAMELAR Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 8 | P á g i n a Sua principal característica é ser formado por fibras colágenas organizadas em lamelas Lamelas são planas ou têm forma de anéis As fibras colágenas são paralelas entre si De lamela para lamela as fibras têm direções diferentes As lacunas que contêm osteócitos estão geralmente situadas entre as lamelas ósseas Mas algumas vezes estão dentro das lamelas As lamelas ósseas que se reúnem em conjuntos de lamelas podem ter dois tipos de arranjos espaciais Lamelas planas se dispõem paralelamente umas às outras, formando pilhas de lamelas de tecido ósseo Lamelas curvas em forma de anéis se dispõem em camadas concêntricas em torno de um canal central Separando conjuntos de lamelas, ocorre frequentemente o acúmulo no meio extracelular de uma substância cimentante, que consiste em matriz mineralizada, porém com pouquíssimo colágeno. Os conjuntos de lamelas organizadas concentricamente formam as estruturas denominadas sistemas de Havers ou ósteons No centro desse cilindro ósseo existe um canal revestido de endósteo, o canal de Havers, que contém vasos e nervos Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 9 | P á g i n a A diáfise dos ossos é quase toda composta de osso lamelar e se constitui em um bom material para analisar a distribuição e a organização das lamelas nesse tipo de osso. Suas lamelas ósseas organizam-se em arranjo bastante característico, formando quatro arranjos principais Sistemas de Havers Sistemas circunferenciais interno e externo Sistemas intermediários Esses quatro sistemas são facilmente identificáveis em cortes transversais à diáfise Havers Formados por lamelas dispostas concentricamente Três são compostos de pilhas de lamelas planas ou levemente curvas Característico da diáfise dos ossos longos Constituídos por um número variável de lamelas ósseas concêntricas A espressura da oarede é limitada pela distância entre os esteócitos mais externos Circulam vasos sanguíneos Canais se comunicam entre si Com a cavidade medular e com a superfície externa do osso por meio de túneis transversais ou oblíquos à diáfise, situados no interior do osso, chamados de canais de Volkmann Sistemas circunferenciais interno e externo Constituídos por lamelas ósseas paralelas entre si Formam duas faixas (parte interna do osso, em volta canal medular e em Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 10 | P á g i n a contato com o endósteo, e a outra na região mais externa, próxima ao periósteo) Sistema circunferencial externo é mais espesso do que o interno Remodelação do tecido ósseo na diáfise O diâmetro dos sistemas de Havers é muito variável porque o tecido ósseo está em remodelação constante Cada um é construído por deposição sucessiva de lamelas ósseas a partir da periferia para o interior Os sistemas mais jovens têm canaismais amplos do que os antigos As lamelas mais internas são sempre as mais recentemente adicionadas Sistema intermediário Conjuntos de lamelas paralelas Contorno triangular Esses trechos de lamelas ósseas formam-se a partir de restos de sistemas de Havers que foram reabsorvidos durante o crescimento do osso Dois processos Ossificação intramembranosa Ossificação endocondral Ossificação intramembranosa Ocorre no interior de membranas de tecido mesenquimal durante a vida intrauterina e de membranas de tecido conjuntivo na vida pós- natal Processo formador dos ossos frontal e parietal e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior. Contribui para o crescimento dos ossos curtos Contribui aumento em espessura dos ossos longos O local da membrana onde a ossificação começa chama-se centro de ossificação primária O processo tem início pela diferenciação de células mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos e sintetizam o osteoide (matriz ainda não mineralizada), que logo se mineraliza Osteoblastos que acabam sendo totalmente envolvidos pela matriz passam para a categoria de osteócitos HISTOGÊNESE Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 11 | P á g i n a Surgem quase simultaneamente no centro de ossificação, há confluência de pontes ou traves de tecido ósseo recém-formadas, mantendo espaços entre si preenchidos por células mesenquimais, células osteoprogenitoras e vasos sanguíneos, o que confere ao osso uma estrutura esponjosa As células mesenquimatosas presentes nesses espaços dão origem à medula óssea Nos ossos chatos do crânio, principalmente após o nascimento, verifica-se um predomínio acentuado da formação sobre a reabsorção de tecido ósseo nas superfícies interna e externa. Assim, formam-se as duas tábuas de osso compacto, enquanto o centro permanece esponjoso (díploe) As regiões superficiais da membrana conjuntiva, que não sofrem ossificação, passam a constituir o endósteo e o periósteo. Ossificação endocondral A ossificação endocondral tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, cujo formato é semelhante ao do osso que se vai formar, porém de tamanho menor Esse tipo de ossificação é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos. Ela consiste essencialmente em dois processos As células da cartilagem hialina sofrem várias modificações, inclusive a hipertrofia dos condrócitos, que aumentam muito de volume. A matriz cartilaginosa situada entre os condrócitos hipertróficos reduz-se a finos tabiques e sofre calcificação. Assim, ocorre a morte dos condrócitos por apoptose As cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do tecido conjuntivo adjacente. Essas células se diferenciam em osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. Os osteócitos derivados dos osteoblastos são envolvidos por matriz óssea; dessa maneira, aparece tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso, sem que ocorra transformação deste tecido naquele. Os tabiques de matriz calcificada da cartilagem servem apenas de ponto de apoio para a deposição de tecido ósseo. Formação dos ossos longos O molde cartilaginoso apresenta uma parte média estreitada e as extremidades dilatadas, correspondendo, respectivamente, à diáfise e às epífises do futuro osso O primeiro tecido ósseo a aparecer no osso longo é formado por ossificação intramembranosa no pericôndrio que recobre a parte média da diáfise, formando um cilindro de tecido ósseo em torno do modelo de cartilagem, o colar ósseo. Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 12 | P á g i n a Enquanto o colar ósseo se forma, as células cartilaginosas envolvidas por ele e situadas no interior do modelo de cartilagem hipertrofiam e morrem por apoptose Vasos sanguíneos partindo do periósteo (antigo pericôndrio) do colar ósseo crescem em direção à cartilagem calcificada, levando consigo células osteoprogenitoras originárias do periósteo. As células osteoprogenitoras proliferam e diferenciam-se em osteoblastos, que formam camadas contínuas nas superfícies dos tabiques cartilaginosos calcificados e iniciam a síntese da matriz óssea, a qual logo se mineraliza. O centro de ossificação descrito, que aparece na parte média da diáfise, é chamado de centro de ossificação primário Desde o início da formação do centro de ossificação primário, surgem osteoclastos e ocorre absorção do tecido ósseo formado no centro do modelo cartilaginoso, resultando na formação do canal medular Mais tarde, formam-se os centros secundários de ossificação, um em cada epífise, porém não simultaneamente. Disco epifisário Quando o tecido ósseo formado nos centros secundários ocupa as epífises, a cartilagem hialina do antigo modelo do osso torna-se restrita a apenas dois locais Cartilagem articular Disco epifisário ou cartilagem de conjugação Um disco de cartilagem hialina situado entre a epífise e a diáfise, que não foi penetrado por tecido ósseo durante a ossificação. Responsável pelo crescimento longitudinal do osso após sua histogênese inicial. Seu desaparecimento, por ossificação, aproximadamente aos 18 a 20 anos de idade, determina a parada do crescimento longitudinal dos ossos Zona de cartilagem em repouso: na qual existe cartilagem hialina sem qualquer alteração morfológica Zona de cartilagem seriada: na qual os condrócitos dividem-se rapidamente e formam colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no sentido longitudinal do osso Zona de cartilagem hipertrófica: apresenta condrócitos muito volumosos, com depósitos citoplasmáticos de glicogênio e lipídios. A matriz fica reduzida a tabiques delgados situados entre as células hipertróficas. Os condrócitos entram em apoptose Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 13 | P á g i n a Zona de cartilagem calcificada: zona estreita em que ocorre a mineralização dos delgados tabiques de matriz cartilaginosa. É constituída pelos tabiques e pelos espaços entre eles, ocupados por restos de condrócitos Zona de ossificação: zona em que é formado tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem os espaços deixados pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua sobre os restos da matriz cartilaginosa calcificada, onde os osteoblastos depositam a matriz óssea O esqueleto contém 99% do cálcio (Ca2+) do organismo e funciona como uma reserva desse íon, cuja concentração no sangue (calcemia) deve ser mantida constante para o funcionamento normal de inúmeros processos no corpo. Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma sanguíneo e o dos ossos O cálcio absorvido da alimentação, e que faria aumentar a concentração sanguínea desse íon, é depositado rapidamente no tecido ósseo Inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando sua concentração diminui no sangue. Existem dois mecanismos de mobilização do cálcio depositado nos ossos Simples transferência (por diluição) dos íons dos cristais de hidroxiapatita para o líquido intersticial, do qual o cálcio passa para o sangue Mecanismo da mobilização do cálcio é de ação mais lenta e resulta da ação do hormônio da paratireoide, ou paratormônio, sobre o tecido ósseo. METABOLISMO DO ORGANISMO Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 14 | P á g i n a A calcitonina, outro hormônio produzido pelas células parafoliculares da tireoide, inibe a reabsorção da matriz e, portanto, a mobilizaçãodo cálcio. Para constituir o esqueleto, os ossos unem-se uns aos outros por meio de estruturas formadas por tecido conjuntivo, as articulações Diartroses Possibilitam grandes movimentos Sinartroses Não há movimentos ou, quando ocorrem, são muito limitados Conforme o tecido que une as peças ósseas, distinguem-se três tipos de sinartroses: Sinostoses, Sincondroses Sindesmoses. Nas sinostoses, que são totalmente desprovidas de movimentos, os ossos são unidos por tecido ósseo Encontram-se unindo os ossos chatos do crânio em idosos Em crianças e adultos jovens, a união desses ossos é realizada por tecido conjuntivo denso As sincondroses são articulações nas quais existem movimentos limitados, sendo as peças ósseas unidas por cartilagem hialina. Encontram- se, por exemplo, na articulação da primeira costela com o esterno As sindesmoses são, como as sincondroses, dotadas de algum movimento, e nelas o tecido que une os ossos é o conjuntivo denso. São exemplos a sínfise pubiana e a articulação tibiofibular inferior. ARTICULAÇÕES Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 15 | P á g i n a As diartroses são as articulações dotadas de grande mobilidade e geralmente são as que unem os ossos longos Nas diartroses existe uma cápsula que liga as extremidades ósseas, delimitando uma cavidade fechada, a cavidade articular Essa cavidade contém um líquido incolor, transparente e viscoso, o líquido sinovial, que é um dialisado do plasma sanguíneo contendo elevado teor de ácido hialurônico, sintetizado pelas células da camada sinovial O deslizamento das superfícies articulares que são revestidas por cartilagem hialina, sem pericôndrio, é facilitado pelo efeito lubrificante dos componentes do líquido sinovial Um dos elementos mais importantes do líquido sinovial, que reduz o atrito entre as superfícies articulares, é o proteoglicano lubricina O líquido sinovial é uma via transportadora de substâncias entre a cartilagem articular (avascular) e o sangue presente nos capilares da membrana sinovial Nutrientes e oxigênio (O2) passam do sangue para a cartilagem articular, e gás carbônico (CO2) difunde-se em sentido contrário A resiliência da cartilagem é um eficiente amortecedor das pressões mecânicas intermitentes que são exercidas sobre a cartilagem articular, e um mecanismo similar ocorre nos discos intervertebrais Moléculas de proteoglicanos isoladas ou que formam agregados constituem um feltro contendo grande número de moléculas de água. A matriz é rica em glicosaminoglicanos muito ramificados e hidratados, funcionam como uma mola biomecânica A aplicação de pressão força a saída de água da cartilagem para o líquido sinovial, o que condiciona o aparecimento de outro mecanismo que contribui para a resiliência da cartilagem. repulsão eletrostática recíproca entre os grupamentos carboxila e sulfato dos glicosaminoglicanos, ambos com carga elétrica negativa Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 16 | P á g i n a As cargas negativas também são responsáveis pela separação das ramificações dos glicosaminoglicanos, criando espaços que serão ocupados pelas moléculas de água. Quando desaparecem as pressões, a água é atraída de volta para os interstícios entre as ramificações dos glicosaminoglicanos, e o movimento de água com nutrientes e gases dissolvidos é desencadeado pelo uso da articulação Esse movimento de líquido é essencial para a nutrição da cartilagem e para as trocas de O2 e CO2 entre a cartilagem e o líquido sinovial Cápsulas das diartroses têm estruturas diferentes, conforme a articulação considerada. Em geral, são constituídas por duas camadas Camada fibrosa Camada ou membrana sinovial Membrana sinovial O revestimento da camada sinovial é composto por dois tipos celulares Semelhante aos fibroblastos (células F) Aspecto e atividade funcional semelhantes aos macrófagos (células M) A camada fibrosa da cápsula articular é formada por tecido conjuntivo denso Biomedicina Universidade Anhembi Morumbi @BiomedicinaS.O.S Giovana 17 | P á g i n a LÂMINA
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