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EXTENSÃO RURAL A extensão rural é uma intervenção realizada por empresas públicas e privadas com a intenção de mudar hábitos, costumes, modo de produzir e viver de uma determinada comunidade, para produzir mais e aumentar a renda e qualidade de vida. A prática extensionista teve origem nos Estados Unidos após a Guerra da Secessão (1861-1865), com a passagem da agricultura americana de uma estrutura escravagista para uma estrutura industrial. A primeira fase da extensão rural foi um modelo para incrementar a produtividade agrícola, proporcionando melhor qualidade de vida das comunidades e famílias pobres por meio do aumento de renda e diminuição da mão-de-obra necessária para produção por meio de um trabalho especialmente assistencialista. Desde a implantação da extensão no Brasil, foram desconsiderados os conhecimentos dos agricultores, condições locais e recursos naturais. No início houve resistência e recusa em adotar as técnicas apresentadas devido a formação urbana dos técnicos, forma autoritária de repasse da tecnologia e a diferença de cultura entre emissor e receptor. No modelo clássico de extensão rural, o agente extensionista faz a interface entre a pesquisa e os agricultores, atendendo à demanda destes. ♦O médico veterinário atua em técnicas de melhoria de produção, manejo de resíduos (medicamentos, agrotóxicos e resíduos orgânicos), utilização correta de equipamentos de produção e conservação do ambiente. COMUNICAÇÃO RURAL Para os agentes de extensão rural, a comunicação é uma ferramenta fundamental. Ela é utilizada pelos agricultores para a tomada de decisões sobre formas de produção e de convivência. A comunicação rural conscientiza a população, criando estratégias que levem à geração de novos postos de trabalho no meio rural, construção e valorização de mercados locais e 1 globalizados, além de incentivar o reconhecimento de pluralidade, as diferenças regionais, diversidade socioeconômica e ambiental existente no meio rural e nos diferentes territórios. ⤷Melhoria da qualidade de vida da população da comunidade, não apenas na produtividade, mas garantindo maior igualdade social e sustentabilidade ambiental aos sistemas agrícolas, incentivando a permanência no campo. ♦A comunicação (bidirecional) e não “extensão” (unidirecional) seria o método recomendado para técnicos interagirem com as populações rurais e elas passarem novos conhecimentos. Na década de 80 surgiram críticas baseadas principalmente nos estudos sobre a comunicação dialógica de Paulo Freire na construção de metodologias e instrumentos para políticas de comunicação rural para o desenvolvimento humano. ⤷Para Paulo Freire, o extensionista deveria ser um educador, contribuindo para a construção do saber justamente com o produtor, a fim de ter troca de experiências e não a simples transmissão do saber. PNATER A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural foi elaborada a partir dos princípios do desenvolvimento sustentável, incluindo a diversidade de categorias e atividades da agricultura familiar. ⤷Há a participação de técnicos, produtores e lideranças para sua elaboração. Orientações da Pnater - Criação e manejo de animais que respeite e preserve os recursos naturais, assegure a produção de alimentos para toda população e valorize os conhecimentos dos produtores; - O novo extensionista possui a difícil tarefa de amenizar a grande distância e desigualdade entre a comunidade rural e a vida urbana. ♦Qualquer iniciativa para melhorar a vida nas comunidades rurais pobres a um patamar aceitável necessita de medidas de caráter educativo, com pedagogia própria para o meio, valorizando o ensino dos adultos e 2 respeitando as suas experiências e o conhecimento. NOVA EXTENSÃO RURAL A comunicação com o ruralista deverá abrigar equipes multi e interdisciplinares. ⤷As mudanças que ocorreram na Extensão Rural exigem um novo perfil de extensionista, com habilidades de utilizar meios audiovisuais , informáticos e comunicacionais, ou seja, foi recomendado o uso de metodologias participativas onde os produtores percebem as dificuldades que enfrentam e encontram soluções para as mesmas, sem a imposição de soluções prontas pelas agências de extensão rural. AGROECOLOGIA Busca diversidade do agroecossistema, com desenvolvimento sustentável, considerando o conhecimento dos agricultores, a biodiversidade ecológica, social e cultural, as dificuldades enfrentadas pela comunidade, os recursos locais, o que a comunidade almeja para o futuro. Considera não só o cultivo, mas o ambiente, as pessoas e os animais. Além disso, busca ações para conservação e recuperação dos recursos naturais e da biodiversidade e que promovam a igualdade e inclusão social. AGRICULTURA E PECUÁRIA Atualmente são as maiores responsáveis por grande parte do desmatamento ilegal, emissão de CO₂, queima dos combustíveis das máquinas e equipamentos nas operações agrícolas. FORMAS DE EXTENSÃO RURAL - Visita e reunião programada; - Demonstração de método e resultado; -Unidade demonstrativa e de observação; - Dia de campo, capacitação e visita, multiplicador, treinamento ou curso para profissionalização; - Exposição e excursões educativas; - Grupos de gestão ou gestão agrícola; - Campanha educativa; - Concurso de produtividade, casa familiar rural; - Método zoop. 3 FORMAS DE PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE 1. Participação manipulada: a participação é um engano que ocorre com a presença de representantes das pessoas interessadas, sem que tenham sido eleitas para representá-las e que não tem poder nenhum; 2. Participação passiva: pessoas são informadas pela administração ou gerente do projeto sobre o que foi decidido sem consultá-los → sua participação se resume à escutá-lo; 3. Participação por consultas: participação por consultas que são realizadas ou pelas respostas que dão a determinadas perguntas realizadas pelos agentes; 4. Participação por incentivos materiais: a pessoa que participa recebe recursos materiais ou outros em troca da sua participação; 5. Participação funcional: ocorre apenas para alcançar os objetivos de um projeto; 6. Participação interativa: participação das pessoas de forma conjunta no desenvolvimento de planos e ações para a formação e fortalecimento de instituições; 7. Participação mediante acompanhamento: visa à participação das pessoas de forma conjunta; 8. Automobilização: pessoas envolvidas se mobilizam adotando iniciativas para o sistema e buscam recursos e acessorias para concretizar suas iniciativas. DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO - Barreira mecânica: aparelho de transmissão com defeito, ambiente ruidoso ou sem condições de propagação do som, ausência de muitos meios de comunicação e falhas nas transmissões de mensagens; - Barreira semântica: uso inadequado de uma linguagem não comum entre emissor e receptor; - Barreira psicológica: preconceitos e estereótipos que podem ocasionar dificuldades em aceitar informações tanto nos emissores quanto nos receptores; - Barreira pessoal: pessoas em si, de acordo com o seu estado de espírito, suas emoções, valores e personalidade 4 poderão estar mais ou menos dispostas ao diálogo; - Barreira administrativa: forma como as organizações atuam e processam suas informações, podem ocasionar ruídos para a comunicação científica; - Barreira de informação: sobrecarga de informações, excesso de reuniões, papéis institucionais e administrativos; - Barreira geográfica: dificuldade de acesso do pesquisador ao pesquisado, ausência de transporte, estradas mal conservadas, falta de hospedagem, etc; - Falta de acesso às novas tecnologias de comunicação e informação. 5
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