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MATERIAL DE ESTUDOS - Língua Portuguesa

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Prévia do material em texto

TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Avenida Hamburgo, Qd. 142, nº 254, 
Jardim Europa. Goiânia - Goiás . CEP 74330-340 
 
 
*Este material didático possui exercícios contextualizados nas páginas: 
 
página (11) 
páginas (16-17) 
página (19) 
páginas (25-26) 
páginas (31-33) 
página (34) 
páginas (44-50) 
página (37) 
páginas (51-55) 
página (59) 
páginas (61-66) 
páginas (69-70) 
páginas (73-77) 
página (80) 
páginas (83-88) 
página (87) 
página (92) 
páginas (93-97) 
páginas (103-106) 
 
*Os gabaritos estão disponíveis no Apoio Pedagógico ao Aluno (APA) ou na copiadora 
do ICG. 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Avenida Hamburgo, Qd. 142, nº 254, 
Jardim Europa. Goiânia - Goiás . CEP 74330-340 
SUMÁRIO 
1 COMUNICAÇÃO, LEITURA E ESCRITA .................................................................... 5 
1.1 COMUNICAÇÃO ......................................................................................................... 6 
1.2 LER É UM EXERCÍCIO - UM CONVITE À LEITURA: ........................................................... 9 
1.3 DOMÍNIO DA LÍNGUA PORTUGUESA E O MERCADO DE TRABALHO................................. 11 
2 LÍNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE .................................................................... 13 
2.1 CONCEITOS DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA ............................................................. 14 
2.2 DIFERENÇAS ENTRE LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA ............................................ 18 
2.3 ETIQUETA EMPRESARIAL ......................................................................................... 20 
2.4 O “CERTO” E O “ERRADO” NO IDIOMA ...................................................................... 21 
3 LÍNGUA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL ................................................................ 23 
3.1 ADEQUAÇÃO E INADEQUAÇÃO LÍNGUÍSTICA .............................................................. 24 
4 ESTUDO DO PARÁGRAFO ...................................................................................... 27 
4.1 ESTRUTURA DO PARÁGRAFO-PADRÃO ...................................................................... 30 
4.2 FORMAS DE ELABORAÇÃO DA INTRODUÇÃO DO PARÁGRAFO ...................................... 33 
4.3 FORMAS DE ELABORAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO ............................ 35 
4.4 FORMAS DE ELABORAÇÃO DE CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO ....................................... 38 
5 ACENTUAÇAO GRAFICA ......................................................................................... 43 
5.1 FORMAS VERBAIS ................................................................................................... 45 
5.2 O HIATO ................................................................................................................. 48 
5.3 O TREMA ............................................................................................................... 49 
5.4 CRASE ................................................................................................................... 50 
5.5 REGRAS PRÁTICAS ................................................................................................. 51 
5.6 CASOS PROIBIDOS: ................................................................................................. 55 
5.7 CASOS OBRIGATÓRIOS: .......................................................................................... 56 
5.8 CASOS FACULTATIVOS: ........................................................................................... 56 
6 CONCORDANCIA NOMINAL .................................................................................... 57 
7 CONCORDÂNCIA VERBAL ...................................................................................... 61 
8 ORTOGRAFIA ............................................................................................................ 68 
8.1 E OU I?................................................................................................................. 71 
3 
 
 
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8.2 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS ...................................................................................... 72 
8.3 OUTRAS DIFICULDADES COMUNS ............................................................................. 75 
8.4 MAL OU MAU? ........................................................................................................ 76 
8.5 HÁ OU A? .............................................................................................................. 77 
8.6 ONDE OU AONDE? .................................................................................................. 79 
8.7 SENÃO OU SE NÃO? ................................................................................................ 79 
8.8 AO INVÉS DE OU EM VEZ DE? ................................................................................... 80 
8.9 IR AO ENCONTRO DE OU IR DE ENCONTRO A? ............................................................ 80 
8.10 DIA A DIA OU DIA A DIA? ........................................................................................ 80 
8.11 AGENTE, A GENTE OU HÁ GENTE? .......................................................................... 80 
9 PONTUAÇÃO ............................................................................................................. 82 
9.1 A VÍRGULA ENTRE AS ORAÇÕES ............................................................................... 87 
9.2 OBSERVE O USO DOS DOIS PONTOS EM ENUMERAÇÕES: ............................................ 90 
9.3 O QUE É ETCETERA:................................................................................................ 90 
10 PRONOMES ............................................................................................................. 92 
11 REGÊNCIA VERBAL ............................................................................................. 99 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMUNICAÇÃO, LEITURA E 
ESCRITA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.1 Comunicação 
1. 
 
O homem, sendo um ser social por excelência, porque vive em grupos e é 
dotado da capacidade de refletir, tem usado suas habilidades para manter relações 
com seus semelhantes, o que lhe possibilita partilhar pensamentos e emoções. E esse 
partilhar, antes da evolução do homem até o estágio homo sapiens, se estabelecia 
através de algumas “modalidades de significantes”, listadas por Vicente de Paulo 
Saraiva: pintura, escultura, música, dança. Mas a capacidade de pensar fez o homem 
criar outra ferramenta de comunicação - a palavra. 
A palavra, como um dos recursos mais fecundos da comunicação, é o 
instrumento que o homem possui para difundir ideias, expressar emoções e defender 
posições. Por isso, seu uso adequado tem sido amplamente defendido não só por 
profissionais ligados à área da comunicação, mas também por aqueles que veem no 
domínio da palavra um requisito essencial para obtenção de sucesso no mercado de 
trabalho, independentemente do campo de atuação. Nessa linha de raciocínio, João 
Bosco Medeiros enfatiza: 
“O sucesso empresarial também depende de um sistema de comunicação 
eficaz, tanto interna, quanto externamente. A comunicação imprecisa, ambígua e 
insuficiente tem gerado a ruína de muitos empresários.” (MEDEIROS, 2005, p. 17). 
Diante disso, que estratégias adotar para estabelecer uma comunicação 
eficiente? Exercitar a leitura e a escrita e tornar-se um bom leitor. 
Quais são as características do bom leitor? 
►Um bom leitor cria possibilidades mais amplas de integração e ação social; 
►Um bom leitor é aquele que capta o explícito e o implícito, as “entrelinhas”subjacentes ao texto, as intenções do autor; 
►É aquele que constrói uma leitura crítica do mundo; 
►É ainda aquele que aprecia a potencialidade da língua concretizada no texto e 
avalia o que se diz e como as coisas são ditas; 
►Um bom leitor incorpora à leitura os seus conhecimentos prévios e as suas 
experiências de vida para atingir o significado do texto. 
KLEIN, Jane Jordan. Caderno de Língua Portuguesa Dom Alberto, 
Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010; p.11-35. 
 
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Assim, em um mesmo texto diferentes possibilidades de leitura podem surgir. 
Mas é preciso ressaltar que uma leitura só é válida quando autorizada pelo texto e 
fundamentada por indicadores que permitem uma ou mais interpretações. Que leituras 
podem ser feitas a partir do seguinte texto? 
Enfim, o bom leitor é aquele que constrói significado/sentido no texto. E a 
atividade de leitura é um exercício que prepara o indivíduo para a vida em sociedade, 
devendo, por isso, ser cultivada e aperfeiçoada. Isso porque: 
“Não basta, porém, ser alfabetizado para fazer da leitura um ato de ‘crítica’, 
que envolve constatação, reflexão e transformação de significados. [...] A leitura 
é uma atividade necessária no mundo de hoje e não deve restringir-se às 
finalidades de estudo. É preciso ler para se informar, para participar, para ampliar 
conhecimentos e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual.” 
(ANDRADE; HENRIQUES, 1999, p. 49) 
O domínio da leitura conduz ao domínio da escrita, prática indispensável no 
contexto atual, já que o homem escreve para dar ordens, avisar alguém, receitar, 
registrar vivências, pedir, etc. Para esses autores, “a escrita já nasceu com mil 
utilidades” (2003, p. 9-10) e a sua invenção foi um sucesso: “veio para ficar e se 
espalhar pelo mundo, e foi uma arma poderosíssima nas mãos dos povos que a 
dominavam, de tal forma que, hoje, os povos que não dispõem dela dependem da 
escrita dos outros para sobreviverem. E, mesmo dentro de países civilizados, o cidadão 
que não sabe escrever também depende dos que sabem para ficar vivo.” (2003, p. 10). 
A dificuldade ou a ausência do culto à escrita pode tornar-se fator gerador de 
“exílio”, “colonização” e “dominação” do homem na sociedade, pois, segundo Faraco e 
Tezza, o domínio da escrita é tão importante que, durante séculos, só se permitia que 
uma pequeníssima parcela da sociedade aprendesse a ler e a escrever. 
Escrever era uma questão de segurança social, política ou religiosa: só pessoas 
de determinadas classes ou castas tinham esse direito, exercido sempre sob estrito 
controle.” (2003, p. 10) Com o passar do tempo, a vigilância foi sendo amenizada e a 
escrita, popularizada de tal modo que é impensável “um mundo sem palavras 
escritas(FARACO; TEZZA, 2003, p. 9-11). 
Para Faraco e Tezza, a escrita é indispensável porque amplifica a 
linguagem oral em dois aspectos: a escrita atravessa o tempo e atravessa o 
espaço. Por romper a linha temporal, faz história – na dupla acepção do termo. Ao 
ultrapassar barreiras geográficas, no envio de uma carta ou de um e-mail, por exemplo, 
7 
 
 
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a escrita possibilita a construção de uma memória de informações a serem 
compartilhadas por pessoas de/em diversos lugares. Essas duas peculiaridades da 
escrita, as quais são sintetizadas na noção de “permanência”, asseguram que “a 
escrita dominou o mundo” (FARACO; TEZZA, 2003, p. 12). 
Se a escrita domina o mundo, o homem precisa dominá-la para se revelar apto a 
interagir socialmente. Diante dessa necessidade de aprimoramento da capacidade de 
expressão escrita, algumas dicas são fundamentais: 
►Ler atentamente bons textos, assumindo uma postura crítica; 
►Ler autores da área que pretende seguir; 
►Observar a forma de escrever dos autores; 
►Corrigir deficiências do aprendizado da Língua Portuguesa; 
►Dominar técnicas de redação e recursos linguísticos básicos; 
►Produzir textos. 
É importante destacar que produzir bons textos não significa produzir 
apenas textos literários. Um texto bem elaborado é aquele que atende a 
determinados fins, seja no âmbito artístico, seja no profissional. Por exemplo, se o 
objetivo do redator é relatar pormenorizadamente tudo o que aconteceu numa reunião 
administrativa de uma empresa, ele precisará escrever uma ata, tipo de texto que se 
organiza segundo algumas normas específicas. Agora, se a intenção de um autor é 
produzir uma história a partir de acontecimentos do cotidiano e envolver o leitor numa 
narrativa literária, deverá escrever uma crônica. Portanto, quando se escreve um texto, 
é necessário atender aos objetivos da produção textual, obedecendo a um sistema de 
regras ligado não só a normas linguísticas, mas também à tipologia textual. 
Outro elemento importante na construção de um texto é a atenção ao contexto 
comunicativo. Quem será o leitor do texto? Que linguagem adotar para estabelecer 
comunicação com determinado leitor e para obedecer à característica do texto? Ao 
escrever um e-mail, por exemplo, o nível de linguagem usado quando se comunica 
com um amigo não é o mesmo quando o interlocutor é o chefe de trabalho. 
A atividade de escrita, então, pressupõe conhecimento do assunto a ser 
abordado, clareza das intenções/objetivos da produção textual, adequação à 
modalidade da língua e ao tipo de texto e ajuste de estrutura e expressão à 
característica do leitor/receptor. Além disso, o processo de escrita é baseado em 
noções de apresentação formal do texto, como a estrutura dissertativa - que exige a 
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divisão do texto em, no mínimo, três parágrafos – e a estrutura da redação técnica – 
que possui linguagem e diagramação próprias. 
Em síntese: 
Organizar adequadamente a produção de um texto significa considerar o 
que se escreve, para que se escreve, como se escreve e para quem se escreve. 
 
PRATICANDO 
 
1. Imagine a seguinte situação: você precisa escrever uma Carta de Apresentação 
para uma vaga de trabalho como CORRETOR(A) DE IMÓVEIS de uma imobiliária de 
Goiânia. Esta carta é a primeira etapa do seu processo de seleção. Você precisa fazer 
o seu “marketing”, vender a sua imagem e as suas ideias, falar do seu potencial e 
como poderá fazer a diferença naquela instituição. 
2. Diante da situação apresentada acima, considere que você ainda precisa avisar o 
seu amigo que está na sala de espera. Que torpedo você enviaria a ele, noticiando os 
fatos? 
 
1.2 Ler é um exercício - um convite à leitura: 
 
 
Nadando em letras 
Estes dias, enquanto conversava com amigos, o assunto “literatura” veio à 
tona. Decepcionei-me ao saber que muitos detestavam ler e espantei-me com 
a razão: ler seria, na opinião deles, complicado, difícil. Sei lá, isso ficou lá num 
canto empoeirado da minha mente, até que reapareceu, e na hora certa; na 
hora em que nadava. Curioso, mas os atos de ler e de nadar têm muito mais 
em comum do que aparentemente se pensa. Ler, assim como nadar, são 
atividades para as quais devemos treinar, aprender. 
Algo gradual; não se começa nadando em uma piscina de 50 metros, assim 
como não se aprende a ler com um livro de Economia, mas com treino 
chegamos lá. No princípio, mesmo uma piscina curta é um desafio. A borda 
oposta parece tão distante; uma eternidade marcada por lentas braçadas nos 
separa dela. De repente a gente vai e volta, as braçadas ficam rápidas e 
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fortes; procuramos uma piscina grande. Um dia aprendemos que, ao chegar 
perto da borda, basta dar uma meia cambalhota, impulsionar com os pés e daí 
nadar ainda mais rápido. Depois da velocidade, vem o gosto pela distância, 
este junto com as temidas cãibras – mais treino.Dois três quilômetros são 
(quase) brincadeira. Próximo desafio: água aberta e fria, rio, correnteza; 
desafio! O melhor de tudo é que a qualquer momento podemos nos lembrar 
dos estágios anteriores, isto é, ter consciência de que melhoramos de fato. 
Ler é similar. Quando começamos, qualquer textinho é um desafio. O ponto 
final não chega nunca, nos perdemos ao mudar de linha; nossa própria leitura 
mental não consegue encontrar a entonação certa. Enfim, é um calvário de 
letrinhas. Quando os textos ficam curtos, pulamos para livretos e aos poucos 
desenvolvemos consciência do conteúdo que expõem, assim como na piscina 
quando aprendemos seus truques; em resumo, adquirimos experiência, a qual 
é vital para irmos adiante. Então pulamos para livros complicados, grandes, 
clássicos de autores famosos ou não. Eles dão um nó na gente e não é raro 
que tenhamos que ler determinadas partes duas vezes, ou retornar alguns 
capítulos para compreender o contexto. São as “cãibras gramaticais”, digamos 
assim – mais treino. 
O que vem depois: outras línguas, outros autores, mais desafios.... quem sabe 
até mesmo escrever? E assim como a natação, o nostálgico “olhar para trás” é 
gratificante e, neste caso, culturalmente impagável. Pessoalmente, leio muito. 
Sou do time do Luís Fernando Veríssimo: se não tenho nada para ler, corro 
para a torneira do banheiro para ler “quente/fria”. Talvez por isso repudie 
aquela imagem estereotipada que fazem dos leitores, com seus pesados 
óculos, pele pálida, característica apatia, chatice e aversão a convívio pessoal 
e afins. Ela apenas intimida aqueles que leem, nutre um preconceito, que 
assim como a maioria, é detestável e infundado. E chegou aquela hora de 
passar a mensagem final e se tenho uma, ela é: leiam! Ler é mentalmente 
saudável; nadar (ou praticar qualquer forma de esporte) é fisicamente 
saudável e como o ditado latino prescreve, mens sana incorpore sano, isto é, 
mente sã em corpo são. 
Rafael Accorsi/Universidade de Freiburg, Alemanha 
(Gazeta do Sul, 7 ago. 2002) 
 
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PRATICANDO 
Responda às questões abaixo: 
 
1. A exemplo dos amigos do autor do texto, que detestavam ler, apresente outras 
razões possíveis para tanta resistência à leitura. 
 
2. Na visão do autor do texto, a leitura também é complicada e difícil? Explique. 
3. Considere a seguinte afirmação: “Ler, assim como nadar, são atividades para as 
quais devemos treinar, aprender”. Segundo o texto, como se desenvolve o processo de 
leitura? 
4. Que estratégia linguística o autor utiliza para explicar como se desencadeiam os 
estágios de leitura? 
5. A partir da leitura do texto, explique o que são “calvário de letrinhas” e “cãibras 
gramaticais”. 
6. O autor se opõe a uma visão tradicional de leitor, definida como ”aquela. 
imagem estereotipada que fazem dos leitores, com seus pesados óculos, pele pálida, 
característica apatia, chatice e aversão a convívio pessoal e afins”. Qual a razão dessa 
oposição? 
7. A referência a Luís Fernando Veríssimo não é casual. Por que Rafael Accorsi o 
citou? 
 
1.3 Domínio da língua portuguesa e o mercado de trabalho 
 
A Língua Portuguesa e o Mercado de Trabalho 
Vanessa Loureiro Correa* 
 
O programa de televisão "O Aprendiz 3", transmitido pelo canal fechado 
People and Arts e retransmitido pela TV Record, mostra a luta de doze 
candidatos por uma vaga na empresa de Roberto Justus, âncora do programa. 
Esse emprego é em Nova York e o salário é em torno de U$ 250.000 anuais, 
além de todos os confortos, ou seja, carro, apartamento, alimentação e outras 
vantagens. Para serem merecedores da vaga, os candidatos precisam mostrar 
liderança, criatividade, conhecimento técnico e, também, domínio da língua 
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materna e de uma língua estrangeira. 
Vários estudiosos da Língua Portuguesa escreveram sobre a 
importância de se saber mais de um nível de linguagem para a conquista da 
vaga. Justus não perdoou os competidores que, em algum momento, usaram 
termos ou aspectos gramaticais inadequados. Foi incisivo e falou, por alguns 
minutos, sobre a importância das línguas nas empresas. Provou que um 
excelente executivo não pode contar somente com o conhecimento da 
secretária para que a comunicação ocorra. O próprio Roberto demonstrou, em 
todos os programas, um alto nível de domínio das línguas Portuguesa e 
Inglesa. 
Muitos podem estar pensando que isso só ocorreu no programa porque 
o emprego era bom. Porém, revistas especializadas como Você S/A informam 
que, atualmente, o domínio linguístico está sendo usado como fator de 
seleção, tendo em vista o bom currículo dos candidatos. Há empresas que 
pedem a conjugação de um verbo, outras fazem "ditado" de palavras 
portuguesas e inglesas, mas a grande maioria pede mesmo é a elaboração de 
uma redação. 
Sem sombra de dúvida que a escritura de um texto é, de fato, a melhor 
maneira de se avaliar o candidato. Além dos aspectos gramaticais, pode-se 
verificar se ele sabe coesão, coerência, partes textuais e outros elementos que 
constituem uma produção textual. Sendo assim, torna-se evidente que a 
inserção no mercado de trabalho não depende mais de um domínio somente 
técnico. Aqueles que ainda têm problemas com a língua materna terão de 
correr atrás do prejuízo se quiserem encontrar colocação. Ainda que se possa 
usar o nível coloquial com os amigos e em situações informais, tem-se que 
dominar o culto para apresentar um diferencial. Não tem escapatória, a 
mensagem é clara: mãos à obra! 
 
* Mestre em Linguística Aplicada pela PUCRS, professora do Curso de 
Letras da ULBRA e tutora de Língua Portuguesa no ULBRA EAD. 
Coordenadora das Licenciaturas do ISEE. 
 
Texto disponível em: http://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htm. Acesso 
em: 16 ago. 2008. 
12 
 
http://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htm
 
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LÍNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1 Conceitos de linguagem, língua e fala 
 
 
 
 
A comunicação em nossa sociedade pode ser realizada de diversas formas: 
através da palavra, do corpo, do gesto, da imagem, do som. Essas formas de 
comunicação são linguagens que se valem de diversos recursos para produzir 
significados. A linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas 
interagem entre si. Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra (falada 
ou escrita), existem também as linguagens não verbais. Há ainda linguagens mistas, 
que intercalam a verbal com a não verbal. Veja os exemplos: 
 
Linguagem verbal Texto opinativo (editorial), poema, ata, ofício, 
requerimento. 
 
Linguagem não 
verbal 
Música (melodia), dança, pintura, fotografia, 
escultura. 
 
Linguagem mista 
(verbal e não 
verbal) 
Notícia de jornal (texto escrito e imagem, fotografia), 
sites da Internet, história em quadrinhos, cinema, 
teatro, novela. 
 
 
Segundo Dileta Martins e Lúbia Zilberknop (2003), no mundo moderno o homem 
não vive sem a comunicação, que é uma “força de extraordinária vitalidade na 
observação das relações humanas e no comportamento individual [...] Provado está 
que a comunicação é um processo social e, sem ela, a sociedade não existiria” (2003, 
p. 23). Como processo indispensável à sobrevivência do homem na sociedade, é 
preciso ter domínio da comunicação e esta se estabelece através de diversos recursos, 
como a palavra, os gestos, os movimentos, os símbolos, o silêncio, etc. Mas de todos 
esses recursos, a palavra é o instrumento que tem sido preferido pelo ser humano para 
expressar seu pensamento, interagir com o outro e se fazer compreender. 
KLEIN, Jane Jordan. Cadernode Língua Portuguesa Dom Alberto, Santa Cruz 
do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010; p.18-22; 26,31 e 32. 
 
14 
 
 
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O uso da palavra como instrumento de comunicação é regido por um código 
específico, que é dominado por um grupo de pessoas ou por toda uma comunidade e 
que possibilita a troca e a construção de mensagens. Esse código é a língua. O que é 
língua? 
“Língua é um código que possibilita a comunicação. É um sistema de 
signos, combinações e de sons, de caráter abstrato, utilizado na 
fala.”(MEDEIROS, 2005, p. 28) 
A Língua Portuguesa é o código que todos os falantes desta língua – brasileiros, 
portugueses e africanos usam nas diversas situações de comunicação e interação 
social. Por isso, quanto maior for o domínio da língua portuguesa, maiores serão as 
possibilidades de obter uma comunicação eficiente. Dominar de forma competente uma 
língua não significa somente conhecer o seu vocabulário; é necessário dominar a 
Língua Portuguesa que, assim como outras línguas neolatinas, originou-se do latim 
vulgar. 
Durante a expansão marítima, no século XV, este idioma foi levado pelos 
portugueses a outros continentes; hoje é falado por mais 240 milhões de pessoas. 
Habitantes de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau, São Tomé e 
Príncipe, Guiné-Bissau falam a Língua Portuguesa, com suas leis combinatórias, isto é, 
fazem a combinação de palavras que propicie sentido. 
O falante de Língua Portuguesa pode conhecer o sentido das palavras, mas se 
não respeitar as leis de combinação das palavras, não produzirá significado, sentido. 
Como código que possibilita a comunicação na sociedade, a língua assume um caráter 
social, pois o indivíduo sempre recorre ao mundo dos signos linguísticos para formular 
suas mensagens. Dino Pretti (1984) sintetiza a relação entre língua e sociedade: 
“Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, 
que compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade, 
como também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos 
meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica e literária.” 
(PRETTI, 1984, p. 53) 
É preciso destacar que a língua pertence a toda uma comunidade, evolui e 
transforma-se historicamente. Quando se fala em língua, deve-se abandonar a 
busca da homogeneidade e da estabilidade; a língua é mutável. Como exemplo 
dessas mudanças, pode-se observar o vocabulário: algumas palavras perdem ou 
ganham fonemas (sons); outras deixam de ser utilizadas; outras palavras são criadas 
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de acordo com as necessidades das pessoas – é o caso dos neologismos e dos 
empréstimos de outras línguas com as quais uma comunidade tem contato. Como 
podemos observar a flexibilidade e as mudanças da língua? Vejamos os textos: 
 
Texto 1: Em nossa última conversa, dizia-me, o grande amigo, que não 
esperava viver muito tempo, por ser um “cardisplicente”. 
_ O quê? 
_ Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração. 
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. 
_ “Cardisplicente” não existe, você inventou - triunfei. 
_ Mas se eu inventei, como é que não existe? – espantou-se o meu amigo. 
Semanas depois, deixou, em saudades fundas, companheiros, parentes e 
bem amadas. 
Homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes. 
 
Questão: “Mas se eu inventei, como é que não existe?” 
Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, 
era um código aberto, 
(a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular. 
(b) a ser enriquecido pela criação de gírias. 
(c) pronto para incorporar estrangeirismos. 
(d) que se amplia graças à tradução de termos científicos. 
(e) a ser enriquecido com contribuições pessoais. 
 
Texto 2: 
Explicação moderna para uma pergunta antiga 
_ Pai, como é que eu nasci? 
_ Boa pergunta, filhão. Muito bem, tínhamos mesmo que ter essa conversa um 
dia. O que aconteceu foi o seguinte: eu e sua mãe nos conhecemos após nos 
encontrarmos num Chat desses da net, que existem para se conversar. O 
papai marcou uma interface com a mamãe num cybercafé e acabamos 
plugados. A seguir, a mamãe fez uns downloads no joy-stick do papai e 
quando estava tudo pronto para a transferência de arquivo, descobrimos que 
não havia qualquer tipo de firewall conosco. Como era tarde demais par dar o 
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ESC, papai acabou fazendo o upload de qualquer jeito com a mamãe e, nove 
meses depois, você apareceu. Entendeu?(Gazeta do Sul, Gazeta Mix, 02 
mar. 2006, p.6) 
 
Questão: De que forma o pai explicou o nascimento do filho? 
 
 
A língua é um código aceito por convenção. Por isso, um indivíduo, 
isoladamente, não consegue modificá-la. As transformações da língua são ocasionadas 
por alterações linguísticas surgidas em comunidades ou grupos sociais. 
Além disso, a língua é usada tanto na escrita quanto na fala. A fala, segundo 
Medeiros, “é regida pelo uso consensual que os falantes fazem dos elementos do 
sistema” (2005, p. 28). Além disso, a fala é um ato intencional e individual, de vontade 
e de inteligência. Tanto a fala quanto a escrita são “usos individuais da língua” 
(CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 21), pois os indivíduos não falam e escrevem da 
mesma forma. 
Como enfatiza Medeiros (2005), a língua escrita e a língua falada apresentam 
diferenças de forma, gramaticalidade e recursos expressivos: 
Estabelece-se diferença fundamental entre língua falada e língua escrita. A 
primeira é livre, desativada de componentes situacionais; a segunda é presa às regras 
da gramática e ao padrão considerado culto. Uma é criativa, espontânea; outra 
cuidada, elaborada. Ainda que a língua seja a mesma, a expressão escrita difere muito 
da oral, podendo-se facilmente comprovar que ninguém fala como escreve, ou vice-
versa. (2005, p. 29). 
O autor também ensina que na língua falada há mais contato entre os falantes, 
enquanto na escrita há mais distanciamento, pois “o contato entre quem escreve e 
quem lê é indireto” (2005, p. 29). Nesse sentido, o autor afirma que a língua falada é 
concreta, não apresenta grande preocupação gramatical, tem vocabulário reduzido e 
constantemente renovado e pode contar com outros recursos extralinguísticos, como 
os gestos, as expressões faciais, a postura. 
A língua escrita, ao contrário, é abstrata, conservadora, refletida e exige maior 
esforço para elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário deve ser 
preciso e apurado. 
 
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 2.2 Diferenças entre língua falada e língua escrita 
 
LÍNGUA FALADA LÍNGUA ESCRITA 
Vocabulário restrito e 
repetições de palavras 
Vocabulário 
amplo e variado 
Emprego de gírias e neologismos Emprego de termos técnicos 
Emprego restrito de certos tempos 
verbais 
Uso de vocabulários eruditos e 
abstratos 
Uso de onomatopeias Emprego do mais-que-perfeito, 
subjuntivo, futuro do pretérito 
Ausência de rigor na colocação 
pronominal 
Rigor na colocação pronominal 
Supressão de pronomes relativos, 
como cujo 
Emprego de pronomes relativos 
Subjetividade e uso de expressões 
emotivas 
Objetividade e ausência de 
expressões emotivas 
Frases feitas, clichês, chavões, 
provérbios 
Uso criativo de frases 
Sintaxe simples Sintaxe elaborada 
Frases inacabadas Frases construídas com rigor 
gramatical 
Formas contraídas e omissão de 
palavras no interior das frases 
Clareza na redação, sem omissões e 
ambiguidades 
Predomínio de orações coordenativas Uso de orações coordenadas e 
subordinadas 
Quadro adaptado de Medeiros (2005) 
 
Medeiros ainda observa que tanto a língua falada/oral quanto a língua escritaapresentam níveis ou registros: 
Em situações formais, a expressão se dá com a utilização de uma língua mais 
gramatical, com pronúncia cuidada. Em situações menos tensas, como a do meio 
familiar, a língua adquire características de informalidade, e as preocupações com a 
clareza e a correção tornam-se menos rigorosas. (MEDEIROS, 2005, p. 29-30). 
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PRATICANDO 
 
1) Coloque V (verdadeiro) e F (falso) nas alternativas a seguir: 
( ) A língua, como elemento de comunicação, sofre mudanças, que 
variam no tempo e no espaço. Por isso, o modo como falamos e escrevemos 
hoje não é o mesmo de épocas anteriores. 
( ) Enquanto a língua falada necessita de nexos entre frases, a escrita 
dispensa esses elementos, pois sua comunicação dispõe de outros recursos 
(como a riqueza vocabular) que auxiliam a comunicação. 
( ) A gíria é um elemento de criatividade e expressividade usada na 
língua e é admitida na fala. 
( ) Na língua falada, é comum o uso de períodos subordinados, que são 
mais longos e demonstram mais cuidado na elaboração linguística. 
( ) A língua falada é mais espontânea, usa clichês, frases feitas, que, na 
língua escrita, são evitados. 
 
2) Leia o diálogo estabelecido entre dois jovens, Viviane e Juliana, no 
telefone a respeito de um trabalho em grupo para a faculdade. 
 
_ Oi, Ju, cê acabou o trabalho? 
_ Já detonei, Vi! Só que não deu para passar na facu! O Giba ficou pegando 
no meu pé pra arrumar uns lances nuns gráficos. 
_ Ah! Falei que ia dar zica. Mas cê tá ligada que tem que escrever uma carta 
pra secretária para entrega fora do prazo, né? 
_ Desencana. O Giba disse que ia resolver essa parada... 
_ Ah, então beleza! Dá um toque pro Marquinho, falô? Bejão! 
 
a) Quais expressões, ou palavras demonstram a oralidade da língua? 
b) Em quais contextos comunicativos a língua falada deve se manter mais 
formal ou se apresentar de forma espontânea, como acontece no diálogo entre 
os universitários do texto acima? 
 
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No uso da língua, o locutor deve ajustar sua fala e/ou escrita ao contexto 
comunicativo e especialmente ao interlocutor, já que a língua oferece uma 
multiplicidade de possibilidades de uso. Medeiros explica como o locutor/redator deve 
proceder ao elaborar seu texto, considerando o interlocutor: 
“Assim, o redator empresarial utiliza uma variante mais elaborada da 
Língua Portuguesa se o texto que escreve se destina a pessoas de grau elevado 
de instrução; se se dirige a um público de grau de escolarização reduzido, deve 
fazer uso de uma variante mais adequada a esse nível.” (MEDEIROS, 2005, p.30) 
Outro ponto a destacar é que a língua falada e a língua escrita são formas 
diferentes de comunicação. Nenhuma é melhor ou pior do que a outra. Cada uma delas 
é apropriada a uma determinada forma de comunicação. Apesar de reconhecer as 
diferenças de níveis da língua oral e da língua escrita, Medeiros é categórico ao afirmar 
que é imprescindível o domínio da língua escrita na sociedade atual: 
“Note-se que, no entanto, a falta de domínio da língua escrita é 
estigmatizante e que no atual momento é crescente a importância da língua 
escrita como meio de informação científica e tecnológica.” (MEDEIROS, 2005, p. 
30) 
 
 2.3 Etiqueta empresarial 
 
Saiba como fazer do marketing pessoal uma estratégia dentro e fora do 
mundo dos negócios 
Todo mundo quer aparecer na mídia. Andy Warhol já dizia que todos têm os 
seus 15 minutos de fama; alguns querem mais...” Um bom marketing pessoal faz 
milagres”. Mas deve ser sutil, discreto, inteligente. Não pense que um armário cheio de 
marcas de grife fará de você o "bam-bam-bam" do qual todos querem informações. 
Roupa não é tudo. Você precisa ter o que falar. A exposição excessiva aos holofotes 
da imprensa pode ser desastrosa. 
Abaixo, damos algumas dicas para quem quer levar sua imagem até a imprensa: 
Marketing de sucesso 
- Fale na mídia, de preferência sobre a sua área de atuação profissional; 
- Não use chavões; 
- Participe de entidades de classe; 
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- Se for capaz, publique livros e artigos; 
- Frequente cursos de pós-graduação; 
- Mantenha a mídia informada sobre os seus projetos empresariais e pessoais 
relevantes; 
- Procure um caminho original quando seus conhecimentos forem requisitados; 
- Conserve amizades dos tempos de colégio e universidade; 
- Não se deixe picar pela mosca da vaidade; 
- Mantenha a vida pessoal fora das pautas dos jornalistas. 
Caso você queira um trabalho mais profissional, contrate uma assessoria de 
imprensa. O trabalho do marketing eficiente envolve um conjunto de ações de 
comunicação que procura ordenar a aparição do cliente na imprensa em ocasiões 
pontuais. E, para isso, nada melhor que um jornalista para mostrar o caminho das 
pedras. 
 
 2.4 O “certo” e o “errado” no idioma 
 
Observe novamente as frases: 
“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” 
“Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões.” 
Qual dessas frases é gramaticalmente correta? 
Mas, se tanto a frase 2 como a frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer 
pessoa que seja falante de nosso idioma pode compreendê-las perfeitamente, por que 
considerar uma frase correta e outra errada? Como determinar o que é certo e o que é 
errado em um mesmo idioma? 
Ferreira enfatiza que: “de modo geral, os falantes de um idioma são levados a 
aceitar como ‘correto’ o modo de falar do segmento social que, em consequência de 
sua situação econômica e cultural privilegiada, tem maior prestígio na sociedade; 
assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padrão, enquanto as 
demais variedades linguísticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam 
a ser consideradas ‘erradas’.” (2003, p. 81). 
É importante estar ciente de que, em princípio, não existe uma forma 
melhor ("mais certa") ou pior ("mais errada") de falar. Trata-se apenas de uma 
diferenciação que se estabelece com base em critérios sociais e em situações de 
uso efetivo da língua. (FERREIRA, 2003, p. 81) 
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Nessa mesma linha de raciocínio, Faraco e Tezza defendem a ideia de que há 
atribuição de valor diferente entre uma e outra variedade linguística e que essa 
valoração está ligada a condicionamentos históricos e sociais: as variedades mantêm 
uma relação de valor umas com as outras. Em bom português, a verdade é que todas 
as sociedades humanas estabelecem uma hierarquia entre suas variedades, atribuindo 
valores a este ou àquele traço da fala. Por motivos sociais e históricos, algumas 
variedades são consideradas boas (a essas damos o nome técnico de variedades 
padrões ou língua padrão) e outras más. (FARACO; TEZZA, 1992, p. 13). 
Assim, proferir a frase "Eles não teve peito de encará os ladrão" está 
linguisticamente correto, já que é possível compreender as ideias que expressa, mas 
está gramaticalmente incorreto, pois o enunciado não obedece aos padrões definidos 
pela gramática normativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
 
LÍNGUA CULTA E LÍNGUA 
COLOQUIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LÍNGUA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL 
 
 
 
 
As proposições de Ferreira (2003) sinalizam que, convencionalmente, é 
considerada "certa" ou "modelar" a variedade lingüística utilizada pelos falantes que 
integram o grupo de maior prestígio social. Essa é a chamada língua culta, falada e 
escrita em situações mais formais, pelas pessoasde maior instrução e é difundida 
principalmente pela ação da escola e dos meios de comunicação. 
Já a língua coloquial “é uma variante mais espontânea, utilizada nas relações 
informais entre os falantes. É a língua do cotidiano, sem muita preocupação com as 
normas. O falante, ao utilizá-la, comete deslizes gramaticais com frequência 
considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso constante de expressões 
populares, frases feitas, gírias, etc”. (FERREIRA, 2003, p. 81) 
Numa comparação entre a língua culta e a língua coloquial, é possível 
constatar que, em certos aspectos, as diferenças entre as duas são bem evidentes, 
mas, em outros, os limites não são tão claros, ficando difícil, nesses casos, definir uma 
"fronteira" entre o que é culto e o que é coloquial. As diferenças percebidas com mais 
facilidade entre a língua coloquial e a língua culta são as mesmas observáveis entre a 
língua falada e a língua escrita. 
IMPORTANTE! 
Empregar a língua culta não significa, necessariamente, “falar difícil”, usando 
palavras e expressões raras. Usar a língua culta significa falar (ou escrever) 
obedecendo às regras da gramática normativa. 
 
 3.1 Adequação e inadequação línguística 
 
Quando uma pessoa se comunica com outra(s), para que esse ato se realize de 
forma eficiente, é necessário que ela faça a adequação da linguagem. 
Há situações em que a relação entre os interlocutores é mais descontraída, mais 
informal ou pessoal, casos em que fica mais adequado o emprego de uma linguagem 
KLEIN, Jane Jordan. Caderno de Língua Portuguesa Dom Alberto, Santa Cruz 
do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010; p.32,35. 
 
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informal, mais "solta". Outras vezes, essa relação é mais impessoal, mais distanciada, 
o que requer uma linguagem mais formal, “mais cuidada”. 
São vários os fatores que, isoladamente ou combinados, levam o falante a 
adequar sua linguagem às circunstâncias do ato de comunicação. Entre esses fatores, 
destacam-se: 
# o interlocutor (não se fala do mesmo modo com um adulto e com uma 
criança); 
# o assunto (não se fala sobre a morte de uma pessoa amiga da mesma 
maneira que' se fala sobre a derrota do time de futebol); 
# o ambiente (não se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em um 
churrasco com amigos); 
# a relação falante-ouvinte (não se fala da mesma maneira com um amigo e 
com um estranho; ou em uma relação informal e em uma relação formal). 
Em um ato de comunicação, a influência desses e de outros fatores resulta num 
maior ou menor grau de formalidade ou informalidade na linguagem. O grau de 
formalidade do redator empresarial, por exemplo, deve ser alcançado considerando-se 
o “público-alvo” do texto. Se o interlocutor for um sujeito com pouca escolarização, a 
variedade linguística utilizada dever ser menos formal. Agora se o falante for um 
indivíduo culto, a língua culta deve ser adotada para a comunicação. 
Observando as variantes linguísticas adotadas no meio empresarial, João Bosco 
Medeiros (2005) constata que os profissionais desse ramo têm usado geralmente um 
“nível comum tenso”, ou seja, não têm redigido textos em linguagem só compreensível 
para doutores, nem escrito textos com uma variedade que agrida o padrão culto da 
língua; e, essa é uma saída correta para adequar a língua ao contexto de 
comunicação. 
 
PRATICANDO 
 
 
1. Em cada situação a seguir, indique se a linguagem utilizada pelo falante está 
adequada ou inadequada. 
a) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “Tá na cara que a testemunha ta 
enrolando”. 
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b) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “É evidente que a testemunha está 
faltando com a verdade”. 
c) Um advogado, batendo um papo com um amigo, diz-lhe, a respeito de um 
julgamento: “Tava na cara que a testemunha tava enrolando”. 
 
 
2. (ENADE – 2007) Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e 
seu colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos: 
“Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu livro de Redação 
para Concurso, para fins de consulta escolar.” 
Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que 
(A) comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola. 
(B) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos 
de verniz. 
(C) vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas. 
(D) frequenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de 
algodão. 
(E) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência 
internacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTUDO DO PARÁGRAFO 
 
 
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ESTUDO DO PARÁGRAFO 
 
 
 
 
Nas diversas situações do nosso cotidiano, convivemos com textos. 
Tipos textuais podem se caracterizar por uma conversa entre amigos, uma 
propaganda, uma história em quadrinhos, uma ata, um resumo, um ofício, uma 
resenha. Cada um desses textos tem um modo específico de elaboração com 
estrutura, linguagem e objetivos distintos. Um texto pode ser mais narrativo, enquanto 
outro serve-se especialmente da descrição ou da argumentação. E é por isso que, no 
ensino fundamental e médio, são estudados os modos de organização de um texto: 
narração, descrição e dissertação/argumentação. 
A escolha por um desses modos de organizar um texto depende da intenção e 
das necessidades comunicativas do redator. Nesse sentido, se o objetivo do locutor é, 
por exemplo, instruir seu interlocutor, ele produz um texto que se organiza em torno de 
argumentos, uma vez que seu objetivo é convencer – dissertativo argumentativo. Ex.: 
 
O superintendente de Produção de Águas da Companhia de Saneamento Básico do 
Estado de São Paulo (Sabesp), Marco Antonio Lopez Barros, admitiu que estuda reduzir 
a vazão do Sistema Cantareira. 
O nível total dos reservatórios do Cantareira continua preocupante e chegou nesta 
quarta-feira (8) a 5,5% da capacidade. Há um ano, o nível era 39,8%. 
Os ministérios públicos Estadual e Federal já ajuizaram ação civil pública pedindo que o 
uso da água do Cantareira seja restringido. 
De acordo com a Sabesp, a redução da vazão pode integrar o plano de contingência 
exigido pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) e pela Agência Nacional 
de Águas (ANA) para que comece a captação da segunda cota do volume morto. 
A companhia informou que o volume de redução da vazão ainda não foi estipulado. 
Segundo medição da ANA, a vazão do Cantareira liberada para a Sabesp é hoje de 16,6 
metros cúbicos por segundo. 
Na terça-feira (7), estava em 17,27 metros cúbicos por segundo. 
Os volumes registram queda conforme a escassez de água aumenta. 
Esta é a maior crise hídrica da história de São Paulo. 
 
KLEIN, Jane Jordan. Caderno de Língua Portuguesa Dom Alberto, Santa Cruz do 
Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010; p.39-.47. 
 
 
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Se o objetivo é contar fatos reais ou fictícios, ele pode optar por produzir um 
texto que apresente em sua estrutura os fatos, as pessoas ou personagens envolvidas, 
o momento e o lugar em que os fatos ocorreram - narrativo. Ex.: 
 
Um soldado do Exército ficou ferido no fim de madrugada desta quarta-feira (8), na Praça 
dos 18, comunidade da Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, em confronto com 
criminosos. O militar foi levado para o Hospital Central do Exército, em Benfica, onde 
passa por exames clínicos. 
 
Se for transmitir conhecimentos, o locutor deve construir um texto que exponha 
os saberes de forma eficiente - descritivo.Ex.: 
 
Retrato 
 
Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, 
nem o lábio amargo. 
 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração 
que nem se mostra. 
 
Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
- Em que espelho ficou perdida 
a minha face? 
Cecília Meireles 
 
 
Dependendo da situação de produção de texto, este pode ser extenso ou curto. 
O importante é organizar adequadamente as ideias do texto e, para isso, existe o 
parágrafo, que é uma unidade de composição, uma microestrutura de uma totalidade, o 
texto. 
Estruturalmente, os parágrafos são blocos ou parcelas de texto que estabelecem 
sequência de informações, mantendo a unidade de sentido. Os parágrafos, à 
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semelhança das orações que os compõem, mantêm relações de sentido entre si. Por 
isso, os parágrafos têm funções importantes em relação à coerência do texto: eles 
contribuem para assegurar a unidade e para possibilitar a progressão das ideias. 
 
Qual a importância do parágrafo no texto? 
 
A divisão do texto em parágrafos é uma estratégia para facilitar a compreensão 
do leitor, fazendo com que o receptor acompanhe a linha de raciocínio do autor. Além 
disso, segundo Faraco e Tezza (2003), “O parágrafo tem, antes de tudo, uma 
importância visual. O texto dividido em parágrafos ‘descansa’ a vista do leitor, 
impedindo que o olhar se perca num emaranhado sem fim de linhas” (2003, p.208) 
Um texto dissertativo-argumentativo é formado, geralmente, por um parágrafo 
que introduz o tema da redação, outros que o desenvolvem e um último que conclui o 
texto. A paragrafação serve para o autor indicar o movimento de um texto. 
 
 4.1 Estrutura do parágrafo-padrão 
 
A estrutura do parágrafo-padrão em um texto dissertativo compreende três 
partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
a) introdução: consiste em um período que expressa, de maneira geral e 
sucinta, a ideia-núcleo do parágrafo, ou seja, contém a frase-chave do resto do 
parágrafo. 
b) desenvolvimento: é formado por períodos secundários, que constituem 
explicações, detalhes e desenvolvimento da ideia-chave. 
c) conclusão: é um período que anuncia o clímax do parágrafo ou sintetiza seu 
conteúdo. 
 
Observe um exemplo de parágrafo-padrão e as partes que o compõem. 
O futebol da várzea está em extinção. A prática quase centenária do 
jogo de bola nos terrenos vazios e nos saudosos “campinhos” é escassa nos 
dias de hoje. Nos anos 30 eram comuns as peladas que reuniam jovens de 
todas as idades, dos 10 aos 50 anos e times que disputavam o poder da 
pelota. Primeiro veio a especulação imobiliária e muitos dos terrenos 
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destinados à prática do esporte se foram na construção de edifícios. Depois 
vieram os anos de denúncias vazias e a falta de moradias populares. 
Consequentemente, aumentaram as ocupações de áreas urbanas não 
construídas, o que acarretou a diminuição radical dos jogos de bola nos 
campinhos. 
 
O parágrafo-padrão apresenta Introdução Exposição da ideia central do 
parágrafo. Objetivos: apresentar a ideia-núcleo e estimular a continuação da leitura. 
Desenvolvimento 
Desdobramento da ideia núcleo. Objetivo: expor ideias secundárias que 
explicam ou esclarecem a ideia central, através de exemplos, comparações, etc. 
Conclusão 
Conclusão ou fechamento do parágrafo. 
Objetivo: finalizar o parágrafo, propondo uma retomada das ideias, um 
questionamento, uma opinião, etc. 
 
PRATICANDO 
 
1. Identifique as partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) dos 
parágrafos a seguir: 
a) ( ) A realidade brasileira deixa claro que o país é palco de 
grandes contradições sociais, culturais e econômicas. \ ( ) A origem disso 
pode ser procurada e provavelmente será encontrada na exploração do Brasil pelas 
grandes potências, que contavam com o apoio de nossa elite e com a falta de voz ativa 
dos menos favorecidos. Além disso, é preciso considerar que o país tem sido 
governado de maneira irresponsável por alguns políticos. A atuação de Fernando 
Collor de Mello é exemplar nesse sentido, pois permitiu que os “anões do orçamento” 
desviassem verbas públicas que poderiam minimizar os problemas sociais da grande 
maioria da população em vez de aumentar os cofres de uns poucos privilegiados. \ 
( ) Diante dessas contradições e dessas injustiças, os brasileiros 
precisam encontrar uma forma de tornar o país menos contraditório e socialmente e 
economicamente mais justo. 
b) ( ) Hoje não se diz mais “cercou um frango”, diz-se “engoliu 
um frango”. \ ( ) Há quem confunda uma coisa com outra e, 
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confundindo-as, chegue a achar que noutros tempos o torcedor tinha mais graça. A 
expressão “cercou um frango” era realmente perfeita. Quando alguém, na 
arquibancada, pela primeira vez, gritou ”cercou um frango”, todo mundo viu o frango, o 
gesto familiar de cercar um frango, o quíper de braços abertos, acocorado, cerca a bola 
daqui, cerca a bola dali, a bola aos saltos, fugindo, como um frango. Não se sente o 
mesmo no ”engoliu um frango”, embora o torcedor vá ao ponto de, às vezes, medir ou 
pesar o frango. Este não foi frango, foi uma galinha, e das gordas. Ou este foi um peru, 
e argentino. \ ( ) A verdade é que antes, muito antes de se dizer 
“cercou um frango”, o torcedor, em relação ao gol, já pensava no verbo engolir ou 
comer, mais em comer do que engolir. A prova está no apelido de “Guloso” que se deu 
a um quíper da Mangueira. (Mário Filho, 1994, p.150) 
 
2. Analise o parágrafo abaixo. As frases de que se compõem constituem o 
desenvolvimento de uma ideia anterior. Escolha, entre as alternativas abaixo, a frase 
que contém a orientação básica do parágrafo, isto é, a introdução. 
 
 Temos criado, nesse país, uma geração tartaruga, uma geração medrosa, 
recolhida para dentro de si. E estamos todos impregnados por esse espírito de 
tartaruga. Não temos coragem para contestar nossos dirigentes, para nos opor às suas 
ideias e criar soluções alternativas. Agimos apenas de maneira reativa, negativa, 
covarde. 
a) Precisamos assumir o desafio de educar nossas crianças para desenvolver o 
instinto da águia. 
b) Com o atual sistema de ensino, estimulamos o espírito do medo e da covardia 
e dele nos contaminamos. 
c) Procuramos em nossas escolas fazer com que nossas crianças se recolham 
para dentro de si e percam a agressividade – o instinto próprio do homem corajoso, 
capaz de vencer o perigo que se lhe apresenta. 
 
3. Os dois parágrafos a seguir encontram-se fora da ordem dada pelos autores. 
Restitua a ordenação original, numerando, em ordem crescente, os períodos. 
a) ( ) O quebra-quebra dominou o centro da cidade, e o governo perdeu o 
controle da situação. ( ) No saldo final do protesto, 700 pessoas presas, 65 feridas e 
20 mortas. ( ) Era a rebelião popular contra a vacinação antivariólica obrigatória. ( ) 
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Arandelas de gás partidas, postes de iluminação vergados, fragmentos de vidro por 
toda parte, paralelepípedos arrancados, bondes virados e incendiados.( ) Entre 11 e 
14 de novembro de 1904, o Rio de Janeiro transformou-se em praça de guerra. ( ) A 
população montou barricadas para enfrentar os vacinadores e os soldados, que foram 
agredidos com latas e pedras. 
b) ( ) No decorrer desse período, suas faturas conosco chegaram ao montante 
de centenas de milhares de cruzados. ( ) A nossa fábrica de cinzeiros Prudentina & 
Irmãos, de Presidente Prudente, negocia com a empresaComercial São José há 15 
anos. ( ) Declaramos que as contas foram todas pagas até agora e tão prontamente 
quanto as condições comerciais permitem. ( ) A Comercial São José nunca fez 
negócios conosco que não pudesse saldar e dela podemos afirmar que é honesta e 
merecedora de crédito. 
 
4.2 Formas de elaboração da introdução do parágrafo 
 
Há várias formas de começar a redação de um parágrafo, de introduzir a ideia 
central a ser desenvolvida. Os modos mais comuns de iniciar um parágrafo são: 
interrogação, declaração inicial e divisão. 
 
a) interrogação: o parágrafo começa com uma pergunta, seguindo-se o 
desenvolvimento sob forma de resposta ou de esclarecimento. 
 
Ex.: O que fez do Betinho o Betinho? Sua capacidade de reduzir a vida 
pública a um serviço em benefício dos excluídos. Nada mais. Isso pode soar banal, ou 
mesmo laudação de necrológico. Desde que foi descoberta a banalidade do mal, 
deixou-se de prestar atenção na fome, casa para quem não tinha morada e trabalho 
para o desempregado. São coisas que, pela ordem moral das coisas, todo mundo 
deveria ter.... (ZH, 11 ago. 1997) 
 
 b) declaração inicial: o autor afirma ou nega alguma coisa para, a seguir, 
justificar ou fundamentar a asserção. É a forma mais tradicional de formular a 
introdução. 
Ex.: Em junho deste ano, a luz de Betinho começou a enfraquecer. Sem poder se 
alimentar, o sociólogo acabou internado com pneumonia bacteriana, infecção oral e 
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insuficiência hepática, mas o tratamento não adiantou. Tanto insistiu que retornou para 
casa, onde foi montada uma UTI portátil. (...) (ZH, 11 ago. 1997) 
 
 c) divisão: consiste em apresentar a ideia-núcleo do parágrafo sob a forma de 
discriminação das ideias a serem desenvolvidas. 
Ex.: Duas realizações se destacam do rico legado deixado por Betinho: a criação do 
Ibase e a campanha de Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida. O Ibase, 
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, é uma das mais atuantes 
organizações não governamentais do país (...). A campanha contra a fome, lançada em 
1992, foi um obstinado trabalho em favor dos 32 milhões de brasileiros totalmente 
desamparados (...). 
 
PRATICANDO 
 
Identifique o tipo de introdução dos parágrafos a seguir: 
 
a) O caos se instalou no transporte coletivo. Acompanhando um estudante que 
embarca no ônibus no centro e se desloca até o Campus, poderemos perceber a 
situação. Os ônibus estão sucateados e os estudantes não têm onde sentar porque 
todos os bancos já estão ocupados por pessoas que moram em regiões distantes do 
centro, nas quais a lotação passa antes. Os estudantes precisam fazer acrobacias para 
passar na roleta e manter consigo os materiais diante de batidas e prisões dos outros 
passageiros. Ao final do trajeto, o estudante chega ao seu destino, mas está cansado e 
atrasado. 
 
b) O que é violência cotidiana? Os exemplos são muitos. É a crescente 
concentração de renda em privilégio dos 20% mais ricos, que aumentou não só entre 
1960 e 1970, mas também entre esta data e 1976. É a exploração do trabalho. Talvez 
o exemplo mais flagrante daquilo que pode ser chamado de violência cotidiana pode 
ser encontrado no tempo de locomoção diária entre a residência e o trabalho, que em 
média para quem mora nas zonas periféricas de São Paulo é de 4 horas. A observação 
a um desses exemplos mostrará claramente a violência por que passam aqueles que 
levam adiante as engrenagens produtivas. 
 
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 c) Para obter sucesso profissional, duas práticas devem ser seguidas à risca: o 
estudo contínuo e seriedade. Um profissional que não mantém uma educação 
continuada pode perder espaço no mercado de trabalho por ignorar teorias e ações 
recentes sobre determinada função de seu ramo de atuação. Aquele sujeito que não 
mantém uma postura correta e brinca durante os exercícios de suas atividades 
demonstra aos seus superiores e colegas que não tem a seriedade necessária para o 
trabalho. Assim, estudar e manter seriedade são requisitos básicos para quem quer 
alcançar êxito profissional. 
4.3 Formas de elaboração do desenvolvimento do parágrafo 
 
O desenvolvimento do parágrafo pode ser feito de várias formas. As principais 
maneiras de desenvolver a ideia-chave da introdução são: 
comparação: consiste em desenvolver a ideia-núcleo através de uma comparação que 
pode apontar semelhanças ou diferenças entre as ideias apresentadas na introdução. 
Ex.: Nos 1.143,017 Km do território sul-africano, é possível encontrar atrações 
turísticas tão variadas como as existentes no Brasil, que é oito vezes maior. A região 
vinícola da Província do Cabo lembra muito a zona do vinho do Rio Grande do Sul; as 
matas e savanas do interior do país correspondem aos cerrados e florestas da 
Amazônia e do mato Grosso. Diante de tantas semelhanças, só um olhar ingênuo 
ignora que África e América são terras parecidas. 
 
exemplificação: consiste na apresentação de casos, fatos, ocorrências que ilustram o 
que se está tratando. 
Ex.: Muitos poluidores químicos contribuem para degradar os rios. Os resíduos 
industriais são o exemplo mais dramático do prejuízo causado às fontes naturais de 
água, pois contêm uma série de elementos químicos altamente prejudiciais à vida 
aquática, como o benzeno, o aldeído e várias espécies de ácidos. Os agrotóxicos são 
também poluidores que alcançam os rios, envenenando e matando vários organismos, 
principalmente os peixes. Além desses, os esgotos residenciais transportam para os 
rios diversos tipo de poluidores químicos, dentre os quais o mercúrio. Assim, com 
vários agentes nocivos, o rio tende a desaparecer, pois não há vida que suporte tanto 
mal. 
 
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apresentação de causas e/ou efeito: consiste na apresentação de razões, motivação ou 
consequências relacionadas à ideia central anunciada na introdução. 
Ex.: As florestas tropicais vêm desaparecendo rapidamente. As motivações e as 
consequências da destruição dessas matas estão sendo denunciadas constantemente 
pelos ecologistas, preocupados com o futuro do planeta. 
 
Destrói-se a floresta porque ela é um banco potencial para a fabricação de 
medicamentos e uma fonte de matéria-prima para a satisfação de inúmeras 
necessidades: alimentação, utensílios, móveis, energia. A destruição das matas 
também resulta da agricultura intensiva, que destrói a vegetação nativa das áreas 
cultivadas. A destruição da floresta provoca o desaparecimento de plantas, animais e 
da cultura de muitos povos. Diante desse quadro lamentável, cabe a nós buscarmos 
uma estratégia para impedir que as florestas desapareçam por completo e que parte de 
nossa “memória ambiental” mantenha-se viva para o conhecimento de gerações 
posteriores. 
 
d) apelo ao testemunho de autoridade: consiste na recorrência a frases, citações, 
relatos proferidos por um especialista ou uma autoridade para conferir ao texto maior 
credibilidade. 
 
Ex.: Quantos diabos há? O número é infinito. Segundo o célebre doutor em 
demonologia, Dr. Blook, o cálculo é simples, porque cada homem tem um diabo que o 
acompanha sempre como sua própria sombra, devendo, portanto, o número de diabos 
ser igual ao número de criaturas de que se compõe a humanidade e isso sem contar os 
demônios vadios, que andam pelo ar, pelo solo, pelas águas, sem ocupação, 
passando..... Assim, fica fácil perceber que o número de diabos é igual ao número de 
homens, vadios ou não, existentes no mundo. 
 
PRATICANDO 
 
1. Leia os excertos a seguir e identifique como são desenvolvidos os parágrafos. 
 
a) A prática de redação é muito importante para a formação profissional. Não é 
apenas pela necessidade de redigir cartas, relatórios,ofícios que um administrador, por 
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exemplo, precisa saber escrever. A prática da redação é fundamental porque é um 
excelente treinamento para a organização do raciocínio e para o desenvolvimento da 
capacidade de expressão. Nesse sentido, todos devem aperfeiçoar a competência 
comunicativa. 
 
b) A violência é um dos problemas mais graves no Brasil e pode estar associada 
ao desnível social, econômico e cultural da população. Constantemente jovens, 
crianças e adultos são expostos a agressões, roubos e morte, por exemplo. Segundo a 
professora de Sociologia da Universidade de São Paulo, a violência deve ser entendida 
como um fenômeno atrelado à desigualdade social: quanto mais dificuldades maiores 
são as chances de se cometer violência. Nesse sentido, pode-se concluir que ações 
violentas são motivadas por questões sociais, motivadas pelos altos índices de miséria 
e injustiça social. 
 
c) As estratégias que a sociedade adota para combater a violência são diversas. 
Um exemplo dessas medidas são as baseadas na emoção, na ação impulsionada pelo 
sentimento. Outra forma encontrada busca resolver a violência com base no 
conhecimento popular, já que o conhecimento científico sobre o tema raramente é 
levado em consideração. Como reflexo, o tratamento das pessoas violentas evoluiu 
muito pouco no decorrer do século XX. Como se percebe, ainda não existem soluções 
definitivas para acabar com a violência. 
 
2. Elabore um desenvolvimento para o parágrafo a seguir: (pessoal) 
A realidade brasileira é marcada por contradições sociais, culturais e 
econômicas. 
 
 
 
 
 
 
Diante dessas contradições, os brasileiros precisam se perguntar qual é de fato 
o significado do dia 7 de setembro para o nosso país. 
 
37 
 
 
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4.4 Formas de elaboração de conclusão do parágrafo 
 
A redação da conclusão de um parágrafo pode reorganizar enfaticamente as 
principais ideias do desenvolvimento. Isso pode ser feito por meio da elaboração de 
uma frase expressiva, de uma frase que reafirma a tese do parágrafo, de uma frase 
interrogativa que deixa questões ao leitor, etc. Por isso, a conclusão pode ser do tipo 
síntese, proposta ou pergunta. 
Nos parágrafos a seguir, observe as conclusões: 
 
a) Os problemas encontrados no GOL (Grande Ônibus Lotado) não são poucos. 
Depois de muitos minutos em uma parada de ônibus, chega o GOL. Logo na entrada, é 
aquele empurra-empurra e, como música ao fundo, ouve-se “um passinho pra frente 
pessoal”. Todos respiram o mesmo gás carbônico, porque num contexto como esse o 
oxigênio já nem existe mais. Chegando ao destino, um alívio: finalmente a viagem 
acabou. Após o término das aulas, o sufoco recomeça. E pode contar, no outro 
dia, novamente tudo irá se repetir. 
 
b) A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do 
coração. Somente na última década, segundo informações da Secretaria da Saúde do 
Estado de São Paulo, o paulista infartou vinte vezes mais do que no decênio anterior. 
O stress causado pela vida intensa acelera os batimentos cardíacos, por intermédio da 
injeção exagerada de adrenalina, e apressa o surgimento de doenças do coração. 
Assim, nesse contexto, há como não sofrer problemas cardíacos? 
 
Na redação de um parágrafo, devem-se observar algumas características 
para que o texto tenha qualidade. E quais são essas qualidades? 
• O parágrafo deve ter unidade: as ideias e frases devem ser coerentes. Isto é, 
as frases devem estar intimamente inter-relacionadas de tal modo que todas se 
relacionem ao tema. 
• As frases podem ser ligadas por elementos de coesão conforme o sentido que 
expressam: 
 
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ELEMENTOS DE COESÃO IDEIA QUE EXPRESSAM 
mas, porém, todavia, contudo, no 
entanto 
Adversidade 
entretanto, enquanto, ao passo que, à 
proporção que, à medida que 
Proporção 
tanto quanto, como, assim como, do 
que 
Comparação 
 
embora, ainda que, se bem que, 
mesmo que 
Concessão 
porque, visto que, uma vez que, já 
que 
Causa 
 
consequentemente, por conseguinte, 
de modo que 
Consequência 
logo, portanto, desse modo, assim, 
então 
Conclusão 
 
Evitar a redação de frases muitos longas, como também somente o uso de 
frases curtas. A variação no comprimento das frases do parágrafo é um 
procedimento para realçar as ideias. 
• A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. Não usar 
palavras cujo significado não seja familiar. Exemplo: O Senhor Mauro da Costa é um 
quiropedista. (Pedicuro) 
• Evitar repetições de palavras e ideias. Exemplos: 
Isto acontece com os velhos já idosos há 20 anos atrás. 
O poder aquisitivo de adquirir bens. 
O trabalho apresenta um estudo pertinente sobre o perfil do contabilista. 
Nesse trabalho, são apresentadas dez competências necessárias ao 
contabilista no século XXI. 
• Evitar ambiguidades. Exemplos: 
A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro. 
Despediram-se os empregados. 
È proibido dirigir um carro ébrio. 
O funcionário obteve licença por doença de dez dias. 
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• Evitar chavões, lugares-comuns: 
O presente trabalho apresenta.... 
Desde os tempos mais remotos,.... 
A cada dia que passa.... 
Eu não tenho palavras para dizer.... 
Hoje em dia este é um assunto muito debatido. 
 
• Observar a norma culta da Língua Portuguesa: cuidar da ortografia, da 
concordância, da regência, etc. 
• Empregar corretamente a pontuação. A pontuação inadequada pode alterar o 
sentido da frase. Exemplo: 
Meu amigo saiu, não está aqui. 
Meu amigo? Saiu não, está aqui. 
Meu amigo saiu? Não está aqui? 
 
• Evitar o uso de abreviaturas. 
• Evitar fragmentos de frases: escrever frases sempre com sentido completo. 
Exemplo: “Embora não tenhamos vendido muito.” Observe-se que a frase ficou 
inacabada; é um fragmento apenas. Estaria completa com a oração principal: 
“Embora não tenhamos vendido muito, recebemos elogios do diretor.” 
 
PRATICANDO 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO ENADE 2006 
QUESTÃO 10 – DISCURSIVA 
Leia com atenção os textos abaixo. 
 
Duas das feridas do Brasil de hoje, sobretudo nos grandes centros 
urbanos, são a banalidade do crime e a violência praticada no trânsito. Ao se 
clamar por solução, surge a pergunta: de quem é a responsabilidade? 
 
 
São cerca de 50 mil brasileiros assassinados a cada ano, número muito 
superior ao de civis mortos em países atravessados por guerras. Por que se 
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mata tanto? Por que os governantes não se sensibilizam e só no discurso 
tratam a segurança como prioridade? Por que recorrer a chavões como 
endurecer as leis, quando já existe legislação contra a impunidade? Por que 
deixar tantos jovens morrerem, tantas mães chorarem a falta dos filhos? (O 
Globo. Caderno Especial. 2 se! 2006.) 
Diante de uma tragédia urbana, qualquer reação das pessoas 
diretamente envolvidas é permitida. Podem sofrer, revoltar-se, chorar, não 
fazer nada. Cabe a quem está de fora a atitude. Cabe à sociedade perceber 
que o drama que naquela hora é de três ou cinco famílias é, na verdade, de 
todos nós. E a nós não é reservado o direito da omissão. Não podemos seguir 
vendo a vida dos nossos jovens escorrer pelas mãos. Não podemos achar que 
evoluir é aceitar crianças de 11 anos consumindo bebidas alcoólicas e, mais 
tarde, juntando esse hábito ao de dirigir, sem a menor noção de 
responsabilidade. ( ...) Queremos diálogo com nossos meninos. Queremos 
campanhas que os alertem. Queremos leis que os protejam. Queremos 
mantê-los no mundo para o qual os trouxemos. Queremos – e precisamos- 
ficar vivos para que eles fiquem vivos. (O Dia, Caderno Especial. Rio de 
Janeiro, 10 se!. 2006.) 
 
Com base nas ideias contidas nos textos acima, responda à seguinte pergunta, 
fundamentando o seu ponto de vista com argumentos. (pessoal) 
Como o Brasil pode enfrentar a violência social e a violência no 
trânsito? 
Observações: 
• Seu texto deve ser dissertativo-argumentativo (não deve, portanto, ser escrito 
em forma de poema ou de narração). 
• O seu ponto de vista deve estar apoiado em argumentos. 
• Seu texto deve ser redigido na modalidade escrita padrão da Língua 
Portuguesa. 
• O texto deve ter entre 8 e 12 linhas. 
 
 
 
 
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RESPOSTA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
ACENTUAÇAO GRAFICA 
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ACENTUAÇÃO GRÁGICA 
 
Em português, toda palavra possui uma sílaba tônica, à exceção de alguns 
monossílabos e de raros dissílabos átonos. Quando a palavra termina em A, E, O 
(acrescida ou não de S), EM, ENS ou AM, a tonicidade recai naturalmente sobre a 
penúltima sílaba da palavra. Todas as demais terminações tendem a fixar a tonicidade 
na última sílaba. Dessa forma, a acentuação gráfica só será necessária quando for 
preciso desviar a tonicidade natural da palavra. Veja: 
 
TERMINAÇÕES TONICIDADE NATURAL DESVIO DA TONICIDADE 
A Esta está 
 Fabrica fábrica 
E Breve brevê 
 Analise análise 
O Camelo camelô 
 Negocio negócio 
EM Contem contém 
OUTRAS Caqui cáqui 
TERMINAÇÕES Caracter caráter 
 Xerox xérox 
 
 
 
PRATICANDO I 
 
 
Acentue quando necessário: 
 
O comandante de aeronave que receber de órgão controlador de voo ordem para 
pousar, devera dirigir-se, imediatamente, para o aerodromo que lhe for indicado e nele 
efetuar o pouso. 
 
Nenhuma aeronave militar ou civil a serviço de Estado estrangeiro e por este 
diretamente utilizada poderá voar sem autorização no espaço aereo brasileiro ou 
aterrissar no territorio subjacente. 
A prática de esportes aereos tais como balonismo, volovelismo, asas voadoras e 
similares, assim como os voos de treinamento, far-se-ão em areas delimitadas pela 
autoridade aeronautica. 
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Reconquistar o valor da vida atraves do trabalho: o desafio de buscar energia 
com o minimo de interferencia na natureza. 
 
As informações do formulario foram inseridas na ficha-sumario de treinamento 
individual. 
 
O controle deve incluir procedimentos, equipamentos e manutenção, alem dos 
parametros do proprio processo. 
 
Atualmente no Brasil a definição oficial de aeronave e a constante do art. 106 do 
Código 
 
Brasileiro de Aeronautica, lei 7.565, de 19.12.86, e que dispõe o seguinte: “Considera-se 
aeronave todo aparelho manobravel em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço 
 
aereo, mediante reações aerodinamicas, apto a transportar pessoas ou 
coisas.” de Castro Farias 
 
Nenhuma aeronave podera ser autorizada para o voo sem a previa expedição do 
correspondente certificado de aeronavegabilidade, que só sera valido durante o prazo 
estipulado e enquanto observadas as condições obrigatorias nele mencionadas. 
 
 
5.1 Formas verbais 
 
Acentuam-se ainda: 
 
 
PÔR ( mas não é acentuada a preposição por) 
 
(ELE) PÔDE - passado (mas não é acentuada a forma presente pode) 
(ELES) VÊM ( porém: ELE VEM) 
 
(ELES) TÊM ( porém: ELE TEM) 
 
(ELE) MANTÉM (ELES) MANTÊM ( e outros derivados de ter : deter, conter, 
etc.) 
(ELE) VÊ (ELES) VEEM ( o mesmo ocorre com LER/DAR/CRER e derivados) 
 
 
 
PRATICANDO II 
 
Acentue as formas verbais destacadas nas frases abaixo, se necessário: 
 
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1. Esta Norma contem apenas os requisitos que podem ser objetivamente 
auditados para fins de certificação/registro e/ou autodeclaração. (ISO 14001). 
 
2. A norma contem disposições que constituem prescrições desta Norma. 
 
3. Estas Normas contem algumas definições e conceitos básicos sobre Sistema da 
Qualidade. 
 
4. As Normas Internacionais de gestão ambiental tem por objetivo prover às 
organizações os elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz, passível 
de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar 
seus objetivos econômicos e ambientais. 
5. Muitas organizações têm efetuado “análises” ou “auditorias” ambientais a fim de 
avaliar seu desempenho ambiental. (Idem) 
 
6. É necessário por em ordem o arquivo. 
 
7. As habilidades em relações humanas consistem em por em pratica a capacidade 
de compreender as outras pessoas e integrar com elas harmonicamente. 
 
8. O bom caráter advem de seguirmos nosso supremo senso de retidão, de 
confiarmos nos ideais sem sequer estarmos certos de que darão certo. Um dos 
desafios de nossa aventura na Terra consiste em nos elevarmos acima de 
sistemas mortos... guerras, religiões, nações, destruições... nos recusarmos a 
fazer parte deles, e em vez disso exprimirmos o que temos de melhor dentro de 
nos. (Richard Bach) 
 
9. O comprometimento com a qualidade tem de ser espontaneo e vir do intimo das 
pessoas. 
 
10. Planos são necessarios, mas não bastam. As pessoas tem de estar 
definitivamente decididas a melhorar a qualidade para que esses planos deem 
certo. 
 
 
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PRATICANDO III 
 
Qual a forma correta? 
 
1. É necessário .................. em ordem estes documentos. (por ou pôr) 
 
2. Convém .................... os nomes dos presentes na lista. (por ou pôr) 
 
3. ................... alguns minutos ficaram no mais absoluto silêncio. (por ou pôr) 
 
4. ............. mais que nos esforçássemos, era difícil completar o percurso no tempo 
determinado. (por ou pôr) 
 
5. Todas as pessoas ....................... a natural necessidade de serem reconhecidas 
pelo que fazem e pelos resultados que conseguem atingir. (tem ou têm) 
 
6. Todo o mundo ................... assistido, nestes últimos anos, a profundas 
transformações sociais, políticas e econômicas. (tem ou têm) 
 
7. As medidas internas da qualidade são importantes, mas, acima de tudo, é 
necessário escutar o que os consumidores ................... a dizer. (tem ou têm) 
 
8. Nem todo trabalho em equipe resulta em melhoria de qualidade, mas toda 
melhoria ........................... do trabalho em equipe. (provem, provém ou provêm) 
9. A qualidade é um alvo móvel. O que é tido como bom hoje, ............. não sê-lo 
amanhã. (pode ou pôde) 
 
10. Ontem ele não ................. viajar conosco, mas agora ............. . (pode ou pôde) 
11. Eles não .................. mais trabalhar de ônibus. (vem ou vêm) 
 
12. Eles não ........................... nenhum problema no atendimento que dão ao cliente. 
(vem, vêm ou veem) 
 
 
 
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5.2 O hiato 
 
Acentuam-se as vogais I e U, quando formam sílabas sozinhas (ou acompanhada 
de ‘s’) no interior das palavras e são tônicas. Assim, acentua- se: 
 
 
 
 
dis - tri - bu – í pronunciado separadamente, tônico, sozinho na sílaba. 
Mas não se 
acentuam: 
 
dis - tri – bui não é pronunciado separadamente 
dis - tri - bu – ir 
 
pronunciado separadamente, mas não está sozinho na 
sílaba 
ba - i – nha atende a 
 
todas as exigências mas vem antes de sílaba 
iniciada por NH. Essa é uma exceção. 
 
 
(Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas, assim o 
correto é apoio, boia, heroico, assembleia, ideia.) 
 
Acentuam-se

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