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CERVICITE ● Inflamação do colo do útero geralmente causada por agente infeccioso. Causa secreção purulenta. ● Atentar que na cervicite o corrimento vem de dentro do canal endocervical, diferente da vaginite (em que corrimento vem da própria vagina). ETIOLOGIA ● Germes ascendentes, geralmente bactérias sexualmente transmissíveis. ● Principais agentes: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis (até 90% dos casos). ○ Outros: Mycoplasma, Ureaplasma, Escherichia coli, Actinomyces israelii (em usuárias de DIU). CERVICITE POR GONOCOCO ● Problema de saúde pública ● Neisseria gonorrhoeae (diplococo gram negativo) ● Transmissão sexual ● Incubação: 4 a 7 dias. CLÍNICA ● Assintomáticas em 60 a 80% dos casos ● Secreção cervical (cervicite) e/ou uretral purulenta (tipo leite condensado) Fatores de risco: transmissão sexual (vida sexual ativa, múltiplos parceiros) corrimento cervical, colo hiperemiado, friável, sinusorragia e dispareunia ● Bartolinite (inflamação das glândulas de Bartholin > glândulas localizadas na fúrcula da vulva >> inflamação causa abaulamento vulvar doloroso que impede paciente até de sentar) ○ Tratamento: drenagem. A incisão é feita na face interna do pequeno lábio, em forma de X e deverá promover a marsupialização da glândula. ● Skenite (inflamação da glândulas de Skene, glândulas parauretrais responsáveis por libertar um líquido esbranquiçado ou transparente representando a ejaculação feminina durante o contato íntimo). ○ Tratamento: mesmo da bartolinite. CONJUNTIVITE GONOCÓCICA Para evitar o quadro, no Brasil, desde 1977, é obrigatória a aplicação de uma solução de nitrato de prata a 1% em cada um dos olhos do recém-nascido no prazo de uma hora após o nascimento. Se não aplicado, pode-se desenvolver essa conjuntivite purulenta pela contaminação no canal de parto. DIAGNÓSTICO Essencialmente clínico, mas pode-se pedir cultura de secreção cervical em casos de dúvida. TRATAMENTO ● Ceftriaxona 500mg IM dose única. Uso de quinolona (cipro) não é recomendado porque já existem muitas cepas do gonococo resistentes. Tanto na gonorreia, quanto na sífilis, deve-se tratar o parceiro! Porém, o CEM proíbe prescrever medicamentos sem ter consultado o paciente, então deve-se convocar o parceiro sexual para o consultório. CERVICITE POR CHLAMYDIA ● Chlamydia trachomatis ● Pode gerar sequelas muito graves. ● Parasita intracelular obrigatório. ● Transmissão sexual. CLÍNICA ● 60-75% assintomáticas. ● Nas sintomáticas, a leucorréia da cervicite não é tão exuberante quanto na gonorreia (menos purulento). DIAGNÓSTICO Clínico. Mas, se necessitar de exame, priorizar o PCR da secreção cervical. TRATAMENTO ● Azitromicina 1g VO dose única. OU ● Doxiciclina 100mg VO 12/12h 7 dias. LEMBRAR QUE É DIFERENTE DO QUADRO DE DIP POR CLAMÍDIA, EM QUE HÁ DISPAREUNIA, DOR EM BAIXO VENTRE E DOR A MOBILIZAÇÃO DO COLO. NESSE CASO, USA-SE DOXICICLINA POR 14 DIAS. TAMBÉM É DIFERENTE DO LINFOGRANULOMA VENÉREO (BUBÃO), EM QUE O TRATAMENTO ESTENDE-SE POR 3 SEMANAS. SÍNDROME URETRAL Chlamydia pode causar uretrite, causando sintomas semelhantes a infecção urinária (disúria), porém não responde aos tratamentos com nitrofurantoína e quinolonas, por exemplo. Ao realizar urina tipo 1, observa-se leucócitos com cultura negativa (piúria estéril). Nesses casos, desconfia-se de uretrite por Chlamydia, porque a bactéria fica aprisionada dentro de outras células, não positivando a cultura. Na prática clínica, a diferenciação dos agentes etiológicos das cervicites é quase impossível, por isso sempre opta-se por tratar ambos, tanto a clamídia, quanto o gonococo (inclusive pela possibilidade de coinfecção). Então o tratamento para cervicite seria: ● Ceftriaxona 500mg IM dose única. ● Azitromicina 1g VO dose única. ceftriaxona para gonococo, e azitro para clamídia tto empírico para evitar virar DIP SEMPRE CONVOCAR E TRATAR PARCEIRO, E FAZER RASTREIO PARA OUTRAS DSTs! DOENÇA INFLAMATÒRIA PÉLVICA Agentes principais: gonococo e clamídia (com o avançar do quadro fica polimicrobiana) corrimento purulento saindo do colon + dor anexial e a palpação abdominal 3 critérios maiores: dor: hipogástrica + anexial + mobilização colo (precisa de 3, mas apenas já seria sinal para tto de DIP) 1 critério menor: cervicite, febre, leucocitose, VSH/PCR aumentados (precisa de 1) 1 critério elaborado: endometrite na biópsia, abscesso tubo-ovariano ou no fundo de saco, DIP na laparoscopia. (usados mais em situações de dúvida diagnóstica, pq paciente pode apresentar peritonite a direita e vai p laparoscopia achando que é apendicite) TRATAMENTO Ambulatorial ou hospitalar?? mesmo ambulatorial precisa de reav em 48/72h CLASSIFICAÇÃO DE MONIF 1. DIP não complicada ÚNICO AMBULATORIAL 2, DIP com peritonite HOSP 3. Oclusão de trompa ou abscesso HOSP (talvez não precise de cirurgia) 4. Abscesso >10cm ou roto HOSP e cirúrgico!!! outras de tto hosp: gestantes e sem melhora após 72h de tto amb AMB Ceftriaxone 500mg IM dose única Metronidazol 500mg VO 12/12h 14d Doxiciclina 100mg VO 12/12h 14d HOSP Ceftriaxone 1g IV Metronidazol 400mg IV 12/12h DOxicilicina 100mg VO 12/12h TODOS OS TRÊS POR 14 dias opção: clindamicina IV + gentamicina IV COmplicação: aderência em cordas de violino >> Síndrome de Fitz Hugh Curtis >> perihepatite por sequela de DIP que pode ser vista na laparoscopia
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