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TEORIAS DE GRUPO

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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
Contexto: Na década de 1930 e 1940 aconteceram muitos conflitos nas relações sociais como: produção econômica, na saúde, na educação, na família, e as instâncias organizativas da sociedade, e por isso tornou-se imprescindível pensar novas formas de intervenções grupais que auxiliassem na resolução destes problemas 
Os três momentos epistêmicos
1- Se organiza quando a Gestalt tornou possível afirmar que em um grupo o “todo é mais que a soma das partes”. A Gestalt vai entender o grupo para além da soma dos seus integrantes.
2- Estabelece- se em torno da busca de organizações grupais. As contribuições da psicanálise são aqui insubstituíveis, tanto no plano teórico quanto na forma de delinear e difundir os dispositivos grupais na área da clínica psicoterápica. O mesmo poderia ser dito dos grupos operativos de Pichon Riviere, embora em áreas mais vastas: educação, saúde, intervenções comunitárias, etc.
Com relação a psicanálise a controvérsia é a seguinte: os grupos constituem um campo de aplicação do saber e da técnica psicanalíticos, ou será necessário a elaboração de instrumentos teóricos e técnicos específicos.
3- “O terceiro momento epistêmico esboça-se justamente a partir das dificuldades que as disciplinas de objeto discreto (empírico) têm de abordar certas realidades disciplinares sem cair em algum reducionismo (sociologismo, psicologismo, psicanalismo). Se as lógicas de objeto discreto foram necessárias para realizar as demarcações básicas das disciplinas mais formalizadas das ciências humanas, hoje muitas delas estão preocupadas em encontrar outros instrumentos metodológicos que permitam dar conta das áreas que resistem a abordagens unidisciplinares.” 
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS GRUPOS
Grupo Operativo:
· A estrutura da equipe só se consegue na medida em que se opera. Desta forma, grande parte da ação desempenhada nos grupos operativos está relacionada ao fato de se aprender a trabalhar como uma equipe. Nos grupos operativos, o objetivo é que seus membros aprendam a pensar. Esse pensar significa refletir, questionar, quebrar com a reprodução de estereótipos de qualquer tipo.
· nos grupos operativos, a tarefa interna exige que os membros realizem uma permanente indagação das operações que se realizam no seio do grupo, em função da relação com a tarefa externa, vista como organizadora do processo grupal. Esta atitude de “re-fletir(se)” sobre a experiência do próprio grupo enquanto grupo é o ponto de partida dos assim chamados grupos de reflexão, uma contribuição da teoria e da técnica dos grupos operativos à aprendizagem supervisionada em grupos.
· 
· ENSINO-APRENDIZAGEM: neste tipo de grupo há o pensamento de que o essencial é o “aprender a aprender” e que é muito mais importante aprender do que encher a cabeça com conhecimentos: o objetivo é formar seres pensantes.
· Os grupos de reflexão pretendem enfatizar o refletir, o indagar as tensões oriundas do processo de ensino/aprendizagem. Para Dellarossa (1979) o objetivo era que os participantes pudessem elaborar as tensões que se geravam com os pacientes psiquiátricos e nas diferentes atividades com professores e coordenadores das instituições assistenciais.
· GRUPOS INSTITUCIONAIS
As atividades operativas estão sendo cada vez mais utilizadas nas instituições em geral. Escolas, associações de classes, sindicatos, exército e nas próprias empresas, a prática de promover reuniões em grupo com vistas a debaterem e encontrarem uma ideologia comum para uma adequada formação humanística. Nas empresas, principalmente existem serviços dirigidos por psicólogos organizacionais, que se destinam a aumentar o rendimento da produção, investindo em seu pessoal, por meio de grupos operativos centrados na tarefa de obtenção de um clima de harmonia entre seus diversos escalões.
· GRUPOS COMUNITÁRIOS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um completo bem-estar físico, psíquico e social”, e a partir desta definição notamos que as técnicas e o modelo grupal tem sido bastante utilizado, principalmente em programas voltados à saúde mental e em geral.
Técnicos de diversas áreas de especialização podem, com relativa facilidade, ser bem treinados para essa tarefa de integração e de incentivo às capacidades positivas, desde que fiquem unicamente centrados na tarefa proposta e conheçam seus respectivos limites.
· GRUPOS TERAPÊUTICOS
Como o próprio nome diz, são grupos operativos que visam, a melhoria da condição de saúde dos indivíduos, seja no âmbito físico, emocional ou ambos. Esses grupos são conhecidos como de "autoajuda" e mais recentemente "grupos de mútua ajuda", uma vez que são reunidas várias pessoas com alguma característica semelhante entre si, com o objetivo de se unirem e se ajudarem mutuamente. Esses grupos podem também ser formados por um profissional que os coordena, até que possam caminhar sozinhos.
Além disso, possuem 6 subgrupos, sendo eles: 
1. Adictos: composto por tabagistas, obesos, dependentes químicos, alcoolistas, entre outros;
2. Cuidados primários em saúde: que incluem programas preventivos de saúde, como um suporte para pacientes hipertenso, diabéticos, reumáticos e outros;
3. Reabilitação: para infartados, colostomizados, espancados, mutilados entre outros;
4. Sobrevivência social: para grupos estigmatizados como homossexuais, portadores de deficiências físicas, pessoas com Transtorno do Espectro Autista, e outros;
5. Suporte: para pacientes crônicos, físicos ou psíquicos, pacientes terminais entre outros;
6. Problemas sexuais e conjugais: mais utilizados nos Estados Unidos.
GRUPOS PSICOTERÁPICOS
O segundo grande grupo é chamado de Grupos Psicoterápicos que incluem aqueles em que se prioriza a aquisição de insights, principalmente de aspectos inconscientes dos indivíduos e da totalidade grupal. Nestes grupos, os membros buscam o autoconhecimento, a autopercepção e o autodesenvolvimento, ampliando a consciência, como uma forma de melhor se relacionar e de se colocar na vida. Não há um corpo teórico-técnico que dê uma fundamentação a todas as formas de grupo terapias, mas quatro correntes merecem um registro aqui pela sua importância e constante utilização. São elas: a de inspiração Psicanalítica; a psicodramática; a corrente Cognitivo-Comportamentalista e a Teoria Sistêmica.
PSICODRAMA
Criado por Jacob Moremo, na década de 30, o psicodrama ainda conserva o eixo fundamental constituído pelos seis elementos a seguir: o cenário, protagonista, diretor, ego auxiliar, público e a cena a ser apresentada. Médico romeno, já em 1908, começa a realizar  improvisações dramáticas com crianças, estimulando-as a criarem  regras para uma "sociedade infantil, que fosse respeitada pelos adultos".
As experiências prosseguem em 1921, com o Teatro da Espontaneidade, até o Teatro Terapêutico que serviu de base para as técnicas psicodramáticas atuais. 
É também usada a técnica de dramatizar cenas, como um recurso auxiliar em outras formas de grupos.
 
Moreno cria sua teoria a partir da reconstituição dos estágios primitivos evolutivos do indivíduo associando-os com técnicas conhecidas pelo teatro ou criando novas.  
A primeira etapa da dramatização visa o reconhecimento da indiferenciação e oferece a “técnica da dupla” como uma possibilidade de diferenciação, em que vai trabalhar a noção do “eu” e do “outro”.
A segunda etapa da dramatização visa a retomar as diversas fases ocorridas na infância até o reconhecimento de si próprio na imagem espelhada no espelho. Nessa “técnica do espelho” o protagonista sai do palco, e se coloca junto à plateia, de onde assistirá a representação que uma outra pessoa, no papel de ego auxiliar, fará “dele” na cena por ele criada. Dessa maneira, o protagonista poderá reconhecer sentimentos e/ou comportamentos...
A terceira etapa da dramatização visa possibilitar que o protagonista se coloque no lugar do outro, com quem interage, a partir do lugar dele. Nessa técnica de “inversão de papéis” cada um pode vivenciar a cena a partir da visão do outro, desenvolvendo a empatia, o reconhecimento e a consideraçãocom as angústias e os sentimentos do outro.
Essas etapas se alternam, com outras menos conhecidas, que dinamizam a sessão e as possibilidades de novas percepções e insights.
COGNITIVO - COMPORTAMENTAL
Esta corrente se fundamenta no postulado de que todo indivíduo é um organismo processador de informações, recebendo estímulos e dados, e gerando apreciações.
 
É uma teoria de aprendizagem social, em que são valorizadas as expectativas da pessoa; a qualificação de seus valores; as significações que ele empresta a seus atos e suas crenças; além de sua forma de adaptação à cultura vigente.
 
Existem abordagens cognitivistas que tem origem na psicanálise e outras da corrente comportamentalista, no entanto, todas enfatizam a cognição e a possibilidade de identificação e modificação como possibilidades, e a partir destes princípios elaboram suas técnicas. Para essa visão cognitivo-comportamental existe a necessidade de uma “clara cognição” dos aspectos mencionados, o que delineia uma técnica que visa três objetivos principais:
Reeducação / Reestruturação- em nível perceptivo- das concepções errôneas que a pessoa possui;
Treinamento – de novas habilidades comportamentais, que substituirão às antigas;
Modificação -  no estilo de viver, que mantenham as novas habilidades aprendidas.
PSICANALÍTICA
Os objetivos a serem atingidos nesses grupos, que podem funcionar por um tempo longo ou curto, darão ao coordenador a direção a ser seguida.
Podem ter a finalidade de possibilitar insights destinados a mudanças caracterológicas, ou podem se limitar a benefícios terapêuticos menos pretenciosos, como a simples remoção de sintomas, alívio de angústias ou resolução de crises.
Além disso, pode-se buscar focos mais específicos, tais como, melhor adaptabilidade nas inter-relações familiares, profissionais ou sociais, ou podem objetivar a manutenção de um estado de equilíbrio psíquico; ou para despertar as capacidades positivas ocultas, em grupos com pacientes bordeline, depressivos, entre outras especificidades.
TEORIA SISTÊMICA
Os praticantes dessa corrente partem do princípio de que os grupos funcionam como um sistema, em que há uma constante interação, complementação e suplementação dos distintos papéis que foram atribuídos e que cada um de seus componentes desempenha. Parte da premissa de que, qualquer modificação de um de seus elementos, necessariamente afetará os demais e o sistema como um todo.
· Deixa-se de analisar os processos intrapsíquicos passando à análise dos processos interpessoais, relacionais;
· Abandona-se a visão linear de estabelecer relações entre os eventos, assumindo um pensamento circular, de influências mútuas;
· Considera-se que a enfermidade apresentada pelo Paciente Identificado – PI – sinaliza uma perturbação coletiva do meio em que se criou: a família. O PI é o emergente, o sintoma do distúrbio do grupo;
· A comunicação, verbal e não verbal, é um aspecto que merece muita atenção no trabalho com a família.
 FREUD: Psicologia das massas e análise do eu
Para Freud,  Le Bon consegue explicar de maneira clara a forma de pertencimento e agir do indivíduo enquanto parte de um grupo e também o fato deste, isoladamente,  agir de forma diferente, no entato, entende que ele não consegue responder os motivos que causam tais diferenças.
Freud acredita que o inconsciente pode dar conta de tal questão, já que maior parte de nosso comportamento é derivado de processos que fogem a nossa consciência e observação, assim, Freud estabeçece que os conteúdos  inconscientes são as causas de nossas ações cotidianas.
De acordo com Le Bon as características particulares que definem cada indivíduo, ou seja sua distintividade se dilui  quando este integra um grupo. Além disso, o autor acredita que além de perder suas particularidades, novas características surgem quando o individuo está em grupo e que isso se daria por três motivos:
1) O individuo quando está em grupo adquire um poder invencível que lhe permite render-se a instintos que teria reprimido se estivesse sozinho.
Segundo Freud as características novas são manifestações do inconsciente que passaram a se manifestar quando esse indivíduo foi colocado em grupo.
2) O contágio também é importante para determinar no grupo o aparecimento de características especiais. Em um grupo todos os atos e sentimentos são contagiosos, de forma que o individuo sacrifica seus interesses individuais em prol dos interesses coletivos.
3) O grupo promorciona a emergência de  características especiais, muitas vezes contrárias às comumente apresentadas pelo indivíduo em uma situação em que se encontre isolado.
De acordo com Le Bon isolado, o indivíduo pode ser culto, mas numa multidão, torna-se um bárbaro, tem a sua capacidade intelectual reduzida, age instintivamente, com violência, feracidade e entusiasmo observados nos seres primitivos. Quando está em grupo, é como se descesse vários degraus na escada da civilização.
Um grupo é mutável, impulsivo e irritável. É levado tão somente por seu inconsciente, é crédulo e aberto à influência; não possui criticidade e o improvável não existe para ele. Os sentimentos de um grupo têm como características serem muito simples e muito exagerados, de maneira que não conhece a dúvida nem a incerteza.
E, por fim, os grupos possuem uma tendência evidente a não distinguir o que é real do que é ilusão.
Com relação a figura do líder Le Bon pensa que, quando vários seres vivos estão agrupados, sejam eles humanos ou um rebanho de animais, emergirá institivamente a figura de um líder/chefe, ao qual o grupo se coloca sob sua influência. Segundo Le Bon, a figura do líder é permeada por um poder misterioso e irresistível, desperta nos outros integrantes um sentimento de "fascinação" e coloca o líder em uma posição de prestígio, e este último faz com que o indivíduo perca sua crítica.
KURT LEWIN
Kurt Lewin (1890-1947), psicólogo alemão, teve grande importância nas pesquisas em Psicologia social. Ele  propôs  a pesquisa ação, e sinalizou a importância do pequisador compreender a vivência do grupo pesquisado.
A pesquisa ação é uma metodologia de pesquisa que tem como proposta unir a pesquisa à prática, ou seja, pretende desenvolver um determinado conhecimento ou compreender um fenômeno a partir da vivência prática do pesquisador junto a população pesquisada.
Assim, Lewin sinaliza que a pesquisa ação é uma metodologia de investigação e concomitantemente uma metodologia de resolução destes mesmos problemas. Isso é possível devido ao fato de que somos parte do problema e ao nos debruçarmos  sobre ele poderemos encontrar soluções.
Campo social
De acordo com Lewin, três conceitos básicos são importantes para comprensão da gênese e a dinâmica dos grupos:
1- Totalidade Dinâmica: todo conjunto de elementos interdependentes. Exemplo:  a personalidade é uma totalidade dinâmica na medida em que pode ser considerada como um conjunto completo de sistemas de formas e de processos psíquicos.
2- Eu Social: personalidade como um sistema que tende a reencontrar-se idêntico a si-mesmo em todas as situações. O eu (self) revela-se em relação às realidades sociais como um sistema de círculos concêntricos.
3-  Campo Social: é totalidade dinâmica, constituída por entidades sociais coexistentes, não necessariamente integradas entre elas. Nele coexistem grupos, subgrupos, indivíduos separados por barreiras sociais ou ligados por redes de comunicação.
Para Lewin, Campo Social é uma “gestalt”, um todo irredutível aos subgrupos que nele coexistem e aos indivíduos que ele engloba.
De “dentro” deste campo o pesquisador procura descobrir e destacar polos, valências e vetores que expliquem as interações no seu interior.
Lewin conclui que mudança para se operar exige que sejam modificadas as relações dialéticas que unem os três elementos seguintes:
1. As estruturas da situação social
2. As estruturas das consciências que vivem nesta situação social
3. Os acontecimentos que surgem nesta mesma situação social
Experimentação e ação social
Na noite que antecede a sua morte Kurt Lewin havia terminadoum artigo sobre a "pesquisa-ação", artigo esse que foi públicado e que enunciou os objetivos, as condições de validade e as etapas da "pesquisa-ação":
1. Em psicologia social toda pesquisa precisa se constituir em uma ação social.
2. Existem condições esseciais que devem estar presentes para que esta experimentação tenha validade:
A. Ela precisa ocorrer grupos pequenos que estejam engajados em problemas sociais reais obejtivando encontrar um modo mais adequado de enfrentamento e resolução.
B. Também precisa conter experimentadores engajados e motivados a enteder a relação das mudanças que pretendem estabelecer.
3) Na psicologia social, a experimentação deverá acontecer em três momentos essenciais:
a)  levantamento ou análise das percepções do grupo que caracterizam os indivíduos, os subgrupos e o grupo.
b) deduzir,  prever ou  derivar destas análises, conjeturas sobre a possível evolução destas percepções de grupo.
c) descobrir e prever os novos modos de comportamentos de grupo que estão em harmonia com a reestruturação das percepções de grupo.
PSICODRAMA
Jacob Levy Moreno, o idealizador do psicodrama, foi médico, seguidor e líder do movimento filosófico existencial que preconizava vida baseada na autenticidade, não levando em conta os limites da arte e ciência vigentes. Fez parte de um grupo que fundou a "Religião do Encontro". Filiou-se também na religião judaica, ao hassidismo, religião essa que tinha uma noção de Deus que propunha uma relação horizontal com o  homem. Essas ideias o inspiraram significativamente na criação do teatro espontâneo, chamado depois de psicodrama.
A proposta do Teatro da Espontaneidade era de criar uma representação espontânea, sem texto pronto e decorado. Na sua primeira tentativa Moreno reuniu num teatro pessoas da comunidade, políticos, autoridades, com a proposta de debater a falta de liderança na Áustria pós-guerra. No teatro havia sob o palco, um trono e uma coroa e a proposta era de  alguém do público exercesse a liderança, tornando-se rei. Sua primeira tentativa foi um fracasso, primeiramente, porque Moreno ainda não tinha domínio da técnica e também pelo estranhamento do público, pois não estavam acostumados com esse tipo de teatro. Mesmo não acontecendo como Moreno idealizou, esse episódio marcou o nascimento do sociodrama, método que aborda as relações intragrupais, intergrupais e ideologias coletivas.
O Psicodrama surge enquanto método de valor Terapêutico em 1922. Moreno fazia parte de um grupo de teatro que dramatizava as notícias do jornal diário junto com o grupo participante, o "jornal vivo", e  Bárbara, uma das atrizes do grupo que costumava representar papéis ingênuos, heroícos e românticos se apaixona por um homem na platéia que a assistia com bastante entusiasmo. Dessa admiração surge um romance e posteriormente o casamento. Jorge seu marido, um dia se dirige a Moreno e lhe diz que aquela mulher angelical que todos admiram, quando em sua companhia age como uma criança endemoniada.
Sabendo disso, uma noite Moreno sugere a Barbará que ao invés do papel suave que interpretava, interpretasse uma prostituta que segundo a notícia que acabará de chegar, havia sido assassinada. A atriz, para surpresa dos presentes teve um grande desempenho na atuação do papel, o que deu a platéia a sensação de realidade. A subida de Jorge para o palco foi o passo seguinte, na descoberta do teatro terapêutico. Jorge passou de expectador para ator, contracenando com a esposa cenas do cotidiano. Moreno gradualmente acrescentou  na representação, aspectos da família de ambos , o que após o espetáculo repercutia e mobilizava os expectadores.
“Vemos aqui como o script dá lugar ao espontâneo para que ele determine o ator na representação dramática. Assim ficam personificados e encenados os conteúdos humanos significativos do indivíduo em relação com o mundo. 
Metodologia Psicodramática
Para a realização do Psicodrama é fundamental conhecer as etapas, o contextos , os instrumentos e técnicas básicas que o compõem. A sessão é dividida em 3 etapas: aquecimento inespecífico e especifico, dramatização (ou representação dramática – RD) e compartilhamento.
1) Aquecimento:
a-  inespecífico: Serve para auxiliar o surgimento do tema emergente do grupo. É um método para mobilização de ansiedades necessárias, para expressão e definição de processos e produtos significativos grupais. É dividido em iniciadores, físicos, mentais, sociais e expressivos.
· Iniciadores físicos: nesse primeiro momento estimula-se nas pessoas a comunicação e a expressão não verbal. Os participantes do grupo são convidados a beneficiar outras formas de expressão (corporal, pré-verbal, etc.). Para as crianças e adolescentes é mais fácil utilizar estas outras formas de expressão. No caso dos adultos é necessária alguma orientação e estímulo para que isso aconteça.
· Iniciadores mentais: O coordenador vai buscar um denominador comum, a partir daquilo que é trazido pelo grupo. A cena para a representação dramática pode surgir a partir desses iniciadores. Uma alternativa de iniciador mental é o estimulo para que o grupo fale sobre algum tema específico.
· Iniciadores sociais: são os temas sociais que geram ansiedades e produzem, nos grupos, discussão ou polêmica (temas políticos, do gênero sexual, da comunidade ou de hábitos pessoais.)
· Iniciadores expressivos: Entre eles, estão as expressões gráficas; desenhos individuais ou coletivos; plásticos: moldagem, colagem; atividades corporais; mimica, teatro, imagens plásticas; roteiros literários; leitura ou produção de textos. São chamados de expressivos pois representam formas alternativas de expressão, que favorecem a empatia por facilitarem a manifestação e o conhecimento de aspectos desconhecidos de si e do próprio grupo. Além disso estimulam a expressão do lúdico.  
 
 b- específico: serve delimitar a forma de trabalho com o tema emergente. Após identificar o material circulante no grupo, começa-se a preparar o  cenário para a dramatização. Os temas identificados no aquecimento inespecifico agora são canalizados para a cena.
Para entender melhor esse contexto que antecede a dramatização em si , é importante apresentarmos alguns conceitos:
· Cenário:  é o espaço no qual o contexto dramático acontece. Nele se permite a liberdade de expressão e de experimentação para além das restrições impostas pela realidade.
· O palco “[...] proporciona ao ator um espaço vivo que é multidimensional e o mais flexível possível.” (MORENO, 2008, p. 103).
· Protagonista:  é solicitado a ser ele mesmo no palco e representar seu mundo privado. Ele é o responsável por construir o cenário dramático e vai desempenhando papéis, revelando sentimentos e conflitos.
·  Diretor: é o responsável pela facilitação da sessão e por proporcionar ao protagonista alcançar a espontaneidade máxima, o que lhe permitirá alcançar uma catarse libertadora. Ele que conduz o aquecimento, a dramatização e estimula o compartilhamento.
·  Ego-auxiliar : atua como intermediário do protagonista e do diretor, apresentando-se como uma extensão de ambos .
· Público/Plateia: são os demais participantes da sessão psicodramática. Mesmo que nem todos os presentes  participem ativamente da dramatização, seus conflitos internos também estão sendo trabalhados e, assim como são ajudadas pelo protagonista, também o ajudam. Eles funcionam como uma caixa de ressonância da opinião pública; por isso, por mais distante que seja a vivência do protagonista, é importante que a plateia demonstre aceitação da sua história e compartilhe algo de si como uma forma de retribuição pelo protagonista ter dividido uma parte importante sua com os outros.
2) Dramatização: etapa na qual o grupo participa terapeuticamente compartilhando seus sentimentos e vivências.
“Escolhido o protagonista e a cena, o diretor se ocupará da preparação especifica para a dramatização, começando com o cenário, ou o local onde ocorreu a cena, quando se trata de cenas de realidade, isto é, que de fato ocorreram, ou quando são cenas imaginárias, criando o cenário imaginariamente.Configura-se aquilo “como se” do psicodrama, espaço onde se personificam objetos e relações do mundo interno e externo e personagens reais ou imaginários, no aqui e agora.”
Na dramatização é muito comum o uso de algumas técnicas. Explicaremos de forma sucinta as mais utilizadas:
- técnica do solilóquio: quando o diretor congela a cena e solicita que o protagonista fale em voz alta o que está sentindo.
- inversão de papéis: quando o protagonista troca de papel com o ego auxiliar para que tenha a possibilidade de, no contexto dramático, se colocar no lugar daquele outro.
- técnica do espelho: quando um ego auxiliar é chamado para dramatizar o papel do protagonista, enquanto o protagonista o observa.
3) Compartilhamento: esta é a etapa da participação terapêutica do grupo, os participantes, egos-auxiliares e diretor após a dramatização, são estimulados a falar sobre a experiência vivida, podendo relatar sentimentos e lembranças que lhes foram despertados. Dessa forma, abre-se espaço para a significação da vivência  dramática e reconhecimento das emoções que ali emergiram. É importante que cada participante fale de si e não dos outros, evitando julgamentos morais, críticas e conselhos.
PICHON – GRUPOS OPERATIVOS
MOMENTOS DO GRUPO OPERATIVO
Dessa maneira, identificamos três momentos de um grupo operativo: pré-tarefa, tarefa e projeto.
Na pré-tarefa há uma concentração da resistência à mudança. É aqui, que observamos nos grupos o predomínio das ansiedades e medos, basicamente frente ao desconhecido que obstaculizam o “entrar na tarefa”.
 Encontramos o predomínio da dissociação entre o agir, o sentir e o pensar. O grupo atua para não pensar nem sentir.
O momento da tarefa, consiste na elaboração da ansiedade provocada pela mudança e na integração do pensar, sentir e agir. Aqui se dá o insight, através da elaboração dos medos básicos.
O projeto é o que aparece emergindo da tarefa e que permite o planejamento para o futuro. Nesse momento, o grupo pode verbalizar, clarificar e esclarecer o processo em que cada um, de acordo com suas características pessoais, aqui se alcançaria o objetivo proposto.
O papel do coordenador no grupo operativo é o de “coopensor”, que Pichon designa como aquele que pensa junto com o grupo, ao mesmo tempo que integra o pensamento grupal, facilitando a dinâmica da comunicação grupal.
A interpretação, ou atividade interpretativa possibilita a emergência da fantasia básica do grupo, pela compreensão do existente, do explícito.
DIMENSÕES NO G.O.
A primeira delas é a do indivíduo, a qual ele denomina VERTICALIDADE.  É o nível de sua história pessoal. O momento em que a pessoa se encontra na vida.
A segunda é a HORIZONTALIDADE. É o nível da história do grupo. Como esse grupo se formou, quais os objetivos que tem, quais os critérios que determinaram seus componentes, entre outros, dará essa dimensão.
A verticalidade (momento individual) se conjuga com a horizontalidade (momento do grupo) produzindo muitos fenômenos.
ECRO
 Os grupos, em seu funcionamento desenvolvem o que Pichon-Rivière denominou ECRO
O terapeuta ou coordenador, em sua atividade, deverá encarar a tarefa do grupo e manejar o ECRO – Esquema Conceptual, Referencial e Operativo .
O E designa esquema, sendo entendido como o conjunto articulado de conhecimentos de cada membro do grupo, do coordenador e da própria história do grupo
 Esquema Conceitual é um conjunto ordenado de conceitos, classificados por ele como universais que favorecem uma abordagem adequada da situação concreta a pesquisar ou resolver;
O R de Referencial alude ao campo, ao segmento de realidade sobre o qual se pensa e opera, assim como aos conhecimentos relacionados com esse campo ou fato a que o grupo, ou os indivíduos irão se referir na operação;
 O O é a orientação e a possibilidade para a operação. É um elemento fundamental de nosso ECRO, é o critério de Operatividade. Nesse esquema conceitual, a Operatividade representa aquilo que, em outros esquemas, faz o critério tradicional de verdade, de representação, de adequação do pensado ou enunciado, ao objeto.
Entre os elementos fundamentais incluídos no ECRO, indicamos o conceito de realimentação permanente entre teoria e prática. A cada conquista ou resolução de aspectos da tarefa devem ser percebidos, conversados e integrados para todos do grupo.
Quando o Grupo Operativo funciona bem?
 
Um grupo operativo funcionará de forma exemplar se acrescentarmos a esses fatos descritos, os princípios básicos que regem todo agrupamento humano:
A afiliação e o pertencimento – o sentimento de pertencer a um grupo;
A cooperação- como os membros desse grupo co-operam numa mesma direção;
A pertinência – centralidade, foco, sobre a tarefa;
A comunicação -  todos elementos da comunicação presentes: emissor, receptor, informação – ruído, feedback;
A aprendizagem – apoderar-se instrumentalmente, de um conhecimento;
Tele – disposição para estar com outros, para criar um clima afetivo.

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