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Neurose, Psicose e Perversão

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Transtornos Mentais 2: Neurose, Psicose, Paranoia, Esquizofrenia e Boderline
PSICANÁLISE CLÍNICA
TRANSTORNOS MENTAIS 2
PROFª ELISÂNGELA CUNHA
A saúde mental é a base para emoções, pensamentos, comunicação, aprendizagem, resiliência e autoestima. A saúde mental também é fundamental para os relacionamentos, bem-estar pessoal e emocional e contribui para a comunidade ou a sociedade.
Muitas pessoas que têm transtornos mentais não querem falar sobre a sua condição, pois sente muita vergonha e dificuldade de buscar ajuda e tratamento. Os transtornos podem afetar qualquer pessoa, independentemente da sua idade, sexo, geografia, renda, raça, religião, orientação sexual, formação ou outro aspecto da identidade cultural. Embora a doença mental possa ocorrer em qualquer idade, três quartos de todas as doenças mentais começam aos 24 anos.
As doenças mentais assumem muitas formas. Algumas são leves e interferem de maneira limitada com a vida cotidiana, como certas fobias (medos anormais). Outras condições de saúde mental são tão graves que uma pessoa pode precisar de cuidados em um hospital. Existe um grupo de pessoas angustiadas, que sofrem de conflitos psíquicos, de problemas emocionais variados e que pedem acolhimento e ajuda a uma escuta movida pelo desejo ético do analista.
Os mistérios da mente e sua capacidade de atormentar e até mesmo de enlouquecer os homens têm sido objeto de interesse e estudo tão antigos quanto à própria história humana. Da tentativa de extirpar a “pedra da loucura”, na Idade Média, passando pelo inconsciente freudiano, até as atuais propostas de interpretar e tratar os males psíquicos pela via orgânica, muitos caminhos foram e são percorridos. 
Do ponto de vista da psicanálise, a porta de entrada para o inconsciente foi a histeria ou distúrbios nervosos. É sabido que Freud fez a descoberta do inconsciente durante o atendimento de “pacientes histéricas”, que apresentavam sintomas de conversão somática que no inicio eram tratadas POR sugestão hipnótica. MAS TARDE abandonando a hipnose e PASSANDO A utilizar O método da associação livre que acabou sendo a técnica definitiva para Freud, ENTAO O PACIENTE TINHA A liberdade de falar livremente de seu sofrimento Neste método, o indivíduo trazia para a sessão seus conteúdos, sem qualquer julgamento. Freud os investigava, analisava e interpretava. Usava a seu favor a atenção flutuante (conceito empregado por Freud para a técnica da escuta), na tentativa de relacionar a fala aos conteúdos submersos no inconsciente.. A partir desse fenômeno e do falar sobre ele, Freud pôde perceber as formações de sintomas, de atos falhos, de chistes, de sonhos: as formações de um “inconsciente estruturado como linguagem Tratava-se, inicialmente, do específico da neurose”. O trabalho com o inconsciente levou Freud a formular outras questões a respeito das vias da delimitação do psiquismo, passando por diferentes organizações neuróticas, como a fobia e a neurose obsessiva, mas não se restringiu a elas.
Foi através do estudo do caso Schreber que Freud articulou grande parte de suas proposições teóricas sobre o campo da psicose, especificamente a paranoia, bem como aprofundou conceitos importantes, como o narcisismo, extraindo dessa articulação consequências fundamentais para a prática psicanalítica.
Jacques Lacan retomou essa obra de Freud no seminário As psicoses ou As estruturas freudianas das psicoses, de 1955-1956. Esse seminário foi proferido por Lacan na gestação do estruturalismo na França, corrente de pensamento que elegeu em vários momentos como interlocutor de questionamentos que desejava transpor para a psicanálise. A psicanálise caracteriza os transtornos mentais em neurose, psicose e perversão. 
 A psicose é uma estrutura da personalidade que prejudica a percepção e o pensamento da pessoa, afetando sua capacidade de julgamento. Esse tipo de estrutura de personalidade costuma estar associada a transtornos psíquicos mais graves e crônicos. Quando ocorre um surto psicótico, é comum que haja alucinações e medo paranoico. Seus sintomas são mais intensos e persistentes, afetando negativamente a rotina e crítica da pessoa, como o corre na manifestação da esquizofrenia. Alguns especialistas ressaltam que é uma das estruturas de personalidade mais perigosas, porque os psicóticos são capazes de ações extremas sem mostrar qualquer remordimento. Quando o indivíduo é muito inteligente, todo esse potencial é utilizado para manipular, controlar e para submeter aqueles que estão a seu redor. Na manifestação de transtornos mentais desta estrutura pode-se mencionar: sociopata, desvio de caráter e esquizofrenia. A pessoa que eu alucinações, paranoia, e até experimentar uma mudança na personalidade. O comportamento psicótico se difere do comportamento psicopata, e episódios psicóticos raramente envolvem a violência associada como o comportamento psicopático. Além disso, psicose também não é o mesmo que insanidade, que é descrição tanto médica, quanto legal para uma pessoa que não pode ser responsabilizada por seus atos. Na estrutura denominada Psicose, encontramos ainda três subdivisões: paranoia, esquizofrenia e mania e melancolia ou psicose maníaco-depressiva.
Paranoia: é uma psicose que se caracteriza por um delírio mais ou menos sistematizado, articulado sobre um ou vários temas. Não existe deterioração da capacidade intelectual. Aqui se incluem os delírios de perseguição, de grandeza. 
Esquizofrenia: caracteriza-se por: afastamento da realidade — o indivíduo entra num processo de centra mento em si mesmo, no seu mundo interior, ficando, progressivamente, entregue às próprias fantasias. 
Mania e melancolia ou psicose maníaco-depressiva: caracteriza-se pela oscilação entre o estado de extrema euforia (mania) e estados depressivos (melancolia). Nos estados de depressão, o indivíduo pode negar-se ao contato com o outro, não se preocupa com cuidados pessoais (higiene, apresentação pessoal) e pode mesmo, em casos mais graves, buscar o suicídio. Na mania ocorre mania de grandeza e podem ocorrer delírios de ser uma pessoa de sucesso. O psicótico encontraria fora de si tudo que exclui de dentro. Nesse sentido, ele incluiria para fora os elementos que poderiam ser internos. O problema para o psicótico está sempre no outro, no externo, mas nunca em si. Na Paranoia, ou, Transtorno de Personalidade Paranoide, trata-se do outro que o persegue. O sujeito sente-se perseguido, vigiado e até mesmo atacado pelo outro. 
No Autismo, trata-se do outro que quase não existe. Isola-se do outro e foge-se da convivência e comunicação com o outro. Já na esquizofrenia, o outro pode aparecer de inúmeras formas. O outro é o surto, um estranho, um monstro ou qualquer outra coisa. 
No caso da esquizofrenia, o que fica mais evidente é a dissociação psíquica. Outra característica da Psicose é que, diferente do que acontece com indivíduos com outras estruturas mentais, a própria pessoa acaba revelando, ainda que de forma distorcida, os seus sintomas e distúrbios. Em essência, a principal diferença entre neurose e psicose é a forma em que elas afetam a saúde mental. O comportamento neurótico pode estar naturalmente presente em qualquer pessoa, ligado a uma personalidade envolvida. O comportamento psicótico pode ir e vir como resultado de várias influências. Os efeitos de alguns medicamentos podem causar episódios psicóticos, ou uma situação traumática que afeta o bem-estar psicológico de uma pessoa podendo desencadear o episódio. A distinção entre as condições ou distúrbios neuróticos e psicóticos é realizada através de uma avaliação por um psiquiatra ou psicólogo, que pode tratar os sintomas com medicação ou terapia.
SINTOMAS DA PSICOSE
Os sintomas podem variar de acordo com o paciente, mas, no geral, são sintomas voltados a mudanças no comportamento do indivíduo, alguns são: CARACTERÍSTICAS QUE DEFINEM OS TRANSTORNOS PSICÓTICOS:
Delírios - nível do pensamento, falsa ideia, mania de grandeza; 
Alucinações - a níveis sensoriais, audição, visão, tato (corporal);
Desorganizaçãodo pensamento (discurso);
Comportamento catatônico (atípico);
Distorção da realidade (acredita em algo que não é real)
Alterações de humor;
Confusão nos pensamentos;
Mudanças repentinas nos sentimentos. 
NEUROSE
A neurose é uma estrutura da personalidade que está intimamente ligada à angústia. A pessoa consegue manter um pensamento racional e distinguir o certo do errado. Ela tem a necessidade de seguir as normas e fazer aquilo que é correto, sentindo-se culpada quando não consegue cumprir com essa expectativa. As atividades normais do dia-a-dia da pessoa não se vêm afetadas pela estrutura neurótica, porém a pessoa não consegue resolver de forma satisfatória esses conflitos internos. Quando foge à regra, precisa justificar se comportamento, e para isso recorre a argumentos que falem de merecimento ou necessidade. Mesmo assim, não consegue se sentir aliviada. Na neurose, a culpa e a ansiedade andam de mãos dadas. 
Logo, as causas da neurose são diversas e sujeitas de investigação psicológica para determinar fatores específicos.
 Alguns sintomas da neurose são: 
Fobias;
Sensação de vazio e não pertencimento;
Isolamento social;
Apatia;
Insônia;
Pessimismo;
Angústia;
Ansiedade.
Segundo especialistas, a forma como a pessoa lida com esses sintomas é o que a encaixa em um dos três tipos de neurose: a fóbica, a histérica e a obsessiva. 
Quando ocorre a somatória de inúmeros fatores que favorecem a manifestação de um transtorno mental, estas manifestações possuem um bom prognóstico de tratamento e podem incluir transtornos de humor e ansiedade. Em geral, as condições neuróticas não prejudicam ou interferem com as funções normais do dia-a-dia, porém criar sintomas comuns de depressão, ansiedade ou stress. Embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Acredita-se que a maioria das pessoas sofre de algum tipo de neurose como uma parte da natureza humana. As neuroses são fruto de tentativas ineficazes de lidar com conflitos e traumas inconscientes. O que distingue a neurose da normalidade é assim a intensidade do comportamento e a incapacidade do doente de resolver os conflitos internos e externos de maneira satisfatória. Algumas pessoas sofrem sintomas mais graves de neurose do que outras, e algumas formas de neurose são mais acentuadas, como transtorno obsessivo-compulsivo. No entanto, a neurose não é tão grave como psicose. A Neurose divide-se em histeria e neurose obsessiva e fóbica. Seu mecanismo de defesa é o recalque ou repressão Então, enquanto o psicótico encontra sempre fora de si o problema, e acaba por revelar seus distúrbios, ainda que de forma distorcida, o neurótico age da forma oposta. O conteúdo problemático é mantido em segredo. E não só para os outros, mas para o próprio indivíduo que sente. O neurótico guarda dentro de si o problema externo. É disso que se trata o recalque ou repressão. Portanto, para que alguns conteúdos fiquem recalcados ou reprimidos, a neurose provoca no indivíduo uma cisão da psique. Tudo o que é doloroso é recaldado e permanece obscuro, causando sofrimentos que o indivíduo mal pode identificar – apenas sentir. Por não poder identificá-los a pessoa passa a reclamar de outras coisas, de sintomas que sente (e não da causa). No caso da histeria, o indivíduo permanece dando voltas em torno de um mesmo problema insolúvel. É como se a pessoa nunca conseguisse encontrar a verdadeira causa de sua frustração, por isso as constantes reclamações. É possível identifica ainda uma busca constante por um objeto ou uma relação idealizada, na qual o indivíduo deposita aquela frustração recalcada. Isso, logicamente, leva a mais frustrações. 
Na Neurose Obsessiva o indivíduo permanece também dando voltas em torno dos mesmos problemas. Nesse caso, no entanto, existe uma forte tendência em organizar tudo ao seu redor. Essa necessidade de organização externa seria um mecanismo para evitar pensar nos problemas reais recalcados em seu interior. 
DIVISÃO DA NEUROSE SEGUNDO FREUD, NEUROSE ATUAIS
Neurose De Transferência - Psiconeurose de defesa tem haver com recalcamento, tem haver com conflito na infância, histeria, fobias e neuroses obsessivas. 
Neurose Narcisicas - As psicoses, o doente psicótico tem um núcleo neurótico. 
Neurose obsessiva - pensamento 
Neurose Compulsiva - comportamento De acordo com a visão jurídica o neurótico vai ser imputável, visto que ele comete o ato ilícito consciente de realidade e mesmo assim opta por praticar. 
PERVERSÃO
A perversão é uma estrutura de personalidade na qual a busca pelo prazer e constante. A pessoa sabe que existem normas, são capazes de reconhecê-las, mas tendem a transgredi-las. No lugar de sentir culpa ou remordimento, o perverso costuma desfrutar desses momentos, não mostrando quaisquer sinais de ansiedade. Ao contrário, a ansiedade somente aparece nos momentos em que deseja transgredir e não consegue. O perverso costuma materializar seu desejo de perturbar a ordem natural das coisas, as normas estabelecidas, por meio de dois grandes grupos de comportamento: a perversão sexual e a perversão social. É natural reunirem características exibicionistas e descaradas, sendo impulsivas e manipuladoras. A canalização de seu prazer é direcionada a algo que destoado comum considerado o movimento saudável da estrutura neurótica - parceiro, família, realização pessoal - para algo perverso e desejos fora do padrão. Podemos mencionar: pedofilia, zoofilia, entre outros. O mecanismo de defesa específico da perversão é a denegação. Ele poder ser compreendido através do fetichismo.
 Assim se dá a denegação: a recusa em reconhecer um fato, um problema, um sintoma, uma dor. 
A pessoa perversa busca o prazer continuamente, tanto em seus comportamentos como em suas fantasias. Normalmente, este desvio de comportamento começa a se estruturar ainda na infância, se desenvolvendo na fase adulta.
O diagnóstico da perversão é complexo, sendo necessário considerar os sintomas, mas também experiência do paciente.
CARACTERÍSTICAS COMUNS DE PERVERSÃO:
Traços impulsivos, agressivos, hostis, extrovertidos;
São extremamente confiantes em si mesmos;
Baixos teores de ansiedade;
Ausência de sentimento de culpa ou remorso;
Narcísicos e vaidosos;
Atos e comportamentos antissociais;
Criadores de intrigas e conflito no meio em que se encontram;
Sexualmente ativos e pervertidos;
Indiferentes ao afeto ou reação do outro (dificuldade marcada na capacidade de empatia).
A Perversão dificilmente aparece na análise psicanalítica. Isso porque o perverso não enxerga a angústia, ou, pelo menos, não a enxergar como advinda da perversão. Poderíamos dizer, por isso, que ele denega sua angústia. Outra forma de compreender e analisar as três estruturas psíquicas apresentadas (Psicose, Neurose e Perversão) é a partir do tipo de angústia específico de cada uma delas. Nessa perspectiva incluímos ainda a Depressão, que se relaciona com a Psicose. Haveria, por exemplo, a Psicose Maníaco-depressiva – que é atualmente chamada de Transtorno Bipolar.
Caso da Psicose, a angústia é a angústia da entrega. Sua dor resultaria sempre do outro, de sua entrega ao outro (foraclusão). Essa forma de pensar é o que impede que muitos psicóticos procurem análise ou terapia. Na Depressão, a angústia é a da realização. O indivíduo não consegue se sentir bom o bastante para as próprias expectativas. A melhora pessoal nunca é suficiente. Podemos dizer, para sermos mais específicos, que a angústia da depressão é a autor realização. Resultaria de uma ferida narcísica o sentimento de diminuição pessoal. Na Histeria encontramos a angústia da permanência. O desejo do indivíduo nunca permanece – há uma mudança constante no objeto em que ele deposita sua vontade. Por isso, a angústia é a angústia de permanecer fixo em um lugar ou desejo único. 
Na Neurose Obsessiva identifica-se o oposto do que ocorre na histeria: o desejo parece morto. A angústia seria justamente a angústia de mudar, já que mudar, já que o indivíduo deseja a permanência de prazer sexual seexpressa por meio da masturbação, acompanhada de importantes fantasias. Nessa fase fálica também ocorre o complexo de Édipo, que consiste no menino desejar a própria mãe, mas por medo da castração abandona esse desejo, igualmente ocorre com a menina mudando apenas os papéis, onde o pai seria o seu objeto de desejo. Uma não resolução nessa fase pode ser considerada como a causa de grande parte das neuroses e pode partir pra perversão, neurótico perverso.
No mundo de hoje em que vivemos as exigências do cotidiano talvez favoreçam o aparecimento de muitos transtornos e a estruturas com seus pontos vulneráveis se quebrem. Existem sujeitos que dão mais sorte do que outros (porque alguns vivem toda a sua vida e a estrutura não se quebram, mas há outros que a estrutura se quebra muito cedo na vida e aí o sujeito tem que se haver com essa questão pela vida afora). Apesar de sabermos que toda estrutura tem um ponto vulnerável, não sabemos nunca o que é que a faz estrutura quebrar (se não se conhece as linhas de quebra, não se pode saber como vai quebrar). Fica claro porém que todos nós temos um ponto na nossa estrutura que é vulnerável.
Cada estrutura clínica psicanalítica é o resultado de múltiplas vivências complexas e paradoxais de cada criança com o seu par parental (mãe e pai), a partir de sua presença ou ausência temos três grandes estruturas: Neurose, Psicose e Perversão.
Com o passar das décadas e aparecimento de grandes eventos históricos, como as guerras mundiais, a psicologia e a psicanálise foi se desenvolvendo. Os profissionais passaram a ter maior entendimento sobre os transtornos. 
1. Ansiedade
Os transtornos de ansiedade são muito comuns, presentes em cerca de 1 a cada 4 pessoas que vão ao médico. Eles são caracterizados por uma sensação de desconforto, tensão, medo ou mau pressentimento, que são muito desagradáveis e costumam ser provocados pela antecipação de um perigo ou algo desconhecido. As formas mais comuns de ansiedade são a ansiedade generalizada, a síndrome do pânico e as fobias, e são muito prejudiciais tanto por afetar a vida social e emocional da pessoa, como por provocar sintomas desconfortáveis, como palpitação, suor frio, tremores, falta de ar, sensação de sufocamento, formigamentos ou calafrios, por exemplo, e pelo maior risco de desenvolver depressão ou vícios pelo álcool e medicamentos.
2. Depressão
Cerca de 15% das pessoas apresentam depressão em algum momento da vida. A depressão é definida como o estado de humor deprimido que persiste por mais de 2 semanas, com tristeza e perda do interesse ou do prazer nas atividades, podendo ser acompanhada de sinais e sintomas como irritabilidade, insônia ou excesso de sono, apatia, emagrecimento ou ganho de peso, falta de energia ou dificuldade para se concentrar, por exemplo. Entenda como saber se é tristeza ou depressão.
3. Esquizofrenia
A esquizofrenia é o principal transtorno psicótico, caracterizado como uma síndrome que provoca distúrbios da linguagem, pensamento, percepção, atividade social, afeto e vontade. É mais comum em jovens, no final da adolescência, apesar de poder surgir ao longo de outras idades, e alguns dos sinais e sintomas mais comuns são alucinações, alterações do comportamento, delírios, pensamento desorganizado, alterações do movimento ou afeto superficial, por exemplo.
4. Transtornos alimentares
A Anorexia nervosa é caracterizada pela perda de peso intencional provocada pela recusa à alimentação, distorção da própria imagem e medo de engordar. Já a Bulimia consiste em comer grandes quantidades de comida e, em seguida, tentar eliminar as calorias de formas prejudiciais, como pela indução do vômito, uso de laxantes, exercícios físicos intensos ou jejum prolongado.
Os distúrbios alimentares são mais comuns em jovens, e têm sido cada vez mais frequentes pela cultura de valorização estética. Apesar da Anorexia e Bulimia serem os transtornos alimentares mais conhecidos, outros problemas relacionados à alimentação incluem a Ortorexia, que é a preocupação excessiva por comer alimentos saudáveis, a Vigorexia, que é a obsessão pelo corpo musculoso, ou a compulsão alimentar, por exemplo. Saiba quais são os principais transtornos alimentares.
5. Estresse pós-traumático
O estresse pós-traumático é a ansiedade que surge após ser exposta a alguma situação traumática, como um assalto, uma ameaça de morte ou perda de um ente querido, por exemplo. Geralmente, a pessoa afetada revive persistentemente o ocorrido com recordações ou sonhos, e apresenta intensa ansiedade e sofrimento psicológico. Confira como saber se é estresse pós- traumático.
Apesar de não se saber exatamente a causa da esquizofrenia, sabe-se que está relacionada a alterações genéticas que provocam defeitos nos sistemas neurotransmissores do cérebro, e que pode ser hereditária. Saibam quais são os principais tipos de esquizofrenia e como confirmar.
6. Somatização
A somatização é um transtorno em que a pessoa apresenta múltiplas queixas físicas, referentes a diversos órgãos do corpo, mas que não são explicadas por nenhuma alteração clínica. Geralmente, são pessoas que constantemente vão ao médico com muitas queixas, e na avaliação médica, exame físico e realização de exames, nada é detectado.
7. Transtorno bipolar
O transtorno bipolar é a doença psiquiátrica que provoca oscilações imprevisíveis no humor, variando entre depressão, que consiste em tristeza e desânimo, e mania, impulsividade e característica excessivamente extrovertida.
8. Transtorno obsessivo-compulsivo
Também conhecido com o TOC, este transtorno provoca pensamentos obsessivos e compulsivos que prejudicam a atividade diária da pessoa, como exagero em limpeza, obsessão por lavar as mãos, necessidade de simetria ou impulsividade por acumular objetos.
Outros transtornos mentais
Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), a lista dos principais inclui:
Transtornos Psicóticos, como esquizofrenia ou transtorno delirante;
Transtornos de Personalidade, como dos tipos paranoide, antissocial, borderline, histriônica ou narcisista, por exemplo;
Transtornos relacionados ao uso de substâncias, como drogas ilícitas, álcool, medicamentos ou cigarros, por exemplo;
Transtornos Neurocognitivos, como delirium, Alzheimer ou outras demências;
Transtorno do Neurodesenvolvimento, como deficiências intelectuais, transtornos da comunicação, autismo, déficit de atenção e hiperatividade ou alterações dos movimentos;
Transtorno Dissociativo, como Transtorno de Despersonalização/Desrealização ou amnésia dissociativa;
Existem ainda diversos outros tipos de transtornos, como os relacionados a problemas sociais, educacionais, profissionais ou econômicos, por exemplo.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
FREUD Neurose, Psicose, Perversão. Autêntica; 1 ed. 2016
Hyman S. A glimmer of light for neuropsychiatric disorders. Nature 2008; 455:890-3.
Fitzgerald D, Rose N, Singh I. Revitalizing sociology: urban life and mental illness between history and the present. Br J Sociol 2016; 67:138-60.
HANS, Luiz A. Dicionário comentado do alemão de Freud. Rio de Janeiro: Imago 1996.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulário de Psicanálise. 3, ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
 
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