Buscar

AUL 08

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: ESTRADAS E AEROPORTOS 
AULA - 08 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 2 
 
CONCEITOS BÁSICOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL PARA OBRAS 
RODOVIÁRIAS 
1 - Introdução 
O Projeto Final de Engenharia de uma obra, em particular obras viárias, é 
subdividido em alguns estudos e diversos projetos dentre os quais o de DRENAGEM 
tem uma grande importância nas orientações e definições das demais partes do 
projeto. 
O projeto de drenagem é desenvolvido com os dados obtidos dos estudos 
hidrológicos, compreendendo o dimensionamento, a verificação hidráulica, a 
funcionalidade e o posicionamento das obras e dispositivos. 
O projeto de drenagem de uma rodovia tem por objetivo, criar um sistema 
de drenagem que seja eficiente para proteção do corpo estradal e do meio ambiente. 
Já os dispositivos de drenagem têm como objetivo, captar e conduzir para local 
adequado toda a água que sob qualquer forma venha a atingir o corpo estradal. 
Os maiores problemas de manutenção de uma estrada são oriundos dos 
efeitos negativos da água, que tem por consequência: 
- a redução da capacidade de suporte do subleito e demais camadas do 
pavimento, por saturação 
- a variação de volume do subsolo, significativamente no caso de argilas 
expansíveis 
- o surgimento de uma pressão hidrostática (pressão neutra) que diminui a 
pressão efetiva de equilíbrio do solo 
- a erosão de estruturas de corte e de aterro ao longo do traçado 
- e a instabilização de taludes e encostas naturais; 
O dimensionamento dos dispositivos de drenagem, quanto à seção de 
vazão, apresenta dois aspectos distintos: o primeiro corresponde aos estudos 
hidrológicos para a fixação do valor da vazão e o segundo, de natureza hidráulica, 
compreende o dimensionamento propriamente dito da obra para conduzir ou permitir o 
escoamento deste volume. 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 3 
 
As diversas estruturas que compõem um projeto de drenagem serão 
dimensionadas pelos métodos e fórmulas já consagrados a serem detalhados na 
disciplina de Hidrologia, cabendo-nos discorrer sob o aspecto qualitativo da drenagem. 
2 – Definição e Classificação dos tipos de Drenagem 
Drenagem consiste no controle das águas a fim de se evitar danos à 
estrada construída. Efetua-se este controle por meio da interceptação, captação, 
condução e deságüe em local adequado das águas que: • existem no subleito; • 
penetrem por infiltração no pavimento; 
• precipitem-se sobre o corpo estradal; 
• cheguem ao corpo estradal provenientes de áreas adjacentes; 
• cheguem através dos talvegues aos aterros. 
O Projeto de Drenagem é desenvolvido em duas fases, sendo a primeira 
de anteprojeto e a segunda de projeto propriamente dito, que se constituirão 
basicamente em: 
• concepção dos dispositivos de drenagem que comporão o projeto; 
• dimensionamento das estruturas de drenagem; 
• execução de notas de serviço dos diversos dispositivos que compõem o 
projeto de drenagem, onde estejam identificadas as localizações, tipos, tamanhos e 
extensões das obras. 
Sob o ponto de vista econômico, os custos de implantação das estruturas 
de drenagem atingem hoje valores significativos dentro dos orçamentos e são 
necessárias para se garantir boas condições de tráfego e segurança do usuário. 
O projeto de drenagem pode ser subdividido e classificado em: 
2.1 – Drenagem Superficial: 
O projeto de drenagem superficial tem como objetivo o dimensionamento 
dos dispositivos para que tenham capacidade de coletar e conduzir as águas que 
precipitam sobre a rodovia e suas adjacências, para um local de deságüe seguro, 
garantindo a integridade do corpo estradal e o fluxo contínuo dos veículos, com 
segurança. O cuidado principal que se deve ter num projeto de drenagem superficial, é 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 4 
 
o seu deságue, visando proporcionar estabilidade aos maciços de terra que 
constituem a infraestrutura e não causar erosão nos terrenos marginais. 
De acordo com a bibliografia existente sobre velocidades máximas de 
erosão de solos, haveria necessidade de dispositivos de proteção (dissipadores de 
energia) praticamente em todos os deságues, entretanto o comportamento de campo 
não confirma os valores estabelecidos, o que comprova a importância da experiência 
de campo. O projeto de drenagem superficial está ligado diretamente aos custos de 
manutenção. 
2.1.1 Valeta de Proteção de Corte 
As valetas de proteção de cortes têm como objetivo interceptar as águas 
que escorrem pelo terreno natural a montante, impedindo-as de atingir o talude de 
corte. 
As valetas de proteção serão construídas em todos os trechos em corte 
onde o escoamento superficial proveniente dos terrenos adjacentes possa atingir o 
talude, comprometendo a estabilidade do corpo estradal. Deverão ser localizadas 
proximamente paralelas às cristas dos cortes, a uma distância entre 2,0 a 3,0 metros. 
O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e a crista do 
corte e apiloado manualmente, conforme Figura 01. 
 
Figura 01 – Valeta de Proteção de Corte. 
 
As valetas podem ter uma seção triangular, retangular e trapezoidal, 
conforme Figura 02. As valetas com seção trapezoidal são mais recomendáveis por 
apresentarem maior eficiência hidráulica. 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 5 
 
Os revestimentos da valeta de corte deverão ser escolhidos de acordo com 
a velocidade do escoamento, (Tabela 01) e conforme a natureza do material do solo. 
Em princípio, convém sempre revestir as valetas, sendo isso obrigatório quando elas 
forem abertas em terreno permeável, para evitar que a infiltração provoque 
instabilidade no talude do corte. 
 
Os tipos de revestimentos mais recomendados são: 
- Concreto; 
– Alvenaria de tijolo ou pedra; 
– Pedra arrumada; 
– Vegetação. 
Em caso de revestimento de concreto este devera ter espessura mínima 
de 0,08 m. e resistência Fck / 15Mpa para 28 dias. Quando do revestimento em pedra, 
esta devera ser rejuntada com argamassa de cimento-areia no traço 1:4. 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 6 
 
 
Figura 02 – Seções Tipo de Valetas 
 
Tabela 01 – Velocidades Máximas Admissíveis para a Água
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 7 
 
 
- Dimensionamento Hidráulico 
Para proceder ao dimensionamento hidráulico das valetas, há necessidade 
de estimar a descarga de contribuição, utilizando-se o método racional, onde a área de 
drenagem é limitada pela própria valeta e pela linha do divisor de águas da vertente a 
montante. 
A expressão da fórmula racional é: 
 
𝑄 = 
𝐶 × 𝑖 × 𝐴
360
 
Sendo: 
Q= vazão (m3 /s); 
i= intensidade média da chuva (mm/h); 
A= área de contribuição (ha) → 1m2 = 0,0001ha 
C= coeficiente de escoamento, adimensional, fixado de acordo com o complexo solo 
cobertura vegetal e declividade do terreno, variando de 0 a 1 (Tabela 02); 
Tabela 02 – Coeficientes de Escoamentos Superficial (c)
 
 
Fixada a vazão de contribuição, passa-se ao dimensionamento hidráulico 
propriamente dito através da fórmula de Manning e da equação da continuidade. 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 8 
 
𝑉 = × 𝑅 / × 𝑖 / (Fórmula de Manning) 
𝑄 = 𝐴 × 𝑉 (Equação da Continuidade) 
 
onde: 
V = velocidade de escoamento, em m/s; 
i = declividade longitudinal da valeta, em m/m; 
n = coeficiente de rugosidade de Manning, adimensional, função do tipo de 
revestimento adotado (Tabela 03 e 04). 
Tabela 03 – Valores de Coeficiente de Rugosidade de Manning (n) para concreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 04 – Valores de Coeficiente de Rugosidade de Manning (n) para metalR = raio hidráulico, em m; obtido de acordo com a forma da seção escolhida (Tabela 
05); 
A = área da seção molhada, em m2; obtido de acordo com a forma da seção escolhida 
(Tabela 05); 
Q = vazão admissível na valeta, em m3 /s; 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 9 
 
 
2.1.2 Valeta de Proteção de Aterro 
As valetas de proteção de aterros têm como objetivo interceptar as águas 
que escoam pelo terreno a montante, impedindo-as de atingir o pé do talude de aterro. 
Além disso, têm a finalidade de receber as águas das sarjetas e valetas de corte, 
conduzindo-as com segurança ao dispositivo de transposição de talvegues. 
As valetas de proteção de aterro deverão estar localizadas, 
aproximadamente paralelas ao pé do talude de aterro a uma distancia entre 2,0 e 3,0 
metros. O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e o pé do 
talude de aterro, apiloado manualmente com o objetivo de suavizar a interseção das 
superfícies do talude e do terreno natural. 
As seções adotadas podem ser trapezoidais ou retangulares, conforme as 
Figuras 03 e 04. 
 
 
 
Tabela 05 – Formas de Seção 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 10 
 
 
 
 
 
Figura 03 – Seção Tipo Trapezoidal 
 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 11 
 
 
Figura 04 – Seção Tipo Retangular 
 
O revestimento da valeta de proteção de aterro deverá ser escolhido de 
acordo com a velocidade do escoamento (Tabela 01), natureza do solo e fatores de 
ordem econômica e estética. 
Os tipos de revestimento mais recomendados são: 
– concreto; 
– alvenaria de tijolo ou pedra; 
– pedra arrumada; 
– vegetação. 
- Dimensionamento Hidráulico 
O dimensionamento hidráulico das valetas de proteção de aterro faz-se de 
forma idêntica ao das valetas de proteção de corte, ou seja através da fórmula de 
Manning, equação da continuidade e método racional. 
Cuidado especial deve ser tomado na fixação da área de contribuição 
quando a valeta tiver como objetivo, além da proteção do talude de aterro, a captação 
das águas provenientes das sarjetas e valetas de proteção de corte. 
2.1.3 Sarjetas de Corte 
A sarjeta de corte tem como objetivo captar as águas que se precipitam 
sobre a plataforma e taludes de corte e conduzi-las, longitudinalmente à rodovia, até o 
ponto de transição entre o corte e o aterro, de forma a permitir a saída lateral para o 
terreno natural ou para a valeta de aterro, ou então, para a caixa coletora de um bueiro 
de greide. 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 12 
 
As sarjetas devem localizar-se em todos os cortes, sendo construídas à 
margem dos acostamentos, terminando em pontos de saída convenientes (pontos de 
passagem de corte para aterro ou caixas coletoras). 
As sarjetas de corte podem ter diversos tipos de seção, dependendo da 
capacidade de vazão necessária. 
– Sarjeta triangular 
A sarjeta triangular é um tipo bem aceito, pois, além de apresentar uma 
razoável capacidade de vazão, conta a seu favor com o importante fato da redução 
dos riscos de acidentes. De acordo com a Figura 06, a sarjeta deve ter do lado do 
acostamento a declividade de 25% ou seja 1:4, e do lado do talude a declividade 
deste. 
 
Figura 05 – Sarjeta de Seção Triangular 
 
Os valores extremos da distância da borda do acostamento ao fundo da 
sarjeta (L1), situam-se entre os valores de 1,0 a 2,0 metros, de acordo com a seção de 
vazão necessária. Mantendo as declividades transversais estabelecidas, o aumento de 
L1 fornecerá um acréscimo de L2, H e LT, e consequentemente um acréscimo na 
capacidade hidráulica da sarjeta. 
Quando para o valor máximo de L1 = 2,00m a seção da vazão ainda for 
insuficiente deverá então ser adotada seção tipo trapezoidal ou retangular, com 
dimensões convenientes para atender à descarga de projeto. 
– Sarjeta trapezoidal 
Quando a sarjeta triangular de máximas dimensões permitidas for 
insuficiente para atender à descarga de projeto, deve-se adotar a sarjeta de seção 
trapezoidal seguindo as seguintes recomendações. 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 13 
 
Conforme indicado na Figura 06, a sarjeta é dotada de uma barreira tipo 
meio-fio, com a finalidade de proteger os veículos desgovernados que tendam a cair 
na mesma. 
 
Figura 06 – Sarjeta de Seção Trapezoidal 
 
O meio fio barreira deverá ter aberturas calculadas, em espaçamento 
conveniente de modo a permitir a entrada d'água proveniente da pista. 
– Sarjeta Retangular: 
Quando a seção triangular não atender à vazão para a descarga de 
projeto, ou em caso de cortes em rocha pela facilidade de execução, pode-se optar 
pela sarjeta retangular, conforme Figura 07. 
Neste caso tem-se a vantagem de poder variar sua profundidade ao longo 
do percurso, proporcionando uma declividade mais acentuada que o greide da 
rodovia, aumentando assim sua capacidade hidráulica. 
Quanto ao revestimento das sarjetas de corte, ele é função da velocidade 
de erosão, deve -se levar em conta neste caso o aspecto técnico-econômico, isto é, as 
consequências da erosão e do custo do revestimento. 
Tendo em vista a localização da sarjeta junto ao pé do talude de corte, 
cuidados especiais quanto à erosão devem ser levados em conta, pois deslizamentos 
de talude podem provocar paralisações no tráfego e consequentes prejuízos 
significativos. 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 14 
 
 
Figura 07 – Sarjeta de Seção Retangular 
Os principais tipos de revestimentos são: 
– concreto; 
– alvenaria de tijolo; 
– alvenaria de pedra argamassada; 
– pedra arrumada revestida; 
– pedra arrumada; 
– revestimento vegetal. 
O revestimento vegetal, apesar do excelente desempenho como função 
estética, tem o inconveniente do alto custo de conservação. Sarjetas de corte sem 
revestimento devem ser evitadas, conforme Figuras 08 e 09. 
 
Figura 08 – Sarjeta revestida em Concreto 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 15 
 
 
Figura 09 – Sarjeta Revestida com grama 
 
- Dimensionamento Hidráulico 
O dimensionamento hidráulico da sarjeta de corte consiste na 
determinação de uma seção transversal com capacidade hidráulica suficiente para 
atender à descarga de projeto. 
Pela comparação entre a descarga afluente e a capacidade de vazão da 
sarjeta determina-se o seu comprimento crítico, isto é, a distância máxima da sarjeta 
para que não haja transbordamento e/ou início de processo erosivo. 
A bacia de contribuição para uma sarjeta é um paralelepípedo de altura 
igual à precipitação pluvial (P) cuja largura (l) é a largura do implúvio e o comprimento 
(L) é o comprimento crítico a se determinar, conforme Figura 10. 
 
 
Figura 10 – Bacia de Contribuição para uma Sarjeta 
 
A largura de implúvio (l) é a projeção horizontal da largura de contribuição. 
O comprimento crítico (L) é definido como o comprimento máximo de utilização da 
sarjeta, para que não haja transbordamento d’água e/ou início de processo erosivo. 
Determinação do comprimento crítico pelo Método de Equivalência de 
Vazões. A vazão decorrente de precipitações pluviais é dada pela fórmula racional: 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 16 
 
 
𝑄 = 
𝐶 × 𝑖 × 𝐴
360
 
Sendo: 
Q= vazão (m3 /s); 
i= intensidade média da chuva (mm/h); 
A= área de contribuição (ha) → 1m2 = 0,0001ha 
C= coeficiente de escoamento, adimensional, fixado de acordo com o complexo solo 
cobertura vegetal e declividade do terreno, variando de 0 a 1 (Tabela 02); 
 
𝑉 = × 𝑅 / × 𝑖 / (Fórmula de Manning) 
𝑄 = 𝐴 × 𝑉 (Equação da Continuidade) 
 
V = velocidade de escoamento, em m/s; 
i = declividade longitudinal do fundo, em m/m; 
n = coeficiente de rugosidade de Manning, adimensional, funçãodo tipo de 
revestimento adotado (Tabela 03 e 04); 
R = raio hidráulico, em m; 
A = área molhada, em m2; 
Q = vazão em m3/s. 
- Determinação da largura de implúvio ( l ) 
A largura de implúvio, no caso mais geral, é uma soma de 4 parcelas: 
l = l1 + l2 + l3 + l4 
l1 = contribuição da pista de rolamento; 
l2 = contribuição do acostamento; 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 17 
 
l3 = contribuição do talude corte; 
l4 = contribuição da área compreendida entre a crista do corte e a valeta de proteção. 
Para o valor de l3, toma-se, normalmente, 2/3 da altura máxima do corte. 
- Intensidade de precipitação (i) 
O valor da intensidade de precipitação é obtido na curva de intensidade - 
duração - frequência, fornecida pelo estudo hidrológico para um tempo de duração de 
5 minutos e tempo de recorrência de 10 anos. 
2.1.4 – Sarjeta de Aterro 
As sarjetas de aterro são dispositivos destinados a conduzir 
longitudinalmente as águas precipitadas sobre a pista de rolamento para os bueiros de 
greide ou saídas d’água, impedindo que escoem pelo talude do aterro, provocando 
pontos de erosão. 
As sarjetas podem ser revestidas de grama, pedra arrumada, pedra 
argamassada, concreto ou solo-cimento, normalmente construídas em seção 
transversal triangular ou trapezoidal, moldadas “in loco” de forma manual e/ou 
mecânica, em aterros com altura superior a 3m, em interseções e no bordo interno de 
curvas horizontais. 
São dimensionadas de forma análoga a de corte, sendo que a contribuição 
será somente da pista. A Figura 11 apresenta uma representação de sarjeta de aterro. 
 
Figura 11 – Sarjeta em Aterro 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 18 
 
2.1.5 – Sarjeta de Canteiro Central 
As sarjetas de canteiro central são dispositivos destinados a captar e 
conduzir longitudinalmente, entre as pistas opostas de uma rodovia de pista dupla, as 
águas precipitadas sobre as pistas de rolamento e área central da rodovia, para caixas 
coletoras e bueiros de greide. Podem ser revestidas de grama, pedra arrumada, pedra 
argamassada, concreto ou solo-cimento. Normalmente são construídas com seção 
transversal triangular ou trapezoidal, moldadas “in loco” de forma manual e/ou 
mecânica. A Figura 12 apresenta uma representação de uma sarjeta de canteiro 
central. 
 
Figura 12 – Sarjeta em Canteiro central - Pista dupla 
 
2.1.6 – Bueiro de Greide 
Os bueiros de greide são dispositivos destinados a conduzir para locais de 
deságue seguro as águas captadas pelas caixas coletoras. Representações de 
bueiros de greide podem ser observadas nas Figuras 13 e 14. 
Localizam-se nos seguintes pontos: 
– Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte em 
seção mista ou quando, em seção de corte for possível o lançamento da água 
coletada através de janela de corte. Nas seções em corte , quando não for possível o 
aumento da capacidade da sarjeta ou a utilização de abertura de janela no corte a 
jusante, projeta-se um bueiro de greide longitudinalmente à pista até o ponto de 
passagem de corte-aterro. 
– Nos pés das descidas d'água dos cortes, recebendo as águas das 
valetas de proteção de corte e/ou valetas de banquetas, captadas através de caixas 
coletoras. 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 19 
 
– Nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando-se que as águas 
provenientes das sarjetas de corte deságuem no terreno natural com possibilidade de 
erodi-lo. 
– Nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao deságue as águas coletadas 
dos dispositivos de drenagem do canteiro central. 
Os bueiros de greide podem ser implantados transversal ou 
longitudinalmente ao eixo da rodovia, com alturas de recobrimento atendendo à 
resistência de compressão estabelecida para as diversas classes de tubo pela NBR-
9794 da ABNT. 
Os elementos constituintes de um bueiro de greide são; 
– Caixas coletoras; 
– Corpo; 
– Boca. 
As caixas coletoras poderão ser construídas de um lado da pista, dos dois 
lados da pista e ainda no canteiro central. As caixas coletoras que atendem aos 
bueiros de greide, por estarem posicionadas próximo às pistas, são geralmente 
dotadas de tampa em forma de grelha. 
O corpo do bueiro de greide é constituído em geral de tubos de concreto 
armado ou metálicos, obedecendo às mesmas considerações formuladas para os 
bueiros de transposição de talvegues. 
A boca será construída à jusante, ao nível do terreno ou no talude de 
aterro, sendo neste caso necessário construir uma descida d'água geralmente dotada 
de bacia de amortecimento. 
Para a execução de bueiros de concreto devem ser seguidas as 
Especificações de Serviço DNIT 023/2004. 
- Dimensionamento Hidráulico 
Para o dimensionamento hidráulico dos bueiros de greide devem ser 
obedecidas as seguintes recomendações: 
– A descarga de projeto deverá ser obtida pela soma das descargas das 
obras de drenagem superficial afluentes às caixas coletoras ou pelo levantamento da 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 20 
 
bacia de contribuição ao bueiro de greide, aplicando-se o método de cálculo de 
descarga mais conveniente, fixando-se o tempo de recorrência, função do vulto 
econômico da obra. 
– O bueiro de greide deve ser, sempre que possível, dimensionado sem 
carga hidráulica a montante, embora em ocasiões especiais possa ser dimensionado 
com carga hidráulica a montante, observando-se sempre, com muito rigor, a cota 
máxima do nível d'água a montante, função da altura da caixa coletora e policiando-se 
sempre a velocidade do fluxo a jusante. 
– Tendo em vista maior facilidade de limpeza, o diâmetro mínimo a adotar 
para o bueiro de greide é de 0,80m. 
 
Figura 13 – Representação de um bueiro de greide em aterro 
 
 
Figura 14 – Representação de um bueiro de greide em corte 
 
 
Exercício: No interior de um bueiro de greide com diâmetro de 1,5m, escoa uma 
lâmina de água de 50cm. Com base nestas informações, obter a área, o perímetro, o 
raio hidráulico e determinar qual é a vazão que escoa, sabendo que a declividade é de 
2%. 
∅ = 2 × 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠 × 1 −
2 × ℎ
𝐷
 
∅ = 2 × 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠 × 1 −
2 × 0,50
1,5
= 141,0576° 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 21 
 
 180° - 𝜋 𝑟𝑎𝑑 
141,0576° - ∅ 
∅ = 2,4619 rad 
𝐴 =
𝐷
8
× (∅ − 𝑠𝑒𝑛∅) 
𝐴 =
1,5
8
× (2,4619 − 𝑠𝑒𝑛141,0576°) = 0,5156𝑚 
𝑃 =
𝐷
2
× ∅ 
𝑃 =
1,5
2
× 2,4619 = 1,8464𝑚 
𝑅ℎ =
𝐴
𝑃
 
𝑅ℎ =
0,5156
1,8464
= 0,2792𝑚 
𝑛 = 0,015 (𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜) 
𝑄 = 𝐴 ×
1
𝑛
× 𝑅ℎ / × 𝐼 / = 0,5156 ×
1
0,015
× 𝑅ℎ / × 0,02 / = 2,0766 𝑚 /𝑠 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 22 
 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
1 – Calcule a vazão e a velocidade média de escoamento de água de uma valeta de 
proteção de corte, em seção trapezoidal, (m = 1,0) de concreto, com largura do fundo 
de 80cm, declividade de 1% que conduz água com altura de lamina de água 50cm. 
Resposta: Q = 1,914m3/s; V = 2,945 m/s 
2 – Calcule a vazão de uma valeta de proteção de aterro, com as seguintes 
características: 
- seção retangular; 
- revestido de concreto; 
- largura do fundo: 1,20m; 
- altura da lamina de água: 0,8m; 
- Declividade: 3,00 metros por mil metros; 
Resposta: Q = 1,71m3/s; 
3 – No interior de um bueiro de greide com diâmetro de 60in, em aço corrugado 
(corrugação 76x25,4 mm), escoa uma quantidade de água, que ocupa uma área de 
seção transversal de 110 dm2 e declividade de 5,00 metros por mil metros. Qual a 
vazão, a altura da carga hidráulica (h) e o perímetro molhado. 
Resposta: Q = 1,942m3/s; h = 1,06m; P = 2,895m 
4 - Uma valeta de proteção de aterro com seção triangular, apresenta altura da lamina 
de água de 80cm. Calcule a vazão e a velocidade média de escoamento da água 
considerando, (m = 1,2),revestimento em concreto e declividade de 7,00 metros por 
mil metros. 
 
Respostas: Q = 1,949m3/s; V = 2,537 m/s 
 
Leitura Complementar: 
Manual DNIT nº 715 (páginas 11-26). 
 
 
DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS 
 
Universidade Paulista – UNIP Página 23 
 
REFERÊNCIAS BIBLIIOGRÁFICAS 
 
DNIT – Manual de Drenagem de Rodovias. Publicação IPR-724, 2006. 
JABOR, M. A. Drenagem de Rodovias: Estudos Hidrológicos e Projeto de 
Drenagem. Curso de Drenagem de Rodovias. 
PEREIRA. D. M. et al. Dispositivos de Drenagem para Obras Rodoviárias. 
Universidade Federal do Paraná, 2007. 
NETTO. J. M de A. et al. Manual de Hidráulica, Edgar Blucher, 8º ed. 1998.

Continue navegando