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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO (FARMACOCINÉTICA)

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VIAS DE 
ADMINISTRAÇÃO 
 
(rota para administrar uma forma 
farmacêutica) 
- alteram a velocidade e a magnitude 
de absorção 
- regida por vários fatores (circulação 
local, pH…) 
 
→ VIAS LOCAIS DE 
ADMINISTRAÇÃO 
- efeito com o objetivo de ser restrito a 
um local 
- em geral, não exige absorção 
 
 
 TÓPICAS (no local/próximo ao 
alvo) 
- formas comuns: 
→ gel - mais hidrossolúvel 
→ cremes - emulsões (porcentagem de 
água e óleo emulsionados formando 
uma suspensão cremosa) 
→ pomada/pasta - forma oleosa 
- o que é aquoso/oleoso → é o 
excipiente, chamado de veículo (onde o 
fármaco vai estar dissolvido) 
- cutânea (dermatológica) - creme para 
acne, por ex. 
- intranasal - spray descongestionante 
- auricular (otológico) - usa um 
antibiótico no ouvido, por ex. - não 
precisa chegar na corrente sanguínea 
- oftálmico - pode ser usada com várias 
formas farmacêuticas (colírio, 
creme/pomada…) 
- vaginal (óvulo - tipo um supositório 
mais glicerinado, comprimido - 
composição para dissolução no canal 
vaginal, creme) 
- peniana (intracavernosa) - mesmo 
sendo tópica, é injetável 
→ injeção de uma solução diretamente 
no corpo cavernoso - o efeito vai se 
concentrar nesse local e o objetivo é 
que fique restrito a ele (por isso é uma 
via tópica) 
 - uretral - como tratamento de algumas 
ISTs 
→ tanto para mulheres quanto para 
homens 
 
→ VIAS SISTÊMICAS DE 
ADMINISTRAÇÃO 
- a intenção é que exista absorção para 
que o fármaco chegue na corrente 
sanguínea e fique disponível a tecidos, 
órgãos… 
 
 
 ENTERAL (passa pelo TGI) 
- sublingual 
- oral 
- retal 
 
 
1. VIA ORAL 
- cavidade oral (boca), estômago, 
intestino delgado, intestino grosso e 
reto - 1 a 3h (mas pode levar mais - 
variação de acordo com o trânsito 
intestinal) 
→ fármacos podem ser absorvidos pela 
boca (mucosa com pouca camada de 
céls) - principalmente formas líquidas 
→ absorção principalmente no intestino 
delgado e no reto (muito vascularizado) 
- versatilidade em relação a formas 
farmacêuticas de liberação controlada 
ou restritiva/seletiva (bastante 
explorado em síndrome do intestino 
irritado, por ex - libera o fármaco 
apenas nos pontos mais críticos que 
precisam ser atingidos) 
→ não pode amassar comprimido - 
perda do controle da matriz polimérica 
(não vai liberar o fármaco onde ele 
deve ser liberado) 
- formas líquidas de ação rápida 
(duodeno) 
 
- efeito de 1ª passagem hepática 
→ o fármaco, quando passa pela 
corrente sanguínea do TGI, é jogado 
para o fígado (a corrente sanguínea do 
TGI desemboca no fígado - vasos 
intestinais, pela veia porta, leva 
fármacos, nutrientes, substâncias ao 
fígado, uma vez que ele armazena 
gordura, aminoácidos…, lida com 
toxinas...) 
→ uma parcela do fármaco será 
metabolizada (metabolismo de primeira 
passagem) → desvantagem, pois o 
fármaco mal chegou na corrente 
sanguínea e já será metabolizado 
→ fármacos administrados por v.o.: 
comum que as doses tenham que ser 
muito altas 
 ex. estradiol - quase 95% é 
metabolizado por 1ª passagem 
→ dose da v.o. é muito maior 
que a de uma via injetável, por 
ex. 
- metabolismo intestinal - degradação 
por bactérias... 
- alta eliminação pré-sistêmica (quando 
o fármaco chega nos grandes vasos e 
está disponível a todos os tecidos) 
 
- precisa desintegrar/dissolver o 
medicamento (sólido) 
→ quantidades ideais de água 
- varia com pH, alimentos e motilidade 
→ tomar o medicamento com 
refrigerante, leite… 
→ motilidade pode mudar de acordo 
com a doença - enxaqueca causa 
estase (parada) do TGI → se a pessoa 
toma um medicamento pra dor de 
cabeça, por ex., pode ser que ela não 
melhore, pois o medicamento fica 
parado no estômago - pode ser 
necessário que tome um antiemético 
(para não vomitar → aumenta a 
motilidade do TGI) 
- irritação gástrica, emese (indução de 
vômito), diarreia - ex. AINES 
(antiinflamatórios não estereoidais - ex. 
nimesulida, diclofenaco → irritação 
gástrica), anticoncepcionais (estrogênio 
→ irritação gástrica) 
- inativação de compostos - ex. 
insulina, heparina 
→ pela característica estrutural (como 
peptídeos), não podem ser 
administrados por v.o. (degradação por 
enzimas em aminoácidos, por ex.) 
- pouca absorção de substâncias 
complexas - ex. neomicina 
→ muita carga na molécula… 
→ não são administradas por v.o. 
QUANDO intencionada a absorção 
sistêmica 
 
- via de ação local no TGI - ex. 
antiácidos (não são absorvidos, apenas 
neutralizam o ácido estomacal), 
antimicrobianos (contra bactérias do 
próprio TGI - o fármaco não precisa ser 
absorvido para ter seu efeito, nesse 
caso → efeito local) 
obs. uso tópico nem sempre é local e 
uso local não é sinônimo de efeito 
tópico 
 nesse caso foi usada a v.o. 
visando a ação local 
- múltiplas opções de formas 
farmacêuticas - comprimido, cápsula, 
xarope, solução... 
- cômoda, bem aceita e acessível 
economicamente 
- assistência em sobredose - indução 
de vômito, lavagem gástrica, 
administração de carvão ativado… 
 
 
2. VIA SUBLINGUAL 
- assoalho oral muito vascularizado 
- transporte transmucoso rápido 
- requer alta lipofilicidade e dissolução - 
geralmente são comprimidos que não 
requerem alta quantidade de líquido 
para que se dissolvam (só com a 
saliva, por ex.) 
→ LSD: extremamente lipofílico 
- uso emergencial - ex. angina (quando 
dor aguda no peito - relação com o 
coração), pânico (rivotril - efeito 
ansiolítico rápido) 
obs. rivotril - exceção: comprimido 
usado pela v.o também pode ser usado 
como sublingual (se crise do pânico) 
- evita 1ª passagem hepática 
→ a vascularização do assoalho oral 
leva o fármaco pela corrente sanguínea 
diretamente para o coração → não 
passa pelo fígado → doses menores 
para alcançar concentrações 
plasmáticas suficientes 
 
 
3. VIA RETAL 
- alta vascularização retal (canal anal) 
- absorção rápida 
- depende de dissolução (certa 
quantidade de líquido para dissolver o 
supositório, por exemplo) e motilidade 
(se diarreia → essa via não vai ser tão 
eficiente assim) 
- evita irritação gástrica e vômito 
- uso em coma e inconsciência 
- pediatria, geriatria e psiquiatria 
- evita 1ª passagem hepática - fármaco 
chega diretamente ao coração 
- formas farmacêuticas comuns: 
enemas (líquido usado com uma 
bisnaga) e supositórios (glicerinado ou 
mais gorduroso - manteiga de cacau 
→ pode ter só glicerina, por ex. - 
umidificação do reto → facilita a 
defecação 
→ pode conter anti-inflamatório... 
- efeito local ou sistêmico 
- uso recreativo - absorvente interno 
com bebida alcoólica no ânus, por ex. 
 
 
 TRANSCUTÂNEA ou 
TRANSDÉRMICA ou 
PERCUTÂNEA 
- parenteral para alguns autores 
- mesmo o uso sendo na pele, a 
intenção é de que o fármaco atravesse 
a pele íntegra e chegue na corrente 
sanguínea (transposição da pele 
íntegra até a circulação) 
- fármacos muito lipossolúveis 
- absorção lenta e sustentada 
- ex. nicotina, organofosforados, 
hormônios (estradiol)… 
→ geralmente adesivos transdérmicos, 
mas existem cremes também 
- excipientes podem facilitar a 
penetração cutânea 
→ droga lipofílica em um creme oleoso 
- fármaco “aprisionado”, mas também 
ocorre um pouco de absorção (pq 
droga lipofílica consegue atravessar a 
pele) 
→ droga lipofílica em um creme aquoso 
- muita absorção (droga tende a 
sair/repelir o creme) 
→ droga hidrofílica (menor tendência 
de absorção) - aumenta a absorção se 
a base for oleosa (repulsão) 
 
VANTAGENS 
- evita efeito de 1ª passagem hepática 
- maior adesão e controle do 
tratamento 
 
DESVANTAGENS 
- pele - atividade metabólica → parte 
do fármaco será metabolizado 
- alterações estruturais locais - 
diferença na absorção entre pele fina e 
pele grossa, em pele lesionada… 
 
 
 PARENTERAL (paralela à 
enteral) 
- administração em 
compartimentos/cavidades que não a 
enteral 
→ subcutânea - efeito sistêmico 
→ intramuscular - efeito sistêmico 
→ intravascular - efeito sistêmico 
→ intradérmica - anestesias... 
→ respiratória - inalatória 
→ intra-articular - doenças reumáticas 
→ epidural/intratecal - anestesias...→ intracardíaca 
→ etc 
 
VANTAGENS 
- pacientes que não cooperam 
- fármacos pouco absorvidos v.o. - 
heparina, insulina... 
- ação rápida ou retardada 
- efeito local ou sistêmico 
- sem efeito de 1ª passagem hepática 
- sana problemas de adesão ao 
tratamento - geriatria, psiquiatria… 
(esquecimento etc) 
- correção de desequilíbrios de fluidos - 
acidose, alcalose → correção do pH 
sistêmico; transfusão de sangue... 
 
DESVANTAGENS 
- pessoal treinado 
- assepsia e complicações correlatas - 
infecções... 
- inconveniente cronicamente 
- reversibilidade complicada 
→ é possível aumentar a taxa de 
eliminação do fármaco em casos de 
alergia, por ex., mas não tem como 
diminuir a absorção 
- desconforto e fobia 
 
 
1. INTRAVASCULAR (i.v.) 
VANTAGENS 
- dispensa absorção - 100% disponível 
→ fármaco direto no sangue 
- melhor controle na manutenção de 
níveis plasmáticos - administração em 
bolo (injeção) ou contínua (soro - fluxo 
de uma certa quantidade por tempo) 
- hemoterapia - soro, plasma ou 
substitutos plasmáticos 
 
DESVANTAGENS 
- veículo aquoso e solução homogênea 
(não pode ter cristal, precipitado…) - 
obrigatório 
→ bolhas de gordura nos vasos - 
tromboembolismo/embolismo 
gorduroso → pode causar infartos 
- alterações bruscas de pH e pressão 
osmótica, hemólise, liberação de 
substâncias endógenas, etc 
 
→ INTRAVENOSA: “diluição” do 
fármaco e distribuição sistêmica 
- veia: drenagem do sangue (periferia 
→ centro do corpo) 
 
→ INTRA-ARTERIAL: “concentração” 
pré-sistêmica do fármaco 
- artéria: sangue centro → periferia do 
corpo 
→ fármaco se concentra nas 
extremidades 
 pode ser perigoso na 
administração de um barbitúrico 
(ácido fraco), por ex. → se 
concentrado pode causar 
necrose no membro 
 
 
2. INTRAMUSCULAR (i.m.) 
- velocidade de ação: i.m. < i.v. 
(administração direta no sangue) 
- forma farmacêutica: absorção rápida 
(aquosa/solúvel) ou lenta/mantida em 
“depósito” (oleosa/cristalizada) - aos 
poucos o fármaco vai sendo dissolvido 
e fornecido (com apenas uma injeção, 
o paciente pode estar medicado por 
dias/semanas… → anticoncepcional 
injetável, haloperidol - esquizofrenia; 
benzetacil) 
- circulação local: absorção rápida 
(deltóide - músculo bem vascularizado 
e muito “utilizado” pelo corpo) ou lenta 
(glúteo) 
- adjuvantes vasoconstritores (ex. 
fenilefrina) - diminuição do fluxo local e 
da absorção → aumento da duração de 
efeito 
 
 
3. SUBCUTÂNEA (s.c.) ou 
HIPODÉRMICA 
- velocidade de ação: s.c. < i.m. < i.v. 
- depósito melhor tolerado - menor 
vascularização (menor chance de 
processos inflamatórios) 
- liberação lenta e sustentada - 
“depósito” 
- adjuvantes proteolíticos - aumento da 
absorção (pq degradam o tecido 
subcutâneo) → controle de uma 
absorção muito lenta, por ex. 
- volumes pequenos - 1 a 3 mL (i.m. - 
aprox. 5 mL) 
- administração de insulina, por ex. 
- para injetar: dobrinha na pele (para 
não ter risco de pegar músculo) 
 
ESCOLHA DA VIDA DE 
ADMINISTRAÇÃO 
- multifatorial e individualizada 
- natureza do fármaco e forma 
farmacêutica 
- ação desejada e alvo (sistêmico/local) 
- rapidez e duração do efeito 
- idade e condições do paciente 
- duração do tratamento 
- adesão ao esquema terapêutico 
 
- principais diferenças das vias 
clássicas 
→ pico máximo de concentração 
plasmática 
→ velocidade de absorção e duração 
do efeito

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