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Colesterol Introdução: O colesterol é essencial à estrutura e função celular É um composto orgânico lipídico constituído por um álcool policíclico de cadeia longa, como parte do grupo dos ESTEROIDES, tendo como fórmula C27H460 Apresenta um grupo OH ligado ao carbono saturado, porém a maior parte de sua estrutura é composta apenas por átomos de carbono e hidrogênio, o que confere a ele uma característica APOLAR É um componente essencial das membranas celulares dos mamíferos É precursor de importantes compostos, tais como hormônios esteroides, vitamina D e ácidos biliares A taxa de síntese de colesterol endógeno e sua ingestão pela dieta determinam sua concentração no plasma (o excesso de colesterol da dieta reduz a síntese endógena) Exemplos de esteroides = estradiol, testosterona, progesterona, cortisol, aldosterona, vitamina D3 e colesterol Origem do colesterol endógeno: O colesterol presente no organismo dos mamíferos é proveniente da dieta e da síntese endógena A maioria do colesterol endógeno é sintetizado no fígado e exportado como éster de colesterol; que é formado através da enzima lecitina-colesterol- aciltransferase (LCAT), a partir da transferência de um ácido graxo da lecitina para o colesterol, ou sob ação da acil-CoA colesterol aciltransferase (ACAT), que é uma enzima intracelular. A hidrolase dos ésteres de colesterol, por uma enzima intracelular, realiza o processo inverso, convertendo ésteres de colesterol em colesterol livre. Ambas as formas são transportadas no plasma ligadas às lipoproteínas. Colesterol livre = usado nas membranas celulares Colesterol esterificado = serve só para acumular Destinos do colesterol: Membrana dos hepatócitos Hormônios esteroides Sais biliares ou colesterol biliar Formação das lipoproteínas (HDL, LDL) Locais da síntese do colesterol: As células são capazes de sintetizá-lo a partir de moléculas precursoras simples (acetato) e intermediárias (isopreno) RE Citosol de todos os tecidos, principalmente do fígado, intestino, adrenal e gônadas Biossíntese do colesterol: A via de biossíntese do colesterol depende de 4 fases: 1ª = SÍNTESE DO MEVALONATO: Depende da molécula HMG-CoA para formar o mevalonato. Para isso, precisa-se de 2 moléculas de Acetil-CoA e através da condensação (fusão de 3 moléculas de acetil-CoA) gera o acetoacetil-CoA e o HMG-CoA. Depois, o HMG-CoA é reduzido para formar o mevalonato por meio da ruptura da ligação dupla Acetil-coA = acetilcoenzima A HMG-CoA = β-hidroxi-β-metilglutaril-CoA 2ª = CONDENSAÇÃO DO MEVALONATO EM DUAS UNIDADES ATIVADAS DE ISOPRENO A partir do mevalonato (contém 6 carbonos) vai ter a adição de três grupos fosfato, provenientes de três moléculas de ATP, em três passos sucessivos através da fosforilação para formar o isopreno. Forma 2 moléculas de 5 carbonos 3ª = CONDENSAÇÃO DE SEIS UNIDADES DE ISOPRENO PARA FORMAR O ESQUALENO Ocorre a união das duas moléculas de carbono para que haja a formação da molécula de 10 carbonos denominada de geranil pirofosfato, depois farnecil (15 C). Esse último se liga a outro farnecil e forma o esqualeno (30 C) de cadeia aberta 4ª = CONVERSÃO DO ESQUALENO NO NÚCLEO ESTEROIDE Ocorre a ciclização do esqualeno para formar os quatro anéis do núcleo esteroide do colesterol, ao nível do retículo endoplasmático. Essa ciclização vai originar o lanosterol que é convertido em colesterol Transporte do colesterol: Ele é transportado no sangue Existem dois caminhos: 1 – CAMINHO EXÓGENO: Transporte de lipídeos dietéticos Os triglicerídeos dietéticos são hidrolisados por enzimas lipases pancreáticas dentro dos intestinos e são emulsionados com ácidos biliares para formar as micelas Do fígado para os tecidos extra-hepáticos 2 – CAMINHO ENDÓGENO: Transporte de lipídeos do fígado Esse caminho trata o metabolismo das lipoproteínas LDL, HDL, VLDL e IDL Regulação da síntese de colesterol: Síntese = é um processo complexo e grande consumidor de energia. O excesso não pode ser catabolizado para uso como combustível, devendo ser excretado. Portanto, a regulação é vantajosa A regulação atua impedindo a conversando do HMG- CoA em mevalonato por fosforilação reversível da enzima redutase, feita pela AMPK (Proteína Quinase Ativada por Monofosfato de Adenosina). Este último processo é desencadeado pela ação do glucagon e glicocorticoides. Já a insulina e o hormônio da tireoide promovem o processo inverso, estimulando a atividade da enzima Bile: É uma solução aquosa complexa, constituída por compostos orgânicos e inorgânicos, produzida pelos hepatócitos, sendo liberada diretamente no duodeno ou armazenada na vesícula biliar O colesterol é bombeado para a bile pelas proteínas transportadoras ABCG5 e ABCG8 Ácidos e Sais Biliares: São quantitativamente os produtos metabólicos do colesterol mais abundantes eliminados pelo fígado Desempenham um papel importante na digestão de gorduras, na absorção intestinal de lipídeos, assim como a nível de catabolismo do colesterol e sua eliminação, quando em excesso Os sais biliares são detergentes mais efetivos que os ácidos, por terem sua natureza anfipática aumentada. (somente as formas conjugadas são encontradas na bile) São divididos em 1 - ÁCIDOS BILIARES PRIMÁRIOS: Possuem 24C, com 2 ou 3 hidroxilas e uma cadeia lateral que termina em um grupo carboxílico Possuem caráter anfipático (polar e apolar) Eles são sintetizados no FÍGADO BIOSSÍNTESE = ocorre nas células parenquimatosas do fígado, onde os ácidos CÓLICO e QUENODESOXICÓLICO (ácidos primários) são produzidos. A etapa limitante é a reação catalisada pela 7-alpha-hidroxilase microssomal que introduz um grupo hidroxila na posição 7alpha do anel de colesterol. Antes de sua secreção, esses ácidos biliares primários são conjugados através de seu grupo carbonila, formando ligações amida com GLICINA e TAURINA Em seguida, os principais produtos secretados são os ácidos glicocólico, glicoquenodesoxicólico, taurocólico e tauroquenodesoxicólico 2 – ÁCIDOS BILIARES SECUNDÁRIOS: São sintetizados no INTESTINO pela ação de bactérias anaeróbicas nos ácidos biliares primários São os ácidos DESOCÓLICO e LITOCÓLICO AÇÃO DA FLORA INTESTINAL = regeneram os ácidos biliares por desconjugação e convertem alguns ácidos primários em secundários (essa conversão necessita da hidrólise da ligação amida, à glicina ou taurina, antes da remoção do grupo 7- alpha-hidroxila) Circulação Êntero-Hepática: A maioria dos ácidos biliares passam do ducto biliar para dentro do intestino, ou seja é reabsorvido, somente 2% dessa quantidade é perdida pelas fezes. A reabsorção ocorre no jejuno e cólon, mas a maioria é absorvida pelo transporte ativo no íleo Eles vão ser transportados de volta ao fígado pela veia porta, ligados não covalentemente à albumina e são novamente secretados na bile Essa circulação permite fazer um controle da biossíntese dos ácidos biliares pois a 7-alpha-hidroxilase é alvo de retroalimentação negativa pelos ácidos biliares que regressam ao fígado pela veia porta Aproximadamente 1g de colesterol é eliminado do organismo por dia através das fezes: 50% deste é excretado como ácidos biliares e o restante na forma dos esteroides neutros saturados produzidos pela redução bacteriana da molécula de colesterol Hormônios Esteroides: O colesterol é o precursor de todos os hormônios esteroides Os humanos produzem todos os esteroides a partir do colesterol C27 e da ativação do complexo enzimático citocromo P450 (CYP) da MMI das células esteroidogênicas, que também usam oxigênio e NADPH para a formação da pregnenolona C21, o precursor molecular de C18-Androstanos, C19-Estranos e C21-Pregnanos São efetivos em baixas concentrações A produção consome pouco colesterol Tecidos esteroidogênicos= córtex adrenal, testículos e ovários Existem 3 grupos de hormônios esteroides = corticosteroides, androgênios e estrogênios BIOSSÍNTESE DOS HORMONIOS ESTEROIDES = é mediada pela elevação de cAMP e Ca intracelulares. Admitem-se três etapas nessa biossíntese: 1) Um a via inicial comum compreendida pelo acetato e o colesterol 2) nas gônadas e na placenta, a via principal que se segue compreende a pregnenolona, progesterona e androstenediona; nas adrenais, a via principal é pregnenolona, deidroepiandrosterona e androstenediona. Ambas podem coexistir nos órgãos mencionados, sendo vias de alternância; 3) a via final comum, representada pela aromatização do anel A da androstenediona ou testosterona com perda do carbono 19, resultando a formação de estrona e/ou estradiol-17(3 A maioria dos hormônios esteroides é excretado na urina No transporte sanguíneo, eles são transportados pelas = albumina, globulinas de ligação a corticosteroides ou transcortinas, globulinas de ligação a hormônios sexuais e proteína de ligação à androgênio Corticosteroides: Locais de síntese: GLANDULAS ADRENAIS ALDOSTERONA: Principal estímulo para ocorrer a síntese = angiotensina II (K é um estímulo secundário) É o principal mineralocorticoide Ela é responsável pela regulação da concentração de eletrólitos no sangue (Na e K). Por influenciar na concentração de sódio, também altera a reabsorção da água pelos rins (papel fundamental na homeostase, na regulação do volume de sangue no corpo e da pressão arterial) O aumento da concentração de aldosterona pode gerar hipocalemia além de elevar a concentração de Na e abaixar a de K. Tem como principais fatores reguladores de sua síntese o aumento da concentração de potássio no meio extracelular e o aumento da atividade do sistema renina-angiotensina CORTISOL: As duas camadas internas (zona fasciculada e zona reticulada) são responsáveis pela síntese É o principal glicocorticoide Principal estímulo para a síntese ocorrer = ACTH Possui um papel importante no metabolismo da glicose, estimulando a gliconeogenese no fígado Reduz a absorção de glicose pelos miócitos e adipócitos, aumentando a glicemia e estimulando a metabolização de estoques lipídicos Tem ação imunossupressora e anti-inflamatória Regula o ciclo cicardiano (despertar) É relevante no desenvolvimento e maturação pulmonar do feto, produzindo surfactantes essenciais ao funcionamento extrauterino dos pulmões No cérebro, é importante na modelação de dendritos e axônios Atua também no mecanismo de stress Andrógenos: A conversão dos corticosteroides em androgênios necessita da 17-20 liase/desmolase e de um substrato que contém o grupo 17-alpha-hidroxila para produzir a estrutura do anel androstano Principais = Dehidroepiandrosterona (DHEA) e a androstenediona São precursores de hormônios sexuais que vão ser convertidos e outros locais em testosterona e estrógeno Maiores níveis fisiológicos de DHEA tem sido associados com o maior bem-estar, melhorando o condicionamento físico e maior força muscular Existe também uma evidencia dos efeitos do DHEA sobre a densidade óssea, bem como seu efeito anti- inflamatório e no sistema imune Há estudos também que associam baixos níveis esperados para a idade com maior mortalidade por doenças cardiovasculares e uma maior probabilidade de desenvolver doenças crônicas, como diabetes 2 Estrogênios: Principais = estrona, estradiol e estriol Responsáveis pelo desenvolvimento do sistema genital feminino e dos ciclos reprodutivos Atuam na formação das características sexuais secundárias Inibem a reabsorção óssea e atua sobre o crescimento Promovem a síntese de várias proteínas além de algumas vasodilatadoras PROGESTERONA: Faz uma preparação do útero para a implantação do embrião e das mamas para a secreção láctea Aumenta o grau de atividade secretória das glândulas mamarias Determina o surgimento de diversas glândulas produtoras de glicogênio Inibe as contrações do útero impedindo a expulsão do embrião ou do feto em desenvolvimento TESTOSTERONA: Responsável pelo desenvolvimento das características sexuais primárias no embrião humano masculino Estimula a produção de glóbulos vermelhos Controla a libido e o processo reprodutivo Na puberdade, ela induz o desenvolvimento das características sexuais secundárias, como o tom da voz, crescimento de pelos na face, peito, axilas e púbis
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