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Vigência da lei Período no qual a lei está apta a produzir efeitos. Esse período dura até a revogação ou até o vencimento do prazo sendo que, enquanto vigorar, a lei poderá ser exigida no seu cumprimento. • Vacatio Legis: é o período no qual a lei existe, é válida, mas ainda não iniciaram sua vigência. LINDB Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. - Se não falar quanto tempo = aplica-se artigo 1º da LINDB - Se não quiser 45 dias, quiser prazo maior, tem que colocar explícito no texto legal (lei complementar) - Leis de pequena repercussão entram em vigor na data de sua publicação. § 1º - Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade de lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente publicada. - Aplicada em consulado brasileiro, por exemplo. Se o prazo interno for menor de 3 meses, o prazo externo é de 3 meses. Se o prazo interno for maior que 3 meses, o prazo externo será o prazo interno mais 3 meses. Como contar os 45 dias? Lei complementar nº95 de 1998 Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. § 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. § 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial. Exemplo: Código Civil Art. 2044 – Este código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua publicação (10 de janeiro de 2002) - A promulgação foi dia 10, mas a publicação foi dia 11 de janeiro. - Sendo assim, o Código entrou em vigor dia 11 de janeiro. Vigor É a força vinculante da lei. Existem leis que têm vigor sem ter vigência. Exemplo: Art. 2039 e 2041 do código civil. Validade da Lei A validade da lei é a sua integração ao ordenamento jurídico. Ela terá que estar integrada por dois pontos de vista. São eles: • Formal: do ponto de vista formal uma lei está integrada ao ordenamento jurídico quando ela provém de uma autoridade com poder para criá-la e quando ela cumpriu o meio adequado para sua criação. • Material: significa que seu conteúdo não colide com normas hierarquicamente superiores nem com normas da mesma hierarquia que sejam mais recentes Eficácia Eficácia é a possibilidade concreta de uma lei produzir efeito. Essa eficácia se desdobra em pelo menos três campos diferentes. São eles: • Eficácia Técnica: É quando a lei possui todos os requisitos jurídicos para produzir concretamente efeitos no mundo dos fatos. É quando uma lei não necessita de nenhuma regulamentação, de nenhum decreto ou uma nova lei para que ela possa existir, produzir efeito. • Eficácia Fática: É quando no plano dos fatos, da realidade concreta, a lei dispõe de todos os meios para a produção de efeito. • Eficácia Social: É quando a lei for respeitada e acatada pelos cidadãos e pelas autoridades. A lei pode existir e não ser seguida, não ter eficácia social. Um exemplo é a prática do jogo do bicho. Ele é contra a lei, mas as pessoas jogam, desrespeitando a lei. A autoridade pública também não faz vista grossa. Ela tem eficácia técnica e fática, mas não tem eficácia social. OBS: Também aparece na literatura jurídica a expressão” efetividade”. Efetividade é a produção concreta de efeitos da lei. Já é a aplicação concreta da lei. Perda da Vigência Existem duas formas pela qual a lei pode perder a vigência. 1- Decurso do tempo: pode ocorrer por três situações: a) Advento do termo: Termo é o evento futuro e certo. Quando chega o termo, acaba a vigência da lei. Exemplo: as datas. Toda data é um termo. A lei da copa perde sua vigência ao final do seu termo, da data prevista. b) Alcance dos seus fins: Se uma determinada lei alcança plenamente suas finalidades, acaba sua vigência. Exemplo: leis que conferem indenização as vítimas de tortura na Ditadura Militar. Ao provar que todas as vítimas já receberam sua indenização, a lei já teria cumprido plenamente sua finalidade. c) Implemento de uma condição: Condição é o evento futuro e incerto Exemplo: se amanhã chover, lhe ofereço um guarda-chuva. Chover é uma condição, é um evento futuro e incerto. Pode chover ou não. As leis de guerra e de COVID tem uma condição implícita. 2- Revogação: É a perda da vigência de uma lei em razão do surgimento de uma lei nova que, expressamente, a revogue ou cujo conteúdo seja com ela incompatível. Não existe revogação sem lei nova. a) Revogação dita/expressa: verbalizada, explicitada no texto legal. b) Revogação tácita: é aquilo que decorre de algo sem que seja verbalizado. Decorre do próprio comportamento. É mais complicada que a revogação expressa, pois a tácita sempre vai depender da interpretação. Classificação das Revogações • Revogação total (ab-rogação): é quando todo o conteúdo da lei for revogado pela lei posterior. - Dica: AB de ab-rogação vem de ABSOLUTO, ou seja, total. • Revogação parcial (derrogação): é quando apenas alguns artigos ou trechos da lei anterior foram revogados pela lei nova. EXEMPLO DE REVOGAÇÃO EXPRESSA CÓDIGO CIVIL ART. 2045. Revogam-se a Lei nº3071, de 1º de janeiro de 1916 – Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. - Esse artigo revoga totalmente uma lei e parcialmente a outra. É uma revogação expressa, está explicitamente mostrando que há uma revogação. EXEMPLO DE REVOGAÇÃO TÁCITA CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP) Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. - No código de 1916 a maioridade civil era 21 anos, mas no código de 2003 passa a ser 18 anos. O representante legal para essa faixa etária, hoje, encontra-se revogado tacitamente. Repristinação Repristinação é quando uma lei nova revoga a lei revogadora retornando à vigência da lei revogada. Esse processo implica necessariamente em três leis: 1- Lei a – Lei revogada 2- Lei B, revogando a lei A – Lei revogadora 3- Lei C, revogando B – Lei nova A LINDB veda a repristinação automática. • Efeito repristinatório: é quando a lei nova, de forma explicita, prevê a repristinação. LINDB Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. (efeito repristinatório)
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