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CERÂMICAS ODONTOLOGICAS KERAMOS: significa matéria queimada, já que em algum momento, a cerâmica vai passar por algum tratamento térmico. A cerâmica é qualquer produto feito essencialmente de material não metálico pela queima em alta temperatura. Outra definição, seria a cerâmica ser um composto inorgânico com propriedades tipicamente não metálicas compostas por elementos metálicos (ou semi metálicos) e não metálicos, como por exemplo o oxido de sódio e óxido de zircônia (muito utilizado no implante, de resistência elevada), óxido de cálcio (libera cálcio, sendo um excelente composto bioativo), dissilicato de lítio (também muito utilizada na odontologia). Vale salientar que esses compostos são a base, mas existem outros óxidos que são adicionados para ajustar as propriedades da cerâmica, como a fluorescência ou translucidez. Fonte natural dos minerais: estão no feldspato (oxido de silício), quartzo, caolim, argila e na bauxita. Esses materiais são refinados, logo, processados, proporcionados, queimados e moídos juntos e industrializados, mas também podem ser vendidos em blocos. Histórico: O processo de queima foi se aperfeiçoando ao logo dos anos, começando por processo de fogo forno aberto, resultando numa cerâmica porosa, permeável e menos resistentes. Mais futuramente foi sendo desenvolvido fornos fechados que utilizam vácuo, gerando cerâmicas menos porosas, mais densa, impermeável e resistente. A variação da espessura das taças e se é de vidro ou cristal influencia diretamente no preço, já que reflete a qualidade do material. Poros impedem a passagem de luz (translucidez), aumentam a permeação e reduzem a resistência. Os materiais feldspato, caolim e quartzo entram misturados com água, gerando óxidos metálicos hidratados (Al2O3, SiO2, Fe O3). Quando se joga no fogo, a agua evapora e os grãos do barro, onde os materiais se coalescem, mas não se fundem completamente, por isso o material fica poroso. O processo de queima é chamado de Sinterização. Outra coisa muito comum, é a contração, já que a água evaporou, havendo a fusão superficial dos grãos. Quando começou a ser utilizado o forno a vácuo, houve menos porosidade, mais resistência, mais translucidez, mais beleza. Em 1558, Marfim tecido e até dente extraído de cadáver. Em 1717 havia o segredo da porcelana chinesa é descoberto Um material branco e bem mais resistente que os anteriores. Em 1774, Alexis Duchateau substituiu sua prótese de marfim por uma de porcelana, houve então início da aplicação da porcelana em odontologia. Em 1838, Wildman produziu uma porcelana odontológica com cor e translucidez semelhante a do dente, entretanto esse material não tinha aderência ao dente. A medida que ascendemos na linha cronológica, houve o surgimento das metalocerâmicas (padrão ouro) aderindo a cerâmica a uma estrutura metálica rígida, dando suporte a cerâmica (Weinstein, 1962), seguida das porcelanas aluminizadas, pó de porcelana feldspática com pó de óxido de alumínio, o que aumentou muito a resistência das porcelanas (Mc Lean, 1965), progredindo até as evoluções presentes a hoje. CARACTERISTICAS GERAIS Características vantajosas: propriedades óticas excelentes; estabilidade química; biocompatibilidade (não reagem com o meio, são inertes, sendo isso muito bom pois não estragam metal por interação eletroquímica); resistência ao desgaste (porém, antigamente isso causava desgaste do antagonista); compatibilidade térmica com os tecidos dentais. COMPOSIÇÃO TRADICIONAL Família dos materiais cerâmicos compostos essencialmente por feldspato, quartzo e caulim. As porcelanas odontológicas, diferentemente das caseiras, apresentavam mais feldspato (78 a 85%) e muito pouco caolim (0 a 3%), isso por conta da translucidez, porque o caolim é mais branco e o feldspato promove translucidez. O Quartzo (12 a 25%), conferia resistência ao material. Feldspato: contém oxido de potássio, oxido de sódio, alumina e sílica, quando ele é queimado, forma o vidro e dependendo do tempo de queima, tende a formar um mineral cristalino (Leucita) e uma fase vítrea. As partículas de carga são mais vítreas e menos cristalinas. Então, depois de queimado, não chamamos mais de feldspato, mas sim leucita. Os átomos podem estar organizados em estruturas cristalinas (cristalina) ou disposto aleatoriamente(vidro) mesmo que a composição seja a mesma e, portanto, haverá variação nas propriedades dos materiais. O processamento também interfere na estrutura as propriedades químicas. Vale lembrar que as funções e demanda de resistência varia entre os dentes, sendo isso importante nas indicações dos tipos de cerâmicas. -Fase cristalina: possui maior resistência, são mais duros, queimam a uma temperatura mais alta, são mais resistentes a compressão, por conta de sua estrutura atômica feita de forma organizada estável. No entanto, não passa nem luz, sendo mais opaco. Vidros com tempera superficial possuem estrutura cristalina superficialmente. -Fase vítrea: escoamento, translucidez, portanto, beleza. Porém, há baixa resistência a propagação de trincas da fase vítrea. PIGMENTOS OPACIFICADORES: alteram as características óticas. Exemplo: óxido de ferro ou níquel (marrom), óxido de cobre (verde) óxido de titânio (marrom-amarelado), oxido de manganês (lavanda), oxido de cobalto: azul. Óxido cério e de zircônio atuam na radiopacidade enquanto que óxido de uranio e de antanídeo, na fluorescência. No forno, eles vão se unir quimicamente com os outros óxidos das cerâmicas e então a cor e as propriedades ópticas vão ser inerentes ao material, formando um material único e colorido. Essa pintura não sai pois não tem conteúdo orgânico, ela está sendo feita com oxido cerâmico e não vão sair pois estão às peças. MODIFICADORES DE VIDRO: São óxidos que vão ajustar o coeficiente de expansão térmica e a temperatura de fusão do material. Porque, em casos de metalocerâmica, por exemplo, a temperatura de sinterização deve ser mais baixa que a temperatura de fusão do metal. Além disso, durante o resfriamento eles devem se contrair o mais próximo possível, para que não haja alteração do material. FORMAS DE APRESENTAÇÃO Pó e líquido: Em geral, as massas para dentina costumam ser rosa e massas de esmalte costumam ser azuis, para que quando o técnico estiver confeccionando o dente, tenha conhecimento de onde termina um e começa outro, sendo que a dentina é mais opaca e o esmalte mais translucido. Quando levada ao forno, fica tudo com cor de dente. Pastilha pré-ceramizadas: os óxidos já são misturados e ceramizados (processo de crescimento de cristais). Quando pó e liquido, a ceramização depende do técnico e além disso possui maior possibilidade de haver bolha, enquanto essas de pastilha, a sinterização foi feita industrialmente, não havendo chance de bolhas e menor possibilidade de erros durante a sinterização. É menos tecnicamente sensível e contrai menos que a forma pó e líquido. Isso tudo aumenta a previsibilidade das reproduções. São para técnica para cera perdida Blocos cerâmicos: Para torneamento e fresagem em CADCAM. CLASSIFICAÇÃO: 1- Quanto ao ponto de fusão: Alta fusão: 1300°C Mais utilizadas para fazer dentes para PT e PPR, o que não é muito utilizada hoje em dia. Média fusão: 1.191°C Utilizadas para fazer prótese fixa unitária de metalocerâmica ou cerâmica Baixa fusão: 850 a 110°C Utilizadas para fazer prótese fixa unitária de metalocerâmica ou cerâmica e também para PPF. Ultra baixa: (menos que 850°C para coroas de PPF usadas em ligas de titânio que não pode se submetido a temperaturas elevadas) que são caracterizadas pela temperatura a qual são sinterizadas. Elas são usadas e escolhidas de acordo com o metal para não derreter antes de sinterizar a cerâmica. 2- Microestrutura e composição química principal: Vítreas: Feldspáticas tradicionais – feldspato + quartzo; feldspática reforçadas com leucita (20%); feldspática reforçadascom alumina (10-45% Al2O3); vidro de fluorapatita (60%); vidro reforçado com alto teor de leucita (30-45%); vidro reforçado com dissilicato de lítio (65%). Foram adicionados óxidos cristalinos que garantem mais resistência, mas ao mesmo tempo mais opacidade. Cristalinas: Monofásicas densamente sinterizadas (óxidos): alumina; alumina + óxido de magnésio (melhorar translucides); zircônia; zircônia estabilizada com ítria. Precisa de um profissional artista e que saiba controlar a contração da cerâmica. OBS: estão em ordem cronológica e de resistência (do menor para maior). 3- Processamento laboratorial: Estratificação e sinterização: pode ser realizada sobre copings (metálicos ou cerâmicos) ou diretamente sobre troqueis confeccionados em material refratário (material que aguenta temperatura, como o revestimento). Pode-se fazer uma parte de suporte cerâmico por cerâmicas densas e cristalinas e superficialmente, uma cerâmica vítrea. Fases do processo: modelagem, condensação, pré-sinterização, ciclos de sinterização, resfriamento. Modelagem (processo pelo qual a massa homogênea obtida da mistura pó-liquido que é plicada por meio de pinceis ou espátulas e controle da umidade de massa), condensação (processo de manter as partículas juntas pela remoção do excesso de líquido para diminuir a contração de sinterização através de um papel absorvente, vibração manual, alisamento de superfície ou adição de pó seco com pincel), pré-sinterização (temperatura mais baixa para volatização da água como um processo de secagem com aquecimento lento permitindo a evaporação da água usada para criar a massa modelável sem criar bolhas internas e também ocorre a eliminação na forma de gases de produtos inorgânicos como os aditivos), ciclo de sinterização (cocção das partículas de fato: aplicação das porcelanas de corpo cervical e dentina e das incisais, caracterização com aplicação de pigmentos e massas de efeito e o glazeamento para deixar a peça impermeável) e resfriamento (se muito rápido pode resultar em rachadura ou fissuras devido ao choque térmico; se for muito lento alterar o coeficiente de expansão térmica da cerâmica; sempre seguir recomendação do fabricante) > Sistemas metalocerâmicos: Infraestrutura metálica (coping) cerâmica de cobertura. O preparo do coping deve garantir a união metal-cerâmica, é feito a partir do jateamento (para aumentar a adesão através do aumento da superfície, por um processo de aquecimento), limpeza, formação da camada de óxidos (oxidar propositalmente a superfície do metal, a fim de formar um material similar a cerâmica para a união das duas), aplicação de fina camada de opaco (primeira camada de cerâmica que vai unir no metal, é líquido e tem como finalidade a adesão) – cerâmica fluida. > O suporte é fundamental para que propagação de trinca não acontece, pois sem ele há formação de espaços entre os materiais. > Um metal adequado é um metal com alto módulo de elasticidade (deforme pouco) e alto limite de proporcionalidade. Isto é, mais “duro e resistente”. > Deve-se comprar uma cerâmica com CET próximo do metal, visando a compatibilidade térmica entre metal e cerâmica, para evitar fratura da porcelana durante o resfriamento ou durante a função mastigatória, e aumentar a resistência da cerâmica (geração de tensões compressivas. O metal possui maior contração (e maior CET) em relação a cerâmica, ele vai induzir uma tensão de compressão da cerâmica. Por ser necessário apresentar na forma de pó e liquido, só as partículas vítreas que possuem esse formato para serem estratificadas e sinterizadas. Feldspáticas tradicionais: feldspato + quartzo; feldspática reforçadas com leucita (20%); feldspática reforçadas com alumina (10-45% Al2O3); vidro de fluorapatita (60%); vidro reforçado com alto teor de leucita (30-45%). Injeção ou prensagem à quente (em molde, obtida pela técnica da cera perdida): 1. Ceroplastia convencional da restauração 2. Inclusão no revestimento num anel conformador, fixando na base formadora de cadinho. 3. Queima e injeção da cerâmica 4. Resfriamento e desinclusão As cerâmicas processadas por essa técnica são: vidro reforçada com alto teor de leucita e Vidro reforçado com alto teor de leucita. Fresagem computacional: fabricação da restauração por fresagem dos blocos cerâmicos pré-fabricados através da água com glicerina que resfria o sistema que está sendo fresado por uma broca. Todas as cerâmicas podem ser empregadas para fresagem.
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