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Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM DISCIPLINA DE MATERIAIS DENTÁRIOS III CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS Resumo: Biomateriais UFGRS Formação: materiais metálicos (Al, Ca, Li, K, Na, Zr, TL) e não metálicos (O, Si, B, F). Reproduzem os complexos fenômenos ópticos observados na estrutura dental (fluorescência, opalescência, translucidez, opacidade) com excelência quando comparado a outros materiais. É biocompatível (mantem a COR e textura por períodos prolongados, apresentando alta estabilidade química e alta resistência à abrasão, principalmente quando comparado com resinas compostas). Apresenta baixa tenacidade à fratura, ou seja, é uma característica indesejável desse material. Essa tenacidade é 10x menor do que a dos metais. Possui alta capacidade para desgastar o esmalte do dente antagonista, principalmente quando a sua superfície se encontra rugosa e o paciente apresenta hábitos parafuncionais (bruxismo). Classificação: PORCELANAS- Porcelanas feldspáticas são materiais obtidos a partir de caulim (argila), quartzo e feldspato (maior constituinte, cerca de 60%). Microestrutura: Matriz vítrea (amorfa) seus principais constituintes são sílica (60%), alumina, soda e potassa. Algumas porcelanas apresentam também partículas cristalinas dispersas nessa matriz, como por exemplo: leucita, alumina ou fluorapatita. A leucita é a principal fase cristalina utilizada nesses materiais, e seu conteúdo, em volume, pode varias de 5 a 30%. As porcelanas que não apresentam fase vítrea estão formadas apenas de fase vítrea. O vidro amorfo tem propriedades mecânicas mais baixas do que o conteúdo cristalino. PROCESSAMENTO: CAD-CAM (computer-aided design – computer – aided manufaxturing – desenho auxiliado por computador – usinagem auxiliada por computador) 3 etapas: 1) Aquisição de uma imagem digital do dente; 2) Confecção da restauração digital; 3) Usinagem de um bloco previamente sinterizado. A vantagem desse sistema é o fato da sinterização do bloco de porcelana ser realizado pelo fabricante de uma forma otimizada, pois passou por uma prensagem que auxilia na redução de porosidades, melhorando assim a qualidade final da restauração obtida. USO CLÍNICO: Para prótese metalo-cerâmica, inlays, onlays e facetas e recobrimento de infraestrutura cerâmicas. VITROCERÂMICAS Microestrutura: Similiar à das porcelanas, ou seja, matriz vítrea com cristais dispersos em seu interior. O que diferencia é a forma como a fase cristalina é adicionada à matriz vítrea. Nas porcelanas essas partículas surgem na matriz por meio de fusão incongruente do feldspato ou por adição controlada dos cristais, nas vitro-cerâmicas essas partículas surgem por meio de um tratamento térmico realizado no material chamado de ceramização. Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM USO CLÍNICO: A base de leucita (empress 1) e fluormica tetrassílica (dicor) apresentam propriedades mecânicas semelhantes às das porcelanas, portanto também são indicadas para a construção de inlays, onlays, facetas e recobrimento de infraestrutura cerâmicas. As vitro-cerâmicas à base de disilicato de lítio (empress 2) apresenta propriedades mecânicas superiores do que as outras e é utilizada como infraestrutura de coroas totais e próteses fixas de até 3 elementos. COMPÓSITOS Microestrutura: Apresenta 1 fase cristalina, nos espaços intersticiais se encontra um vidro amorfo (que foi infiltrado). Embora haja uma fase cristalina e vítrea, sua forma de processamento é muito diferente, pois primeiro é criado um arcabouço poroso cristalino que depois é infiltrado por vidro. O principal representante dos compósitos cerâmicos odontológicos é o sistema In-Ceram (Vita) que pode ser encontrado em 3 versões: 1) “Spinell” (Espinélio) (MgAl2O4) – Apresenta cristais dessa estrutura química (65%) como fases cristalinas o que confere maior translucidez e o torna ideal para dentes anteriores. No entanto, apresenta menor resistência mecânica em relação aos outros dois tipos de cristais. 2) Alumina (AL2O3) – A infraestrutura do In-Ceram Alumina apresenta cristais de alumina (68%) como fase cristalina. 3) Alumina – Zircônia (45% AL2O3 + 22% ZrO2) – O resultado final da mistura de cristais de alumina e zircônia é uma estrutura opaca, com translucidez reduzida e melhores propriedades mecânicas. Por causa disso é frequentemente usada para infraestrutura das restaurações totalmente cerâmicas da região posterior. Resistência mecânica aumenta: Spinell < Alumina < Alumina-zircônia USO CLÍNICO: A escolha do compósito vai depender da situação clínica. Assim, em dentes que necessitam de uma material mais translúcido, o spinell é o mais indicado como infraestrutura, porém é importante lembrar que esse material apresenta menor resistência mecânica entre os compósitos. Nos casos em que a translucidez não é necessária, é possível optar pelo compósito de alumina + zircônia, que apresenta as melhores propriedades mecânicas dentre os materiais desse tipo. Os compósitos também podem ser utilizados para a construção de infrestruturas de próteses fixas de 3 elementos, porém nesse caso é recomentado utilizar materiais com melhores propriedades mecânicas. Infraestrutura de inlays e onlays, infraestrutura de coroas totais anteriores e posteriores, infraestrutura de próteses fixas. POLICRISTALINAS Microestrutura: unicamente cristalina (fase amorfa). Na odonto os principais representantes desse material são a alumina pura e a zircônia tetragonal policristalina estabilizada por ítrio. Em ambos os materiais, a microestrutura se apresenta como grãos cristalinos unidos uns aos outros por meio de uma substância intergranular. Alguns poros entre os grãos cristalinos podem estar presentes. Dentre as cerâmicas utilizadas para a fabricação de infraestruturas em Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM odonto, as policristalinas são as que apresentam melhores propriedades mecânicas, entretanto, são as que possuem menor translucidez. PROCESSAMENTO – CAD-CAM (é utilizado tanto para zircônia como para alumina e apresenta algumas diferenças em relação ao que foi descrito no processamento CAD-CAM de porcelanas. ➔ Aquisição de uma imagem digital do dente ➔ Confecção da restauração digital ➔ Usinagem de um bloco previamente sinterizado ➔ Sinterização final: precisa estar em estado de sinterização parcial, pois essa cerâmica totalmente sinterizada é um material extremamente duro, o que dificulta muito o seu desgaste com brocas. USO CLÍNICO: Coroas totais, PPFs de 3 ou mais elementos. Essas infraestruturas devem ser recobertas com as porcelanas apropriadas para que a restauração seja finalizada. Apesar das estruturas de alumina e zircônia serem as que apresentam melhores propriedades mecânicas dentre as cerâmicas odontológicas, é importante salientar que estes materiais são os que apresentam maior opacidade, o que pode dificultar a restauração de dentes que exijam elevada translucidez. Resumo: Aula dia 07/Outubro “Do planejamento a cimentação” A principal vantagem das cerâmicas em relação às resinas compostas é a estabilização da cor. Não posso afirmar que a cerâmica é melhor ou pior do que a RC, mas posso afirmar que esse material mancha menos do que a RC. Não é mais barata do que metalo-cerâmica. A cerâmica pura não apresenta substrato escuro embaixo. Planejamento: É uma restauração indireta, os custos são maiores porém o resultado é compensador para o paciente pois “entregamos um sorriso”. Conversar com o paciente, fazer exame fotográfico (facilita a comunicação com o técnico protesista, informa a peculiaridade de cores, fazer extra-oral e intra-oral), exame clínico (cárie, doença periodontal – ISG, estética dental e gengival, restaurações “adequadas” e “inadequadas”), radiográfico (levantamento radiográfico periapical), confecção de modelos (gesso pedra especial). Expectativado paciente Interrelação CD-técnico de prótese: A “visão” dos 2 após planejamento precisa ser a mesma! Pq usar cerâmica? Propriedades ópticas boas (assim como RC), estabilidade da cor. CERÂMICA É DIFERENTE DE PORCELANA! PORCELANA É 1 TIPO DE CERÂMICA. Cerâmica é formada de zircônia, vidros e porcelanas. Porcelanas Feldpáticas: Fildspato (75-85%), Sílica-quartzo (12-22%), caolin (3-5%), corantes (<1%). É extremamente friável e frágil. Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM É manipulado, todo material que manipulamos tem BOLHAS! No forno contrai 20-30% e por dentro há bolhas, podendo fraturar. O grande problema da porcelana é a maneira como é feita. Linhas de propagação de fraturas -> stress (oclusão). A espessura é ineficiente. Sobre metal é opaco, as camadas de dentina “pigmentam” a camada de esmalte. Apresenta boa resistência mecânica. Pode aparecer a margem de metal após recessão gengival. Restauração metalo-cerâmica: Pigmento Interno-externo – cerâmica dentina – cerâmica esmalte – cerâmica opaco. União química entre metal e cerâmica: ligas básicas, não nobres, que libera óxidos. Ao fundir, essas camadas de óxido metálico se ligam com a cerâmica. Retenção micromecânica – importante p prova Estresse residual Expansão coeficiente térmico entre metal e cerâmica na união dos dois. APRESENTAÇÃO DAS CERÂMICAS: Pó e líquido, pastilhas para injeção, blocos (discos) para usinagem. Só ganha resistência mecânica após ceranizado. O que apresenta maior resistência são as pastilhas de vidro com leucita. Resumo livro Materiais Dentários – Phillips Capítulo 21, página 619: CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS As cerâmicas são suscetíveis a fratura quando expostas às tensões de tração ou fratura. É um material friável, apesar de ser resistente. Cerâmicas sem óxido são contra-indicadas para uso na odonto (o processamento deve ser em temperaturas elevadas, métodos de processamento são complexos, apresenta opacicidade). São estruturas não-metálicas, inorgânicas e contêm compostos de oxigênio com um ou mais elementos metálicos ou não-metálicos. Apresentam biocompatibilidade: estabilidade de cor a longo prazo, resistência ao desgaste e a sua capacidade de serem conformadas em formas precisas, muitas vezes é necessário equipamentos caros para o processamento, além de treinamento especializado. Apresentam natureza refratária, alta dureza, suscetibilidade à fratura friável em tensões relativamente baixas e neutralidade química (não libera elementos potencialmente prejudiciais e reduz o risco de superfícies rugosas e suscetíveis à adesão bacteriana com o passar do tempo). Também apresenta potencial para simular aparência dos dentes naturais e suas propriedades isolantes (baixa condutividade térmica) Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM PROCESSAMENTO DAS CERÂMICAS Cerâmicas prensadas: quando aquecidas escoam para dentro do molde e depois da sua remoção, há aplicação de uma cerâmica de cobertura. Próteses unitárias fundidas e ceramizadas, como a DIcor, são confeccionadas usando a técnica da cera perdida. Cerâmicas infiltrada por vidro: Fina camada de de pasta fluida é colocada em troquel refratário seco, que drena a água dessa fina camada de pasta. Essa camada é sinterizada no troquel e coberta com uma fina camada de fase vítrea. Durante a queima, ocorre a fusão do vidro que infiltra os poros do núcleo cerâmico. Camadas de porcelanas translúcidas são queimadas sobre o núcleo para promover o contorno e cor final. Processos CAD-CAM: Dicor MGC, Vita Cerec Mk I e Vita Cerec Mk II). É conformado em inlays ou próteses unitárias, usando o sistema de CAD-CAM (Cerec). O CAM (computer-aided milling ou machining) refere-se à usinagem ou ao torneamento computadorizado. Esse processo é algumas vezes chamado de processo CAD-CIM e CIM (computer-integrated machining) e referem-se ao torneamento ou usinagem computadorizados integrados. Estes blocos também podem ser usados em dispositivos de torneamento por cópia (celay) que fazem a usinagem ou torneamento dos blocos em formas de núcleo de modo similiar ao utilizado na confecção de uma cópia de uma chave original, isto é, por meio do delineamento de um modelo mestre cujo formato deve ser reproduzido com a cerâmica. PRÓTESES METALOCERÂMICAS A adição de grandes quantidades de soda, potássio e/ou leucita é necessária para aumentar a expansão térmica a um nível compatível com o casquete metálico. As porcelanas opacas contem quantidades relativamente grandes de óxidos metálicos opacificadores para esconder o metal subjacente e minimizar a espessura da camada opaca. Feldspatos usados para porcelanas são relativamente puros e sem cor, devemos adicionar pigmentos para produzir os matizes dos dentes naturais ou a aparência dos materiais restauradores estéticos que possam estar presentes nos dentes adjacentes. Porcelanas Feldspáticas -> Minerais naturais compostos principalmente de óxido de potássio e sódio. O amolecimento da fase vítrea durante a queima da porcelana permite o coalescimento das partículas do pó da porcelana. Essas porcelanas são ligeiramente sinterizadas para produzir poros interconectados necessários para a infiltração do vidro. Estas cerâmicas são chamadas de porcelanas porque contem uma matriz vítrea e uma ou mais fases cristalinas. Próteses unitárias metalocerâmicas x próteses unitárias de cerâmica pura – a primeira não é a escolha mais estética para se restaurar um único dente superior anterior, principalmente se ocorrer recessão gengival: aparência de uma linha escura na margem vestibular. A segunda opção pode fraturar com mais facilidade. CONDENSAÇÃO DA PORCELANA: É essencial para haver uma boa compactação, que gera menor contração de queima e menor porosidade na porcelana sinterizada. SINTERIZAÇÃO DA PORCELANA: A finalidade da queima é sinterizar as partículas do pó de maneira adequada. Algumas reações químicas ocorrem, o mais importante são as alterações no teor de leucita das porcelanas indicadas para fabricação das restaurações metalocerâmicas. Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM Leucita = fase cristalina de alta expansão e alta contração – alterações nesse teor podem ocasionar uma diferença no coeficiente de contração térmica entre porcelana e metal, podendo produzir tensões de tração durante o resfriamento e gerando trincas. A queima a vácuo reduz a porosidade, porém pode haver bolhas, apesar de serem em menores quantidades em relação às obtidas no método usual de queima. GLAZEAMENTO E CERÂMICAS PARA PIGMENTAÇÃO: A glazeada é mais resistente. O glaze é efetivo contra a propagação de trincas nas superfície externa, porque une as falhas da superfície. Quando a superfície da porcelana estiver áspera é recomentado um tratamento de glaze natural. Os pigmentos são glazes coloridas ADESÃO DA PORCELANA AO METAL: É necessária uma forte adesão interfacial e compatibilidade térmica. Há duas teorias: imbricamento mecânico entre porcelana e metal e adesão química ao longo da interface porcelana-metal. O comportamento de oxidação dessas ligas determina seu potencial para adesão com a porcelana. Para melhorar a adesão, também pode ser usado substratos eletrodepositados, por ex: camadas metálicas (ouro + estanho) e aquecimento para formar óxidos metálicos adequados tem mostrado melhorar o molhamento da porcelana sobre o metal e reduzir a porosidade. Também é possível controlar a cor da porcelana através desses óxidos, e a vitalidade também. Resumindo: - melhora a união metalo-cerâmica: limita a espessura da camada de óxido na superfície de metais básicos durante a queima - melhora a estética, ajudando a bloquear a cor escura do óxido metálico BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS DAS METALOCERÂMICAS A prótese fixa extensa pode estar sujeita a tensões de flexão e sofrer fraturas ou formar trincas (baixa ductilidade).Podemos corrigir essas falhas com o desenho correto da prótese e também observando as relações oclusais corretas. Vantagens: qualidade estética permanente quando corretamente desenhadas, resistência à fratura. Sem desgaste pela abrasão ou alteração de cor por microinfiltração entre faceta estética e metal. Índice de fratura (prótese unitária) é de 2,3% após sete anos e meio. Em comparação com a cerâmica pura, nas metalocerâmicas é necessário menos desgaste de estrutura dental para propiciar espessura necessária. Desvantagem: Flexibilidade pequena, o que justifica-se por ser um material de alta rigidez, para prevenir fraturas. Módulo de elasticidade é alto e a resistência à tração é baixa. Uma limitada deformação elástica da porcelana pode ser tolerada antes que ocorra fratura. Para ter rigidez adequada -> camada espessa de metal. Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM PRÓTESES CERÂMICAS Porcelana Aluminizada: Substitui o casquete metálico mais espesso por uma fina folha de platina, com o objetivo de melhorar a estética, já que a folha de platina propicia mais espaço para a porcelana. Em dentes anteriores!! Apresenta uma resistência a fratura mais baixa. Vidros Ceramizados Fundidos e Usinados (Dicor e Dicor MGC) Dentes posteriores com prótese unitária cerâmica = maior índice de fratura. Dicor foi o primeiro material cerâmico fundido comercialmente disponível para aplicação odontológica, comercializado pela Dentsply. É um vidro fundido que pode ser transformado em inlay, faceta estética ou prótese unitária total pelo processo da cera perdida. Logo, o vidro é coberto por um protetor e submetido a um tto térmico que induz crescimento de cristais no interior da matriz vítrea = ceramização. Assim que ele é ceramizado, ele é adaptado nos troqueis preparados, sendo desgastado se necessário e recoberto com uma porcelana para cobertura para simular a forma e aparência dos dentes adjacentes. O vidro ceramizado Dicor apresenta 55% em volume de cristais de fluórmica tetrassílica. O processo de ceramização resulta em um amento da resistência e rigidez, aumenta a resistência à abrasão, resistência à choque térmicos, durabilidade qupimica e reduz a translucidez. A Dicor MGC é de alta qualidade e fornecido como lingotes para CAD-CAM, há menos translucidez que na Dicor. A Dicor parou de ser fabricada devido a baixa resistência a tração e necessidade de pigmentação externa da prótese. Vidros Ceramizados Prensados É feito no formato desejado. Passa por um processo de desvitrificação parcial. A ceramização serve para interromper a propagação de trincas no material quando uma força intra-oral é aplicada, aumenta rigidez e resistência. Usa-se um êmbolo que força a placa cerâmica aquecida para o interior de um molde. Vantagens = ausência de metal, translucidez do núcleo cerâmico, resistência à flexão alta, excelente adaptação e excelente estética. Desvantagens = potencial de fratura em áreas posteriores e necessidade de usar cimento resinoso para unir prótese unitária micromecanicamente à estrutura dentária. Ex: IPS Empress 1 e 2 A IPS Empress 2 apresenta uma pequena diminuição da translucidez. Podem fraturar. In-Ceram Alumina, In-Ceram Spinell, In-Ceram Zircônia Uma pasta é fundida em um troquel refratário poroso e aquecido em um forno para produzir um casquete ou infra-estrutura parcialmente sinterizada. O processo inicial de sinterização Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM produz contração – implica que o ajuste marginal para o núcleo devem ser excelentes. Apesar de terem resistência alta, ainda podem ocorrer falhas, tanto em PPFs quanto unitárias. Indicações: IC Alumina: Próteses anteriores, posteriores, PPFs de 3 elementos para dentes anteriores; IC Spinell: Inlays unitárias anteriores, onlays, próteses unitárias e facetas, maior translucidez, resistente à flexão e tenecidade à fratura; IC Zircônia: Alto grau de opacidade, não é recomendada para anteriores. Próteses unitárias e PPFs posteriores (resistência e tenacidade à fratura) As áreas de ameia gengival devem ser desenhadas com grande raio de curvatura para minimizar efeitos de concentração de tensões. Esses materiais podem ser cimentados com sucesso com qualquer cimento odontológico. CERÂMICAS CAD-CAM Para esse sistema, a superfície interna de inlays, onlays ou próteses unitárias é desgastada até as dimensões obtidas por uma imagem escaneada do preparo. Processo de fresagem é feito com uma unidade CAD-CAM Cerec. Bloco cerâmico é desgastado por uma broca diamantada/disco no qual os movimentos são controlados por um pc. Vitablocs MK II = porcelanas feldspáticas usadas da mesma forma que a Dicor MGC Desvantagem dessa técnica = Equipamentos de alto custo, falta de controle de processamento computadorizado para ajuste oclusal e sensibilidade técnica do procedimento de captação óptica dos dentes preparados. Vantagens = Níveis insignificantes de porosidade na infra-estrutura de núcleos cerâmicos, possibilidade de não realizar moldagem, tempo reduzido de assistência associado aos procedimentos de moldagem, necessidade de apenas uma consulta, boa aceitação pelos pacientes. NÚCLEOS CERÂMICOS CERCON E LAVA ZIRCÔNIA Após preparo do dente, é feita uma moldagem que é enviada ao laboratório e vazada com um material para modelo. É colocado um padrão de cera no lado do scanner e um bloco de zircônia, que apresenta um código de barras – mostra o fator de ampliação e outros parâmetros para controle computadorizado do procedimento de fresagem. Depois o padrão é escaneado e o bloco desgastado de forma grosseira, seguido de um refinamento para compensar os 20% de contração. Usa-se uma ponta diamantada de alta rotação resfriada com água. Depois, é recoberta com cerâmica de cobertura e pigmentos cerâmicos. O material que apresenta maior tenacidade à fratura e resistência à flexão é a zircônia. Como melhorar a longevidade em posteriores? Redução oclusal de 2mm para o preparo de molares. Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM MÉTODOS DE AUMENTO DA RESISTÊNCIA DAS CERÂMICAS Para minimizar efeitos de áreas que concentram tensões: Planejamento do desenho, arredondas ângulo incisal em dentes anteriores, cuidar grandes espessuras e ângulos vivos. Ajuste oclusal. Outras opções: Seleção de cerâmicas mais resistentes e tenazes, desenvolvimento de tensões compressivas dentro da superfície do material por fatores térmicos, desenvolvimento de tensões compressivas residuais nas interfaces entre as camadas de cerâmicas mais fracas e menos tenazes por meio da combinação adequada dos coeficientes de expansão térmico, redução das tensões de tração na cerâmica por meio da seleção de materiais rígidos, diminuição do número de ciclos de queima da porcelana, delineamento da PPF cerâmica com grande volume e amplo raio de curvatura e adesividade da prótese. ABRASIVIDADE DAS CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS Podem causar um desgaste de dentes antagonistas, pode gerar microfratura em esmalte dental. Alumina e zircônia são ásperos e tem alto valor de tenacidade à fratura. Vidro gera menos riscos na superfície, microfraturas por tensões de contato e dano por impacto nas superfícies que conectam com o esmalte. Essa abrasividade pode ser reduzida pelo polimento e glazeamento. Cuidados para minimizar o desgaste do esmalte: assegurar a desoclusão guiada por cúspide, eliminar contatos oclusais prematuros, usar metal em áreas de bruxismo funcional, faze polimento das superfícies funcionais da cerâmica, fazer periodicamente novos polimentos e reajustar a oclusão (se necessário). DENTES DE PORCELANA PARA PRÓTESES TOTAIS É praticamente o único uso atual de porcelanas. São feitos pela condensação de 2 ou mais porcelanas com diferente translucidez para cada dente em moldes metálicos. São desenhados para serem retidos na baseda prótese total por imbricamento mecânico. Os anteriores são feitos com pinos metálicos que se projetam para que fiquem cercados pela resina para base de prótese total durante o processamento e os posteriores são modelados com espaços onde a resina para base de prótese escoa. Em relação aos de acrílico: mais estéticos, mais resistentes. São o único tipo que permite que a prótese seja completamente reembasada (substituição de toda a base da prótese total). Desvantagens são: friabilidade, precisam de mais distância entre os rebordos. FATORES QUE AFETAM A COR DAS CERÂMICAS As porcelanas são pigmentadas pela inclusão de óxidos com o intuito de obter tonalidades desejadas. Nas escalas de cor, entretanto, pode haver algumas falhar (ser mais espessas, mais translúcidas). Marina Michels Dotto – Acadêmica de Odontologia UFSM CONDICIONAMENTO QUÍMICO DA FASE VÍTREA DA CERÂMICA POR FOSFATO DE FLÚOR ACIDULADO O FFA ataca o vidro, interrompendo a rede de sílica. Ataca preferencialmente a fase vítrea (áreas com partículas brancas precipitadas), gera rugosidades. Se o tempo é prolongado pode gerar manchamentos e acúmulo de placa devido a rugosidade. NÃO USAR FFA. Usar, portanto, outros fluoretos, como: floreto estanhoso ou fluoreto de sódio. Se tiver que usar FFA usar com vaselina, manteiga de cacau ou cera para proteger a superfície de porcelanas glazeadas. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO E USO DAS CERÂMICAS ODONTOLOGICAS 1) NÃO indicar próteses unitárias de cerâmica para pacientes com evidencia de bruxismo extremo, apertamento ou má-oclusão. Opção: prótese metalocerâmicas ou metálicas 2) Experiência do técnico de laboratório 3) Julgar o sucesso das próteses (avaliar qual indicar para o caso, fazer comparações) 4) Próteses unitárias de cerâmica PURA é indicado só quando dentes anteriores adjacentes tem um alto grau de translucidez. IPS Empress 1 e 2, OPC 3G. Usar núcleos cerâmicos mais tenazes nas regiões posteriores quando o espaço for limitado ou existirem condições de alta tensão 5) Pacientes devem estar de acordo com os benefícios, riscos e alternativas do tto proposto, além de receber todas as informações necessárias para a decisão em aderir ao tto 6) Habilidade do dentista para produzir moldagens Termos usados: Cerâmica CAD-CAM – material cerâmico formulado para a confecção total ou de parte de restaurações de cerâmica pura por meio da utilização de desenho e processamentos computadorizados Glaze cerâmico – pó cerâmico que, quando misturado ao líquido, aplicado na superfície da cerâmica e aquecido, forma uma lisa camada vítrea na superfície da cerâmica odontológica Glaze natural – camada vitrificada que se forma na superfície de uma cerâmica odontológica que contem uma fase vítrea, quando a cerâmica é aquecida a uma temperatura adequada por um tempo específico.