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1/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX 1. (Uece 2019) “Não existe contraposição maior à exegese e justificação puramente estética do mundo [...] do que a doutrina cristã, a qual é e quer ser somente moral, e com seus padrões absolutos, já com sua veracidade de Deus, por exemplo, desterra a arte, toda arte, ao reino da mentira – isto é, nega-a, reprova-a, condena-a.” NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo. – “Tentativa de autocrítica”. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 19. Nessa passagem, Nietzsche a) apoia a valorização moral da obra de arte, negando que seja possível obras de arte divergentes da moral cristã. b) defende uma arte verdadeira, contra a arte cristã, que adere à mentira, pois não passa de uma moral. c) concebe que os padrões absolutos do cristianismo são supraestéticos, suprassensíveis, e por isso valorizam a arte. d) critica a concepção moral da existência em defesa do caráter sensível, estético do mundo, tal como se configura na arte. 2. (Ueg 2019) O termo alienação é polêmico e possui diversas interpretações filosóficas e científicas. O filósofo Hegel foi um dos primeiros a oferecer relevância para esse termo. A concepção mais conhecida de alienação, no entanto, é a de Karl Marx, que desenvolveu uma discussão aprofundada sobre o trabalho alienado, que, segundo ele, é a) um processo mental no qual o trabalhador se vê alienado e fora da realidade, ficando completamente alheio ao mundo, tal como diziam os alienistas do século XIX. b) um termo filosófico abstrato e ideológico, que deveria ser substituído pelo conceito de exploração, que revelava a verdadeira relação entre capitalistas e trabalhadores. c) um conceito universal existente em todas as sociedades humanas, pois o ser humano precisa efetivar o trabalho para sobreviver e, assim, é constrangido a fazer o que não gosta. d) uma relação social na qual o não-trabalhador controla a atividade do trabalhador e, por conseguinte, o resultado do trabalho, explicando assim a origem da propriedade. e) uma ideia ultrapassada produzida por filósofos materialistas que queriam transferir a alienação da consciência, tal como colocava Hegel, para o trabalho humano. 3. (Ueg 2018) Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um importante e polêmico pensador contemporâneo, particularmente por sua famosa frase “Deus está morto”. Em que sentido podemos interpretar a proclamação dessa morte? a) O Deus que morre é o Deus cristão, mas ainda vive o deus-natureza, no qual o homem encontrará uma justificativa e um consolo para sua existência sem sentido. b) Não fomos nós que matamos Deus, ele nos abandonou na medida em que não aceitamos o fato de que essa vida só poderá ser justificada no além, uma vez que o devir não tem finalidade. c) O Deus que morre é o deus-mercado, que tudo nivela à condição de mercadoria, entretanto o Deus cristão poderá ainda nos salvar, desde que nos abandonemos à experiência de fé. d) A morte de Deus não se refere apenas ao Deus cristão, mas remete à falta de fundamento no conhecimento, na ética, na política e na religião, cabendo ao homem inventar novos valores. e) A morte de Deus serve de alerta ao homem de que nada é infinito e eterno, e que o homem e sua existência são momentos fugazes que devem ser vividos intensamente. 4. (Unesp 2018) Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade! (Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.) Nesse excerto, Nietzsche a) defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas sobre o conhecimento. b) valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz. c) defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crítico. d) identifica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta. e) valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição ao dogmatismo. 5. (Unioeste 2018) Considere os seguintes excertos: Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 1 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 2/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX “Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora através do poder demoníaco que falava pela boca de Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sentido, apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de recentíssimo nascimento, chamado Sócrates”. Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. “O Nascimento da tragédia tem dois objetivos principais: a crítica da racionalidade conceitual instaurada na filosofia por Sócrates e Platão; a apresentação da arte trágica, expressão das pulsões artísticas dionisíaca e apolínea, como alternativa à racionalidade”. Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche” In: Novaes, A. (org.) Artepensamento. São Paulo. Companhia das Letras, 1994. Os trechos acima aludem diretamente à crítica nietzschiana referente à atitude estética que a) subordina a beleza à racionalidade. b) cultua os antigos em detrimento do contemporâneo. c) privilegia o cômico ao trágico. d) concebe o gosto como processo social. e) glorifica o gênio em detrimento da composição calculada. 6. (Enem PPL 2018) Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória. NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a) a) racionalidade científica. b) determinismo biológico. c) degradação da natureza. d) domínio da contingência. e) consciência da existência. 7. (Upe-ssa 3 2018) Leia o texto a seguir sobre a concepção do Estado Democrático. Segundo Karl Marx, o Estado é o organismo de dominação de classe, de opressão de uma classe por outra. O Estado representa a violência estabelecida e organizada, a violência legal. Ele é um instrumento, não de conciliação, mas sim de luta das classes. (POLITZER, Georges. Princípios Fundamentais de Filosofia. São Paulo: Hemus, 1954, p. 328.) Na citação acima, o autor configura uma leitura crítico-reflexiva sobre a concepção do Estado na perspectiva da filosofia de Karl Marx. Com relação a essa temática, é CORRETO afirmar que a) o Estado intenta os interesses da classe dominada e estaria a serviço da democracia. b) o Estado representa a síntese do que tende a superar os interesses contraditos da sociedade civil. c) o Estado é um meio suplementar de exploração das classes oprimidas, ou seja, o instrumento de dominação da classe economicamente mais poderosa. d) o Estado é decisivo para defesa de um modo de produção. Trata-se de um instrumento de conciliação e democratização da sociedade. e) o Estado não oprime, mas concilia osmeios de produção para a democratização da sociedade civil. 8. (Ufu 2018) Segundo Karl Marx (1818-1883), "não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência". Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: M. Fontes, 1977. p. 23. Essa citação sintetiza o pensamento filosófico, político, histórico e econômico desse pensador, que se convencionou chamar de a) Liberalismo de esquerda. b) Idealismo dialético. c) Atomismo econômico. d) Materialismo histórico. 9. (Ufu 2017) Nietzsche escreveu: E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 2 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 3/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. a) O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial. b) O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas. c) O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa. d) O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada. 10. (Upe-ssa 2 2017) Sobre a consciência crítica, considere o texto a seguir: O homem é corda estendida entre o animal e o Super-homem: uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O que é de grande valor no homem é ele ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses os que atravessam de um para outro lado. NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. São Paulo, 1999, p. 27. O filósofo Nietzsche elucida, sobre a consciência crítica e a filosofia, que a) o valor da natureza íntima do homem está na pura razão e não na vontade de viver. b) a dimensão existencial tem importância e conduz à exaltação da vida e à superação do homem. c) a virtude do homem está na superação do existir para alcançar a salvação. d) o homem deve renunciar à vida e buscar o sentido do super-homem na transcendência. e) a consciência crítica é a supressão da vontade de viver, já que o homem é o Super-homem. 11. (Unioeste 2017) Em sua crítica a Tales de Mileto, o pensador alemão Hegel afirmou que a proposição pela qual o primeiro filósofo ficou conhecido – cuja formulação seria aproximadamente ‘a água é o princípio essencial de todos os seres’ – é filosófica porque enunciaria a concepção de que tudo é um. Assim, a infinda multiplicidade dos seres remeteria a uma unidade essencial. Para Hegel, porém, esse princípio essencial deve ser absolutamente diferente dos seres que ele gera, sustenta e comanda. Com base no que foi dito, é CORRETO afirmar: a) Hegel concorda com a tese de Tales de que a água é o princípio essencial dos múltiplos seres. b) Hegel afirma que a multiplicidade não pode ser submetida a um princípio essencial. c) O primeiro filósofo afirma que o princípio essencial é universalmente diferente dos seres gerados. d) Hegel supõe que a filosofia diz a unidade dos seres, mas que a essência não é um ser entre outros. e) Tales se baseou na necessidade da água para os seres vivos, para fundar a filosofia da natureza. 12. (Unesp 2016) Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma. (Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.) A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos a) psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã. b) cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante. c) estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia. d) éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana. e) metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico. 13. (Ueg 2016) Para Nietzsche, uma educação superior da humanidade exigiria uma transvaloração de todos os valores que têm como frente de combate a transvaloração platônico-cristã. Em relação à transvaloração proposta por Nietzsche, nota-se que Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 3 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 4/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX a) visa retirar o homem da alienação na qual se encontra, mostrando que tudo já está decidido e escolhido para nós. b) sustenta uma visão metafísica que valoriza e postula uma possível realidade para além do mundo sensível. c) implica uma valorização dos valores presentes eliminando a ideia de um mundo metafísico de verdades eternas. d) visa aprofundar a cisão platônico-cristã entre esse mundo (o empírico) e o outro mundo (o mundo- verdade). e) opera uma inversão de valores, na medida em que considera os valores vigentes como sintoma de decadência. 14. (Enem 2016) Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar! NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro,1977. O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que a) reforça a liberdade do cidadão. b) desvela os valores do cotidiano. c) exorta as relações de produção. d) destaca a decadência da cultura. e) amplifica o sentimento de ansiedade. 15. (Enem 2016) Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações. SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005. O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à a) a consagração de relacionamentos afetivos. b) administração da independência interior. c) fugacidade do conhecimento empírico. d) liberdade de expressão religiosa. e) busca de prazeres efêmeros. 16. (Ufsj 2012) Assinale a alternativa que expressa o pensamento de Nietzsche sobre a origem do bem. a) “Faça isto e mais isto, não faça aquilo e maisaquilo – e então serás feliz, contrário...” Dessas ações procedem o bem em si. b) “Todo o bem procede do instinto e é, por conseguinte, leve, necessário, espontâneo”. c) “O vício e o luxo são a causa do perecimento de povos e raças”. Libertar-se de tais desequilíbrios, eis aí a fórmula do bem original. d) “O cornarismo resume toda a origem do bem e é prerrogativa cultural da raça humana”. 17. (Ufsj 2012) Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas. b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência humana. c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de intervenção e subversão de toda moral humana. d) razão e desordem: dimensões complementares da realidade. 18. (Ufsj 2012) “O homem projetou em torno de si seus três dados interiores, nos quais cria firmemente: a vontade, o espírito e o eu. Primeiramente, deduzo a noção do ser da noção do eu, representando-se as coisas como existentes a sua imagem e semelhança, de acordo com sua noção do eu enquanto causa. Que tem de estranho que depois tenha encontrado nas coisas apenas aquilo que eu mesmo tinha colocado nelas?” O fragmento acima representa uma a) descrição da máxima nietzscheana fundada na ideia da vontade de poder, em que “o poder nos leva a acreditar num mundo objetivamente construído”, o que se constitui no erro da causalidade. b) crítica ferrenha de Nietzsche a toda manifestação apolínea fundada na subjetividade ou na construção do eu a partir de uma vontade imanente declarada no erro da confusão entre a causa e o efeito. c) posição nietzscheana sobre as causas imaginárias, que revela o fracasso da existência humana a partir Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 4 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 5/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX da crença que nutrimos em relação ao eu e ao ser e ao ordenamento que insistimos em dar para as coisas reafirmadas num logos. d) consideração na qual Nietzsche aprofunda as suas convicções acerca do erro como causalidade falsa e repercute a ideia da crença que temos num mundo interior repleto de fantasmas e de reflexos enganosos. 19. (Unimontes 2012) O pensamento de Nietzsche (1844 - 1900) orienta-se no sentido de recuperar as forças inconscientes, vitais, instintivas, subjugadas pela razão durante séculos. Para tanto, critica Sócrates por ter encaminhado, pela primeira vez, a reflexão moral em direção ao controle racional das paixões. Nietzsche faz uma crítica à tradição moral desenvolvida pelo ocidente. Marque a alternativa que indica as obras que melhor representam a crítica nietzscheana. a) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. b) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, República. c) Leviatã, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. d) Microfísica do poder, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. 20. (Ufsj 2012) Com relação aos quatro grandes erros para Nietzsche, é CORRETO afirmar que eles representam a) a força moral instintiva, portanto, natural, da qual se investe toda a cultura e que promove toda a efervescência positiva e ideal no espírito humano. b) erros que corrompem a razão, a ponto de incutirem nos homens o espírito servil imerso numa realidade distorcida e opressora que não permite a esses homens a emancipação de seus atos. c) a demasiada humanidade revestida de substancial fortaleza embutida no espírito por meio da vontade como instinto e valorização de toda a cultura. d) a necessidade humana demasiada humana de buscar a superação de todas as anomalias morais e fixar-se num lugar onde a felicidade seja possível e comungue com a própria virtude do bom e do bem. 21. (Ufsj 2012) O que motivou a crítica de Nietzsche à cultura ocidental a partir de Sócrates foi a) a atitude niilista de Sócrates de recusar a vida e optar por ingerir a letal dose de cicuta. b) a busca e aferição da verdade por meio de um método que Sócrates denominou de maiêutica. c) o fato de Sócrates ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrática. d) a total falta de vinculação da filosofia socrática aos preceitos básicos de uma lógica possível, o que o tornava obscuro. 22. (Ufsj 2012) Ao afirmar que “uma explicação qualquer é preferível à falta de explicação”, Nietzsche quer a) fundamentar a ideia de que a sensação se prolonga como um eco, o que é imprescindível para se compreender a causa de um fato qualquer. b) dizer que a imaginação antecede a qualquer impressão sobre o fato e, portanto, ela deve ser instrumentalizada. c) dar uma explicação psicológica para o erro das causas imaginárias. d) reafirmar a noção de causalidade apregoada no século XVIII. 23. (Ufsj 2012) Na perspectiva nietzscheana, o livre-arbítrio é um erro porque a) ao declarar que os homens são livres, as forças coercitivas, como o poder da Igreja, agem com o claro intuito de castigá-los, julgá-los e declará-los culpados. b) os homens, indignos como são, jamais alcançarão a dimensão da ideia implícita no livre-arbítrio. c) o cristianismo, apesar de seus esforços candentes, não conseguiu tirar a culpa do ser humano. d) a fatalidade impressa no ser humano está na sua historicidade, no seu livre-arbítrio, e por isso mesmo o Homem está condenado à culpa. 24. (Unicentro 2012) “Na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais.” IN: Karl Marx, Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes, 1977, p. 23. APUD: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 4. ed., 2009. A partir da análise desse fragmento de texto, é correto afirmar: a) A existência para Marx se reduz à transcendência. b) O pensamento marxista pode ser denominado de materialista mecanicista. c) As relações de produção para Marx determinam a produção social da existência. d) As forças produtivas materiais não têm importância para o pensamento marxista. e) O conceito de relações de produção, em Marx, está restrito às classes dominantes. 25. (Ueg 2011) No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche vislumbrou o advento do Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 5 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 6/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX “super-homem” em reação ao que para ele era a crise cultural da época. Na década de 1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-Homem, um dos mais conhecidos personagens das histórias em quadrinhos. A diferença entre os dois “super-homens” está no fato de Nietzsche defender que o super- homem a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas, repudiando o uso da força física e da violência na consecução de seus objetivos. b) expressaria os princípios morais do protestantismo, em contraposição ao materialismo presente no herói dos quadrinhos. c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando as noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, típicas do cristianismo. d) representaria os valores políticos e morais alemães, e não o individualismo pequeno burguês norte-americano. 26. (Ufsj 2011) Nietzsche estampa a sua inconformidade e indignação quanto ao homem que se deixa levar pelos valores morais e religiosos instituídos. Assinale a alternativa que CORRETAMENTE corrobora essa afirmação. a) “Hoje não desejamos o gado moral nem a ventura gorda da consciência”. b) “O verme se retrai quando é pisado.Isso indica sabedoria. Dessa forma ele reduz a chance de ser pisado de novo. Na linguagem da moral: a humildade”. c) “À força de querer buscar as origens nos tornamos caranguejos. O historiador olha para trás e acaba crendo para trás”. d) “Há um ódio contra a mentira e a dissimulação que procede duma sensível noção de honra; há outro ódio semelhante por covardia, já que a mentira é interdita pela lei divina. Ser covarde demais para mentir...”. 27. (Ufsj 2011) A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como a) argumento construído com a clara intenção de fomentar o debate e a defesa privilegiada dos valores e da moral cristã. b) instrumento metafórico de destruição de todos os ídolos, de todas as crenças estabelecidas, de todas as convenções e valores transcendentais fundamentados na moral e na religião cristã, bem como na filosofia metafísica socrático-platônica. c) uma normalização para todo e qualquer embate moral e sistemático no âmbito das relações do Homem com o mundo no qual ele está inserido. d) uma afirmação da derrogação do universo racional e religioso no qual estava mergulhada a natureza humana do século XVIII. 28. (Ufsj 2011) Assinale a alternativa que CORRETAMENTE revela “a história de um erro” para Nietzsche. a) “A satisfação nos protege até mesmo de resfriados. Uma mulher que sabe bem vestida se resfria alguma vez? Presumo até que possa dar-se o caso de que esteja pouco vestida”. b) “O mundo-verdade acabou abolido, que mundo nos ficou? O mundo das aparências? Mas não; com o mundo-verdade abolimos o mundo das aparências!”. c) “Aquele que não sabe dispor sua vontade nas coisas quer ao menos atribuir-lhes um sentido: o que faz acreditar que já existe uma vontade nelas (princípio ad ‘fé’)”. d) “Desconfio de todas as pessoas com sistemas e as evito. A vontade de sistema constitui uma falta de lealdade”. 29. (Ueg 2011) Para Hegel, a razão é a relação interna e necessária entre as leis do pensamento e as leis do real. Assim, ela é a unidade entre a razão subjetiva e a razão objetiva. Hegel denominou essa unidade de espírito absoluto. Dessa forma, um evento real pode expressar e ser resultado das ideias que o precedem. Um exemplo da objetivação dessas ideias é o seguinte evento: a) a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, representando os ideais sionistas germânicos. b) a Queda de Dom Pedro I do trono brasileiro, representando a crise do sistema colonial português. c) a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, representando o ideal iluminista de igualdade social. d) a coroação de Dom Pedro II no trono brasileiro, representando a vitória dos ideais puritanos de moral. 30. (Ufsj 2011) Para Caio Prado Jr., a observação de Engels: “O núcleo que encerra as verdadeiras descobertas de Hegel... o método dialético na sua forma simples em que é a única forma justa do desenvolvimento do pensamento”, revela a) a herança da dialética hegeliana assumida por Karl Marx. b) a filosofia de Marx com sua herança escolástica partilhada por Hegel. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 6 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 7/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX c) a perspectiva dialética do Homem, que permite considerá-lo capaz de conceituar termos científicos no aspecto ou feição do Universo. d) o tema central da filosofia, a saber, o desenvolvimento da dialética do ser humano, fator determinante do existencialismo contemporâneo. 31. (Unicentro 2010) O fragmento de texto, logo abaixo, é de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Analise-o, tendo como referência seus conhecimentos sobre o tema, e julgue as assertivas que o seguem, apontando a(s) correta(s). “Todo filosofar moderno está política e policialmente limitado à aparência erudita, por governos, igrejas, academias, costumes, modas, covardias dos homens: ele permanece no suspiro: ‘mas se...’ ou no reconhecimento: ‘era uma vez...’ A filosofia não tem direitos; por isso, o homem moderno, se pelo menos fosse corajoso e consciencioso, teria de repudiá-la e bani-la. Mas a ela poderia restar uma réplica e dizer: ‘Povo miserável! É culpa minha se em vosso meio vagueio como uma cigana pelos campos e tenho de me esconder e disfarçar, como se eu fosse a pecadora e vós, meus juízes? Vede minha irmã, a arte! Ela está como eu: caímos entre bárbaros e não sabemos mais nos salvar.” (NIETZSCHE, F. A Filosofia na época trágica dos gregos. – aforismo 3. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 32 (Col. Os Pensadores). I. Nietzsche critica a filosofia de sua época, afirmando que ela afastou-se da vida, refugiando-se num universo de abstração e deduções lógicas, criando falsos dualismos, como o de corpo e alma, mundo e Deus, mundo aparente e mundo verdadeiro. II. Em Sócrates, Nietzsche encontra o ideal de humanismo que irá definir sua filosofia como “estética de si”. O par conceitual, dionisíaco (Dionísio é o Deus da embriaguez da música e do caos) e apolíneo (Apolo é o Deus da luz, da forma, da harmonia e da ordem), mostra a herança socrática. Da luta e do equilíbrio final desses dois elementos opostos, surge o pensamente nietzschiano como saber da vida e da morte, como expressão do enigma da existência. III. Kant e sua moral são alvos do “filosofar com o martelo” nietzschiano: o “imperativo categórico”, isto é, a lei universal que deve guiar as ações humanas, é para Nietzsche uma ficção que provém do domínio da razão sobre os instintos humanos, sendo a lei de um homem descarnado e cristianizado. IV. A vontade de potência é um conceito-chave na obra de Nietzsche. Indica-nos as relações de força que se desenrolam em todo acontecer, assinalando seu método histórico. Assim, Nietzsche pensa o tempo de acordo com uma concepção própria, um tempo não linear, que se desenvolve em ciclos que se repetem – é o pensamento do eterno retorno, outro conceito- chave de sua obra. a) Apenas IV. b) Apenas II e III. c) Apenas II, III e IV. d) Apenas I, II e IV. e) Apenas I, III e IV. 32. (Ufsj 2010) “Toda proposição formulada pela religião ou pela moral encerra esse erro; sacerdotes e legisladores da moral são os promotores dessa perversão da razão”. Assinale a alternativa que explicita o erro ao qual Nietzsche se refere. a) Erro da confusão entre a causa e o efeito. b) Erro da indulgência. c) Erro dos pressupostos éticos. d) Erro das causas imaginárias, que destrói toda a possibilidade da razão existencial. 33. (Uenp 2010) Nietzsche foi um dos mais importantes críticos da modernidade. Na obra A vontade de poder, o filósofo afirma textualmente que: “Não é verdade que o homem procure o prazer e fuja da dor. São de tomar em conta os preconceitos contra os quais invisto. O prazer e a dor são consequências, fenômenos concomitantes. O que o homem quer, o que a menor partícula de um organismo vivo quer, é o aumento de poder: é em consequência do esforço em consegui-lo que o prazer e a dor se efetivam; é por causa dessa mesma vontade que a resistência a ela é procurada, o que indica a busca de alguma coisa que manifeste oposição. A dor, sendo entrave à vontade de poder do homem, é, portanto, um acontecimento normal - a componente normal de qualquer fenômeno orgânico. E o homem não procura evitá-la, pois tem necessidade dela, já que qualquer vitória implica uma resistência vencida.” Sobre o pensamento do autor julgue as assertivas abaixo: I. A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido sua perfeição pela reconciliação da “embriaguez e da forma”, de Dionísio e Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, foi invadida pelo racionalismo, sob a influência “decadente” de Sócrates. Assim, Nietzsche estabeleceu uma distinção entre o apolíneo e o dionisíaco: Apolo é o deus da clareza, da harmonia e da ordem; Dionísio, o deus da exuberância,da desordem e da música. Segundo Nietzsche, o Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 7 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 8/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX apolíneo e o dionisíaco, complementares entre si, foram separados pela civilização. II. Nietzsche enriqueceu a filosofia moderna com meios de expressão: o aforismo e o poema. Isso trouxe como consequência uma nova concepção da filosofia e do filósofo: não se trata mais de procurar o ideal de um conhecimento verdadeiro, mas sim de interpretar e avaliar. III. Segundo Nietzsche, o cristianismo concebe o mundo terrestre como um vale de lágrimas, em oposição ao mundo da felicidade eterna do além. Essa concepção constitui uma metafísica que, a luz das ideias do outro mundo, autêntico e verdadeiro, entende o terrestre, o sensível, o corpo, como o provisório, o inautêntico e o aparente. Trata-se, portanto, diz Nietzsche, de “um platonismo para o povo”, de uma vulgarização da metafísica, que é preciso desmistificar. Assinale a alternativa correta: a) são verdadeiras as afirmações I e II. b) apenas a afirmação III é verdadeira. c) todas as afirmações são falsas. d) apenas a afirmação I é falsa. e) todas as afirmações são verdadeiras. 34. (Ufsj 2010) Marque a alternativa que apresenta “os quatro grandes erros”, segundo Nietzsche. a) O erro do livre-arbítrio, o da causalidade falsa, o das causas morais e o dos pressupostos éticos. b) O erro da confusão entre a causa e o efeito, o da indulgência, o da retórica e o do livre-arbítrio. c) O erro da confusão entre a causa e o efeito, o da causalidade falsa, o das causas imaginárias e o do livre-arbítrio. d) O erro da confusão entre a causa e o efeito, o da causalidade, o do imoralismo e o ideológico. 35. (Ufu 2010) Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) opõe à moral tradicional, herdeira do pensamento socrático-platônico e da religião judaica- cristã, a transvaloração de todos os valores. Conforme Aranha e Arruda (2000): “Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche preconiza a ‘transvaloração de todos os valores’. Denuncia a falsa moral, ‘decadente’, ‘de rebanho’, ‘de escravos’, cujos valores seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor ao próximo”. Desta forma, opõe a moral do escravo à moral do senhor, a nova moral. (ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 286.) Assinale a alternativa que contenha a descrição da “moral do senhor” para Nietzsche. a) É caracterizada pelo ódio aos instintos; negação da alegria. b) É negativa, baseada na negação dos instintos vitais. c) É transcendental; seus valores estão no além- mundo. d) É positiva, baseada no sim à vida. 36. (Unicentro 2010) Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s). Em seu livro História da Filosofia, Hegel (1770-1831) declara que a filosofia moderna pode ser considerada o nascimento da filosofia propriamente dita, porque nela, segundo Hegel, pela primeira vez, os filósofos afirmam que I. a filosofia é independente e não se submete a nenhuma autoridade que não seja a própria razão como faculdade plena de conhecimento. Isto é, os modernos são os primeiros a demonstrar que o conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho interior realizado pela razão, graças a seu próprio esforço. Só a razão conhece e somente ela pode julgar a si mesma. II. a filosofia moderna realiza a primeira descoberta da subjetividade propriamente dita porque nela o primeiro ato do conhecimento, do qual dependerão todos os outros, é a reflexão e consciência de si reflexiva. III. a filosofia moderna é a primeira a reconhecer que, sendo todos os seres humanos seres conscientes e racionais, todos têm igualmente o direito ao pensamento e a verdade. Segundo Hegel, essa afirmação do direito ao pensamento, unida à ideia da recusa de toda censura sobre o pensamento e palavra, seria a realização filosófica do princípio da individualidade como subjetividade livre que se relaciona livremente com a verdade. IV. a filosofia moderna está tão intimamente vinculada aos fundamentos da práxis humana que a ação não pode ser ignorada na determinação de seus critérios filosóficos. Para Hegel, os modernos foram os primeiros a entender que esta prática, no entanto, não deve ser considerada apenas no sentido restrito da conduta pessoal, mas na acepção mais abrangente de experiência humana em seus vários aspectos, desde histórico até o nível psicológico. a) Apenas I, III e IV. b) Apenas I, II e III. c) Apenas I. d) Apenas II, III e IV. e) Apenas IV. 37. (Ufu) Em relação ao conceito de História e de luta de classes em Marx, marque a alternativa correta. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 8 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 9/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX a) A luta de classes movimenta a História na medida em que expressa, no interior da sociedade, o conflito entre forças produtivas e meios de produção. b) A burguesia constitui o principal motor da História desde a antiguidade, marcando todas as fases do desenvolvimento econômico do mundo ocidental. c) Destituído dos meios de produção, o proletariado tem papel irrelevante na passagem do capitalismo para o socialismo. d) O socialismo caracteriza-se pela inversão das relações sociais de produção, de tal modo que o proletariado assumirá o papel histórico da burguesia, e esta o do papel histórico do proletariado. 38. (Ufu) Hegel, em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a relação entre a filosofia e a história: “O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história”. HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 1998, p. 17. De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional. II. a ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da história. III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente. IV. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução da história. Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas. a) III e IV. b) I e II. c) II e III. d) I e III. 39. (Ufu) Marx, no Prefácio de 1859 de Para a crítica da economia política, afirma que “(...) na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais”. Nesse sentido, desenvolve também seu conceito de consciência, que define como sendo determinada a) pela Filosofia. Assim, é o pensamento filosófico que forma as consciências dos homens. b) pela produção espiritual dos homens. Assim, é a consciência que determina a produção social da vida e não a produção social da vida que determina a consciência. c) pela religião. Assim, é toda a ética religiosa que determina a consciência humana. d) pelo ser social dos homens. Assim, é a produção social da vida que determina a consciência e não a consciência que determina a produção social da vida. 40. (Ufu) Segundo Hegel, “Na história universal só se pode falar dos povos que formam um Estado. É preciso saber que tal Estado é a realização da liberdade, isto é, da finalidade absoluta, que ele existe por si mesmo: além disso, deve-se saber que todo valor que o homem possui, toda realidade espiritual, ele só o tem mediante o Estado”. HEGEL. Filosofia da História. 2.ed. Brasília: Editora da UnB. 1998. p. 39-40. A interpretação do trecho citado permite afirmar que a) o Estado é realidade espiritual,que ao mesmo tempo é a garantia dos valores humanos, sendo a liberdade a realização suprema da existência humana, pois ela é a síntese da vontade universal e da vontade subjetiva. b) o Estado resulta da ação abstrata produzida por uma força divina absoluta e superior às vontades humanas que a ela se submetem. c) o Estado é a limitação da liberdade, que é cerceada para que o Estado se coloque acima e à frente dos cidadãos no curso da história. d) o Estado é a recondução do indivíduo e da espécie às condições naturais de existência, únicas capazes de garantir a liberdade como valor absoluto. 41. (Ufu) Leia o fragmento abaixo, de Karl Marx. “Com o próprio funcionamento, o processo capitalista de produção reproduz, portanto, a separação entre a força de trabalho e as condições de trabalho, perpetuando, assim, as condições de exploração do trabalhador. Compele sempre o trabalhador a vender sua força de trabalho para viver, e capacita sempre o capitalista a comprá-la.” MARX, K. O capital, Livro I, O processo de produção do Capital [Vol. II]. Trad. de Reginaldo Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 9 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 10/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX Sant.Anna. 11.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1987, p. 672. De acordo com o filósofo alemão, a condição do trabalhador na economia capitalista clássica é I. de realização plena da sua capacidade produtiva, alcançando a autonomia financeira e a satisfação dos valores existenciais tão almejados pela humanidade, desde os primórdios da história. II. de alienação, pois os trabalhadores possuem apenas sua capacidade de trabalhar, que é vendida ao capitalista em troca do salário, por isso, a produção não pertence ao trabalhador, sendo-lhe estranha. III. de superação da sua condição de ser natural para tornar-se ser social, liberto graças à divisão do trabalho, que lhe permite o desenvolvimento completo de suas habilidades naturais na fábrica. IV. de coisa, isto é, o trabalhador é reificado, tornando- se mercadoria, cujo preço é o salário, ao passo que as coisas produzidas pelo trabalhador, na ótica capitalista, parecem dotadas de existência própria. Assinale a alternativa que apresenta as assertivas corretas. a) II e IV b) I e II c) II e III d) III e IV 42. (Ufu) Leia com atenção o fragmento abaixo, extraído das Lições de Filosofia da História, do filósofo alemão G.W.F. Hegel. “A finalidade do espírito universal é encontrar- se, voltar-se para si mesmo e encarar-se como realidade. Porém, o que poderia ser questionado é se essa vitalidade dos indivíduos e dos povos, quando buscam os seus interesses e os satisfazem, é também meio e instrumento de algo mais sublime e abrangente — a respeito do que eles nada sabem, e que realizam sem consciência.” Analise as assertivas abaixo. I. Quando Hegel fala da finalidade do espírito universal, ele refere-se a algo que se concretiza na história sob a forma do Estado, tendo como ápice o Estado Moderno, inspirado na revolução francesa, cuja constituição reuniu os direitos do homem, isto é, os direitos naturais, e os direitos do cidadão, ou seja, os direitos civis. II. Aquilo que merece ser questionado conduz à refutação da vitalidade dos indivíduos e dos povos como agentes históricos, pois a edificação do Estado acontece graças à cadeia cega dos eventos humanos, que são arrastados pelo destino e sempre produziram, como resultado, o melhor dos mundos. Essa teoria foi enunciada por Leibniz. III. A questão, levantada por Hegel, se a vitalidade “dos indivíduos e dos povos quando buscam os seus interesses e os satisfazem, é também meio e instrumento de algo mais sublime e abrangente”, encontra, no próprio texto da Filosofia da História, uma resposta afirmativa, pois Hegel acreditava que o Estado Moderno é resultado da astúcia da razão. IV. O voltar-se para si é típico da visão da história como passado, essa visão não admite o progresso na história universal, de maneira que todos os eventos humanos concorrem para a ruína da sociedade humana. Por isso, o “voltar-se para si mesmo” equivale ao mito do eterno retorno, amplamente popularizado no século XIX com a filosofia de Nietzsche. Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras. a) II e IV b) I e IV c) II e III d) I e III 43. (Ufu) “Para compreender a História, a análise marxista remonta aos fundamentos materiais da ação humana, à produção e à reprodução materiais da vida humana. Nela descobre as leis históricas objetivas, mas não nega, no entanto, o papel da subjetividade na História. Apenas determina o lugar exato que lhe cabe na totalidade objetiva da evolução da natureza e da sociedade.” LUKÁCS, G. Existencialismo ou marxismo. São Paulo: Senzala, 1967. p. 127. A citação acima exprime, com rigor, o método materialista dialético, concebido por Karl Marx para a investigação social, cujo propósito era a transformação da sociedade, tendo em vista a superação do capitalismo e a construção da sociedade sem classes. Com base na citação, assinale a alternativa correta. a) Os fundamentos materiais da ação humana decorrem das relações sociais, manifestadas nas relações de produção, que determinam o ser social do homem e interferem no mundo da natureza. b) A subjetividade é o motor da história, pois é ela, como consciência, que determina todo o progresso material e dirige a integração do homem com a natureza, resultando, então, a objetivação da natureza. c) As relações de produção, enquanto relações materiais celebradas entre os homens, são relações mecânicas e independentes da vontade e Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 10 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 11/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX da subjetividade humana, que se submetem à lei natural. d) A totalidade objetiva da evolução da natureza e da sociedade cumprem seu destino natural e realizam a sua finalidade, que é a harmonia, a paz e a prosperidade do homem graças ao trabalho assalariado. 44. (Ufu) O filósofo alemão Karl Marx (1818- 1883) afirmou que a totalidade “das relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura jurídica e política”. MARX, Karl. Para a crítica da economia política. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: Abril Cultural, 1987, pp: 29-30. Considerando a afirmativa de Karl Marx, assinale a alternativa correta. a) O capitalismo industrial tornou-se realidade efetiva porque não existiu nenhuma contradição entre suas forças produtivas com as antigas relações de produção. b) No capitalismo, o desenvolvimento das forças produtivas conduz a classe operária à realização da liberdade, ou seja, ao reino da felicidade. c) É a consciência dos homens que determina o seu ser, pois as condições materiais são apenas contingências históricas que independem das forças materiais. d) O modo de produção da vida material determina as condições concretas em geral de vida social, política e espiritual. 45. (Ufu) Sobre a filosofia de Marx, analisando o conceito de trabalho, é correto afirmar que I. a produção e a reprodução das condições de existência se realizam através do trabalho; II. a divisão social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas a manifestação da existência da propriedade; III. os seres humanos distinguem-se dos animais porque são dotados de consciência e não porque produzem. Assinale a alternativa correta. a) II e III b) III c) I e III d) I e II Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 11 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 12/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX Gabarito: Resposta da questão 1: [D] Um dos aspectos mais polêmicosda produção filosófica nietzscheniana é a crítica à moral cristã, a qual, para ele, é caracterizada pela negação dos aspectos característicos da existência humana, sendo, portanto, uma negação da própria vida. No texto da questão, observa-se essa crítica a partir da defesa da afirmação da arte no âmbito estético e sensível da existência humana, tal como apontado pela alternativa [D]. Resposta da questão 2: [D] Segundo o pensamento marxista, as formas de propriedade das sociedades capitalistas são caracterizadas pela divisão entre os que detêm a posse dos meios de produção e os que não detêm. Os últimos vendem sua força de trabalho aos primeiros, no entanto, por não serem donos dos meios de produção e por não dominar todo o processo produtivo, o trabalhador é separado do produto do seu trabalho, estando, pois, alienado deste, não se reconhecendo no produto final. Resposta da questão 3: [D] A fala de Nietzsche, pensador representante da filosofia niilista, expressa a ideia de que a influência dos valores religiosos nos diferentes aspectos da vida humana é cada vez menor. Assim, o autor se refere à morte da moralidade cristã, que teria perdido o valor de fundamento da verdade e do sentido da existência humana, o que implica a necessidade da criação de novos valores que cumpram esse papel. Resposta da questão 4: [E] Nietzsche propõe uma perspectiva epistemológica em que a existência de uma verdade absoluta é avaliada a partir de uma postura crítica e autorreflexiva, o que leva ao questionamento acerca da possibilidade de se atingir quaisquer convicções, perspectiva esta que representa uma oposição radical ao dogmatismo. Resposta da questão 5: [A] A estética socrática relaciona a arte à lógica, uma vez que, para Sócrates, a produção artística deve ter como essência uma postura crítica racional, subordinando a ideia de beleza à de racionalidade. Já para Nietzsche, a estética não se limita à verificação do que é lógico, mas se relaciona ao subjetivo, ou seja, à essência do indivíduo. Assim, Nietzsche faz uma crítica à atitude estética proposta por Sócrates, defendendo a estética como expressão de pulsões artísticas que não estariam subordinadas à racionalidade conceitual. Resposta da questão 6: [E] Para Nietzsche, como se observa a partir do texto, o processo de formação da memória se constituiu a partir da violência e da crueldade, “jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória”. A memória, então, seria o contrário do esquecimento, permitindo ao indivíduo o não- esquecimento de experiência passadas. Nietzsche entende, ainda, que a memorização se relaciona à capacidade humana de seguir normas que reprimem seus instintos, e que a repressão do esquecimento e dos instintos teria como finalidade a convivência social. A consciência, nessa perspectiva, seria, segundo Nietzsche, o “último estágio” do processo de evolução do sistema orgânico humano, como resultado da necessidade que os indivíduos, ao conviver socialmente, teriam de levar à consciência suas ações, sentimentos e comunicações. Resposta da questão 7: [C] A concepção de Estado de Karl Marx se fundamenta a partir da luta de classes, sendo este, para ele, um instrumento de manutenção dos interesses da classe dominante. Assim, a existência do Estado se justificaria a partir de uma perspectiva classista, segundo a qual a existência do poder do Estado teria origem na necessidade da classe dominante garantir o domínio político e econômico sobre a classe dominante, de modo que não seria a estrutura do Estado aquilo que determina a organização da sociedade, mas sim os conflitos entre as classes e a organização social decorrente deles que determinaria a estrutura do Estado. Resposta da questão 8: [D] Segundo a teoria marxista, os fenômenos sociais não são determinados pelo conjunto de ideias ou pelos valores sociais, mas pelas condições materiais a partir das quais os indivíduos constroem suas condições de existência. Assim, também as formas de interpretações dessas condições de existência seriam determinadas pela realidade material dos sujeitos, ou seja, as consciências seriam constituídas a partir dos seres sociais que vivem em condições materiais específicas. Essa forma de interpretar as sociedades é conhecida como materialismo histórico, opção apresentada pela alternativa [D]. A questão apresenta aborda conteúdo em uma perspectiva pouco reflexiva, o que requer do aluno um conhecimento memorialístico pouco eficiente do ponto de vista avaliativo. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 12 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 13/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX Resposta da questão 9: [C] Em sua obra “O nascimento da tragédia”, Nietzsche atribui à arte um papel fundamental na cultura humana. Para ele, a beleza da arte grega clássica está relacionada aos conceitos de apolíneo e dionisíaco, que representam princípios opostos da criação artística. Apolíneo seria um princípio relacionado à forma perfeita e bela, ligado à harmonia e à razão, capaz de representar a realidade através da forma ilusória da arte, amenizando o aspecto pessimista da existência humana. O dionisíaco, por sua vez, seria a afirmação da realidade e de suas contradições, representando a conexão do indivíduo com a desordem, a desintegração, o caos e a falta de medida da sua realidade. Resposta da questão 10: [B] A filosofia de Nietzsche aborda, como se identifica no texto, aspectos existenciais da vida humana, no sentido de afirmação das potencialidades do homem e da condução do existir. Ao identificar o valor humano no fato do homem “ser uma ponte e não um fim”, Nietzsche aponta a superação do homem como um aspecto fundamental na sua filosofia. Resposta da questão 11: [D] Segundo o texto, Hegel, assim como Tales, concorda com o pensamento de que “tudo é um”, ou seja, de que existe uma unidade geradora dos seres. Para Tales, no entanto, esse princípio gerador seria a água, enquanto para Hegel esse princípio deve ser essencialmente diferente dos seres que ele gera, de modo que não seria um ser entre outros, como apontado pela alternativa [D]. Resposta da questão 12: [A] Para o filósofo, a condição humana se mostra inconsistente com os princípios da moral cristã. Assim, a partir de aspectos psicológicos do ser humano, Nietzsche faz uma crítica à aplicação dos valores cristãos à conduta humana. Resposta da questão 13: [E] Para Nietzsche, a transvaloração envolve a superação de valores sociais vigentes que, para ele, são decadentes uma vez que não se efetivam nas ações humanas e limitam a vontade de potência. Essa inversão se relaciona com o fato de que os valores execrados socialmente são, em geral, aqueles que impedem a afirmação da vida e esse impedimento é que deve ser invertido, enquanto todo valor que contribua para essa afirmação de vida deve ser exaltado e praticado. Resposta da questão 14: [D] O niilismo de Nietzsche é acompanhado por uma profunda crítica à cultura e à filosofia moderna. Na ausência de esperança, o que resta ao homem ocidental é dar-se conta de sua finitude, tal como apresenta a alegoria do texto da questão. Resposta da questão 15: [B] Ao criticar a satisfação de nossos desejos, Schopenhauer retoma uma concepção filosófica de tradição estoica, segundo a qual a felicidade se dá através do controle das paixões. Resposta da questão 16: [B] A alternativa [B] é a única correta. Nela está contida uma citação da obra O Crepúsculo dos Ídolos, de Nietzsche. Invertendo a lógica cristã, o filósofo alemão passa a considerar que o bem corresponde à afirmação do instinto, justamente aquilo que era reprimido pela moral cristã. Resposta da questão 17: [D] Primeiramente, o apolíneo e o dionisíaco representam na filosofia nietzschiana conceitos estéticos, nãoconceitos ontológicos, isto é, são conceitos referentes à experiência sensível, mas não ao ser ou ao real, por conseguinte, eles não podem ser classificados como “dimensões complementares da realidade”. Segundamente, o apolíneo representa um estado de excitação do olhar, um estado no qual está o sentimento de acréscimo e plenitude da visão para exigir a transformação de algo na sua perfeição, para exigir a transformação de algo em arte. O apolíneo representa o visionário; é a embriaguez do pintor, do escultor, do poeta épico. Já o dionisíaco representa um estado de excitação e intensificação de todo o sistema afetivo, “de modo que ele descarrega de uma vez todos os seus meios de expressão e, ao mesmo tempo, põe para fora a força de representação, imitação, transfiguração, transformação, toda espécie de mímica e atuação” (F. Nietzsche. Crepúsculo dos ídolos, IX, 10). Vale também lembrar que Nietzsche possui uma posição crítica extremamente dura com a razão transformando-a no engano que os antigos racionalistas diziam estar nos sentidos (cf. F. Nietzsche, Crepúsculo dos ídolos, III). Resposta da questão 18: [D] A alternativa [D] é a única correta. A citação do enunciado está inserida na explicação de Nietzsche a respeito do erro como causalidade falsa. Com isso, Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 13 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 14/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX Nietzsche põe em questão a noção de vontade, bem como faz uma crítica às interpretações da psicologia. Resposta da questão 19: [A] A República é uma obra de Platão, Leviatã de Thomas Hobbes e Microfísica do Poder foi escrita por Michel Foucault. Sendo assim, a alternativa [A] é a única que cita somente obras escritas por Friedrich Nietzsche. Resposta da questão 20: [B] A alternativa [B] é a única que está de acordo com o pensamento de Friedrich Nietzsche. Os erros corrompem a razão, na medida em que incutem no homem um espírito de servidão, em uma realidade distorcida. Vale ressaltar que todas as outras alternativas, apesar de apresentarem termos utilizados por Nietzsche, o fazem de maneira equivocada, estando todas incorretas. Resposta da questão 21: [C] Nietzsche possui uma crítica muito forte ao ponto de partida do pensamento racionalista promulgado por Sócrates e perpetuado por Platão. O filósofo alemão tem inúmeras ressalvas ao estilo grego, às idealizações, à primazia da ideia do “bom”, àquilo que ele chama de falta de coragem ante a realidade: “Desse lamentável embelezamento e idealização dos gregos, que o jovem de “formação clássica” leva para a vida como prêmio por seu treino ginasial, disso nada cura tão radicalmente como Tucídides. É preciso revirá-lo linha por linha e ler seus pensamentos ocultos tanto quanto suas palavras: há poucos pensadores tão pródigos em pensamentos ocultos. Nele acha expressão consumada a cultura dos sofistas, quero dizer, cultura dos realistas: esse inestimável movimento em meio ao embuste moral e ideal das escolas socráticas, que então irrompia em toda parte. A filosofia grega é como a décadence do instinto grego; Tucídides como a grande suma, a revelação última da forte, austera, dura factualidade que havia no instinto dos velhos helenos. A coragem ante a realidade é o que o distingue”. (F. Nietzsche. Crepúsculo dos ídolos, ou, Como se filosofa com o martelo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006) Resposta da questão 22: [C] A passagem do enunciado está inserida no texto O Crepúsculo dos Ídolos, e está relacionada à explanação que Nietzsche faz a respeito dos quatro erros, mais especificamente o erro das causas imaginárias, que serve para tranquilizar os homens. Resposta da questão 23: [A] O livre-arbítrio é criticado por Nietzsche como uma forma de tornar os homens culpados diante da humanidade. Nisso está contida também uma crítica à Igreja enquanto instituição, tal como afirma a alternativa [A]. Resposta da questão 24: [C] Somente a alternativa [C] é correta. O método marxista, também chamado de materialismo dialético, está preocupado com a produção material da existência humana, na qual as relações que importam são relações de imanência (e não de transcendência). É com tais pressupostos que Marx faz uma análise do capitalismo a partir do desenvolvimento das suas forças produtivas em um processo histórico de luta de classes. Resposta da questão 25: [C] A única alternativa correta é a C. O conceito de super-homem (Ubermensch, em alemão) nietzschiniano em nada se relaciona com o personagem das histórias em quadrinhos. É, na realidade, um homem no seu estado natural, onde se manifesta a sua vontade de poder (ou vontade de potência) e não é mais dominado pelas regras culturais e pela moral cristã. Resposta da questão 26: [A] O homem que se deixa levar pelos valores morais e religiosos instituídos, na terminologia de Nietzsche, corresponde ao rebanho, ao gado moral, que valoriza a fraqueza e o rebaixamento. Em oposição a isso, Nietzsche afirma a vontade de potência que constitui o super-homem. Resposta da questão 27: [B] Filosofar a golpes de martelo, segundo Nietzsche, corresponde a pôr em questão os ídolos, os valores e as crenças estabelecidas, tanto pela religião, quanto pela filosofia, tal como é afirmado na alternativa [B], a única correta. Resposta da questão 28: [B] A “história de um erro” corresponde a um trecho da obra Crepúsculo dos Ídolos. Dela foi retirada a citação da alternativa [B], a única correta. Pode-se identificar a história de um erro com a metafísica e com a história da pergunta pela verdade. Tal abordagem delineia a forma como Nietzsche situa Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 14 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 15/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX seu pensamento e a crítica que faz ao modo de pensar da filosofia vigente. Resposta da questão 29: [C] O historicismo hegeliano se baseia em uma relação dialética. Sendo a razão uma unidade histórica, em cada momento a razão produz uma tese, uma antítese e por último uma síntese. No caso das alternativas, a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder corresponderia à síntese das ideias anteriores e representaria justamente a vitória do ideal iluminista de igualdade social. Resposta da questão 30: [A] O enunciado da questão pressupõe que o aluno perceba que a citação faz referência a Karl Marx. Tendo isso em conta, a citação leva a crer que Engels enfatiza a herança hegeliana assumida por Marx. Sendo assim, somente a alternativa [A] está correta. Resposta da questão 31: [E] Todas as afirmativas estão claramente de acordo com o pensamento nietzschiniano, com exceção da II. Seu erro está em afirmar que Nietzsche se inspira em Sócrates, quando, na verdade, sua inspiração a respeito do dionisíaco e do apolíneo está na filosofia pré-socrática. Resposta da questão 32: [A] Na passagem mencionada no enunciado da questão, Nietzsche faz referência ao erro da confusão entre causa e efeito, que acaba por permitir à moral e à religião desenvolverem seus imperativos. Resposta da questão 33: [E] A questão exige do aluno um bom conhecimento de Nietzsche, filósofo moderno alemão. Cada uma das afirmações expressa, de forma correta, ao menos um aspecto do pensamento nietzschiniano. A primeira afirmação se relacional ao texto O nascimento da tragédia, onde ele apresenta o nascimento da figura de Dionísio, figura importantíssima para a forma como ele constrói seus argumentos filosóficos. A segundo afirmação diz respeite a uma característica presente em obras como Assim falava Zaratustra. O aforismo, para Nietzsche, era mais que uma opção estética, era também uma forma de fazer filosofia. Por último, a terceira afirmação, também ela correta, está relacionada com o argumento presente em livros como Genealogiada Moral, onde Nietzsche relaciona o cristianismo com uma moral escrava, incompatível com a vontade de poder. Resposta da questão 34: [C] Em seu texto Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche apresenta a concepção de que existem quatro grandes erros sobre os quais se constituem a moral e a religião. Tais erros acabam por degradar o instinto e desagregar a vontade. São eles: o erro da confusão entre a causa e o efeito, o da causalidade falsa, o das causas imaginárias e o do livre-arbítrio. Resposta da questão 35: [D] A moral dos senhores, baseada no sim à vida é positiva e se configura sob o signo da plenitude, do acréscimo, por isso se funda na capacidade criação, de invenção, cujo resultado é alegria, consequência da afirmação da potência. Resposta da questão 36: [B] A afirmativa IV é a única incorreta. Esse apelo à práxis como elemento explicativo está mais próximo ao marxismo que ao hegelianismo. De fato, para Hegel, a história acompanha o desenvolvimento da Ideia, enquanto que, para Marx, a história se relaciona com a produção da vida material. Nisso já se verifica a diferença entre o Idealismo hegeliano e o Materialismo marxista. Resposta da questão 37: [A] Somente a alternativa [A] está correta. É famosa a frase de Marx que “a história da humanidade é a história da luta de classes”. Na sociedade capitalista, essa luta ocorre entre a burguesia e o proletariado. A primeira possui os meios de produção, enquanto que o segundo vende sua força de trabalho como forma de garantir a sua sobrevivência. Segundo o autor alemão, a modificação dessa relação é um processo histórico que exige do proletariado uma ação transformadora. Resposta da questão 38: [D] O idealismo hegeliano faz uma abordagem da história enquanto manifestação da razão. Nesse processo, o pensar está subordinado ao real existente, ou seja, à razão. Vale ressaltar que essa razão não corresponde à vontade divina nem é produzida pela força material de produção e reprodução da história. Essa última visão (apresentada na assertiva IV) se aproxima mais ao marxismo que ao hegelianismo. Resposta da questão 39: [D] Marx opõe-se a Hegel por desenvolver uma dialética histórica baseada na produção da vida Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 15 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 16/16 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia no Século XIX material. Segundo ele, a consciência e as ideias são produto dessas relações materiais. Resposta da questão 40: [A] No idealismo hegeliano o Estado corresponde à manifestação da realidade espiritual da Ideia, bem como a realização máxima da liberdade e da existência humana. Isso está afirmado somente na alternativa [A], sendo esta, por isso, a única correta. Resposta da questão 41: [A] As afirmativas I e III são incorretas e contrariam as outras duas, que são corretas. O trabalhador no capitalismo é o trabalhador reificado (coisificado) e alienado, que vende sua força de trabalho em troca de um salário que lhe permite somente sobreviver. Resposta da questão 42: [D] A história caminha, na visão hegeliana, segundo a astúcia da própria razão, levando a que o Espírito Universal possa plenamente se conhecer. Historicamente, isso aconteceria por meio da assunção do Estado Moderno. Isso está de acordo com as afirmativas I e III. Resposta da questão 43: [A] A produção da vida material é um fenômeno fundamental para a teoria marxista. Segundo o filósofo alemão, é a partir dela que as relações sociais se manifestam, que a história se transforma e que a subjetividade do homem se forma. Sendo assim, podemos dizer que somente a alternativa [A] é correta. Resposta da questão 44: [D] Somente a alternativa [D] é correta. Marx toma a produção da vida material como fundamento para a sua teoria. Sendo assim, as classes se formam a partir de relações de produção e a história caminha segundo a sucessão dos modos de produção da vida material. No capitalismo, a luta de classes se dá de tal forma que condena o proletariado à submissão, que só poderá deixar de existir com a superação do modo de produção capitalista. Resposta da questão 45: [D] A afirmativa III é a única correta e contraria as outras duas. O homem, na concepção marxista, é dado a partir das condições de produção da vida material e das relações de produção que se estabelecem a partir disso. Ou seja, a característica humana básica é a de produzir, a de trabalhar e dar significado a esse trabalho. Nesse sentido é que se funda a sociedade, a partir das relações de produção. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 16 de 16 http://www.seliganessahistoria.com.br/
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