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09/06/2021 1 SÍNDROMES ABDOMINAIS E CASOS CLÍNICOS 1 ABDOME AGUDO ¡ “ Dor abdominal contínua, em geral com mais de 6h, que motiva procura por atendimento médico urgente.” ¡ “ É uma condição clínica que tem como principal sintoma a dor abdominal aguda, necessitando de avaliação e tratamento rápidos, seja este cirúrgico ou não. “ 2 09/06/2021 2 ABDOME AGUDO COM IRRITAÇÃO PERITONEAL ¡ INFLAMATÓRIO ¡ PERFURATIVO ¡ HEMORRÁGICO SEM IRRITAÇÃO PERITONEAL ¡ OBSTRUTIVO ¡ VASCULAR 3 CAUSAS DE ABDOME AGUDO NÃO-TRAUMÁTICO QSD QSE QID QIE Difusa Colecistite aguda Pancreatite aguda Apendicite aguda Obstrução intestinal Pancreatite aguda Colangite Úlcera duodenal Gravidez ectópica Diverticulite Obstrução intestinal Apendicite retrocecal Úlcera gástrica Diverticulite Gravidez ectópica Dissecção aórtica Pancreatite aguda Abcesso esplênico Obstrução intestinal Endometriose Apendicite aguda Hepatite aguda Ruptura esplênica Endometriose Adenite mesentérica Infarto mesentérico Abcesso hepático Infarto esplênico DII DII Ruptura de aneurisma de aorta abdominal Úlcera duodenal Pericardite Torsão de ovário Litíase renal Crise falcêmica IAM IAM Adenite mesentérica Torção de ovário Herpes zoster Pneumonia Hérnia Hérnia Cisto ovariano roto DIP Cisto ovariano roto 4 09/06/2021 3 CASO CLÍNICO 1 6 ¡ Paciente sexo masculino, 17 anos, branco, natural e procedente de Goiânia/GO, com história de dor abdominal há 4 dias em região epigástrica, associada a hiporexia, náuseas e vômitos. Evacuou há dois dias, fezes com aspecto normal e, desde então, não evacuou mais. Refere que a dor melhorava após episódios de vômitos e uso de analgésicos. Evoluiu com piora da dor nas últimas 24horas associada a episódios de febre. Informa que a dor agora encontra-se localizada em região hipogástrica e fossa ilíaca direita (FID). ¡ Nega sintomas urinários ou alterações na cor da urina. Nega doenças crônicas, uso de medicamentos contínuos e antecedentes de doenças psiquiátricas. Nega alergias alimentares e medicamentosas. Nega cirurgias prévias. Nega traumas. Nega episódios semelhantes no passado. ¡ Exame físico: Regular estado geral, lúcido e orientado no tempo e espaço com palidez e fácies de dor. FC: 100bpm, FR: 24ipm, Peso: 70kg e Altura: 1,70m. ¡ Abdome distendido, rígido e doloroso a descompressão súbita em FID. Som timpânico a percussão. Ruídos hidroaéreos (RHA) hipoativos em todo abdome. Punho percussão lombar negativa. ¡ Demais aparelhos sem alterações. 7 09/06/2021 4 Hipótese diagnóstica: Abdome agudo inflamatório – Apendicite ? Conduta: exames laboratoriais e imagem Hemograma PCR EAS Radiografia de abdome Amilase 8 ACHADOS POSSÍVEIS DE EXAME FÍSICO ¡ Febre ¡ Dor a palpação abdominal ¡ Sinal de Blumberg ¡ Sinal de Dumphy ¡ Sinal de Rovsing ¡ Defesa voluntária ou rigidez involuntária da musculatura ¡ Sinal do Psoas ¡ Sinal do Obturador ¡ Toque retal e exame ginecológico 9 09/06/2021 5 ¡ Ponto apendicular (Mc Burney) 10 SINAL DE BLUMBERG SINAL DE ROVSING 11 09/06/2021 6 SINAL DE DUMPHY 12 SINAL DO PSOAS 13 09/06/2021 7 TESTE DO OBTURADOR 14 ¡ Exames laboratoriais: ¡ Hemograma: Hb: 15g/dL; Hematócrito: 45% ¡ Leucócitos totais: 16.000mm3 com desvio a esquerda ¡ Plaquetas: 300.000mm3 ¡ Proteína C reativa (PCR): 4mg/dL ¡ EAS: normal ¡ Amilase: normal ¡ Raio-x abdome: sem alterações 15 09/06/2021 8 RADIOGRAFIA DE TÓRAX ¡ FECALITO – PATOGNOMÔNICO DE APENDICITE AGUDA ¡ FASES AVANÇADAS ¡ GÁS NA LUZ DO APÊNDICE ¡ MASSA EXTRÍNSECA COMPRIMINDO O CECO ¡ DISTENSÃO DAS ALÇAS INTESTINAIS NO QID OU AUSÊNCIA DE GÁS NESSA REGIÃO E ABUNDÂNCIA EM OUTRAS ¡ EDEMA DA PAREDE ABDOMINAL ¡ DESAPARECIMENTO DA SOMBRA DO PSOAS E DA GORDURA PRÉ-PERITONEAL 16 17 09/06/2021 9 USG ABDOMINAL ¡ APÊNDICE DISTENDIDO – DIÂMETRO SUPERIOR A 6mm ¡ PRESENÇA DE FECALITO NO APÊNDICE ¡ INTERRUPÇÃO DA CONTINUIDADE DA SUBMUCOSA ECOGÊNICA ¡ LÍQUIDO OU MASSA PERIAPENDICULAR ¡ DOR À COMPRESSÃO PELO TRANSDUTOR 18 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ABDOME ¡ MÉTODO COM MELHOR ESPECIFICIDADE (95-97%) E SENSIBILIDADE (90-100%) ¡ DILATAÇÃO DO APÊNDICE: > 6mm DIÂMETRO ¡ INFLAMAÇÃO PERIAPENDICULAR: MASSA INFLAMATÓRIA, COLEÇÃO DE LÍQUIDO OU EDEMA ¡ ESPESSAMENTO DO ÁPICE DO CECO ¡ PRESENÇA DE FECALITO NO APÊNDICE 19 09/06/2021 10 20 CASO CLÍNICO 2 21 09/06/2021 11 ¡ Paciente do sexo feminino, 66 anos, branca, do lar, procura atendimento no PS com queixa de dor abdominal há 3 dias, tipo aperto no quadrante inferior esquerdo de forte intensidade com irradiação para a região inguinal esquerda, que piora com a alimentação e melhora muito discretamente com a eliminação de gases e fezes. Associado apresenta hiporexia e adinamia. Já apresentou episódios semelhantes, porém de menor intensidade. Nega vômitos e febre. 22 ¡ Ao exame: facies de dor, pálida, hidratada, anictérica, eupneica, febril ( Tax 37,6), FC 92 bpm, PA 120 x 70 mmHG. ¡ Abdome: distendido, hipertimpânico, RHA presentes, dor à palpação superficial e profunda na FIE, sem descompressão dolorosa. Não foram evidenciadas massas ou visceromegalias. ¡ Exames laboratoriais: leuco: 13000 (desvio à esquerda), VHS 53 , EAS normal. ¡ RX de abdomen: distensão gasosa de alças colônicas com rarefação de gases ao nível de QIE. 23 09/06/2021 12 Hipótese diagnóstica? - Diverticulite aguda Paciente idosa, quadro mais arrastado, já teve sintomas semelhantes anteriormente, porém de menor intensidade. Dor localizada em FIE, com sinais inflamatórios ( febre, leucocitose, dor a palpação, hipertimpanismo, distensão abdominal). 24 CASO CLÍNICO 3 25 09/06/2021 13 ¡Mulher de 63 anos de idade, procura o PS por apresentar dor abdominal contínua, de início insidioso, no quadrante inferior esquerdo há três dias. Queixa- se também de distensão abdominal moderada e dificuldade para evacuar no último dia. Nega emagrecimento e vômitos. Refere febre não medida. Nega antecedentes cirúrgicos. 26 ¡ Exame clínico: regular estado geral, consciente, orientada, corada, anictérica, desidratada 2+/4+, FC 120 bpm, PA: 140 x 90 mmHg, temperatura axilar, 38° C, FR: 20 ipm. ¡ AR e ACV: normais. ¡ Abdome: distendido, hipertimpanismo à percussão, dor à palpação de fossa ilíaca esquerda e rigidez involuntária com descompressão brusca dolorosa positiva apenas neste local, ruídos hidroaéreos aumentados. Hepatimetria 5 cm e baço não percutível. Exames complementares: Hb 14 g/dl, Ht 42%, plaquetas 180000/m3, leucócitos 14000/mm3 ( 88% de neutrófilos, 12% linfócitos) 27 09/06/2021 14 28 Quais os prováveis diagnósticos? ¡ Diverticulite ¡ Distensão abdominal, com parada de eliminação de gases e fezes: Obstrução intestinal Quais os achados do Rx de Abdome? ¡ Dilatação das alças do Delgado – sinal do empilhamento de moedas ¡ Dilatação colônica: emoldurando as alças de delgado 29 09/06/2021 15 Como a diverticulite pode levar à obstrução intestinal? Várias causas! ¡ Íleo paralítico ¡Aderência das alças pela inflamação ¡ Formação de abscesso 30 Qual o quadro clínico do abdome agudo obstrutivo? ¡ Acúmulo de fluidos e gases acima do ponto de obstrução: Obstruçao de Delgado: dor precoce, em cólicas ( paroxísmos), localizada em mesogastro, vômitos biliosos ( obstrução alta) ou fecalóide ( obstrução baixa), Constipação tardia Obstrução de colon: dor tardia, continua, periumbilical e hipogastro, vômitos tardios ou ausente e fecaloides, constipaçao precoce. 31 09/06/2021 16 Principais achados da propredêutica: ¡ Distensão abdominal: ¡ Hipertimpanismo – peristalse de luta ( geralmente mais importantes nas obstruções mais baixas (ileo distal) ¡ Aparecimento de sons de timbre metálico característicos (borborigmos) – aumento da peristalse ¡ Massas palpáveis: podem ser a causa da obstrução ¡ Dor a palpação difusa, geralmente sem descompressão brusca positiva 32 CASO CLÍNICO 4 33 09/06/2021 17 ¡ Paciente 70 anos, masculino, natural e procedente deJataí/GO, casado, católico, aposentado, trabalhava como agricultor. Foi admitido com queixa de “dor abdominal há 15 dias”. ¡ Paciente refere há 15 dias dor abdominal em região de hipocôndrio direito de forte intensidade, com irradiação para dorso, associada a náuseas e vômitos, com início após refeição com carne assada (churrasco). Refere que dor iniciou aproximadamente duas horas após a refeição, com duração de várias horas e alívio parcial após uso de escopolamina via oral. Desde então, apresentou vários episódios semelhantes, mesmo em jejum. No momento, queixa leve desconforto local. Nega febre. Refere perda ponderal de 2 kg nesse período. Sem outras queixas. ¡ Antecedentes: HAS controlada, em uso de Hidroclorotiazida 25 mg/dia e Losartana 50mg/dia. Nega outras comorbidades. Nega tabagismo e etilismo. Nega uso de drogas ilícitas. Nega exercícios físicos regulares. Mãe e irmã com historia de colecistopatia calculosa crônica com necessidade de colecistectomia. Mãe falecida por neoplasia não especificada. Pai falecido por Infarto Agudo do Miocárdio. 34 ¡ EXAME FÍSICO: ¡ BEG, consciente, orientado em tempo e espaço; mucosas úmidas e coradas; peso: 108 kg; altura: 172 cm; anictérico, acianótico. ¡ Sinais Vitais: FC: 78 bpm; FR: 19 irpm; PA: 120x80mmHg; afebril; ¡ Cardiorrespiratório: Ictus cordis não palpável. Tórax simétrico, sem tiragem; Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas, em 2T, sem sopros; Padrão respiratório torácico; Murmúrio-vesicular presente, bilateral, simétrico, sem ruídos adventícios. Frêmito tóraco-vocal preservado. ¡ Abdome: globoso, RHA + normoativos, timpânico, normotenso, doloroso a palpação profunda de hipocôndrio direito; sinal de Murphy negativo. ¡ Sem alterações nos demais aparelhos. 35 09/06/2021 18 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA? ¡ Colelitíase ? 36 ¡ Exames laboratoriais (hemograma, PCR, função hepática, amilase, etc): sem alterações ¡ Raio-x abdome: normal ¡ USG de abdome superior: ¡ Vesícula biliar de tamanho aumentado (85x15mm), com paredes espessadas e irregulares; ¡ Calculo único de três centímetros, localizado em infundíbulo; ¡ Sem dilatação das vias biliares intra ou extra-hepáticas; ¡ Sem outras alterações. 37 09/06/2021 19 38 CASO O PACIENTE NÃO REALIZE A COLECISTECTOMIA, QUAIS AS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES? ¡ Coledocolitíase – dor em cólica, icterícia, colangite (tríade de Charcot) ¡ Colecistite - Sintomas inespecíficos (assintomática, sintomática e complicada) ¡ Complicações: ¡ Perfuração Vesicular: 10% dos casos ¡ Empiema de vesícula ¡ Colecistite Enfisematosa ¡ Síndrome de Mirizzi ¡ Fístulas 39 09/06/2021 20 40 ¡ Paciente evoluiu com dor em HD, forte intensidade, tipo cólica, persistente, iniciado após ingesta alimentar gordurosa, associado a náuseas e vômitos, que não melhoram com analgésico. Pode ter febre, icterícia. Pode referir dor em ombro direito (comprometimento diafragma e nervo frênico). Ao exame físico: dor a palpação do hipocôndrio direito durante a inspiração profunda. ¡ Ultrassonografia Abdominal (colecistite) ¡ Espessamento da parede vesicular > 4mm. ¡ Sinal de Murphy ultrassonografico ¡ Aumento do volume vesicular ¡ Presença de líquido pericolecístico. 41 09/06/2021 21 42 CASO CLÍNICO 5 43 09/06/2021 22 ¡ Paciente 65 anos, feminina, chegou ao PS transferida de outra cidade, após atendimento inicial. Relata dor epigástrica intensa há 20 horas, com irradiação para dorso, acompanhada de nauseas e vômitos. Recebeu analgésicos, hidratação vigorosa EV e antiemético. ¡ Exame físico: Facies de dor, REG, pulso 120 bpm, FR 26 ipm, desidratada +/4+, anictérica, descorada +/4+. Abdome: globoso, timpanismo à percusão, doloroso à palpação superficial e profunda principalmente em andar superior. Descompressão brusca negativa. Sem tumores palpáveis. 44 ¡ Hipótese diagnóstica: ¡ Abdome agudo inflamatório ¡ Pancreatite ? ¡ Conduta? 45 09/06/2021 23 EXAMES LABORATORIAIS ¡Leucograma 13000, ¡Hb 13,2 Ht 44%, ¡U 65 ¡Creat:1,4 ¡Glicemia 105, ¡ calcio 8,2 ¡DHL 220 ¡TGO 250 ¡GGT 280 ¡Amilase 1250. 46 ¡ Qual a principal hipótese diagnóstica ? Pancreatite aguda ou crônica ? 47 09/06/2021 24 Causas de pancreatite aguda? ¡ Litíase Biliar ( hipertensão no Sistema ductal pancreático) ¡ Alcool ( espasmos no esfincter de Odd, toxicidade acinar – mais enzimas nos ductos do pancreas, hipertrigliceridemia) ¡ Drogas: azatioprima, furosemida e tiazidicos, acido valproico, etc ¡ Hipertrigliceridemia ¡ Hipercalcemia ¡ Obstruções não litiásicas ¡ Trauma 48 PANCREATITE AGUDA Sinal de Cullen Sinal de Gray-Turner 49 09/06/2021 25 Principais achados da propredêutica: ¡ Diminuição do peristaltismo: íleo paralítico ¡ Hipertimpanismo: Distensão abdominal é comum, pelo quadro inflamatório ¡ Palpação abdominal não costuma apresentar dados positivos, mas pode reveler massa inflamatória no andar superior, mais precisamente no hipocôndrio esquerdo. ¡ Descompressão dolorosa e defesa voluntária ou involuntária são encontradas em combinações variadas 50 CASO CLÍNICO 6 51 09/06/2021 26 Paciente do sexo masculino, 39 anos, atendido no Pronto Atendimento com quadro de dor abdominal difusa, intensa e de início súbito, com cerca de 3 horas de evolução. Trazido à sala de exames em cadeira de rodas, com fácies de dor e gemendo. Acompanhante relatou episódios de náuseas e vômitos após o início do quadro. Ao exame encontrava-se pálido, sudoréico, taquipnéico, apresentando abdome difusamente doloroso com tensão aumentada e sinal de Blumberg positivo em região epigástrica. FC 102 bpm e PA 110x60 mmHg 52 ¡Qual hipótese diagnóstica ? - Abdome agudo inflamatório? - Abdome agudo perfurativo ? 53 09/06/2021 27 ¡ Exames Complementares: ¡ Hemoglobina 13,3 ¡ Leucograma 5.700 mm3 ¡ ( Bastonetes 2%, Segmentados 78%) ¡ Plaquetas 271 mil/mm3 ¡ Amilase 43,0 U/L ¡ BilirrubinaTotal 5,30 mg/dL; ¡ Indireta 4,80 mg/dL ¡ Proteína C Reativa 6,0 mg/L ¡ Ureia 50 mg/dL; Creatinina 0,90 mg/dL ¡ Sódio 143 mmol/L; ¡ Potássio 3,8 mmol/L ¡ TransaminaseTGO 24 U/L; ¡ TransaminaseTGP 12 U/L ¡ FosfataseAlcalina 54,0 U/L; ¡ Gama GlutamilTransferase 25,0 U/L ¡ Tempo de Protombina 14,5 s ¡ Atividade: 84,2% ¡ RNI: 1,08 ¡ Lipase: 12,0 UI ¡ 54 55 09/06/2021 28 DISCUSSÃO ¡ Perfuração – 5% das ulceras pépticas ¡ Duodenal > frequência ¡ Homens 35-60 anos ¡ Dor intensa de início súbito, rápida evolução com irradiação para todo abdome ¡ Exames : leucocitose , aumento de amilase até 3 vezes ¡ Diagnóstico ¡ Clínico ¡ Radiografia simples ¡ Tratamento : cirúrgico 56 DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA Etiologia 1. 90-95% das úlceras duodenais e 70% das úlceras gástricas - Helicobacter pylori 2. 48% das úlceras não H. pylori e não associadas ao uso de AINES – EUA (uso sub- reptício de AINES/AAS ou outro fator) 3. Estase gástrica 4. Refluxo duodenal 5. Isquemia Úlcera gástrica 57 09/06/2021 29 CASO CLÍNICO 7 58 ¡ Paciente 60 anos, feminino, natural e procedente de Rio Verde/GO, encontra-se internada no Hospital Evangélico, no 2˚ PO de Gastrectomia parcial por lesão tumoral. Está internada, em uso de analgésicos opióides para controle de dor abdominal contínua. Ao passar pela manhã na enfermaria, paciente queixa ao médico da ausência de eliminação de fezes e flatos associado a náuseas frequentes. ¡ Ao exame físico: REG, hipocorada 2+/4+, hidratada, anictérica, acianótica, afebril. ¡ Aparelho respiratório e cardiovascular sem alterações. ¡ Abdome distendido, RHA ausentes (silêncio abdominal), hipertimpânico, difusamente doloroso a palpação profunda, Blumberg negativo, ausência de massas palpáveis ou visceromegalias. ¡ Demais aparelhos sem alterações. ¡ Ao checar exames laboratoriais, paciente apresenta hipopotassemia. ¡ Solicitado radiografia de abdome. 59 09/06/2021 30 60 61 09/06/2021 31 Hipótese diagnóstica? • Íleo paralítico ou adinâmico Conduta? • Dieta zero • SNG aberta • Suspender analgesia (opióides) • Correção distúrbio hidroeletrolítico• Até 72 horas – conduta expectante 62 63 09/06/2021 32 OUTRAS CAUSAS DE OBSTRUÇÃO INTESTINAL 64 CASO CLÍNICO 8 65 09/06/2021 33 ¡ Paciente masculino, 76 anos, negro, natural e procedente de Rio Verde/GO, casado, pintor, católico. ¡ Refere que notou o surgimento de protuberância em região inguinal direita, indolor, que alterava de tamanho quando tossia ou fazia esforços e apresentou crescimento progressivo. Nega febre, dor abdominal e demais queixas. ¡ Antecedentes: Caxumba na infância. Asmático (última crise em janeiro). Nega diabetes, HAS, hepatite, tuberculose, pneumonias, ou outras afecções. Foi tabagista por 10 anos, parou há 50 anos. Consumia bebida alcoólica (destilada – pinga), parou de beber há 45 anos. ¡ Mãe faleceu aos 65 anos por crise asmática. Pai faleceu aos 55 por coma alcoólico. Desconhece outras comorbidades em familiares. 66 ¡ EXAME FÍSICO: 59Kg ; 1,63m; T: 36,6°C; Pulso: 72ppm; FR: 18irpm; PA: 110x70 mmHg; ¡ BEG, consciente e orientado, normocorado, anictérico, acianótico, afebril, hidratado. ¡ Respiratório: tórax atípico. Expansibilidade simétrica, frêmito sem alterações. Som claro pulmonar. MV presente, com sibilos difusos. ¡ Cardiovascular: Ausência de abaulamentos ou retrações. Ictus cordis palpável em LHCE, 5 EIC, 2 polpas digitais, ritmo regular. RCR, 2T, BNF, S/sopros FC: 76 bpm. ¡ Abdome: Abdome simétrico, sem abaulamentos, cicatrizes ou outras alterações à inspeção. RHA presentes. Timpânico, Traube livre, sem dor à percussão. Flácido, sem massas palpáveis ou VMG. Abaulamento região inguinal direita, redutível, com anel 6cm de diâmetro, indolor à palpação. Sem sinais de estrangulamento ou encarceramento. ¡ Pequeno anel região inguinal esquerda. ¡ Sem alteração dos demais aparelhos. 67 09/06/2021 34 ¡Hipótese diagnóstica? • Hérnia inguinal direita • Hérnia inguinal esquerda 68 69 09/06/2021 35 70 Hérnia estranguladaHérnia encarcerada (não-redutível) 71 09/06/2021 36 72 HÉRNIA ABDOMINAL ¡ Toda massa ou estrutura saída da cavidade que a contém normalmente por um orifício natural ou acidental. ¡ Congênita e Adquiridas ¡ Causas: ¡ Defeito nos tecidos da fáscia da parede abdominal. ¡ Aumento da pressão intra-abdominal ¡ constipação crônica ¡ doenças da próstata ¡ tumores intra-abdominais ¡ esforço ou tosse ¡ distensão abdominal ¡ exercício físico exagerado. 73 09/06/2021 37 ¡ Sinais e Sintomas: ¡ Abaulamento da parede abdominal: início lento ou súbito ¡ Piora com esforço físico ¡ Dor ou desconforto, como sensação de "queimação" ou "formigamento", ¡ Alteração do hábito intestinal quando encarcerada ou estrangulada ¡ Exames auxiliares : RX simples, U.S. enema, seriografia e eventualmente C.T de abdome. 74 ¡ Hérnia inguinal: 75% casos hérnia abdominal ¡ Prematuros - 5 a 30% ¡ Rn a termo - 1 a 5% ¡ Direita - 60% ¡ Sexo: masculino - 80% 75 09/06/2021 38 ¡ FISIOPATOLOGIA ¡ Persistência do conduto peritônio-vaginal ¡ Passagem das estruturas intra-abdominais - Indiretas: Mais comuns, de origem congênita devido um defeito do fechamento do processus vaginalis à medida que ele desce para o escroto na vida embrionária. - Diretas: Resulta de uma fraqueza na região inguinal que se torna incapaz de manter o conteúdo abdominal na sua posição normal 76 Triangulo de Hesselbach Hérnia inguinal indireta deep inguinal ring Hérnia inguinal direta 77 09/06/2021 39 78 CASO CLÍNICO 9 79 09/06/2021 40 ¡ Paciente 45 anos, masculino, solteiro, natural e procedente de Rio Verde/GO, desempregado, trabalhava como técnico de enfermagem. Foi atendido no posto de saúde e relatou ser portador de cirrose hepática. Refere ser ex-etilista (ingesta alcoólica 1L fermentados por dia há 30 anos, parou há 1 mês), tabagista (15anos/maço). Nega hepatite virais prévia. ¡ Paciente refere diagnóstico recente de cirrose hepática e, durante a consulta, preocupado com seu diagnóstico, perguntou quais as possíveis complicações e achados no seu corpo durante o exame físico que podem surgir devido a sua doença. 80 HIPERTENSÃO PORTAL 81 09/06/2021 41 82 83 09/06/2021 42 ASCITE 84 EDEMA/ANASARCA 85 09/06/2021 43 CIRCULAÇÃO COLATERAL 86 ICTERÍCIA 87 09/06/2021 44 TELANGIECTASIAS / ARANHAS VASCULARES 88 ERITEMA PALMAR 89 09/06/2021 45 VARIZES DE ESÔFAGO 90 HEMATÊMESE / MELENA / ENTERORRAGIA 91 09/06/2021 46 ENCEFALOPATIA HEPÁTICA 92 93 09/06/2021 47 94 CASO CLÍNICO 10 95 09/06/2021 48 ¡ Paciente do sexo masculino, 55 anos, branco, foi trazido ao serviço de emergência devido a dois episódios de hematêmese volumosa, tendo o último episódio ocorrido há quatro horas de sua chegada. ¡ Ele relata consumo diário de álcool, desde os 16 anos, em média uma garrafa de destilado por dia, tendo bebido na noite anterior à admissão hospitalar. 96 ¡ Exame físico : ¡ LOTE, estado geral regular, desidratado +/4+, descoradas, anictérico, acianótico ¡ Sinais vitais : FC =120bpm, PA 100X70 mmHg, T=37°C ¡ ApC = RCR, BNF em 2T, sem sopros ¡ ApR = MV presente, simétrico, sem ruídos adventícios, eupnéico 97 09/06/2021 49 98 ¡ Abdome : RHA presentes, normoativos Piparote positivo 99 09/06/2021 50 ¡ Hipótese diagnóstica? ¡ Hemorragia digestiva alta (secundário a varizes de esôfago) ¡ Provável hepatopatia de etiologia alcoólica 100 ¡ hemoglobina de 8,6 g/dL ¡ 2.300 leucócitos ¡ creatinina de 0,9 mg/ dL, ureia de 122 mg/dL ¡ albumina de 2,6 ( 29-61) ¡ tempo de protrombina de 42% (INR 1,5) ¡ bilirrubina total de 4,6 mg/dL; BD 0,9 mg/dL; ¡ aspartato-aminotransferase (AST) de 122 (12-45); ¡ alanino-aminotransferase (ALT) de 58 Ul/L (12-45); ¡ gama-glutamiltransferase (GGT) de 620 U/L (até 60); ¡ fosfatase alcalina de 64 Ul/L (60-100). 101 09/06/2021 51 ¡ Endoscopia Digestiva Alta 102 HEMORRAGIA DIGESTIVA ¡ Alta X Baixa ¡ Ângulo de Treitz ¡ Características ¡ Alta : hematêmese e melena ¡ Baixa : hematoquezia/ enterorragia ¡ Principais causas ¡ Alta : úlcera, varizes ¡ Baixa : doença diverticular, mal formações vasculares 103 09/06/2021 52 HIPERTENSÃO PORTAL ¡ Obstáculo à circulação sanguínea no sistema venoso portal 104 HIPERTENSÃO PORTAL ¡ Causas ¡ Pré-hepática : trombose veia porta ¡ Hepatica pré- sinusoidal: esquistossomose ¡ Hepática pós-sinusoidal : cirrose 105 09/06/2021 53 HIPERTENSÃO PORTAL ¡ Varizes esofágicas ¡ Esplenomegalia ¡ Ascite ¡ Circulação colateral 106 ASCITE ¡Causas ¡ Hepáticas ( cirrose, esquistossomose ) ¡ Cardiocirculatórias ( ICC ) ¡ Renais ( síndrome nefrótica ) ¡ Inflamatórias ( tuberculose ) ¡ Neoplásicas 107 09/06/2021 54 ASCITE ¡ Paracentese 108
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