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RECURSO cola

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EXCELENTISSIMO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE ALTO ALEGRE-RR
Processo Nº: 007944.15.2020.823.0005
Ação: Ação anulatória -Obrigação de fazer -Danos morais -Cancelamento de fatura -Emissão de fatura com valores corretos -Anulação de multa -Desbloqueio de linha.
Leonardo Bocci, autor, já qualificado nos autos do feito epígrafe, que tramita por esse E. Juízo e respectivo Ofício, que movem em desfavor de TIM CELULAR S/A, réu também qualificado, por meio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente á presença de Vossa Excelência, para, com fulcro no artigo 41 da Lei nº 9.099/95 e pelo fato de não se conformar com a r. Sentença definitiva do mérito prolatada por Vossa Excelência, propor RECURSO INOMIDADO, o que faz consoante as razões recursais ora anexadas.
Outrossim, cumpre registrar que, em razão do pedido de gratuidade da justiça a ser apreciado, deixa a recorrente de recolher as custas e demais despesas processuais, conforme art.54, parágrafo único, da Lei 9.099/95.
Empós, solicita que Vossa Excelência declare os efeitos com que recebe este recurso, determinando, de logo, que a recorrida se manifeste acerca do presente, nos termos do art. 42, § 2º, da Lei 9.099/95.
Por fim, cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa destes autos, com as Razões do recurso, à Egrégia Turma Recursal do Estado de Roraima. 
Nestes Termos,
Pede Deferimento
ADVOGADO
 OAB/UF
 				LOCAL, DATA.
RAZÕES DE RECURSO INOMIDADO
Processo Nº:007944.15.2020.823.0005
Ação: Ação anulatória -Obrigação de fazer -Danos morais -Cancelamento de fatura -Emissão de fatura com valores corretos -Anulação de multa -Desbloqueio de linha.
Autor (a): Leonardo Bocci
Réu: TIM CELULAR S/A
COLENDA TURMA RECURSAL
ÍNCLITOS JULGADORES
	O presente recurso inominado é interposto, haja vista que os recorrentes entendem que a sentença que a respeitosa sentença definitiva de mérito prolatada em primeiro grau de jurisdição deva ser reformada, visto que, que a sentença de mérito, ofende o código de defesa do consumidor, bem como os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, dentre outros, razão pela qual requer-se o processamento, recebimento e conhecimento do presente recurso, por não só atender aos requisitos legais, mas porque é justo em relação à aplicação da lei.
	Por tais razões, ao final, o presente recurso deve ser julgado totalmente procedente, conforme resta demonstrado nas razões recursais abaixo expedidas e conforme requerido no pedido.
I. DA NECIDADE DE CONCESSÃO DO EFEITVO SUSPENSIVO
Citando a tempestividade do recurso conforme os art.42, mister se faz a análise da concessão do efeito suspensivo, tendo em vista a possibilidade de ocorrência de dano irreparável para a Recorrente, caso tal concessão não ocorra. Imperioso ressaltar que enquanto não for julgada a peça de resistência, a recorrente poderá ter seu patrimônio invadido de forma injusta, uma vez que o cerne da questão diz respeito justamente acerca da importância devida à Recorrida.
Vislumbrando, pois, que a adoção irrestrita da suspensividade ao processo, com o recebimento do Recurso Inominado, não traria perdas processuais e nem materiais à Recorrida.
Ressalta-se que a lei nº 9.099/95, em seu artigo 43, prevê a possibilidade da concessão de efeito suspensivo ao recurso interposto, caso existe a possibilidade de dando irreparável a parte. Segue:
“Art.43 - O recurso terá somente efeito devolutivo, 
podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para parte”. 
	Neste sentido, resta claro que a não concessão do efeito suspensivo ao presente recurso ocasionará dano irreparável ao Réu, ora recorrente, já que existe a possibilidade de ser modificada a ilustre sentença monocrática, pela Egrégia Turma Recursal.
Desta forma, requer a Recorrente que seja concedido efeito suspensivo ao presente Recurso Inominado.
II. DAS RAZÕES PARA A REFORMA DA R. DECISUM REALIDADE DOS FATOS
Inicialmente, cumpre esclarecer que dúvidas não podem existir quanto á inexistência de qualquer conduta ilícita praticada pela Ré que tenha acarretado qualquer dano à autora, fornecendo assim, a obrigação desta em indenizá-la.
Cumpre esclarecer que a cobrança é perfeitamente devida, não tendo a ré realizado qualquer tipo de cobrança que não corresponda com a realidade.
Assim, atitudes e alegações da parte autora são passíveis de má interpretação. Aprofundando nas alegações da suposta cobrança indevida, percebemos novamente uma leve indução deste Juízo a erro; isto porque, conforme vislumbramos as cobranças são devidas.
Insta-se salientar que a prestação de serviço de telefonia móvel não é uma prestação gratuita, sendo certo que a cobrança da questionada fatura encontra respaldo contratual, ao qual a parte autora anuiu ao passar a se utilizar dos serviços telefônicos oferecidos pela Ré.
Não obstante todo exposto, a parte autora optou em quedar-se inerte, e não efetuar o pagamento do débito gerado única e exclusivamente por utilização dos serviços.
Ora, não pode a autora sob qualquer circunstância deixar de cumprir com sua contraprestação, ainda mais porque os serviços vinham sendo plenamente prestados e usufruídos, ou seja, se houve qualquer tipo de atitude coercitiva por parte da Ré, esta se deu única e exclusivamente em exercício regular de direito.
Observando os fatos narrados verifica-se não terem eles o condão de causar qualquer tipo de ofensa, vexame ou sofrimento exacerbado ao autor, em razão pela qual não há que se falar em indenização de qualquer tipo.
Desta forma, resta incontroverso nos autos qualquer tipo de atitude em desconformidade com a moral ou ainda com o ordenamento jurídico pátrio. Com efeito, é ônus do autor comprovar suas alegações nos autos. Mister ressaltar que tal ônus em hipótese alguma poderá ser invertido, diante da necessária distribuição da carga probatória, visto ser impossível para a empresa ré comprovar tais supostas condutas.
Neste contexto, verifica-se que a empresa ré não praticou qualquer ato ilícito, haja vista que a mesma somente efetuou a cobrança por um serviço efetivamente prestado e utilizado pela parte autora.
Assim, deve-se evitar que esta febre indenizatória funcione como uma “verdadeira loteria esportiva”. É certo que existe um piso de inconvenientes a ser tolerado pelo ser humano, sem caracterizar dano moral. Na questão em debate não houve lesão a atingir a pessoa, mas, no máximo, um mero desconforto.
 
III. DA LEGITIMIDA DAS COBRANÇAS 
Inicialmente, o que se admite apenas por amor ao debate, melhor sorte não socorre o recorrido em suas pretensões de se esquivar do pagamento das faturas impugnadas na presente demanda, tendo em vista a legitimidade dos valores cobrados pela empresa ré. Senão vejamos!
Conforme relatado, o recorrido afirma em sua inicial que os valores cobrados pela empresa ré são indevidos. Contudo, não há que se falar em qualquer ilegalidade na cobrança realizada, tendo em vista a efetiva prestação dos serviços de telefonia pela empresa ré.
Ainda que assim não se entenda, é totalmente descabido o pleito autoral, tendo em vista que, o recorrido utilizou os serviços prestados pela TIM, sendo, portanto, plenamente legitima as cobranças efetuadas pela Ré.
A esse respeito, oportuno esclarecer, ainda, que aos credores é licita a persecução dos valores que lhe são devidos, podendo, inclusive, enviar o nome do devedor aos cadastrados de restrição de crédito.
Diante do exposto, tendo em vista que o recorrido efetivamente usufruiu os serviços de telefonia prestados pela TIM, a ré espera e confia que Egrégia Turma Recursal haverá por bem julgar totalmente improcedente a presente demanda.
IV. DA INEXISTENCIA DOS ALEGADOS DANOS MORAIS
Observando os fatos narrados, verifica-se que o pedido de dano moral deve ser julgado improcedente, posto que a Ré não foi quem deu causa direta ao suposto dano experimentado pela recorrida.
Por dano moral entende-se a lesão de um bem integrante da personalidade, tal como a honra, a liberdade, a integridade física e psicológica, causando a vitimatranstornos e tormentas capazes de gerar abalos em sua esfera intima e proporcionar situações vexaminosas perante a outrem.
A bem da verdade, as situações narradas pela parte recorrida na petição inicial não merecem ser elevadas ao patamar de danos morais, eis que representam nada mais do que aborrecimentos cotidianos, ou, no máximo, configurariam mero inadimplemento contratual, incapazes, portanto, de permitir que seja concedido o pedido de condenação ao pagamento de indenização ora impugnado.
De fato, não se entende de que forma poderia uma suposta alegação de cobrança indevida provocar danos à esfera extrapatrimonial da parte recorrida a ponto de ensejar a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais.
Importante acentuar que o dano moral não completa hipóteses de aborrecimento ou perturbação, sob pena de sua inteira banalização. É indispensável que estejam presentes elementos coo sofrimento exacerbado, angustia incontida ou humilhação, não se indenizando o mero dissabor.
	 Como se percebe, a doutrina consagra o entendimento de que o dano moral deve ser demonstrado, o que não ocorreu no caso em tela. Em não havendo tal demonstração, o pedido formulado na inicial caracteriza-se como indisfarçável meio de enriquecimento sem causa.
	Ora, o dano moral somente ingressará no mundo jurídico, desde que demonstre cabal grandeza no ato ofensivo a direito personalíssimo, sendo flagrante a inexistência, in casu, de danos morais a serem indenizados.
	Desse modo, a Ré requer a V.exa. se digne julgar totalmente improcedente o pedido recorridal, ante à flagrante inexistência de danos.
V. DOS PEDIDOS
Pelo exposto, pede e espera que esta Egrégia Turma acolha o presente recurso, dando-lhe integral provimento para reformar a respeitosa sentença a quo, julgando os pedidos formulados na exordial, improcedentes.
Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.
Advogado
 OAB/UF
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