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Basileia III

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Basileia III no Brasil
O Acordo de Basileia III
• O Acordo de Basileia III entrou efetivamente em vigor no Brasil em 1º de
outubro de 2013. A data marca o início de uma longa fase de transição para os
novos padrões prudenciais fixados pelo Comitê de Basileia, fase esta que deve
ser concluída integralmente somente em 2022.
O Acordo de Basileia III
• O primeiro conjunto de normativos que implantou o novo Acordo no Brasil foi 
divulgado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central (BC) 
em 1/3/13, definindo a nova estrutura de capital regulamentar e os novos 
padrões de apuração dos requerimentos. Em sequência, foram promovidas 
algumas alterações regulamentares pontuais.
O Acordo de Basileia III
• Cerca de dois anos depois, no primeiro trimestre de 2015, o BC e o CMN 
introduziram provisões sobre o cálculo e a remessa de informações sobre o 
indicador de Liquidez de Curto Prazo e a Razão de Alavancagem (tratados a 
seguir, nas seções Indicador de Liquidez e Requerimento de Capital, 
respectivamente), que se inserem no escopo do cronograma de adaptação 
proposto por Basileia III.
https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/regulacao/informe-de-legislacao/basileia-iii-no-brasil.htm#tit2_9
https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/regulacao/informe-de-legislacao/basileia-iii-no-brasil.htm#tit2_3
O Acordo de Basileia III
• O Acordo de Basileia III é uma resposta às principais vulnerabilidades
apresentadas pelo setor bancário durante a crise financeira de 2008, tal como
identificadas pelo Comitê de Basileia, e introduz uma série de mudanças
relativamente à Basileia II, com destaque para a reformulação da estrutura de
capital das instituições financeiras, visando à ampliação da resiliência e solidez
dos bancos.
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• A crise financeira internacional de 2008-9 revelou inúmeras fragilidades dos 
sistemas e instituições financeiras: cadeias frágeis de originação de crédito, 
capitalização indevida dos bancos, falta de transparência de determinados 
segmentos, etc. 
• Essas vulnerabilidades foram, inevitavelmente, associadas ao movimento de 
desregulamentação financeira, iniciado na década de 1980 e intensificado nos 
anos 1990 e 2000, o que levou a uma pressão significativa para que o 
arcabouço regulatório do sistema financeiro fosse reformulado e se tornasse 
mais rigoroso.
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• O G20 tomou a dianteira da coordenação do processo de reforma regulatória 
global e estabeleceu como uma de suas prioridades a revisão da regulação do 
setor bancário. Com isso, encarregou o Comitê de Supervisão Bancária de 
Basileia de promover uma revisão de Basileia II, publicada em 2004 e cuja 
implementação ainda estava em curso em diversos países.
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• A partir do mandato estabelecido pelo G20, o Comitê de Basileia buscou
identificar as principais falhas e/ou vulnerabilidades apresentadas pelo
sistema bancário que contribuíram para a eclosão e alastramento da crise de
2008.
• A avaliação do Comitê, embora se omita no que se refere às origens do
colapso, destaca que “a profundidade e a severidade da crise foram
amplificadas por fragilidades do setor bancário, tais como alavancagem
excessiva, capital inadequado e de baixa qualidade e colchões de liquidez
insuficientes”.
https://www.anbima.com.br/data/files/8D/43/DE/F4/127E7510E7FCF875262C16A8/bcbs164_1_.pdf
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• O Comitê argumenta que, os bancos não foram capazes de absorver
adequadamente as perdas com créditos e de suas tesourarias durante a crise.
Seguiu-se também um processo de desalavancagem e deflação de ativos que,
num ambiente de elevada interconectividade das instituições, contribuiu para
minar a confiança acerca da solvência e liquidez de inúmeros bancos.
• As fragilidades no setor bancário, então, se transmitiram para a economia real
por meio da contração da liquidez de mercado e da disponibilidade de crédito
para os agentes, agravando a recessão.
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• Esse diagnóstico norteou as reformas consolidadas no Acordo de Basileia III, 
que tiveram como principal objetivo ampliar a capacidade do setor bancário 
em absorver choques, derivados de problemas econômicos ou financeiros, e, 
assim, reduzir o risco de transbordamento de eventuais problemas do setor 
financeiro para o setor real da economia. Ou seja, ampliar a resiliência dos 
bancos foi o norte que guiou a reforma do arcabouço de Basileia no pós-crise.
http://www.bis.org/bcbs/basel3.htm?ql=1
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• É importante destacar que as bases da nova regulação bancária mantiveram-se atreladas à Basileia 
II. Contudo, mudanças relevantes foram introduzidas nesse arcabouço para que a reforma fosse 
capaz de atingir o objetivo traçado. As principais linhas de mudança introduzidas por Basileia III 
foram:
• a reformulação da estrutura de capital das instituições financeiras, dividida, por sua vez, entre:
(a) o aprimoramento do cálculo do ativo ponderado pelo risco,
(b) a ampliação dos requerimentos de capital e
(c) a redefinição do capital regulamentar e seus níveis;
• a introdução dos índices de liquidez; e
• a introdução do índice de alavancagem.
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• A reestruturação da base de capital – item (1) – visa à constituição de um
colchão de capital de alta qualidade pelas instituições, que lhes permita
absorver adequadamente eventuais choques. Manteve-se a divisão entre
capital de Nível I e Nível II – existente desde Basileia I –, ficando a cargo do
primeiro nível assegurar efetivamente a solvência da instituição financeira,
garantindo a continuidade de sua operação (going-concern), enquanto o
segundo constitui um capital contingente, passível de conversão em capital
efetivo na ocasião da insolvência da instituição, dando suporte aos
depositantes e demais credores no caso de falência ou liquidação da
instituição (gone-concern).
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• Basileia III procede a uma nova categorização do capital, desmembrando o 
capital Nível I em duas categorias: capital principal e capital adicional. 
• O primeiro deve ser composto, basicamente, por ações e lucros acumulados, 
instrumentos que o Comitê entende como representativos do capital de 
melhor qualidade. 
• O segundo, por sua vez, é composto por instrumentos semelhantes aos 
instrumentos híbridos de capital e dívida, observando critérios mais rigorosos 
que os estabelecidos em Basileia II para os mesmos.
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• Considerando os objetivos de Basileia III, o foco da regulação deixou de ser o 
capital regulamentar total e passou a ter como referência a parcela do capital 
que é determinante da capacidade de absorção de choques pelas instituições 
e que apresenta melhor qualidade. Ou seja, o capital principal passou a ser o 
foco dos novos requerimentos definidos em Basileia III.
Da crise à reforma: o arcabouço regulatório 
de Basileia III
• O esquema abaixo detalha a nova categorização, indicando em verde o foco da 
regulação em cada Acordo. Além dessas mudanças, Basileia III define com 
maior rigor os instrumentos elegíveis a compor os diferentes níveis de capital 
– por exemplo, para que dívidas subordinadas integrem o capital de Nível II, 
devem observar uma série de requisitos adicionais, mais rigorosos, tais como a 
convertibilidade da dívida em ações.
Basileia II para Basileia III 
• Os requerimentos de capital também são elevados em relação a Basileia II e
passam a incluir requerimentos específicos de capital principal (4,5%), capital
Nível I (6%) e, de modo inovador, colchões adicionais ao capital regulamentar
tradicional. O chamado colchão de capital de conservação, ao fim do período
de adaptação, adicionará2,5% ao requerimento mínimo padrão, ampliando o
colchão de capital que pode ser acessado em situações de estresse.
• O requerimento de capital contracíclico, por sua vez, flutuará num intervalo de
0% a 2,5%, de acordo com o ciclo econômico (em especial, com as condições
do mercado de crédito), com vistas a mitigar a pró-ciclicalidade característica
dos mercados financeiros.
Basileia II para Basileia III 
• A partir desse conjunto de medidas, o índice mínimo a ser observado para fins de Basileia III 
flutuará no intervalo de 10,5% a 13,0%, elevando em até 5 p.p. o valor atualmente exigido 
internacionalmente pelo Comitê (cabe lembrar que, no caso do Brasil, já são exigidos 11% de 
capital mínimo). Destaca-se ainda, que parâmetros maiores poderão ser exigidos caso a 
instituição seja identificada como sistemicamente relevante, tanto em 
nível global quanto local. 
• É previsto um período de adaptação, detalhado no cronograma abaixo, que eleva 
paulatinamente, até 2019, os novos valores dos requerimentos de capital. Assim, cria-se um 
cenário onde as instituições financeiras poderão realizar uma transição gradual para os novos 
parâmetros, sem que haja impactos negativos sobre a oferta de crédito e a liquidez dos 
mercados.
https://www.anbima.com.br/data/files/FD/53/1A/C7/327E7510E7FCF875262C16A8/bcbs255_1_.pdf
http://www.bis.org/publ/bcbs233.htm
Basileia II para Basileia III 
• Essa reestruturação do capital regulamentar é acompanhada pela introdução de duas outras 
medidas relacionadas a elementos comuns à operação das instituições financeiras, mas que não 
estavam contemplados nas duas primeiras versões do Acordo: Basileia III requer que os bancos 
passem a observar limites mínimos para índices de liquidez e alavancagem. 
• Os primeiros limites, referentes aos índices de liquidez – item (2) –, têm por objetivo criar um 
colchão de ativos que possa ser rapidamente liquidado, sem perda relevante de valor, e, assim, 
acessado, na ocasião de situações de estresse de mercado. 
• A razão de alavancagem – item (3) –, por sua vez, busca limitar quantitativamente a alavancagem 
das instituições, inibindo sua exposição a graus de fragilidade financeira muito elevados. Os 
padrões para determinação do indicador de Liquidez de Curto Prazo (LCR, a sigla em inglês) 
e Liquidez de Longo Prazo (NFSR, em inglês) foram publicados em janeiro de 2013 e em outubro de 
2014, respectivamente. Já a versão final dos requerimentos para Razão de Alavancagem foi 
publicada em janeiro de 2014.
https://www.anbima.com.br/data/files/5F/63/9D/73/527E7510E7FCF875262C16A8/bcbs238_1_.pdf
https://www.anbima.com.br/data/files/F7/73/EF/AF/527E7510E7FCF875262C16A8/d295_1_.pdf
https://www.anbima.com.br/data/files/1D/73/E3/1C/627E7510E7FCF875262C16A8/bcbs270_1_.pdf
Basileia II para Basileia III 
• Desse modo, o conjunto de mudanças proposto por Basileia III se dedicou a 
eliminar e/ou mitigar, um por um, os problemas descritos no diagnóstico do 
Comitê (i.e., pouco capital e de baixa qualidade, insuficiência de liquidez e 
alavancagem excessiva), de forma que a resiliência do setor bancário ante 
choques de qualquer natureza fosse aumentada. 
Basileia II para Basileia III 
• Seguiu-se à publicação de Basileia III o compromisso de sua adoção pelas principais 
economias do globo, que foi formalizado no encontro da Cúpula do G20 em Seul, em 
2010, visando à transposição harmônica e consistente dos novos padrões para o 
arcabouço regulatório de cada jurisdição. 
• O calendário sugerido pelo Comitê foi utilizado como referência, prevendo 1/1/13 
como data de início de Basileia III, mas a reforma não procedeu como previsto 
inicialmente: houve um atraso nas primeiras datas a serem observadas, em especial 
nos Estados Unidos e na Europa, e, até fevereiro de 2013, apenas 12 de 25 jurisdições 
que aderiram ao compromisso haviam publicado a regulação final correspondente ao 
novo Acordo.
Basileia II para Basileia III 
• O Brasil se juntou a essas 12 nações no dia 1/3/13, quando o BCB aprovou 
uma série de regras definitivas e deu início à efetiva implantação de Basileia 
III.
A aplicação de Basileia III no Brasil
Introdução
• O Comunicado nº 20.615, divulgado pelo BCB em 17/2/11, continha as 
orientações preliminares sobre a implementação de Basileia III no Brasil, com 
destaque para os conceitos que iriam orientar as novas definições de capital e 
os índices de liquidez e alavancagem e para o calendário proposto para o 
desenvolvimento das novas regras e para a observância dos novos parâmetros 
mínimos de capital regulamentar – este, prevendo a convergência aos padrões 
estabelecidos em Basileia III.
A aplicação de Basileia III no Brasil
• O referido Comunicado estabelecia que a nova definição de patrimônio de 
referência já deveria ser desenvolvida até o final de 2011. Enquanto isso, até 
julho de 2012, o BCB se propunha a revisar os procedimentos de cálculo do 
requerimento de capital para risco de crédito de contraparte e, até o final 
deste mesmo ano, estabelecer o capital de conservação e o capital 
contracíclico, além de divulgar a metodologia preliminar do índice de liquidez 
de curto prazo e do índice de alavancagem.
A aplicação de Basileia III no Brasil
• O passo seguinte foi a publicação do Edital de Audiência Publica nº 40, em 17/2/12,
que consultava sobre o novo patrimônio de referência e os requerimentos mínimos
de capital – ressaltemos, com algum atraso ante o cronograma inicialmente definido
– e uma metodologia simplificada para cooperativas de crédito.
• O processo de discussão sobre esse edital, contudo, se estendeu além dos 90 dias
previstos. Debateu-se, intensamente, ao longo de 2012, as alterações propostas pelo
BCB e seus impactos sobre as instituições financeiras brasileiras, em especial, no que
tange aos ativos elegíveis para composição do patrimônio de referência (créditos
tributários, dívidas subordinas etc.), a composição do consolidado prudencial e o
cronograma de transição para os novos parâmetros de requerimento de capital.
A aplicação de Basileia III no Brasil
• Ante a extensão das discussões entre o BCB e o mercado, o atraso de Estados 
Unidos e Europa e a moderação do crescimento econômico brasileiro em 
2012, a efetiva adoção de Basileia III no Brasil foi postergada em alguns meses. 
O primeiro conjunto de normativos finais foi publicado no dia 1/3/13, quando 
foram editadas as Resoluções de nº 4.192 a 4.195, do CMN, e foi 
complementado pelas Circulares de nº 3.634 a 3.648, do BCB, divulgadas em 
4/3/13 – ver a Súmula de Legislação referente às Normas e Limites da Basileia.
http://portal.anbima.com.br/informacoes-tecnicas/regulacao/sumulas/Pages/default.aspx
A aplicação de Basileia III no Brasil
• O dia 1/10/13 é a data em que os normativos editados começaram a produzir 
efeito e, portanto, aquela em que Basileia III entrou efetivamente em vigor no 
Brasil.
A aplicação de Basileia III no Brasil
• Esse primeiro conjunto de normativos foi seguido pela publicação da Circular
nº 3.662, em 11/7/13, que realizou um ajuste fino na apuração do risco de
mercado de exposições a câmbio, e do Edital de Audiência Pública nº 42, sobre
a divulgação de informações necessária à disciplina de mercado fixada pelo
Pilar III de Basileia.
A aplicação de Basileia III no Brasil
• Um segundo conjunto de medidas foi também publicado, em 31/10/13,
revendo alguns prazos de adaptação das instituições, em especial, aos novos
critérios contábeis, estabelecendo os critérios para a extinção do saldo
devedor e conversão em ações de instrumentos de capital e refinando e
aprimorando alguns dispositivos do conjunto inicial de regras.
A aplicação de Basileia III no Brasil
• Definiram-se, em seguida, novas regras não somente para o Pilar I de Basileia, 
mas também para o Pilar III, a partir do tratamento da divulgação de 
informações relativas ao gerenciamento de riscos, para fins do exercício da 
disciplina de mercado. Foram publicadas inclusive as normas referentes ao 
índice de Liquidezde Curto Prazo e a Razão de Alavancagem (RA). Portanto, 
apesar de distante, a completa transição para Basileia III caminha a passos 
largos no país.
Base de Apuração
• No Brasil, Basileia II previa que instituições financeiras integrantes de
conglomerados financeiro ou econômico-financeiro calculassem os valores de
seu patrimônio de referência e patrimônio de referência exigido em bases
consolidadas (Res. nº 3.444/07 e Res. nº 3.490/07, respectivamente).
Portanto, eram os conceitos de conglomerado financeiro e conglomerado
econômico-financeiro que definiam o universo de entidades que deveria ser
considerado por cada instituição financeira na ocasião da definição dos
requerimentos de capital a que estaria sujeita.
Base de Apuração
• O primeiro conceito, mais restrito, define conglomerado financeiro como “o 
conjunto de entidades financeiras vinculadas diretamente ou não, por 
participação acionária ou por controle operacional efetivo, caracterizado pela 
administração ou gerência comum, ou pela atuação no mercado sob a mesma 
marca ou nome comercial”; o conceito de conglomerado econômico-
financeiro, por sua vez, abarcava um universo mais amplo de entidades.
http://www.bcb.gov.br/glossario.asp?id=GLOSSARIO&Definicao=1407
Base de Apuração
• Basileia III substitui estes dois conceitos por um terceiro, definindo a base para 
apuração dos requerimentos de capital, salvo no caso das cooperativas de 
crédito, a partir do conceito de conglomerado prudencial, definido na 
Resolução nº 4.195/13. Esta Resolução, por sua vez, foi aprimorada – e 
revogada – pela Resolução nº 4.280/13, em função de algumas dificuldades 
práticas de implantação dos conceitos inicialmente estabelecidos (em especial, 
excluiu-se do conceito os fundos de investimento nos quais as entidades do 
conglomerado “assumissem riscos substanciais”).
Base de Apuração
• As entidades que devem integrar este conglomerado estão mencionadas na
tabela abaixo. O período de ajuste ocorreu entre 1/10/13 e 31/12/14.
• Durante este período, o conceito de referência para Basileia III era ainda o
conglomerado financeiro. Somente a partir de 1/1/15, as principais normas do
novo Acordo passaram a contemplar o conceito de conglomerado prudencial,
ao passo que a Resolução nº 4.280/13 entrou em vigor em 1/1/14.
Base de Apuração
• Os procedimentos para elaboração e remessa do “Balancete Patrimonial 
Analítico – Conglomerado Prudencial” são detalhados na Circular nº 3.701/14 
e orientam a consolidação, uniformização dos critérios contábeis e a 
elaboração de notas explicativas.
Base de Apuração
Requerimentos de Capital
• A adoção dos Acordos de Basileia anteriores no Brasil foi acompanhada de um maior
rigor regulatório relativamente aos padrões internacionais. Desde Basileia I, o fator de
ponderação aplicado ao ativo ponderado pelo risco definido pelo BCB era de 11,0%,
enquanto os padrões internacionais sugeriam um valor de 8,0% para este parâmetro
(Circular nº 2.784/97).
• Na transposição de Basileia II para o arcabouço nacional, o BCB não alterou esse rigor
e manteve também os 11,0% nas exigências do novo Acordo (Circular nº 3.360/07).
Ou seja, o índice de Basileia mínimo exigido das instituições brasileiras sempre foi
mais elevado que o internacional, fato este que contribuiu para que os bancos
brasileiros constituíssem um colchão de conservação, fundamental para garantir a
solidez e resiliência das instituições financeiras brasileiras ao longo desse período.
Base de Apuração
• Com a adoção de Basileia III, o BCB está promovendo a convergência dos
requerimentos aplicados no Brasil aos padrões internacionais, que, como
vimos acima, irão exigir dos bancos a manutenção de um índice mínimo de
Basileia no intervalo de 10,5% a 13,0% (ou 15% para instituições de maior
relevância sistêmica). Essa decisão pode ser interpretada como fruto do
histórico recente de estabilidade do sistema financeiro brasileiro e do próprio
aprofundamento por ele vivenciado ao longo da década de 2000.
Base de Apuração
• Para promover essa convergência, o BCB determinou que o requerimento 
mínimo de patrimônio de referência convirja, paulatinamente, dos 11,0% 
atuais para 8,0% a partir de 2019, tendo como contrapartida a introdução, 
também gradual, de três colchões de capital: de conservação, contracíclico e 
sistêmico. 
• Reunidos numa única rubrica, intitulada adicional de capital principal, estes 
fatores deverão ser ter suas alíquotas progressivamente elevadas, de 2016 até 
2019. Este cronograma é reproduzido na tabela abaixo.
Base de Apuração
• Cabe notar que os valores das parcelas de Adicional de Importância Sistêmica e
Contracíclico de Capital Principal, ao contrário das demais parcelas indicadas acima,
dependem de metodologias de cálculo que consideram fatores variáveis.
• O Adicional de Importância Sistêmica é uma função do fator anual de importância
sistêmica, variável determinada em função da razão entre exposição total (definida
conforme a metodologia aplicada para a razão de alavancagem) e o PIB nacional. Já o
Adicional Contracíclico de Capital é função da parcela de ativos ponderados pelo risco
relativa às exposições ao risco de crédito ao setor privado, ponderados pelo fator
adicional contracíclico de capital associado a cada jurisdição onde esses créditos são
assumidos – lembrando que a ponderação para o Brasil é, por definição, 0%.
Base de Apuração
• Uma novidade importante introduzida em Basileia III e transposta para o
arcabouço brasileiro diz respeito à possibilidade de que, o BCB restrinja o
pagamento de remunerações e dividendos pelas instituições financeiras, bem
como determine a extinção de dívidas, caso seja verificada uma insuficiência
no cumprimento do adicional de capital principal.
Base de Apuração
• Esse mandato tem amparo na Lei nº 12.838, de 9/7/13, que determinou a 
regulamentação da matéria pelo CMN e sujeitou a distribuição de dividendos 
aos acionistas (arts. 202-3 da Lei nº 6.404/76) aos requisitos prudenciais 
estabelecidos pelo Conselho (Art. 11).
Base de Apuração
• A Resolução nº 4.193/13, em seu artigo 9º, introduz a possibilidade
de intervenção na ocasião do pagamento de remuneração variável
aos diretores e de dividendos e juros sobre o capital próprio, além das
ocasiões de eventuais recompras de ações próprias e de redução do
capital social.
Base de Apuração
Cálculo do Patrimônio de Referência Exigido
• Desde Basileia II, o procedimento de cálculo do patrimônio de referência exigido (PRE) leva
em conta três grupos de risco: o risco de crédito, o risco de mercado e o risco operacional. O
primeiro constituiu o núcleo do Acordo de Basileia I; já o segundo, foi introduzido
pela Emenda de 1996 e integrado a Basileia I e, posteriormente, a Basileia II; o terceiro, por
fim, foi uma das inovações trazidas por Basileia II. Outra inovação introduzida pelo Acordo de
2004 foi a possibilidade de utilização de modelos internos, em cada categoria de risco, para
fins de cálculo dos requerimentos de capital.
• Os modelos internos constituiriam uma alternativa aos modelos padronizados divulgados
pelos reguladores bancários, com vistas a estimular o desenvolvimento de modelos mais
sofisticados e que melhor refletissem as especificidades de cada instituição.
http://www.bis.org/publ/bcbs24.htm
Cálculo do Patrimônio de Referência Exigido
• O Acordo de Basileia III não alterou a estrutura do cálculo do PRE desenhada
em Basileia II. Contudo, o conteúdo referente ao cálculo de cada parcela, em
especial, da parcela de risco de crédito, foi alvo de refinamentos importantes,
tais como as mudanças no tratamento do risco de crédito de contraparte
(credit valuation adjustment) e a exigência de requerimentos para fazer frente
a exposições a contrapartes centrais.
Cálculo do Patrimônio de Referência Exigido
• A aplicação do novo Acordo no Brasil seguiu de perto a revisão promovida em
Basileia III. Nesse sentido, não introduziu grandes alterações na estrutura da
conta do PRE: os requerimentos continuama ser determinados pelas três
parcelas (crédito, mercado e operacional), mas a nomenclatura utilizada foi
alterada (Resolução nº 4.193/13).
• Além disso, regularizou-se a possibilidade de utilização de modelos internos
para todas as parcelas, inclusive aquela referente ao risco operacional, que
antes somente admitia o uso da abordagem padronizada.
Parcela do cálculo Normativo Entra/Entrou em vigor Revoga
Abordagem Padronizada
Risco de Crédito (RWACPAD) Circ. nº 3.644/13 4/3/13: arts. 41 e 43 - inciso I 1/10/13: demais artigos
Em 4/3/13: Circ. Nº 3.360/07, art. 13 - inciso II Em 1/10/13: Circ. nºs 3.360/07, 3.425/08, 
3.471/09, 3.563/11 e art. 2º da Circ. nº 3.549/11
Risco de Mercado (RWAMPAD) - - -
RWAJUR1 Circ. nº 3.634/13 1/10/13 Circ. nºs 3.361/07, 3.498/10 e 3.568/11
RWAJUR2 Circ. nº 3.635/13 1/10/13 Circ. nº 3.362/07
RWAJUR3 Circ. nº 3.636/13 1/10/13 Circ. nº 3.363/07
RWAJUR4 Circ. nº 3.637/13 1/10/13 Circ. nº 3.364/07
(Fatores Mexp, Mpco e Mjur) Circ. nº 3.645/13 1/10/13 Circ. nº 3.388/08
RWAACS Circ. nº 3.638/13 1/10/13 Circ. nº 3.366/07
RWACOM Circ. nº 3.639/13 1/10/13 Circ. nº 3.368/07
RWACAM Circ. nº 3.641/13 1/10/13 Circ. nºs 3.389/08 e 3.608/12
Risco Operacional (RWAOPAD)
Circ. nº 3.640/13 1/10/13
Circ. nºs 3.383/08 e 3.476/09
Carta Circular n° 3.625/13 27/12/13
Modelos Internos
Risco de Crédito (RWACIRB) Circ. nº 3.648/13 1/10/13 Circ. nº 3.581/12
Risco de Mercado (RWAMINT)
Circ. nº 3.646/13 1/10/13
Circ. nº 3.478/09
Carta Circular n° 3.695/15 12/02/15
Risco Operacional (RWAOAMA) Circ. nº 3.647/13 1/10/13
Principais alterações no cálculo do ativo 
ponderado pelo risco
• Como indicamos acima, alguns aprimoramentos no cálculo de cada parcela 
dos requerimentos de capital foram introduzidos por Basileia III.
• Na abordagem padronizada, que é utilizada pela grande maioria dos bancos 
brasileiros, o cálculo das parcelas referentes aos riscos de mercado e 
operacional ficou praticamente inalterado ao que vigorava em Basileia II.
Principais alterações no cálculo do ativo 
ponderado pelo risco
• A parcela referente ao risco de crédito (RWACPAD), contudo, sofreu alterações
relevantes. Passou-se a exigir provisão de capital referente a ajustes na
qualidade creditícia das contrapartes (credit valuation adjustment) e a
exposições a contrapartes centrais (atribuiu-se um fator de ponderação de 2%
às exposições decorrentes de operações próprias a serem liquidadas em
câmaras de compensação e um fator de 1.250% aos default funds dessas
câmaras), elevando, portanto, os requerimentos de capital incidentes sobre
derivativos.
Principais alterações no cálculo do ativo 
ponderado pelo risco
• Houve também a recalibragem dos fatores de ponderação de risco (FPR) de
algumas exposições. Exposições ao BNDES passaram a ser tratadas como
soberanas, isto é, com FPR aplicável de 0%. No caso de operações de crédito
consignado de longo prazo (i.e., de prazo superior a 5 anos), reduziu-se pela
metade o FPR, de 300% para 150%. Sobre exposições a grandes empresas, por
sua vez, passou a incidir um FPR de 85%, ante 100% anteriormente.
• Além disso, os FPRs aplicáveis a operações de crédito imobiliário também
foram alterados, de diversas formas. Todas estas alterações constam na Circ.
nº 3.644/13, tal como alterada pela Circ. nº 3.679/13; Circ. 3.696/13; Circ.
3.711/14; Circ. 3.714/14; Circ. 3.770/15; e Circ. 3.774/15.
Patrimônio de Referência
• O aprimoramento da definição do capital regulamentar introduzido pelo BCB apresentou forte
convergência com as mudanças promovidas por Basileia III. A Resolução nº 4.192/13 dividiu o
capital Nível I em capital principal e capital complementar.
• O primeiro foi estabelecido de modo a ser composto, basicamente, por ações e lucros
acumulados, enquanto o segundo por instrumentos que se assemelham aos chamados
instrumentos híbridos de capital e dívida, porém sujeitos a uma série de requisitos adicionais,
relacionados, por exemplo, à subordinação, perpetuidade e não cumulatividade de
dividendos.
• Há um maior rigor nos critérios de elegibilidade dos instrumentos também no capital Nível II:
as dívidas subordinadas passaram a ter que atender uma série de requisitos antes
inexistentes, entre os quais a ausência de cláusulas de step-up e as possibilidades de
cancelamento de pagamentos e de conversão em ações.
Patrimônio de Referência
• Mais especificamente, os instrumentos elegíveis a compor o capital principal
são definidos nos arts. 4º, 5º (este define os chamados ajustes prudenciais) e
16 da referida Resolução, enquanto os instrumentos que podem integrar o
capital complementar e Nível II são definidos, respectivamente, nos arts. 6º,
17 e 18 e arts. 7º, 20 e 21. Vale notar, ainda, que esses critérios seguem de
perto os princípios definidos em Basileia III (capital principal: §53; capital
complementar: §55; Nível II: §58) e que sofreram algumas alterações através
da Resolução 4.442/15.
https://www.anbima.com.br/data/files/98/83/A7/5A/A27E7510E7FCF875262C16A8/bcbs189_1_.pdf
Patrimônio de Referência
• As deduções regulamentares ou ajustes prudenciais, que anteriormente incidiam sobre o patrimônio de
referência total, passarão a ser aplicadas ao capital principal.
• Os principais ajustes destacados pelo BCB dizem respeito à dedução de: créditos tributários dependentes de
geração de lucros/receitas futuras para sua realização e decorrentes de prejuízo fiscal, participações em
instituições financeiras ou assemelhadas, ativos intangíveis e investimentos em seguradoras (capital exigido
para riscos atuariais) – ver arts. 8º e 9º da Resolução nº 4.192/13. Nesse tema, vale notar, os créditos
tributários oriundos de provisões para crédito de liquidação duvidosa não deixarão de integrar o capital das
instituições em Basileia III, a partir das alterações promovidas pela Lei nº 12.838/13.
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Fatores 
aplicados 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Fonte: Resolução nº 4.192/13.
Patrimônio de Referência
• Outra alteração relevante introduzida por Basileia III foi a extinção dos limites entre os
diferentes níveis de capital, o que se justifica a partir da introdução de requerimentos de
capital específicos a cada categoria pelo novo Acordo. O único limite aplicável agora se refere
ao valor ajustado do capital principal, que, realizadas as deduções previstas, não pode
representar mais de 200% do capital social da instituição.
• Esse valor ajustado do capital principal é determinado pela soma dos seguintes componentes:
reservas de capital, de reavaliação e de lucros; ganhos não realizados decorrentes dos ajustes
de avaliação patrimonial de combinações de negócios e de títulos e valores mobiliários
classificados na categoria títulos disponíveis para venda; sobras ou lucros acumulados; e o
saldo do ajuste positivo ao valor de mercado dos instrumentos financeiros derivativos
utilizados para hedge de fluxo de caixa.
Fonte: Resolução nº 4.192/13.
• Por fim, cabe mencionar que os
instrumentos que antes eram autorizados
a compor o patrimônio de referência das
instituições, mas não estarão mais
enquadrados nas novas definições, ainda
poderão ter seu saldo reconhecido até
2022, aplicando-se a eles um percentual
máximo que decrescerá ao longo dos
anos, até atingir 0 na data mencionada,
conforme quadro abaixo.
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Percentual 
máximo 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
Letras Financeiras e Créditos Tributários
• Como mencionamos acima, as características exigidas para que os títulos de
dívida sejam elegíveis a compor o patrimônio de referência das instituições se
tornaram mais rigorosas em Basileia III. A possibilidade de extinção/conversão
das dívidas é um dos exemplos dos pré-requisitos que foram adicionados.
Além disso, critérios mais rigorosos de subordinação e remuneração foram
definidos. Em meio a esse contexto, os critérios definidos no novo Acordo, se
considerados de forma rigorosa, não seriam atualmente observados por
nenhum dos títulos de dívida existentes no Brasil.
Letras Financeirase Créditos Tributários
• Assim, para fins de adequação aos novos critérios de elegibilidade dos títulos para composição do patrimônio
de referência, foi editada a MP n° 608/13, posteriormente convertida na Lei n° 12.838, em 9/7/13, que alterou
as características das Letras Financeiras, de modo que se tornem elegíveis a compor o capital complementar de
Nível I ou o capital de Nível II. Foram definidos novos critérios de subordinação, remuneração e a possibilidade
de extinção/conversão da dívida, em consonância com o estabelecido na Resolução nº 4.192/13, e foi
estendida a possibilidade de emissão desse título às demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB
(antes restrita às instituições financeiras).
• A MP permitiu a emissão de letras financeiras perpétuas, facultou a inclusão de cláusula de cancelamento do
pagamento de remuneração, previu a possibilidade de inclusão de uma cláusula de conversão da letra
financeira em ações e, por fim, concedeu ao CMN a possibilidade de estabelecer a ordem de preferência no
pagamento dos titulares desses títulos. Com isso, esses títulos passam a atender os critérios mínimos exigidos
em Basileia III e, portanto, poderão compor o patrimônio de referência das instituições financeiras emissoras.
Letras Financeiras e Créditos Tributários
• Além dessa alteração, a Lei n° 12.838, em 9/7/13, criou um mecanismo para aliviar o impacto que a exclusão
dos créditos tributários do patrimônio de referência – medida igualmente consonante ao refinamento do
capital previsto em Basileia III – poderia acarretar sobre as instituições brasileiras. Segundo a nova regra,
créditos tributários oriundos de prejuízo fiscal e que apresentem dependência de resultados futuros deveriam
ser excluídos do capital principal.
• Contudo, no que se refere especificamente aos créditos tributários decorrentes de diferenças temporárias
oriundas de provisão para crédito de liquidação duvidosa, a MP passa a permitir que as instituições (exceto
cooperativas de crédito e administradoras de consórcio) que tenham apurado prejuízo fiscal ou se encontrem
em situação de liquidação judicial ou extrajudicial solicitem o ressarcimento dos créditos presumidos, de modo
que o valor ressarcido seja incorporado ao lucro líquido da instituição no período subsequente. Com isso,
garante-se que esses créditos sejam “líquidos e certos”, ”uma vez que o seu aproveitamento pode ocorrer
independentemente da existência de lucratividade futura”, podendo, portanto, ser incorporados ao capital das
instituições.
Razão de Alavancagem
• Como mencionado anteriormente, a Razão de Alavancagem é considerada
uma das principais alterações promovidas por Basileia III e foi concebida como
uma forma de limitar quantitativamente a alavancagem das instituições
financeiras, inibindo sua exposição a graus de fragilidade financeira muito
elevados.
Razão de Alavancagem
O BCB publicou a metodologia para apuração da RA em 27/02/15, com a edição da Circular n° 3.748. Conforme disposto na norma, a RA é obtida 
pela divisão entre o Capital Nível I e a Exposição Total do conglomerado prudencial. Para cômputo deste indicador, são considerados como 
exposição:
• A aplicação de recursos financeiros em bens e direitos e o gasto ou a despesa registrados no ativo;
• Os adiantamentos concedidos não registrados no ativo;
• O valor de referência ajustado nas operações com derivativos de crédito e o ganho potencial futuro nas operações com instrumentos financeiros 
derivativos;
• O valor referente ao risco de crédito da contraparte em operações compromissadas e em empréstimos de títulos e valores mobiliários;
• O limite de crédito;
• O crédito a liberar; e
• A prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de 
terceiros.
Razão de Alavancagem
• Destaca-se que a norma do Banco Central determina que nenhum instrumento mitigador de risco de crédito
deve ser considerado para fins do cálculo da exposição.
• As informações sobre a Razão de Alavancagem deverão ser encaminhadas ao Banco Central e divulgadas por
cada instituição em relatórios periódicos. Para possibilitar a remessa dessa informação, houve a inclusão do
campo Razão de Alavancagem no documento 2061 – Demonstrativo de Limites Operacionais (DLO). Já no
contexto da divulgação de informações, deve-se publicar os dados sobre o indicador em um único local de
acesso público, além de estar em conjunto com as informações relativas à gestão de risco, à apuração do
montante dos ativos ponderados pelo risco e à apuração do Patrimônio de Referência.
• De acordo com o calendário proposto pelo Comitê de Basileia, este indicador deverá, a princípio, migrar para o
Pilar I a partir de 2019, constituindo uma exigência efetiva sobre o capital dos bancos a partir de então.
Indicador de Liquidez
• Dando continuidade à agenda de adaptação à Basileia III, o CMN editou, em
27/2/15, a Resolução 4.401 que trata dos limites mínimos do indicador de
Liquidez de Curto Prazo (LCR), bem como as condições necessárias ao seu
cumprimento. Esta medida entrou em vigor em outubro de 2015, e recai sobre
os bancos múltiplos, comerciais, de investimentos, de câmbio e as caixas
econômicas que possuem ativo total superior a cem bilhões de reais, além das
instituições que integram o conglomerado financeiro e que possuam, também,
ativo total superior a cem bilhões de reais, com potencial exclusão das
instituições que não se enquadrarem nos critérios descritos por três períodos
consecutivos.
Razão de 
Alavancagem
• Basicamente, o LCR corresponde à razão
entre o estoque de Ativos de Alta Liquidez
(HQLA) e o total de saídas líquidas de caixa
em um período estimado de 30 dias. Na
ausência de estresse financeiro, as
instituições deverão garantir que esta razão
atenda, diariamente, os seguintes limites
mínimos:
Limites Mínimos do 
LCR (em %)
Período de 
Adaptação
60% 1/10/15-31/12/15
70% 1/1/16-31/12/16
80% 1/1/17-31/12/17
90% 1/1/18-31/12/18
100% A partir de 1/1/19
Razão de Alavancagem
• A excepcionalidade resultante de LCR abaixo dos limites mínimos descritos será permitida
somente em momentos específicos e passíveis à análise da necessidade de liquidez e
utilização dos ativos líquidos. Nessa ocorrência, a instituição deverá informar ao BC: (i) os
motivos que levaram o LCR a atingir patamar inferior ao limite mínimo e se se trata de
condições idiossincráticas ou de mercado; (ii) em que medida cada uma das condições
tratadas no inciso I contribuiu para que o LCR atingisse patamar inferior ao limite mínimo; (iii)
o plano de contingência de liquidez, (Resolução nº 4.090/12, art. 5º, inciso V), detalhando a
disponibilidade de fontes contingentes de liquidez; e (iv) o plano de recuperação de liquidez,
que inclua previsão do período em que o LCR ficará abaixo do mínimo, os fluxos de caixa
previstos, as medidas adotadas e a adotar, bem como as fontes de recursos que se pretende
utilizar na recomposição do indicador.
Razão de Alavancagem
• As metodologias de cálculo são especificadas na Circular nº 3.749 (conforme 
alterada). Neste circular, define-se o conceito de HQLA, que é dividido em 
níveis 1, 2A e 2B, de acordo com a liquidez dos ativos, o conceito de saídas de 
caixa, além dos requerimentos de composição exigidos.
Razão de Alavancagem
• Por fim, de acordo com a Circular 3.761/15, as instituições descritas acima (bancos múltiplos, bancos 
comerciais, bancos de investimento, bancos de câmbio e caixas econômicas) devem ainda remeter 
mensalmente ao BCB as seguintes informações relativas a:
(I) indicador de LCR, definido pela Res. N° 4.401/13 e de apuração estabelecida pela Circ. 3.749/15 – a serem 
enviadas a partir da data-base de outubro de 2015 (procedimento de remessa dado pela Carta Circular 3.724/15) 
;
(II) exposição ao risco de liquidez, de que trata a Res. nº 4.090/12 - a serem enviadas a partir da data-base de 
março de 2016.
• Para instituições pertencentes a conglomerado prudencial as informações devem serapuradas em bases 
consolidadas e remetidas pela entidade líder. As demais instituições estão isentas do envio das informações 
que trata o item “(I)”, já aquelas descritas no item “(II)” devem ser enviadas a partir da data-base de junho de 
2016. 
Cooperativas de Crédito
• A complexidade de Basileia III torna a aplicação do Acordo às instituições
financeiras de menor porte, bem como as que possuam um escopo simples de
atuação, uma tarefa custosa e complicada. A partir do reconhecimento deste
fato, o BCB facultou às cooperativas de crédito a utilização de uma
metodologia simplificada para apuração dos ativos ponderados pelo risco,
reduzindo o custo regulatório para essas instituições, sem, contudo, abrir mão
de requerimentos de capital que garantam sua resiliência.
Cooperativas de Crédito
• Essa metodologia simplificada, estabelecida na Resolução nº 4.194/13, foi
denominada Regime Prudencial Simplificado (RPS) e suas principais
características são: o estabelecimento de um valor fixo para o adicional de
capital principal (2,5%) e a simplificação do cálculo do ativo ponderado pelo
risco total (RWARPS), ao considerar apenas a exposição ao risco de crédito
nessa conta, desobrigando, portanto, essas instituições de proceder aos
cálculos referentes ao risco de mercado e operacional (Circulares nºs 3.642/13
e 3.643/13, e Carta Circular n° 3.697/15).
Cooperativas de Crédito
• A cooperativa que quiser utilizar o RPS, contudo, deve atender a alguns critérios:
• Manter ativo total inferior a R$ 100 milhões (para cooperativas centrais de crédito);
• Ausência de exposição a ativos financeiros que impliquem risco de mercado;
• Ausência de operações de empréstimo de ativos;
• Ausência de determinadas operações compromissadas;
• Aplicação em fundos de investimento limitada a fundos de curto prazo, renda fixa ou referenciado 
DI, dentre outras características.
• Destaca-se ainda que questões sobre constituição de cooperativas de crédito, autorização, 
funcionamento e outras providências foram definidas pela Resolução 4.434 de agosto de 2015. 
	Basileia III no Brasil�
	O Acordo de Basileia III
	O Acordo de Basileia III
	O Acordo de Basileia III
	O Acordo de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Da crise à reforma: o arcabouço regulatório de Basileia III
	Basileia II para Basileia III 
	Basileia II para Basileia III 
	Número do slide 18
	Número do slide 19
	Basileia II para Basileia III 
	Basileia II para Basileia III 
	Basileia II para Basileia III 
	Basileia II para Basileia III 
	A aplicação de Basileia III no Brasil�Introdução�
	A aplicação de Basileia III no Brasil
	A aplicação de Basileia III no Brasil
	A aplicação de Basileia III no Brasil
	A aplicação de Basileia III no Brasil
	A aplicação de Basileia III no Brasil
	A aplicação de Basileia III no Brasil
	A aplicação de Basileia III no Brasil
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	 Requerimentos de Capital
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Número do slide 41
	Número do slide 42
	Número do slide 43
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Base de Apuração
	Cálculo do Patrimônio de Referência Exigido
	Cálculo do Patrimônio de Referência Exigido
	Cálculo do Patrimônio de Referência Exigido
	Número do slide 52
	Principais alterações no cálculo do ativo ponderado pelo risco
	Principais alterações no cálculo do ativo ponderado pelo risco
	Principais alterações no cálculo do ativo ponderado pelo risco
	Patrimônio de Referência
	Patrimônio de Referência
	Patrimônio de Referência
	Número do slide 59
	Patrimônio de Referência
	Número do slide 61
	Letras Financeiras e Créditos Tributários
	Letras Financeiras e Créditos Tributários
	Letras Financeiras e Créditos Tributários
	Razão de Alavancagem
	Razão de Alavancagem
	Razão de Alavancagem
	Indicador de Liquidez
	Razão de Alavancagem
	Razão de Alavancagem
	Razão de Alavancagem
	Razão de Alavancagem
	Cooperativas de Crédito
	Cooperativas de Crédito
	Cooperativas de Crédito

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