Buscar

Democracia e governos autoritários - Análise de conjuntura política

Prévia do material em texto

ENSINO MÉDIO INTEGRADO EM INFORMÁTICA PARA INTERNET 
INFORMÁTICA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DEMOCRACIA E GOVERNOS AUTORITÁRIOS 
ANÁLISE DE PRÁTICAS FASCISTAS E 
ANÁLISE DE CONJUNTURA POLÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho desenvolvido pelos alunos: 
Anna Bell P. Machado e 
Guilherme Feitosa 
Discente: Diego Veloso Gomes 
Disciplina: História 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palmas - TO 
Agosto/2020 
Etapa I - ​Diálogo e construção de respostas às questões, a partir da leitura do capítulo 
1 do livro Como as democracias morrem e do vídeo Explicando o Fascismo: 
 
1. Sob quais formas é possível subverter uma democracia? 
Nos últimos anos, o processo de subversão da democracia ocorre de maneira 
gradual. Este processo pode ocorrer através do “alargamento” das leis democráticas, 
pondo pessoas fiéis em cargos políticos importantes, auxiliando o líder na busca por 
brechas na lei e utilizando-as a favor de seu governo. 
Inicialmente, tais atos mostram-se insignificantes, não aparentando ameaça à 
democracia e possuindo viés legal. Assim, estas iniciativas governamentais são 
aprovadas pelo parlamento, utilizando de pretextos legítimos e fins benéficos à 
democracia. Contrária às aparências, estas ações são benéficas somente ao líder e à sua 
permanência no poder, e não à população ou à democracia. Desta maneira, passa de 
forma imperceptível à população a destruição de princípios democráticos, afinal, as 
eleições continuam a ser realizadas, os políticos de oposição ainda têm seus assentos 
no congresso e os jornais independentes ainda circulam. 
Com o passar do tempo, o líder amplia e expande seu domínio permanecendo 
por vários mandatos no poder, o governo mostra-se monopartidário, as eleições 
tornam-se banais, o jornalismo oculta a verdade, a constituição é dissolvida e o 
parlamento é corrompido, tornando-se tarde demais para enxergar as tendências 
autoritárias do governante e dificultando a reconstrução da democracia do país. 
 
2. Existe um clima propício para que governos democráticos caiam nas mãos de 
lideranças autoritárias? 
Aspirantes a autocratas costumam usar crises econômicas, desastres naturais e, 
sobretudo, ameaças à segurança populacional – guerras, insurreições armadas ou 
ataques terroristas – para justificar medidas antidemocráticas. Para demagogos 
cercados por restrições constitucionais, uma crise representa uma oportunidade para 
começar a desmantelar o inconveniente e ameaçador sistema de freios e contrapesos 
que vem com a política democrática. As crises permitem aos autocratas expandir seu 
espaço de manobra e se proteger de inimigos aparentes. 
Por exemplo, na Itália, antecedentes ao poder de Mussolini, uma greve geral 
demonstrava a situação caótica vivida no país. Além disso, ocorria um processo de 
divisão ideológica esquerdista. Os fascistas, liderados por Benito Mussolini, louvavam 
uma ação de combate contra os focos de articulação comunista e socialista, 
combatendo jornais, sindicatos e comícios da esquerda italiana. 
Outro exemplo, agora na Alemanha, que viveu uma intensa crise econômica 
(consequência da Grande Depressão de 1929), o descontentamento social com o 
regime democrático ineficaz e o temor de uma revolução socialista levaram a alta 
burguesia alemã, empresários e o clero a apoiarem a extrema direita, optando por 
extremistas de partidos como o Partido Nazista. 
3. Quais estratégias fascistas são usadas por lideranças autoritárias para conseguir 
apoio popular e chegar ao poder? E para se manter no poder? 
O fascismo parte de alguns princípios para alcançar o coração das pessoas, 
mexendo com o emocional e ganhando apoio popular. É importante que o líder 
autoritário possua uma ótima oratória, carisma e habilidade de persuasão, já que 
utilizará de discursos para chegar à população. Pensando nos princípios do fascismo, a 
nacionalização extrema dá o pensamento às pessoas de que vivem em um país 
poderoso e vencedor, criando amor pela pátria e pelos símbolos patrióticos. Em seus 
discursos, a liderança fascista pode também passar a imagem de homem forte e 
poderoso, mostrando para a população que estarão seguros neste governo. 
Para alcançar o cargo máximo de poder, há duas principais possibilidades de 
entrada para a liderança fascista: podem chegar ao poder através de eleições em uma 
legítima democracia (como Hugo Chávez na Venezuela), ou o atual governante 
entrega-lhe o poder em um ato de necessidade e desespero (como Adolf Hitler na 
Alemanha e Benito Mussolini na Itália). 
Por fim, após uma chegada de sucesso ao poder, com o objetivo de manter-se 
no topo, o líder fascista começa a impor o medo e ansiedade às pessoas, citando 
possíveis ameaças de guerra ou revoltas comunistas, por exemplo, assim, 
promovendo-se como o salvador da nação, transformando e canalizando toda essa 
angústia popular em lealdade e amor ao líder. 
Outra estratégia utilizada pela liderança fascista é a ocultação da verdade. 
Apenas existe democracia e igualdade a partir do momento que há um governo 
verdadeiro com o povo. Retirando a verdade, põe-se por terra um governo igualitário e 
democrático. Para se consolidar esta ideia, líderes fascistas atacam as universidades, 
retirando o pensamento crítico e a perspectiva fornecida neste ambiente estudantil, e é 
destruindo o sistema educacional que se torna possível a utilização de propaganda 
enganosa a respeito do líder e da nação, transformando toda a cultura da população. 
 
4. É possível a uma população que não apoia o autoritarismo votar em lideranças 
autoritárias? 
É totalmente possível, assim como ocorreu na Venezuela, um país que se 
orgulhava de ser a democracia mais duradoura da América do Sul. 
Após duas tentativas de golpe ao estado, Hugo Chávez mudou de curso, 
optando por buscar o poder pela via eleitoral. Com muito apoio popular e sua saída da 
prisão com a ajuda de Caldera, atual presidente, Chávez se transformou, da noite pro 
dia, de um ex-líder de golpe para um candidato presidencial viável. Hugo Chávez foi 
eleito por uma maioria de eleitores, mas há pouca evidência de que a Venezuela 
estivesse à procura de um ditador. Rafael Caldera explicou seus erros de maneira 
simples: “Ninguém pensava que o sr. Chávez tivesse a mais remota chance de se 
tornar presidente”. 
 
5. Comente os sinais elencados pelos autores para identificar o autoritarismo em 
candidatos. O que há de antidemocrático nos itens levantados? 
Em todas as democracias existem demagogos potenciais. Apesar disso, em 
alguns governos, lideranças políticas atentam-se aos sinais e tomam medidas para 
garantir que líderes autoritários não avancem ao centros do poder. 
A primeira medida a ser tomada é a observação do histórico antidemocrático 
do candidato. Alguns autoritários facilmente serão reconhecidos por seus atos claros 
contra a democracia. Outros, porém, não terão histórico antidemocrático algum antes 
de chegar ao poder. Para estes, foi desenvolvido um conjunto de quatro sinais de alerta 
contra governantes autoritários. Devemos nos preocupar quando políticos: 
i. “Rejeitam as regras democráticas do jogo”. A constituição é a lei moral 
de toda democracia. Violá-la ou propor medidas extraconstitucionais é 
um dos sinais mais claros de um governo com tendênciasautoritárias. 
ii. “Negam a legitimidade de seus oponentes políticos”. A oposição e a 
disputa partidária pelo poder é uma característica da democracia. Já um 
governo monopartidário representa uma característica de um governo 
autoritário. 
iii. “Toleram ou encorajam a violência”. A violência não deve ser tolerada 
em nenhum tipo de governo. Atos de violência ou alianças com 
gangues são características de um governo tendencioso ao fascismo. 
iv. “Indicam disposição para restringir liberdades civis de oponentes, 
incluindo a mídia”. A liberdade civil e da mídia é de suma importância 
para um governo democrático. Retirá-la significa retirar o direito de 
apoio e oposição à um governo ou representante, e, aos poucos, 
extinguir a democracia no país. 
Ações como a rejeição à constituição, negação à oponentes políticos, apoio à 
gangues armadas ou atos violentos e restrição da liberdade civil, entre outros, são 
antidemocráticos, pois contribuem, direta ou indiretamente, à totalidade dos poderes 
políticos, monopartidarismo, forças paramilitares e ocultação da verdade, entre outros 
pontos negativos favoráveis à um governo fascista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Etapa II ​-​ Análise de conjuntura: 
 
Governos autoritários 
 
Segundo o Índice da Democracia, pesquisa conduzida pela Economist Intelligence 
Unit e que monitora a situação da democracia mundo afora, um regime é caracterizado como 
sendo autoritário quando não se tem um pluralismo político estatal. Além disso, eleições não 
livres e justas, violações das liberdades civis, repressão às minorias e censura, são algumas 
características do autoritarismo, este que difere-se do totalitarismo por não obter total controle 
da população - podendo ser conquistado, muitas vezes, por meio de uma ideologia. O estudo 
mostra também, que muitos países que se encaixam nessas descrições são regidos por 
governos ditatoriais. 
Como podemos ver no panorama político mundial, já foi-se o tempo em que tropas 
armadas invadiam as ruas tomando órgãos e o Congresso e instituindo líderes para regerem o 
país. Não, pelo contrário. Hoje tornou-se muito comum a ascensão de líderes pelo viés 
democrático, que emergem através de eleições. Note que o fato de um presidente ser 
democraticamente eleito não assegura que o país não possa vir a ser submetido ao 
autoritarismo. Nem sempre há o verdadeiro conhecimento das personalidades eleitas e de suas 
reais intenções, e por vezes, a população lamenta tardiamente. 
Outra característica apontada para o autoritarismo é a visão de uma sociedade 
hierarquizada, com grupos que naturalmente devem ficar no poder, podendo ser um grupo de 
categoria social, como os militares, uma etnia específica, como nos fascismos, ou determinada 
classe social ou instituições, como alguma igreja, por exemplo. Nessa hierarquia, o líder 
enxerga seu poder como maior do que deveria ser. 
E resumindo, o que é então a democracia, que deve ser a base de um governo legítimo 
e justo? Nada mais é do que um regime ​que concede a liberdade de imprensa, o direito do 
indivíduo de expressar suas opiniões e a autonomia de formar um partido político. Além 
disso, determina a alternância de poder. 
 
Análise da vertente autoritária no Egito 
 
O país, que eu posso afirmar que foi cuidadosamente escolhido para esta presente 
análise de conjuntura política é o Egito, que se encontra, atualmente, num período conturbado 
da sua “democracia”. 
O Egito está entre os dez países mais desenvolvidos do continente africano e 
sobreviveu a uma ditadura por três décadas, e apesar da renúncia do ditador Hosni Mubarak 
em 2011, a população, sedenta por direitos e liberdades civis, não gozará do tão aclamado 
sonho de democracia plena, pelo menos não tão cedo pelo o que se pode observar. 
No dia 11 de fevereiro de 2011, jovens motivados pela onda de manifestações da 
Primavera Árabe foram às ruas protestar a favor da queda do então ditador Hosni Mubarak, 
que governou o país por 30 anos. Após a sua deposição, na eleição presidencial de 2012, a 
maioria dos egípcios votou por Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Porém, seu 
governo não perdurou, pois foi derrubado, um ano depois, por uma junta militar liderada pelo 
general Abdel Fattah Al-Sisi, que tornou-se o novo chefe de Estado, assumindo o comando do 
país em 2014 (Al-Sisi é o atual presidente do Egito). Muitos egípcios estavam confiantes no 
novo comandante do país, e é claro, com a derrocada da ditadura, a esperança floresceu 
naquele que parecia ser o homem que restauraria a democracia e a ordem, que retiraria o 
sentimento de medo do povo, que deteria o terrorismo. 
Infelizmente, o sonho de liberdade e democracia dos jovens manifestantes foi 
esmagado por um regime que persegue a oposição com mão de ferro...segundo dados, foram 
triplicadas as sentenças de morte e dobrou-se o número de execuções, nos anos de 2015 e 
2016. 
 
Abdel Fattah Al-Sisi 
 
“Uma vitória para Al-Sisi, uma derrota para a democracia” 
Al-Sisi foi eleito em 2014, com suspeitos 97,6% dos votos, após depor o islâmico 
Mohamed Morsi, presidente eleito democraticamente no Egito. Depois proibiu sua 
organização, a Irmandade Muçulmana, antes de convocar as eleições daquele ano. ​O fato é 
que a experiência democrática de 2012 terminou com uma onda repressiva que culminou em 
uma série de sentenças de morte a membros e dirigentes da Irmandade Muçulmana, além de 
violações dos direitos humanos em massa. Com a principal oposição colocada na ilegalidade e 
presa, as eleições se tornaram quase que um mero plebiscito para confirmar que Al-Sisi se 
tornaria o novo presidente. Seu governo é extremamente autoritário e apresenta muitas 
característica do fascismo, como veremos mais a seguir. 
Após a queda de Mohamed Morsi, Al-Sisi declarou: “Entre os militares, nós somos 
tão unidos como o coração de um homem e aderimos à democracia”. Sisi parecia estar se 
preparando como o salvador do Egito, seguindo os passos de Gamal Abdel Nasser na década 
de 1950. Nasser construiu um grande número de seguidores e um culto à personalidade no 
Egito e em todo o mundo árabe. 
 O que podemos dizer sobre as eleições que levaram o atual presidente ao poder é que a 
população, mesmo com o sentimento de medo e resignação, votaram em Al-Sisi ainda com a 
esperança de obterem um Estado que governe para o bem do seu povo. Segundo relatos de 
entrevistas populares realizadas antes das eleições de 2014, as opiniões a favor de Al-Sisi, 
mostravam-se favoráveis - “É um homem correto que não vai nos trair”; “Al Sisi entende as 
pessoas mais simples”; “Um grande homem, Al Sisi”; "Um muçulmano devoto"; "Um bom 
líder"; "Um militar". 
Robert Springborg, professor visitante do Departamento de Estudos de Guerra do 
King's College, em Londres, e especialista do Middle East Institute, afirmou que agora, desde 
que o atual presidente egípcio foi eleito, há menos liberdade do que na época em que o 
exército ascendeu pela primeira vez ao poder, em 1952. Ele ainda aponta que Al-Sisi é um 
neófito político que se sente ameaçado pela própria política e, por esse motivo, faz então opossível para silenciar quaisquer comportamentos que lhe causem implicações. 
 
Logo no início do mandato de Al-Sisi, os vestígios do autoritarismo e algumas 
características fascistas começaram a se manifestar. Em 2015 o regime egípcio deu um novo e 
preocupante passo em seu caminho autoritário com a aprovação de uma lei antiterrorismo que 
protege legalmente as forças de segurança, cria tribunais especiais e impõe severos limites à 
liberdade de imprensa. Uma legislação que, com a desculpa de perseguir a ameaça terrorista 
do fundamentalismo islâmico que já estava atuando no país, passou a servir para varrer 
qualquer tipo de oposição e liberdade de expressão. 
No primeiro ano do governo de Al-sisi, tropas da polícia egípcia apoiadas por veículos 
blindados invadiram duas das mais importantes universidades do país para reprimir protestos 
dos estudantes contra o governo do marechal-de-campo que assumira a presidência meses 
antes. Por conta disso intensificou-se as medidas de controle nas universidades na tentativa de 
evitar o ressurgimento de protestos por democracia. 
Ademais, logo nos primeiros anos de mando, Sisi apertou o cerco contra terroristas, 
mas também contra a própria população, perseguindo ativistas e jornalistas. Manifestações 
públicas se tornaram um evento raro, ainda mais porque ​os militares exercem controle direto, 
enquanto Al-Sisi considera a inteligência militar como principal suporte de seu governo. Daí, 
podemos ver outra característica de cunho fascista: a exaltação das forças militares. 
Além disso, falando sobre a censura e os ataques à liberdade de expressão (clara 
características dos governos fascistas) há alguns meses, em março, ​o Egito forçou a jornalista 
Ruth Michaelson do jornal britânico The Guardian a deixar o país após ter publicado uma 
matéria sobre um estudo científico que mostrava que o país teria, provavelmente, muito mais 
casos de coronavírus do que o governo tem confirmado oficialmente, fato que, se verídico, 
condiz com outra prática comum de governos fascistas autoritários: a negação da realidade e 
omissão de dados científicos e a perseguição a grupos e pessoas. 
 
No início da pandemia do novo coronavírus, a população se revoltou e acusou o 
presidente Al-Sisi de falhar em sua abordagem contra a crise crescente oriunda da nova 
doença. Muitos se questionam sobre o porquê do presidente ter demorado informar ao país 
sobre a ameaça do vírus. Campanhas online foram criadas como um apelo para um levante de 
vozes da população, e parte dessa chegou a afirmar que ambos, o presidente e o vírus, 
representam um grave perigo às vidas e ao futuro do povo egípcio. 
De acordo com Amr Khalifa, analista político egípcio, o que distingue Al-Sisi de 
Mubarak é que o ditador deposto se guiava por um senso estratégico das políticas doméstica e 
externa, já a política de Al-Sisi, por sua vez, depende da força e de sua aplicação, a exemplo, 
mais de 61 mil egípcios estavam em prisões apenas por suas convicções políticas. Esses são 
dados dos anos de 2014 a 2018, que correspondem ao primeiro mandato do presidente. 
 
Você pode estar se perguntando: Com todas as medidas antidemocráticas tomadas por 
Al-Sisi ao longo do seu primeiro mandato, como ele pôde ter sido reeleito em 2018, ainda 
mais com 97% dos votos? 
Sim, esse foi o resultado da eleição, porém, esse quantitativo foi de apenas 41,05% 
dos quase 60 milhões de eleitores. O general Al-Sisi ​obteve quase 22 milhões de votos, 
enquanto seu único adversário, Musa Mustafa Musa, recebeu um pouco mais de 656 mil, 
somando 2,92% dos votos. Porém, essas quantidades vêm a ser duvidosas, pois há fortes 
suspeitas de compra de votos. 
Musa, presidente do partido liberal Al Ghad, é considerado um aliado de Sisi. Ele não 
participou de comícios durante a campanha eleitoral e quase não fez propaganda para se 
tornar mais conhecido da população. Outros candidatos fortes da oposição abandonaram a 
corrida eleitoral no início do ano. O principal adversário foi preso e seu gerente de campanha 
espancado, enquanto outros candidatos desistiram de concorrer sob circunstâncias obscuras. 
Creio que isso responde a pergunta. 
 
O Egito, hoje, se encontra mais configurado como uma ditadura. Aliado a militares e 
com parentes ocupando cargos importantes, o presidente Al-Sisi vai aplicando sucessivas 
medidas antidemocráticas que apenas ratificam a falta de legitimidade de seu governo. 
Pode-se dizer que as atitudes tomadas pelo Egito não envolvem somente a liberdade política, 
mas também o desempenho econômico. Mesmos nos anos de crise mais severa, o presidente 
cercou-se de pessoas incapazes de controlar a economia do país. 
Mais recentemente, no ano de 2019, um conjunto de emendas constitucionais foram 
aprovadas, (com 88% de votos de 44% da participação popular) definindo a permanência de 
Al-Sisi no poder até 2024, isso infere que ele poderá concorrer às eleições de 2024 e governar 
até 2030. Além disso, foi aprovado um controle maior do poder Executivo sobre o Judiciário 
e uma maior participação das Forças Armadas na política. Com essa aprovação, a posição de 
Al-Sisi está mais forte do que qualquer outro presidente desde a revolução de 1952. Assim 
sendo, com esta emenda constitucional, ele garantiu não só a prorrogação do seu mandato até 
2030, mas também um poder incomparável. 
Concluindo, segundo as informações e dados citados acima, notamos, além das 
explicitadas, outras características expressivas de autoritarismo e fascismo na gestão do atual 
presidente do Egito. Além de estar à frente de um poderoso exército, Al-Sisi estendeu seu 
poder para além do esperado. A população, antes esperançosa, observa com medo e apreensão 
o desenrolar desse período político extremamente autoritário com potencial para vir a se 
tornar uma ditadura muito mais severa que a de Mubarak, que se estendeu de 1981 a 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas - Etapa I 
 
FRANCO, Augusto de. Como as democracias morrem - Subvertendo a democracia. Dagobah, 
Inteligência Democrática, Brasil, 25 de dez de 2018. Disponível em: 
<​http://dagobah.com.br/como-as-democracias-morrem-4-subvertendo-a-democracia/​>Acesso 
em: 01 de set de 2020. 
SOUSA, Rainer. Hitler. Brasil Escola, Brasil. Disponível em: 
<​https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hitler.htm​> Acesso em: 01 de set de 2020. 
ASCENSÃO DE HITLER AO PODER. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: 
Wikimedia Foundation, 2020. Disponível em: 
<​https://pt.wikipedia.org/wiki/Ascens%C3%A3o_de_Hitler_ao_poder​>. Acesso em: 01 de set 
de 2020. 
ESCOLA, Equipe Brasil. "Fascismo na Itália"; Brasil Escola. Disponível em: 
<​https://brasilescola.uol.com.br/historiag/fascismo.htm​>. Acesso em 01 de set de 2020. 
NEVES, Daniel. Benito Mussolini: Origem, política e fascismo. Mundo Educação, Brasil. 
Disponível em: <​https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/benito-mussolini.htm​> 
Acesso em 01 de set de 2020. 
HUGO CHÁVEZ. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 
2020. Disponível em: <​https://pt.wikipedia.org/wiki/Hugo_Ch%C3%A1vez >Acesso em: 01 
de set de 2020. 
 
Referências bibliográficas - Etapa 2 
 
CRAVEIRO, Rodrigo. Egito: Sonhode liberdade deu lugar a regime militar opressivo. 
Correio Braziliense, Brasília, 11 de fev de 2018. Disponível em: 
<​https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2018/02/11/interna_mundo,65918
3/egito-sonho-de-democracia-deu-lugar-a-regime-militar-opressivo.shtml​> Acesso em: 30 de 
ago de 2020. 
EGITO: TROPAS INVADEM DUAS UNIVERSIDADES PARA REPRIMIR PROTESTOS. 
Diário do litoral, Santos, 12 de out de 2014. Disponível em: 
<​https://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/egito-tropas-invadem-duas-universidades-para-
reprimir-protestos-contra/43744/​> Acesso em: 30 de ago de 2020. 
ROTH, Nicole. Como líderes e regimes autoritários se consolidam no poder. Beta Redação, 
São Leopoldo, 23 de maio de 2019. Disponível em: 
<​https://medium.com/betaredacao/para-cada-sociedade-autorit%C3%A1ria-seu-pr%C3%B3p
rio-l%C3%ADder-autorit%C3%A1rio-7a4b0e6f42ff​ > Acesso em: 30 de ago de 2020. 
OPOSIÇÃO NO EGITO DENUNCIA QUE GOVERNO DE SISI É TÃO PERIGOSO 
QUANTO CORONAVÍRUS. Monitor do Oriente, Reino Unido, 23 de mar de 2020. 
Disponível em: 
<​https://www.monitordooriente.com/20200323-oposicao-no-egito-denuncia-que-governo-de-
sisi-e-tao-perigoso-quanto-coronavirus/​>Acesso em: 30 de ago de 2020. 
 
http://dagobah.com.br/como-as-democracias-morrem-4-subvertendo-a-democracia/
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hitler.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ascens%C3%A3o_de_Hitler_ao_poder
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/fascismo.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/benito-mussolini.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hugo_Ch%C3%A1vez
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2018/02/11/interna_mundo,659183/egito-sonho-de-democracia-deu-lugar-a-regime-militar-opressivo.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2018/02/11/interna_mundo,659183/egito-sonho-de-democracia-deu-lugar-a-regime-militar-opressivo.shtml
https://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/egito-tropas-invadem-duas-universidades-para-reprimir-protestos-contra/43744/
https://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/egito-tropas-invadem-duas-universidades-para-reprimir-protestos-contra/43744/
https://medium.com/betaredacao/para-cada-sociedade-autorit%C3%A1ria-seu-pr%C3%B3prio-l%C3%ADder-autorit%C3%A1rio-7a4b0e6f42ff
https://medium.com/betaredacao/para-cada-sociedade-autorit%C3%A1ria-seu-pr%C3%B3prio-l%C3%ADder-autorit%C3%A1rio-7a4b0e6f42ff
https://www.monitordooriente.com/20200323-oposicao-no-egito-denuncia-que-governo-de-sisi-e-tao-perigoso-quanto-coronavirus/
https://www.monitordooriente.com/20200323-oposicao-no-egito-denuncia-que-governo-de-sisi-e-tao-perigoso-quanto-coronavirus/
WALSH, Declan. ​Outside Egypt, Critics Speak Freely. Inside, Families Pay the Price. The 
New York Times, New York, 14 de mai de 2020. Disponível em: 
<​https://www.nytimes.com/2020/05/14/world/middleeast/egypt-critics-arrests.html​>Acesso 
em: ​30 de ago de 2020. 
GÓMEZ, Juan. O Egito vota entre a resignação e medo. El País, Madrid, 26 de mai de 2014. 
Disponível em: 
<​https://brasil.elpais.com/brasil/2014/05/25/internacional/1401048030_746028.html​> Acesso 
em: 30 de ago de 2020. 
EL-SISI COULD STAY IN POWER UNTIL 2030 UNDER EGYPT PLAN. The New York 
Times, New York, 16 de abril de 2019. Disponível em: 
<​https://www.nytimes.com/2019/04/16/world/middleeast/el-sisi-egypt-constitution.html​> 
Acesso em: 30 de ago de 2020. 
UM EGITO mais autoritário. El País, Madrid, 21 de ago de 2015. Disponível em: 
<​https://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/21/opinion/1440177869_380397.html​> Acesso em: 
30 de ago de 2020. 
SHAMOO, Adil. A escolha fatídica do Egito: Democracia ou autoritarismo?. Epoch Times, 
New York, 12 de fev de 2014. Disponível em: 
<​https://www.epochtimes.com.br/escolha-fatidica-egito-democracia-autoritarismo/​>Acesso 
em: 30 de ago de 2020. 
KNIPP, Kersten. Os "tentáculos" de Al-Sisi: Novo líder da política externa no mundo árabe?. 
DW Made for Minds, Berlim, 29 de abril de 2019. Disponível em: 
<​https://www.dw.com/pt-002/os-tent%C3%A1culos-de-al-sisi-novo-l%C3%ADder-da-pol%
C3%ADtica-externa-no-mundo-%C3%A1rabe/a-48530674​>Acesso em: 30 de ago de 2020. 
SISI PODE COMANDAR O EGITO ATÉ 2030. DW Made for Minds, Berlim, 16 de abril de 
2019. Disponível em: 
<​https://www.dw.com/pt-br/sisi-pode-comandar-egito-at%C3%A9-2030/a-48364281​> 
Acesso em: 30 de ago de 2020. 
SISI É REELEITO PRESIDENTE DO EGITO COM 97% DOS VOTOS. DW Made for 
Minds, Berlim, 02 de abril de 2018. Disponível em: 
<​https://www.dw.com/pt-br/sisi-%C3%A9-reeleito-presidente-do-egito-com-97-dos-votos/a-4
3227654​>Acesso em: 30 de ago de 2020. 
 
 
https://www.nytimes.com/2020/05/14/world/middleeast/egypt-critics-arrests.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2014/05/25/internacional/1401048030_746028.html
https://www.nytimes.com/2019/04/16/world/middleeast/el-sisi-egypt-constitution.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/21/opinion/1440177869_380397.html
https://www.epochtimes.com.br/escolha-fatidica-egito-democracia-autoritarismo/
https://www.dw.com/pt-002/os-tent%C3%A1culos-de-al-sisi-novo-l%C3%ADder-da-pol%C3%ADtica-externa-no-mundo-%C3%A1rabe/a-48530674
https://www.dw.com/pt-002/os-tent%C3%A1culos-de-al-sisi-novo-l%C3%ADder-da-pol%C3%ADtica-externa-no-mundo-%C3%A1rabe/a-48530674
https://www.dw.com/pt-br/sisi-pode-comandar-egito-at%C3%A9-2030/a-48364281
https://www.dw.com/pt-br/sisi-%C3%A9-reeleito-presidente-do-egito-com-97-dos-votos/a-43227654
https://www.dw.com/pt-br/sisi-%C3%A9-reeleito-presidente-do-egito-com-97-dos-votos/a-43227654

Continue navegando