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FISIOLOGIA RENAL Anatomia Funcional Geral dos Rins . INTRODUÇÃO . ● O rim não é simplesmente um órgão excretor, mas um órgão REGULADOR. FUNÇÕES DOS RINS: ● Regulador da osmolaridade. ● Regulador do volume corporal e da hemodinâmica. ● Responsável pelo balanço eletrolítico e ácido-básico⇒ sódio, potássio, cálcio, cloro, etc. ● Excreção dos produtos terminais do metabolismo: ureia advinda dos aminoácidos, ácidos nucleicos dos ácido úrico e creatinina advinda dos músculos. ● Excreção de substâncias estranhas ao organismo. ● Gliconeogênese. ● Produção de: ○ RENINA: responsável pelo start no Sistema Renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), que irá regular a pressão arterial e o balanço do sódio-potássio. ○ VITAMINA D (calcitriol): responsável pela absorção de cálcio no intestino e pela regulação da reabsorção óssea (ossificação do osteóide, juntamente com o paratormônio), além de colaborar para a inibição do paratormônio (PTH) e contribuir para a absorção de cálcio e fosfato nos rins. ○ ERITROPOETINA: hormônio que estimula a produção eritrocitária na medula óssea. . ANATOMIA RENAL . ● Os rins são órgãos paravertebrais e retroperitoneais. ● O rim possui a parte do córtex e a parte medular. ● CÓRTEX: mais externo. Ele é mais escuro do que a medula renal subjacente, porque recebe mais de 90% da vascularização renal. ● MEDULA: mais central, onde estão localizadas as pirâmides renais. ● As pirâmides renais possuem formato de cone, com uma base mais voltada para a borda corticomedular e o ápice voltado para a papila renal, que limita o início do cálice menor. ● São nas pirâmides que são encontradas os néfrons (as unidades funcionais onde será de fato produzida a urina). ● A urina produzida no néfron da pirâmide renal segue o seu caminho de modo que passa pelo cálice menor ⇒ cálices maiores ⇒ pelve renal (formato de funil) ⇒ ureter ⇒ até a bexiga e de lá é excretada do organismo, através da micção. . VASCULARIZAÇÃO . ● O fluxo sanguíneo dos 2 rins corresponde a normalmente 22% do débito cardíaco. ● A aorta abdominal se ramifica e dá origem às artérias renais, que se ramificam em artérias segmentares, que, por sua vez, se ramificam em interlobares, em seguida, arqueadas e acabam em artérias interlobulares. ● O glomérulo é formado por arteríolas aferentes e eferentes (advindas das artérias interlobulares) que darão início ao néfron. ● A arteríola glomerular aferente é por onde entra o sangue e se inicia o emaranhado, enquanto que a arteríola glomerular eferente é por onde sai o sangue. ● O glomérulo é composto por vasos especialmente finos e frágeis (capilares glomerulares), sustentados pela presença da cápsula glomerular. . O NÉFRON . ● Cada rim humano contém cerca de 800 mil a 1 milhão de néfrons, que não são passíveis de regeneração. ● Cada néfron contém um glomérulo e um longo túbulo, responsáveis pelo processo de formação da urina. ● A urina é formada a partir de 3 passos fundamentais: (1) filtração glomerular; (2) reabsorção de substâncias dos túbulos renais para o sangue; (3) secreção de substâncias do sangue para os túbulos renais. . CÁPSULA DE BOWMAN . ● A cápsula glomerular (ou cápsula de Bowman) é o início do néfron. ● Essa cápsula é formada por dois folhetos: um folheto parietal e um visceral. ○ FOLHETO PARIETAL: mais externo, responsável por receber o fluxo filtrado a partir do glomérulo ○ FOLHETO VISCERAL: está aderido ao glomérulo na forma de podócitos e processos podocitários. ● O líquido filtrado (chamado filtrado glomerular) é essencialmente livre de proteínas e desprovido de elementos celulares como as hemácias. A BARREIRA GLOMERULAR: ● Associado a membrana basal e as células epiteliais dos vasos do glomérulo, forma-se a barreira glomerular. ● O endotélio capilar é parte dessa barreira glomerular e tem função de inibir a passagem de proteínas, sendo composta por células sanguíneas. ● A membrana basal também compõe a barreira glomerular e impele proteínas de cargas negativas. ● Os podócitos são responsáveis por barrar macromoléculas. ● Dessa forma, é possível compreender que o processo de filtração na barreira glomerular se baseia tanto no fator do tamanho da molécula filtrada como também da sua carga. ● OBS: proteínas são, além de grandes, carregadas negativamente ⇒ proteínas não devem passar pela barreira glomerular! A REGULAÇÃO DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG): ● A intenção é sempre manter essa taxa de filtração glomerular constante. ● Os pequenos vasos (arteríolas) que compõem o glomérulo são extremamente frágeis e não devem ser submetidos, por exemplo, a recepção de altas pressões sanguíneas ⇒ evitar lesões glomerulares. ● Ao mesmo tempo, também devem ser evitadas as baixas pressões. ● Esse processo de controle da pressão nos capilares glomerulares e peritubulares é feito a partir de modificações da resistência das arteríolas aferente e eferente. ● Desse modo, são reguladas a intensidade da filtração glomerular, a reabsorção tubular ou de ambas, de acordo com a demanda homeostática. ● A aferição da taxa de filtração glomerular geralmente é feita a partir da creatinina. CREATININA: ● É um produto do metabolismo da musculatura esquelética, sendo filtrada livremente no espaço de Bowman. Porém, uma pequena quantidade de creatinina é secretada pelo sistema coletor do túbulo contorcido proximal (TCP), o que exige um reajuste na hora da avaliação da taxa de filtração glomerular (TFG) diante da dosagem de creatinina. ● A estimativa da creatinina é essencial para avaliar estágios de doenças renais crônicas e para reajuste de doses na terapêutica. . TÚBULOS NÉFRICOS . TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL (TCP): ● Se situa na zona cortical renal. ● Possuem uma membrana apical bastante ampliada, com várias microvilosidades (borda em escova). ● Possuem característica prioritariamente absortiva. ● Tem uma membrana basolateral invaginada com presença de muitas mitocôndrias. ● Grande absorvedor de sódio. ● A maior absorção de sódio é potencializada a partir da absorção de cloreto (na 2° porção) e bicarbonato (na 1° porção), que possuem cargas negativas. ● Além da absorção do sódio, tem-se intensa absorção de glicose, fosfato, ácido úrico, e ainda, proteínas (das poucas que conseguem passar pelo glomérulo). ALÇA DE HENLE: ● É constituída por um ramo descendente e um ascendente. ● As paredes do ramo descendente e da parte inferior do ramo ascendente são muito delgadas e, portanto, são denominadas segmento delgado da alça de Henle. ● É na alça de Henle que está a mácula densa ⇒ na porção espessa, na divisória com o túbulo contorcido distal ⇒ células epiteliais especializadas⇒ controle da absorção do sódio. ● Na porção descendente, tem-se uma importante absorção de água e uma baixa absorção de eletrólitos. ● Na porção ascendente, tem-se grande absorção de eletrólitos, e não de água ⇒ é onde age a Furosemida (diurético de alça), inibindo a bomba de sódio-potássio-2 cloros. ● A bomba Na-K-2Cl é responsável pelo transporte ativo e absorção de sódio, potássio e cloro. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL: ● É onde ocorre a absorção de 5% do sódio. ● Onde os tiazídicos agem. ● Presença da bomba de sódio e cloro (Na-Cl). ● Principal sítio de regulação tubular do cálcio, sob a ação do paratormônio (PTH). TÚBULO COLETOR: ● Constituído por duas porções: uma porção cortical (mais externa) e a porção medular (mais interna), com funções diferentes. ● Na porção cortical, é onde está a bomba da aldosterona ⇒ sistema Renina-angiotensina- aldosterona. ● A função da aldosterona é a estimulação da absorção de sódio e excreção de potássio e hidrogênio. ● Na porção medular, tem-se ação do ADH (hormônio antidiurético) que irá agir reabsorvendo água através das aquaporinas.
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