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Segurança e gestão de riscos nas atividades de aventura

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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/ 
 
SEGURANÇA E GESTÃO DE RISCOS NAS ATIVIDADES DE AVENTURA 
 
1AURICCHIO, José Ricardo 
 
RESUMO 
A prática de atividades de aventura ou esportes radicais vem crescendo muito nas 
últimas décadas e muitas vezes são praticadas por pessoas inexperientes que colocam em risco 
a vida de amigos e clientes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o risco nas 
atividades de aventura e realizar um levantamento parcial sobre normas e leis de segurança 
para atividades e esportes de aventura, a fim de nortear a formação e atuação dos 
profissionais. Como procedimento metodológico, esta pesquisa tem o caráter exploratório 
através de pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Existem leis e normas técnicas que 
regem as atividades de aventura, porém são mais voltadas ao turismo. Exemplos de análise de 
risco são colocados para que o leitor possa ter uma introdução prática sobre o tema. Os 
profissionais devem receber treinamento adequado e aplicar as normas em suas atividades. 
 
Palavras-Chaves: Esportes Radicais, Atividades de Aventura, Segurança, Risco 
 
Safety and risk management in adventure activities 
 
SUMMARY: The practice of adventure activities or extreme sports has been growing a lot in 
the last few decades and are often practiced by inexperienced people who endanger the lives 
of friends and customers. Thus, the objective of this work was to characterize the risk in 
adventure activities and perform a partial lifting on standards and security laws to activities 
and adventure sports, in order to guide the formation and activities of professionals. As 
methodological procedure, this research has the exploratory character through bibliographical 
research and documentary research. There are laws and technical standards governing the 
adventure activities, but are more geared to tourism. Examples of risk analysis are placed so 
that the reader can have a practical introduction on the topic Professionals should receive 
adequate training and apply the standards in their activities. 
 
Keywords: Radical Sports; Adventure Activities; Security; Risk 
 
 
Seguridad y gestión de riesgos en actividades de aventura 
 
RESUMEN: La práctica de actividades de aventura o deportes extremos ha crecido mucho en 
las últimas décadas y a menudo son practicadas por personas inexpertas que ponen en peligro 
las vidas de amigos y clientes. Así, el objetivo de este trabajo fue caracterizar el riesgo en 
 
1 Professor Mestre em Educação física 
Doutorando em Ciências do Movimento Humano – UNIMEP – SP 
Professor Universitário – USCS, FNC/Estácio, FMS 
e-mail de contato: prof.auricchio@hotmail.com 
http://www.efdeportes.com/
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/ 
 
actividades de aventura y realizar un levantamiento parcial de las normas y leyes de seguridad 
a las actividades y deportes de aventura, para orientar la formación y actividades de los 
profesionales. Como procedimiento metodológico, esta investigación tiene el carácter 
exploratorio a través de investigación bibliográfica y documental. Existen leyes y normas 
técnicas que rigen las actividades de aventura, pero están más orientados al turismo. Ejemplos 
de análisis de riesgos se colocan para que el lector puede tener una introducción práctica sobre 
el tema Los profesionales deben recibir una formación adecuada y aplicar las normas en sus 
actividades. 
 
Palabras clave: Deportes Radicales; Actividades de Aventura; Seguridad; Riesgo 
 
INTRODUÇÃO 
 
De acordo com ABETA e MTUR (2009) a partir do início dos anos 1990, houve 
crescimento significativo na oferta de atividades de Turismo de Aventura no Brasil e, 
consequentemente, aumento da preocupação do setor com os aspectos relacionados à 
segurança. Nesse cenário, o Ministério do Turismo liderou uma iniciativa para organizar e 
estruturar melhor o segmento e torná-lo prioritário quando o assunto fosse qualificação e 
políticas públicas para o desenvolvimento do turismo brasileiro. 
 As diversas atividades do Turismo de Aventura são bem complexas, com níveis de 
risco e incidência de diversos perigos, que, por consequência, podem causar acidentes das 
mais diversas gravidades. O número de acidentes vinha crescendo juntamente com o 
crescimento da atividade, o que fez necessário buscar formas de aumentar a segurança dos 
produtos oferecidos e baixar os índices dessas ocorrências (ABETA e MTUR, 2009). 
A cidade de Brotas foi a primeira a normatizar as atividades de aventura já nos anos de 
1990, sendo que no início dos anos 2000, mais precisamente a partir de 2002 a ABETA 
(Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), em parceria com 
o MTUR (Ministério do Turismo) e com a ABNT (Associação Brasileira de Normas 
Técnicas) começaram a estudar a normatização das atividades de Turismo de Aventura 
através de GT’s (Grupos de Trabalho) compostos por profissionais do setor e da academia. 
Nos anos seguintes foram então criadas normas técnicas para diversos segmentos do 
turismo de aventura que pudessem nortear a formação e a atuação desses profissionais que são 
denominados de guias, condutores, monitores ou instrutores. Porém, não há um órgão de 
fiscalização para gerenciar tais normas e se as empresas as seguem ou não. 
O que temos é o Programa Aventura Segura iniciado em 2006 implementado pela 
ABETA que resultou da parceria do MTUR com o SEBRAE, com o propósito de estruturar, 
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qualificar, certificar e fortalecer a oferta desses segmentos, onde ao se adequarem dentro do 
programa as empresas recebem uma certificação pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade, órgão ligado ao INMETRO (ABETA e MTUR, 2009). 
De acordo com a literatura, podemos constatar que as atividades de aventura não se 
restringem apenas as atividades de turismo de aventura propostas nas normas da ABNT. 
Existe uma gama de atividades praticadas em ambientes externos e internos, na natureza e na 
cidade que não estão contempladas em tais normas e em nenhuma outra publicada. 
Associações, federações e confederações nacionais e internacionais estão surgindo 
para organizar as modalidades que em muitos casos se tornaram modalidades esportivas com 
regras universais e campeonatos, isso em se tratando das novas modalidades como parkour, 
slack line, stand up paddle citando apenas algumas, pois modalidades mais antigas como 
paraquedismo, mergulho, surf, escalada entre outras, já tem a muito tempo sua organização. 
O objetivo deste trabalho é caracterizar o risco nas atividades de aventura e realizar 
um levantamento parcial sobre normas e leis de segurança para atividades e esportes de 
aventura, a fim de nortear a formação e atuação dos profissionais. 
Como procedimento metodológico, esta pesquisa tem o caráter exploratório através de 
pesquisa bibliográfica no banco de teses e dissertações da CAPES e nas bibliotecas da USP, 
UNICAMP e UNIMEP e em sites de artigos científicos. 
A pesquisa documental fez-se necessária também para contemplar as normas técnicas 
ABNT – CB54 que trazem as questões sobre turismo de aventura, além de leis pertinentes ao 
setor. 
 
SEGURANÇA, RISCO E AVENTURA 
Spink e Spink relatam que a aventura e o perigo sempre foram experimentados na 
evolução do ser humano, haja vista as migrações, explorações e navegações, velhas 
companheiras de nossa espécie (2009, p. 21). 
Segundo Betrán, um dos autores de referência nas atividades de aventura, as atividades 
físicas e desportivas de risco não são apenas uma maneira de se colocar fisicamente em jogo 
com o prazer da prova; elas participam da elaboraçãocontemporânea da identidade, quer 
dizer, da relação consigo mesmo e com os outros dentro do contexto do individualismo 
contemporâneo (2003). 
Com isso surge cada vez mais a preocupação com as questões relacionadas a 
segurança nas práticas das atividades de aventura. 
 
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Conceituar os termos mais utilizados é em nosso entendimento a melhor maneira de 
começarmos a entender sobre segurança, risco e aventura: Segurança (isenção de riscos 
inaceitáveis de danos); Perigo (fonte ou situação com potencial para provocar danos); Risco 
(combinação da probabilidade da ocorrência de determinado evento); Consequência 
(resultado de um evento); Probabilidade (grau de possibilidade de que um evento ocorra); 
Áreas de risco (são as áreas com risco significativo de quedas, escorregões, afogamento e 
outros perigos relacionados a prática do turismo de aventura) (ABETA e MTUR, 2009). 
As experiências de aventura estão associadas a riscos inerentes. Estes riscos referem-
se a probabilidade de consequências prejudiciais ou perdas (morte, lesões, danos a 
propriedades e aos meios de subsistência, danos mentais e sociais, perturbação da atividade 
econômica), que resultam da interação entre perigos naturais, induzidos por atividade humana 
e condições de vulnerabilidade (UNISDR, 2009). 
Considera-se que o risco funciona como estímulo e fonte de emoções prazerosas para 
os indivíduos envolvidos ou atraídos pelas atividades de aventura. Estes fatores fisiológicos 
do estímulo do prazer têm sido muito discutidos por autores como Neulinger, McCabe e 
Walle (RICHARD, ALAMINO, SIMÕES, 2007). 
Pimentel (2010) diz que quanto ao risco nas atividades de aventura, é interessante 
observar que envolvem não somente (ou sequer principalmente) um risco real, mas, também, 
um risco assumido, visto que existem elementos sensíveis e racionais que contribuem para seu 
controle. Logo, o risco é um componente constituinte da opção pelo esporte de aventura. 
Quanto menos discrepância houver entre o risco percebido e o risco real, menos perigosa se 
torna a vivência dessa prática corporal. 
A existência de fatores de risco não faz da atividade de aventura um programa 
potencialmente perigoso, mesmo que imprevistos possam acontecer. É a combinação de 
diferentes fatores e a maneira como são gerenciados que podem elevar enormemente a 
probabilidade de uma perda potencial ou de um acidente se concretizar (RICHARD, 
ALAMINO, SIMÕES, 2007). 
David Le Breton trata a relação do homem com o risco como um jogo de vida e morte, 
para o desenvolvimento de si. As atividades físicas e desportivas de risco não são somente 
uma maneira de se colocar fisicamente em jogo com o prazer da prova, é primeiramente a 
paixão por si mesmo onde se busca o sentido, os valores, o próprio lugar no mundo, mas com 
justiça, sem confrontar com as regras comuns da sociedade que fazem profanar sobre 
existências superprotegidas por regulamentos sociais (LE BRETON, 2010). 
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Para que o risco seja controlado surgem através de estudos sistemas para garantir a 
segurança e controlar o risco das atividades de aventura. 
 
SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E GERENCIAMENTO DE RISCO 
 
Ao falarmos sobre as questões de segurança utilizaremos as normas técnicas para 
turismo de aventura da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que delimita 
normas específicas para turismo de aventura, gestão de segurança e gerenciamento de risco. 
As Normas Técnicas para Turismo de Aventura tem grande enfoque em sistemas de 
gestão de segurança e gerenciamento de risco, desde a saída dos clientes da agência, trajeto ao 
local da atividade, movimentação em áreas de risco durante a atividade, sendo a segurança do 
grupo responsabilidade do responsável pela operação. 
Um sistema de gestão de segurança (SGS) deve prevenir os acidentes por meio de 
análises de riscos detalhadas, deve também implementar programas de prevenção de acidentes 
e ter um plano de atendimento a emergência para socorrer vítimas. O SGS envolve as 
operadoras de turismo de aventura, receptivos e atrativos turísticos organizados. Todos os 
envolvidos devem ser treinados para que garantam a própria segurança, dos colegas e dos 
clientes (ABETA, 2007). 
Em se tratando da gestão de riscos, conforme estabelecido na NBR15331 de 2006 e 
substituída pela ABNT NBR ISO 21101 de 2014 é necessário realizar uma avaliação dos 
perigos existentes na sua operação e realizar uma análise de riscos, conforme estabelecido na 
norma. Além disso, há uma certificação em Sistema de Gestão de Segurança que as empresas 
podem implementar, tendo que cumprir vários requisitos e passar por uma auditoria de 
certificação. 
De acordo com a norma, Todo PERIGO gera pelo menos um RISCO, mas há situações 
em que o perigo pode gerar mais que um risco. Lembrando que perigo – fonte ou situação 
com potencial para provocar danos e risco – combinação da probabilidade da ocorrência de 
determinado evento, conforme a tabela 1. 
 
 
 
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Tabela1. Exemplo de perigos e riscos da atividade de rapel. 
 
Fonte: ABETA, 2007 
 
Todo PERIGO identificado tem uma PROBABILIDADE de ocorrer, assim como todo 
RISCO gera uma CONSEQUÊNCIA, ou seja, PERIGO => PROBABILIDADE e RISCO 
=> CONSEQUÊNCIA, conforme a tabela 2. 
 
 Tabela 2. Exemplo de probabilidade e consequência 
 
Fonte: ABETA, 2007 
 
Com base no exemplo da atividade do rapel a tabela 3 relaciona as tabelas 1 e 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 3. Exemplo de perigos e sua probabilidade e riscos e sua consequência. 
 
Fonte: ABETA, 2007 
 
 Selecionamos alguns passos que constam no Manual de boas práticas de sistema de 
gestão da segurança da ABETA (2009). Agora tente levar estes conhecimentos para a sua 
realidade. Tente identificar os perigos e os riscos relativos as atividades que você 
desempenha. Para isso, siga os passos a seguir: 
• 1° PASSO. Separe a atividade em partes (deslocamento até o local, execução da 
atividade, deslocamento de retorno) se for o caso você pode dividir a etapa execução 
da atividade, como por exemplo em uma atividade de arvorismo, onde você pode 
identificar os perigos e riscos de cada trecho do circuito. 
• 2° PASSO. Identifique os perigos (lembre-se que perigo é a causa, é o que pode 
ocorrer durante a atividade). 
• 3° PASSO. Identifique os riscos (lembre-se risco é a consequência, é o que pode 
ocorrer com o cliente). Para cada perigo podem ocorrer um ou mais riscos. 
• 4° PASSO. Avalie o contexto e estabeleça as probabilidades de cada perigo (neste 
ponto pense só nos perigos, não olhe para os riscos para não misturar as informações) 
• 5° PASSO. Avalie o contexto e estabeleça as consequências para cada risco (neste 
ponto pense só nos riscos, não olhe para os perigos para não misturar as informações) 
• 6° PASSO. Monte uma tabela e junte todas as informações. 
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Tabela 4. Uso para exemplo das informações coletadas no exercício.
 
Fonte: ABETA, 2007 
 
Com os perigos, riscos, probabilidades e consequências identificadas (o que fizemos 
anteriormente) vamos agora avaliar os riscos multiplicando a probabilidade x consequência. 
 
Tabela 5. Pontuação de avaliação do risco 
 
Fonte: ABETA, 2007 
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Perceba que na avaliação de risco encontramos os números 2, 3 e 6. Mas qual é o 
critério que devemos seguir? 
 
Tabela 6. Critérios de classificação do risco 
 
Fonte: ABETA, 2007 
 
Completando nossa tabela então temos: 
 
Tabela 7. Classificação do risco de acordo com o exemplo. 
 
Fonte: ABETA, 2007 
 
Se o risco for aceitável (desprezível) nenhuma ação deverá ser realizada, apenas um 
monitoramento contínuo para que permaneça assim. Se o risco for inaceitável (moderado ou 
crítico) será preciso implementar uma ou mais ações para evitar que o perigo se materialize 
em risco (consequências). Essa ação é denominada CONTROLE OPERACIONAL (ABETA, 
2009). 
 
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 Tabela 8. Exemplo de controle operacional 
 
Fonte: ABETA, 2007 
 
Controle operacional são as ações tomadas para evitar que o perigo de transforme em 
risco real. Agora resgate a tabela anterior e complete-a com os controles operacionais 
existentes na sua atividade (apenas os que realmente funcionam) (ABETA, 2009). 
 
Tabela 9. Controle operacional de acordo com a análise de risco. 
 
Fonte: ABETA, 2007 
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 Ainda de acordo com o manual da ABETA (2009), para tratar os riscos, ou seja, 
programar o controle operacional deverão priorizar as ações da seguinte forma: 
1) Ações para eliminar o risco 
2) Ações para reduzir a probabilidade 
3) Ações para reduzir as consequências 
4) Ações para transferir o risco 
 
Uma maneira fácil de demonstrar e visualizar os riscos é trazendo o conhecimento em 
segurança do trabalho para as atividades de aventura, utilizando um mapa de risco adaptado. 
Mapa topográfico, de escala variável, no qual se grava sinalização sobre riscos 
específicos, definindo níveis de probabilidade de ocorrência e de intensidade de danos 
previstos. Mapa que tem por objetivo indicar os riscos de um ambiente de trabalho. Constitui-
se uma planta do ambiente de trabalho, na qual se indicam através de círculos coloridos os 
diversos tipos de riscos. Os círculos variam de tamanho, sendo tanto maior quanto maior a 
gravidade do risco indicado (UFF, 2013). 
No mapa de risco, os riscos são representados e indicados por círculos coloridos de três 
tamanhos diferentes. 
 
Figura 1. Mapa de gerenciamento de risco de atividade de rapel na Serra da Cantareira – SP. 
Fonte: O Autor 
http://www.efdeportes.com/
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DOCUMENTOS OFICIAIS SOBRE GESTÃO DE SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE 
AVENTURA E TURISMO DE AVENTURA 
Colocamos aqui os documentos relacionados com a gestão de segurança nas atividades de 
aventura, ligadas ao turismo de aventura. 
 
Política Nacional do Turismo 
 
LEI Nº 11.771, DE 17 DE SETEMBRO DE 2008. 
 
Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo 
Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 
6.505, de 13 de dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e 
dispositivos da Lei no 8.181, de 28 de março de 1991; e dá outras providências. 
 
DECRETO Nº 7.381, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2010. 
 
 Regulamenta a Lei no 11.771, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política 
Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, 
desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, e dá outras providências. 
Art. 34. Deverão as agências de turismo que comercializem serviços turísticos de aventura: 
I - dispor de condutores de turismo conforme normas técnicas oficiais, dotados de 
conhecimentos necessários, com o intuito de proporcionar segurança e conforto aos clientes; 
II - dispor de sistema de gestão de segurança implementado, conforme normas técnicas 
oficiais, adotadas em âmbito nacional; 
III - oferecer seguro facultativo que cubra as atividades de aventura; 
IV - dispor de termo de conhecimento com as condições de uso dos equipamentos, alertando o 
consumidor sobre medidas necessárias de segurança e respeito ao meio ambiente e as 
consequências legais de sua não observação; 
V - dispor de termo de responsabilidade informando os riscos da viagem ou atividade e 
precauções necessárias para diminuí-los, bem como sobre a forma de utilização dos utensílios 
e instrumentos para prestação de primeiros socorros; e 
VI - dispor de termo de ciência pelo contratante, em conformidade com disposições de 
normas técnicas oficiais, que verse sobre as preparações necessárias à viagem ou passeio 
oferecido. 
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/ 
 
Normalização do Turismo - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
Atualmente existem 17 normas publicadas relacionadas ao Turismo de Aventura, como se 
encontra na tabela abaixo: 
Número/ Norma Data Publicação 
ABNT NBR 15501:2011 (Turismo de aventura — Técnicas verticais — 
Requisitos para produto) 
16/03/2011 
ABNT NBR 15502:2011 (Turismo de aventura — Técnicas verticais — 
Procedimentos) 
16/03/2011 
ABNT NBR 15508-1:2011 (Turismo de aventura — Parque de 
arvorismo) 
03/03/2011 
ABNT NBR 15508-2:2011 (Turismo de aventura — Parque de 
arvorismo) 
03/03/2011 
ABNT NBR 15503:2008 (Turismo de aventura - Espeleoturismo de 
aventura - Requisitos para produto) 
16/06/2008 
ABNT NBR 15500:2007 (Turismo de aventura - Terminologia) 10/09/2007 
ABNT NBR 15453:2006 (Turismo de aventura - Turismo fora-de-
estrada em veículos 4x4 ou bugues - Requisitos para produto) 
29/12/2006 
ABNT NBR 15400:2006 (Turismo de aventura - Condutores de 
canionismo e cachoeirismo - Competência de pessoal) 
11/12/2006 
ABNT NBR 15399:2006 (Turismo de aventura - Condutores de 
espeleoturismo de aventura - Competências de pessoal) 
30/10/2006 
ABNT NBR 15397:2006 (Turismo de aventura - Condutores de 
montanhismo e de escalada - Competência de pessoal) 
25/09/2006 
ABNT NBR 15398:2006 (Turismo de aventura - Condutores de 
caminhada de longo curso - Competências de pessoal) 
25/09/2006 
ABNT NBR 15383:2006 (Turismo de aventura - Condutores de turismo 
fora-de-estrada em veículos 4x4 ou bugues - Competências de pessoal) 
24/07/2006 
ABNT NBR 15370:2006 (Turismo de aventura - Condutores de rafting 
- Competências de pessoal ) 
31/05/2006 
ABNT NBR 15334:2006 (Turismo de aventura - Sistema de gestão da 
segurança - Requisitos de competências para auditores) 
30/04/2006 
ABNT NBR 15331:2005 (Turismo de aventura - Sistema de gestão da 
segurança - Requisitos) 
30/12/2005 
ABNT NBR 15285:2005 (Turismo de aventura - Condutores - 
Competência de pessoal) 
31/10/2005 
ABNT NBR 15286:2005 (Turismo de aventura - Informações mínimas 
preliminares a clientes) 
31/10/2005 
 
Como consta no site da ABNT : “O Ministério do Turismo (MTur) e a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) firmaram um contrato que possibilita, após breve 
cadastro, visualizar e imprimir as normas brasileiras publicadas no âmbito do Comitê 
Brasileiro de Turismo (ABNT/CB-54).” Sendo assim as normas estão disponíveis aos 
interessados que desejem um maior aprofundamento no assunto. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Tendo em vista que todas as atividades de aventura sejam as classificadas como 
esporte ou turismo envolvem risco aos praticantes e que este risco deve ser controlado, os 
profissionais devem receber treinamento adequado e então ficarem atentos às normas de 
segurança vigentes para todas as atividades e aplica-las sempre no sentido de minimizar tais 
riscos proporcionandoaos praticantes uma atividade prazerosa em que todos vivenciem 
experiências únicas e inesquecíveis nas atividades de aventura, sejam elas na natureza ou 
urbanas. 
Com isso, sistemas de gestão de segurança são essenciais para minimizar os riscos das 
atividades de aventura desde que sejam implantados corretamente em todas as suas etapas, 
inclusive as previstas na lei da política nacional do turismo que podem ser implantados 
seguindo os exemplos citados no texto. 
Cursos de aperfeiçoamento devem ser criados por órgãos do governo ligados ao 
turismo de aventura de forma gratuita ou a custos acessíveis para que, se não todos, mas a 
maioria dos profissionais do setor possa estar capacitada no tema. 
Aos praticantes, estes devem solicitar informações aos instrutores e supervisores para 
que possam ter o conhecimento sobre o gerenciamento de risco das atividades de aventura que 
estarão praticando, para que possam garantir em primeiro lugar a própria segurança e também 
a dos outros praticantes, para que não ocorram acidentes tornado essa prática cada vez mais 
prazerosa e que tenham cada vez mais adeptos. 
 
REFERÊNCIAS 
1. ABETA e MTUR. (2009) Manual de boas práticas de sistema de gestão da segurança / 
ABETA e Ministério do Turismo. – Belo Horizonte: Ed. dos autores, 106p. 
2. ABETA. (2007) Programa Aventura Segura. Apostila do Curso de Sistema de Gestão 
de Segurança. ABETA e Ministério do Turismo. 
3. ABNT NBR 15331(2005) – Turismo de Aventura – Sistema de Gestão da Segurança – 
Requisitos – ABNT. 
4. Betrán, Javier. (2003) Rumo a um novo conceito de ócio ativo e turismo na Espanha: 
atividades físicas de aventura na natureza. In: Marinho, A., Bruhns, H. Turismo,lazer e 
natureza. Barueri:Manole. p.157-202. 
5. Le Breton, D. (2011) Dos jogos de morte ao jogo de viver na montanha: Sobre o 
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