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Exercícios_Barroco

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1 (Unesp 2021) De maneira que, assim como a natureza faz de feras homens, matando e comendo, assim também a graça faz de feras homens, doutrinando e ensinando. Ensinastes o gentio bárbaro e rude, e que cuidais que faz aquela doutrina? Mata nele a fereza, e introduz a humanidade; mata a ignorância, e introduz o conhecimento; mata a bruteza, e introduz a razão; mata a infidelidade, e introduz a fé; e deste modo, por uma conversão admirável, o que era fera fica homem, o que era gentio fica cristão, o que era despojo do pecado fica membro de Cristo e de S. Pedro. […] Tende-os [os escravos], cristãos, e tende muitos, mas tende-os de modo que eles ajudem a levar a vossa alma ao céu, e vós as suas. Isto é o que vos desejo, isto é o que vos aconselho, isto é o que vos procuro, isto é o que vos peço por amor de Deus e por amor de vós, e o que quisera que leváreis deste sermão metido na alma.
(Antônio Vieira. “Sermão do Espírito Santo” (1657). http://tupi.fflch.usp.br.)
O Sermão do Espírito Santo foi pregado pelo Padre Antônio Vieira em São Luís do Maranhão, em 1657, e recorre 
a) a metáforas, para defender a liberdade de natureza de todos os animais criados por Deus. 
b) à ironia, para condenar a escravização de nativos e africanos nas lavouras de algodão. 
c) a antíteses, para reconhecer a escravização dos nativos como um caminho possível do trabalho missionário. 
d) à retórica barroca, para contestar a ideia de que os africanos e os nativos merecem a liberdade e a salvação. 
e) à retórica clássica, para acusar os proprietários de escravos de descuidar dos direitos humanos dos nativos. 
 
2 (Unicamp 2021) “Repartimos a vida em idades, em anos, em meses, em dias, em horas, mas todas estas partes são tão duvidosas, e tão incertas, que não há idade tão florente, nem saúde tão robusta, nem vida tão bem regrada, que tenha um só momento seguro.”
(Antonio Vieira, “Sermão de Quarta-feira de Cinza – ano de 1673”, em A arte de morrer. São Paulo: Nova Alexandria, 1994, p. 79.)
Nesta passagem de um sermão proferido em 1673, Antônio Vieira retomou os argumentos da pregação que fizera no ano anterior e acrescentou novas características à morte. Para comover os ouvintes, recorreu ao uso de anáforas.
Assinale a alternativa que corresponde ao efeito produzido pelas repetições no sermão. 
a) A repetição busca sensibilizar os fiéis para o desengano da passagem do tempo. 
b) A repetição busca demonstrar aos fiéis o temor de uma vida longeva. 
c) A repetição busca sensibilizar os fiéis para o valor de cada etapa da vida. 
d) A repetição busca demonstrar aos fiéis a insegurança de uma vida cristã. 
 
3 (Unicamp 2021) “O vento da vida, por mais que cresça, nunca pode chegar a ser bonança; o vento da fortuna pode chegar a ser tempestade, e tão grande tempestade, que se afogue nela o mesmo vento da vida.”
(Antônio Vieira, “Sermão de quarta-feira de cinza do ano de 1672”, em A Arte de Morrer. São Paulo: Nova Alexandria, 1994, p. 56.)
No sermão proferido na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses, em Roma, Vieira recorre a uma metáfora para chamar a atenção dos fiéis sobre a morte.
Assinale a alternativa que expressa a mensagem veiculada pela imagem do vento. 
a) A vida dos fiéis é comparável à tranquilidade da brisa em alto-mar. 
b) A fortuna dos fiéis é comparável à força das intempéries marítimas. 
c) A fortuna dos fiéis é comparável à felicidade eterna. 
d) A vida dos fiéis é comparável à ventura dos navegadores. 
 
4 (Unicamp 2021) Peroração, do latim perorātio, peroratiōnis, de perorāre, significa concluir, arrematar, acabar. Corresponde à parte final do sermão, caracterizada geralmente pela recapitulação, pela amplificação de uma ideia e pela comoção do auditório. Sua finalidade última é comover e mover os ouvintes, isto é, emocionar e mover o ânimo do público para a ação.
(Adaptado de Flávio Antônio Fernandes Reis, “Peroração”. Disponível em www.edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/peroracao. Acessado em 06/10/2020.)
“Mortos, mortos, desenganai estes vivos! Dizei-nos que pensamentos e que sentimentos foram os vossos, quando entrastes e saístes pelas portas da morte. (...) Entre essas duas portas se acha subitamente o homem no momento da morte, sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar, senão entrar para onde não sabe, e para sempre. Oh que transe tão apertado! Oh que passo tão estreito! Oh que momento tão terrível!”
(Antonio Vieira, “Sermão de 1672”. Sermões de Quarta-feira de Cinza. A arte de morrer: São Paulo: Nova Alexandria,1994, p. 65.)
a) Identifique e explique as duas estratégias retóricas utilizadas por Vieira ao encaminhar-se para a conclusão do Sermão de 1672.
b) Com que sentimentos o pregador busca sensibilizar os ouvintes? Que ação procura estimular nos cristãos? 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o trecho inicial da crônica “Os segredos do spa”, de Moacyr Scliar.
	Diferente de SPC, a palavra Spa não é uma sigla, não se trata de nenhum Serviço-de-Proteção-a-Qualquer-Coisa. É o nome de uma cidade da Bélgica, famosa, desde o século 14, por suas águas minerais. Século 14, sim: é muito antiga a crença do homem no poder dessas águas que brotam do seio da terra, aquecidas, segundo a lenda, nas forjas do deus Vulcano. E há muito tempo pessoas vão aos banhos termais, em busca de tratamento para situações que vão desde as doenças de pele até os proverbiais males do fígado. As águas foram estudadas e classificadas: sulfurosas, bicarbonatadas, ferruginosas. E para cada tipo de doença havia uma água específica. Tamanha demanda acabou criando uma verdadeira indústria: grandes estabelecimentos foram construídos para hospedar pessoas que vinham muitas vezes de longe em busca de curas para os seus males. Alguns desses hotéis ficaram famosos pelo luxo barroco; num desses, Alain Resnais filmou o famoso O ano passado em Marienbad, um filme cult dos anos 60, no qual os longos corredores serviam de metáfora para os labirintos da paixão. Irai, aqui no Rio Grande do Sul, sempre foi um equivalente modesto, mas digno.
	As pessoas melhoravam no spa. E por que não haviam de melhorar? Comiam bem (inclusive para afastar o espectro da tuberculose, sempre associada à magreza), descansavam, conversavam e sobretudo relaxavam: mergulhadas na água tépida, voltavam por algumas horas ao líquido amniótico onde o feto está a salvo dos desgostos do amor e da fúria da inflação. E isso preserva a reputação das termas até hoje.
(A face oculta, 2001. Adaptado.) 
5 (Famema 2021) “Alguns desses hotéis ficaram famosos pelo luxo barroco” (1º parágrafo)
Por comparação com a literatura barroca, é de se supor que tais hotéis 
a) fossem projetados com critérios práticos, em que cada detalhe tivesse uma função. 
b) fossem decorados com ornamentos cheios de reentrâncias, mais próximos do exagero que da contenção. 
c) fossem localizados em regiões campestres amenas, nas quais o homem pudesse aproveitar as vantagens da paisagem bucólica. 
d) tivessem uma arquitetura simples e nenhum detalhe em que a atenção pudesse se perder, a fim de valorizar mais as pessoas que as coisas. 
e) tivessem instalações modernas, que utilizassem o melhor da tecnologia da época em benefício dos hóspedes. 
 
6 (Fuvest 2020) A certa personagem desvanecida
Um soneto começo em vosso gabo*:
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo;
A sexta vá também desta maneira:
Na sétima entro já com grã** canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais
Gabando‐vos a vós, e eu fico um rei.
Nesta vida um soneto já ditei;
Se desta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
Gregório de Matos
*louvor **grande
Tipo zero
Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
Quando você penetra num salão
E se mistura com a multidão
Você se torna um tipo destacadoDesconfiado todo mundo fica
Que o seu tipo não se classifica
Você passa a ser um tipo desclassificado
Eu até hoje nunca vi nenhum
Tipo vulgar tão fora do comum
Que fosse um tipo tão observado
Você ficou agora convencido
Que o seu tipo já está batido
Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado
Noel Rosa
O soneto de Gregório de Matos e o samba de Noel Rosa, embora distantes na forma e no tempo, aproximam‐se por ironizarem 
a) o processo de composição do texto. 
b) a própria inferioridade ante o retratado. 
c) a singularidade de um caráter nulo. 
d) o sublime que se oculta na vulgaridade. 
e) a intolerância para com os gênios. 
 
7 (Uel 2020) Leia o poema de Gregório de Matos e responda aos itens a seguir.
A umas saudades
MOTE
Parti, coração, parti,
navegai sem vos deter,
ide-vos, minhas saudades,
a meu amor socorrer.
GLOSA
Em o mar do meu tormento
em que padecer me vejo,
já que amante me desejo
navegue o meu pensamento:
meus suspiros, formai vento,
com que me façais ir ter
onde me apeteço ver;
e diga minha alma assi:
“Parti, coração, parti,
navegai sem vos deter.
Ide donde meu amor,
apesar desta distância,
não há perdido constância,
nem demitido o rigor:
antes é tão superior
que a si se quer exceder,
e se não desfalecer
em tantas adversidades,
ide-vos minhas saudades
a meu amor socorrer.
MATOS, G. de. Poemas escolhidos. Seleção e organização de José MiguelWisnik. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 271-272.
a) Quais imagens concretizam a metáfora do movimento no mote? Explique sem copiar os versos.
b) Na glosa, como são os versos quanto à métrica? 
 
8 (Unicamp 2020) “O que é então o verossímil? Para encurtar: tudo aquilo em que a confiança é presumida. Por exemplo, os juízes nem sempre são independentes, os médicos nem sempre capazes, os oradores nem sempre sinceros. Mas presume-se que o sejam; e, se alguém afirmar o contrário, cabe-lhe o ônus da prova. Sem esse tipo de presunção, a vida seria impossível; e é a própria vida que rejeita o ceticismo.”
(Olivier Reboul, Introdução à retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 97-98.)
Considerando o segundo “Sermão da Quarta-feira de Cinza” (1673), de Antonio Vieira, é correto afirmar que a presunção de confiança por parte do auditório cristão do século XVII decorre da 
a) habilidade política do pregador. 
b) atenção disciplinada dos ouvintes. 
c) crença na salvação e na danação eternas. 
d) defesa institucional da Igreja Católica feita pelo clero. 
 
9 (S1 - ifce 2020) O Barroco foi um período do século XVI marcado pela crise dos valores renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas religiosas e dualismos entre espírito e razão. O movimento envolve novas formas de literatura, arte e até filosofia. 
Fonte: http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/barroco.html. 
São destaques desse período no Brasil na literatura e nas artes plásticas, respectivamente, 
a) Gregório de Matos e Aleijadinho. 
b) Aluísio de Azevedo e Pedro Alexandrino Borges. 
c) Machado de Assis e Almeida Júnior. 
d) Álvares de Azevedo e Pedro Américo. 
e) José de Alencar e Victor Meirelles. 
 
10 (Ufrgs 2020) No bloco superior abaixo, estão listados movimentos literários brasileiros; no inferior, características desses movimentos.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1. Barroco
2. Romantismo
3. Modernismo
( ) Utiliza manifestos como grande meio de divulgação das intenções estéticas e ideológicas.
( ) Caracteriza-se como retorno a uma intensa religiosidade.
( ) Procura configurar os dilemas e as contradições do ser humano.
( ) Busca a identidade nacional como temática, mantendo a forma conforme o padrão europeu.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é 
a) 3 – 1 – 1 – 2. 
b) 2 – 3 – 1 – 3. 
c) 3 – 1 – 2 – 2. 
d) 2 – 3 – 3 – 1. 
e) 3 – 1 – 3 – 2. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: 
Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia o trecho de uma carta enviada por Antônio Vieira ao rei D. João IV em 4 de abril de 1654.
No fim da carta de que 1V. M. me fez mercê me manda V. M. diga meu parecer sobre a conveniência de haver neste estado ou dois capitães-mores ou um só governador.
Eu, Senhor, razões políticas nunca as soube, e hoje as sei muito menos; mas por obedecer direi toscamente o que me parece.
Digo que menos mal será um ladrão que dois; e que mais dificultoso serão de achar dois homens de bem que um. Sendo propostos a Catão dois cidadãos romanos para o provimento de duas praças, respondeu que ambos lhe descontentavam: um porque nada tinha, outro porque nada lhe bastava. Tais são os dois capitães-mores em que se repartiu este governo: Baltasar de Sousa não tem nada, Inácio do Rego não lhe basta nada; e eu não sei qual é maior tentação, se a _____1_____, se a _____2_____. Tudo quanto há na capitania do Pará, tirando as terras, não vale 10 mil cruzados, como é notório, e desta terra há-de tirar Inácio do Rego mais de 100 mil cruzados em três anos, segundo se lhe vão logrando bem as indústrias.
Tudo isto sai do sangue e do suor dos tristes índios, aos quais trata como tão escravos seus, que nenhum tem liberdade nem para deixar de servir a ele nem para poder servir a outrem; o que, além da injustiça que se faz aos índios, é ocasião de padecerem muitas necessidades os portugueses e de perecerem os pobres. Em uma capitania destas confessei uma pobre mulher, das que vieram das Ilhas, a qual me disse com muitas lágrimas que, dos nove filhos que tivera, lhe morreram em três meses cinco filhos, de pura fome e desamparo; e, consolando-a eu pela morte de tantos filhos, respondeu-me: “Padre, não são esses os por que eu choro, senão pelos quatro que tenho vivos sem ter com que os sustentar, e peço a Deus todos os dias que me os leve também.”
São lastimosas as misérias que passa esta pobre gente das Ilhas, porque, como não têm com que agradecer, se algum índio se reparte não lhe chega a eles, senão aos poderosos; e é este um desamparo a que V. M. por piedade deverá mandar acudir.
Tornando aos índios do Pará, dos quais, como dizia, se serve quem ali governa como se foram seus escravos, e os traz quase todos ocupados em seus interesses, principalmente no dos tabacos, obriga-me a consciência a manifestar a V. M. os grandes pecados que por ocasião deste serviço se cometem.
(Sérgio Rodrigues (org.). Cartas brasileiras, 2017. Adaptado.)
1V. M.: Vossa Majestade. 
11 (Unesp 2020) À questão colocada por D. João IV, Antônio Vieira 
a) responde de maneira categórica. 
b) opta por não emitir uma opinião. 
c) finge não tê-la compreendido. 
d) admite a incapacidade de respondê-la. 
e) responde de forma enigmática. 
 
12 (Unesp 2020) Em sua carta, Antônio Vieira relata os padecimentos 
a) dos nativos e dos capitães-mores. 
b) dos negros e dos colonos pobres. 
c) dos nativos e dos colonos pobres. 
d) dos negros e dos capitães-mores. 
e) dos nativos e dos negros. 
 
13 (Unesp 2020) Considerando o contexto, as lacunas numeradas no terceiro parágrafo do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por 
a) humildade e vaidade. 
b) necessidade e cobiça. 
c) miséria e inveja. 
d) preguiça e ganância. 
e) avareza e luxúria. 
 
14 (Unesp 2020) Sempre que haja necessidade expressiva de reforço, de ênfase, pode o objeto direto vir repetido. Essa reiteração recebe o nome de objeto direto pleonástico.
(Adriano da Gama Kury. Novas lições de análise sintática, 1997. Adaptado.)
Antônio Vieira recorre a esse recurso expressivo em: 
a) “Sendo propostos a Catão dois cidadãos romanos para o provimento de duas praças, respondeu que ambos lhe descontentavam” (3º parágrafo) 
b) “e, consolando-a eu pela morte de tantos filhos, respondeu-me” (4º parágrafo) 
c) “e desta terra há-de tirar Inácio do Rego mais de 100 mil cruzados em três anos, segundo se lhe vão logrando bem as indústrias” (3º parágrafo) 
d) “São lastimosas as misérias que passa esta pobre gente das Ilhas” (5º parágrafo) 
e) “Eu, Senhor,razões políticas nunca as soube, e hoje as sei muito menos” (2º parágrafo) 
 
15 (G1 - ifce 2019) Leia o poema de Gregório de Matos Guerra, autor também conhecido como “Boca do Inferno”. 
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trota a toda ligeireza,
E imprime em toda flor sua pisada. 
Oh, não aguardes, que a madura idade
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. 
São características da escola literária da qual o autor faz parte 
a) jogo metafórico do Barroco, a respeito da brevidade da vida, valorizando o gozo do momento. 
b) caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do século XVI, apresentando uma crítica à preocupação feminina com a beleza. 
c) estilo didático da poesia parnasiana, corroborando com as reflexões do autor sobre as mulheres maduras. 
d) os traços da escrita romântica, uma vez que fala de flores, terra, sombras. 
e) a abordagem de uma existência mais materialista do que espiritual, típica da visão simbolista. 
 
16 (Unifesp 2019) É com base no mito da Arcádia que erguem suas doutrinas: destruindo a “hidra do mau gosto”, os árcades procuram realizar obra semelhante à dos clássicos antigos. Daí a imitação dos modelos greco-latinos ser a primeira característica a considerar na configuração da estética arcádica.
(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1992. Adaptado.)
A “hidra do mau gosto” mencionada no texto refere-se ao estilo 
a) renascentista. 
b) pré-romântico. 
c) neoclássico. 
d) barroco. 
e) medieval. 
 
17 (Unesp 2019) Examine a pintura do artista holandês Pieter Claesz (1597-1661) e a tradução da expressão latina Memento mori.
Memento mori: Lembra-te de que morrerás.
(Renzo Tosi (org.). Dicionário de sentenças latinas e gregas, 2010.)
a) Além da caveira, que outro elemento retratado na pintura de Pieter Claesz alude à expressão Memento mori? Justifique sua resposta.
b) Tendo em vista o contexto de sua produção, a temática explorada pela pintura remete mais diretamente a qual escola literária? Justifique sua resposta. 
 
18 (Famema 2019) A veia lírico-amorosa do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696) está bem exemplificada em: 
a) “Aquele não sei quê, que, Inês, te assiste
No gentil corpo, e na graciosa face,
Não sei donde te nasce, ou não te nasce,
Não sei onde consiste, ou não consiste.” 
b) “Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.” 
c) “Senhor Antão de Sousa de Meneses,
Quem sobe a alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.” 
d) “Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
De pó te faz espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.” 
e) “A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.” 
 
19 (G1 - cftmg 2019) A uma ausência
Sinto-me, sem sentir, todo abrasado
No rigoroso fogo que me alenta;
O mal que me consome me sustenta,
O bem que entretém me dá cuidado.
Ando sem me mover, falo calado,
O que mais perto vejo se me ausenta,
E o que estou sem ver mais me atormenta;
Alegro-me de ver-me atormentado,
Choro no mesmo ponto em que me rio,
No mor risco me anima a confiança,
Do que menos se espera estou certo.
Mas, se de confiado desconfio,
É porque, entre os receios da mudança,
Ando perdido em mim como em deserto
BACELAR, A. B. In. MOISÉS, M. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1969.
A principal característica barroca desse soneto, representativo da poesia portuguesa do século XVII, é a 
a) percepção da fugacidade do sentimento amoroso. 
b) dualidade entre o sagrado e o profano inerente ao amor. 
c) utilização de antíteses para exprimir o estado do eu lírico. 
d) temática da sensualidade por meio de linguagem rebuscada. 
 
20 (Unicamp 2018) O trecho abaixo corresponde à parte final do primeiro Sermão de Quarta-Feira de Cinza, pregado em 1672 pelo Padre Antonio Vieira.
“Em que cuidamos, e em que não cuidamos? Homens mortais, homens imortais, se todos os dias podemos morrer, se cada dia nos imos chegando mais à morte, e ela a nós; não se acabe com este dia a memória da morte. Resolução, resolução uma vez, que sem resolução nada se faz. E para que esta resolução dure, e não seja como outras, tomemos cada dia uma hora em que cuidemos bem naquela hora. De vinte e quatro horas que tem o dia, por que se não dará uma hora à triste alma? Esta é a melhor devoção e mais útil penitência, e mais agradável a Deus, que podeis fazer nesta Quaresma. (...) Torno a dizer para que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva? Memento homo.”
(Antonio Vieira, Sermões de Quarta-Feira de Cinza. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2016, p.102.)
a) Levando em conta o trecho acima e o propósito argumentativo do Sermão, explique por que, segundo Vieira, se deve preservar “a memória da morte”.
b) Considere as perguntas presentes no trecho acima e explique sua função para a mensagem final do Sermão. 
 
Gabarito: 
Resposta da questão 1:
 [C]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia] 
O uso de antíteses no sermão (como feras e humanos, ignorância e conhecimento, infidelidade e fé, etc) é uma estratégia retórica, bastante presente nos sermões religiosos. No texto em questão, a persuasão se dá no sentido de promover a defesa da catequese dos povos nativos. Percebe-se, ainda, que não há contestação da dominação dos indígenas, mas a defesa de que essa dominação seja realizada de uma certa maneira, qual seja, promovendo a catequese religiosa, como se percebe no trecho “Tende-os [os escravos], cristãos, e tende muitos, mas tende-os de modo que eles ajudem a levar a vossa alma ao céu, e vós as suas”. Com efeito, pode-se afirmar que a escravização é reconhecida como um caminho para o trabalho missionário.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
Escrito como uma reflexão sobre a catequese dos Índios, no “Sermão do Espírito Santo”, Vieira mantém a estrutura tradicional (Introito, Desenvolvimento e Peroração) em que faz uso da retórica barroca, privilegiando o encadeamento lógico de ideias e conceitos na defesa da tese apresentada, sem abdicar de linguagem rebuscada e profusão de figuras de linguagem. No excerto apresentado, Vieira justifica a escravização dos índios como forma de missão espiritual de conduzi-los à verdadeira fé, a cristã, recomendando certa moderação na forma de subjugá-los: “assim como a natureza faz de feras homens, matando e comendo, assim também a graça faz de feras homens, doutrinando e ensinando”, “Tende-os [os escravos], cristãos, e tende muitos, mas tende-os de modo que eles ajudem a levar a vossa alma ao céu, e vós as suas”. Assim, é correta a opção [C], que também faz referência a antíteses que permeiam grande parte do excerto: “feras” X “homens”, “matando e comendo” X “doutrinando e ensinando”, “ignorância” X “conhecimento”, “gentio” X “cristão”, entre outras. 
Resposta da questão 2:
 [A]
Vieira comenta que, apesar de sabermos da inevitabilidade da morte, não podemos prever o momento em que tal acontecerá, por mais que sejamos jovens, saudáveis e regrados: ”mas todas estas partes são tão duvidosas e tão incertas, que não há idade tão florente, nem saúde tão robusta, nem vida tão bem regrada, que tenha um só momento seguro”. A anáfora constituída pela repetição do advérbio de intensidade “tão” enfatiza essa característica e busca sensibilizar os fiéis para o desengano da passagem do tempo, como transcrito em [A]. 
Resposta da questão 3:
 [B]
No excerto do enunciado, a imagem do vento metaforiza a vida, inexoravelmente sujeita a contratempos e tragédias, o que torna o destino (“fortuna”) tão incerto como os fenômenos da natureza: "o vento da fortuna pode chegar a ser tempestade". Assim, é correta a opção [B]. 
Resposta da questão 4:
 a) Vieira,através de vocativos começa por conclamar os mortos para que venham informar os vivos sobre os pensamentos e sentimentos que experimentaram nos momentos finais da sua vida, já que não podem recuar nem escapar da inexorabilidade dessa instância. O uso de interjeições, “Oh que transe tão apertado! Oh que passo tão estreito! Oh que momento tão terrível!”, acentua o aspecto trágico de todos os que não se preocuparam, em vida, em obedecer às leis da igreja e estarão, por isso, sujeitos às penas do julgamento final.
b) O pregador busca sensibilizar os ouvintes incutindo neles sentimento de ansiedade e medo do castigo divino no momento em que já não existem condições de reparar o mal que fizeram em vida. Com esse estilo de retórica, Vieira pretende sensibilizar os ouvintes para a prática de uma vida terrena de acordo com os ensinamentos da Igreja para alcançarem, depois da morte, a graça divina. 
Resposta da questão 5:
 [B]
É correta a opção [B], pois, ao afirmar que alguns hotéis haviam ficado famosos pelo “luxo barroco”, o narrador coloca em destaque a sobrecarga de detalhes e ornamentos típicos desse movimento, emprestando um ar de ostentação de riqueza ao ambiente. 
Resposta da questão 6:
 [C]
No soneto de Gregório de Matos, o eu lírico mostra-se aliviado por ter concluído um poema de louvor a uma mulher “desvanecida” (vaidosa, mas sem graça) e que não seria merecedora de elogio. O samba de Noel Rosa ironiza também o caráter nulo de pessoa, que se torna singular exatamente pela ausência de qualquer tipo de qualidade. Assim, é correta a opção [C]. 
Resposta da questão 7:
 a) A navegação é a imagem de busca da amada ou de declaração dos próprios sentimentos. Os verbos partir, navegar e ir são comandos utilizados para resolver o problema da saudade ou de um amor que se encontra incompleto. Nesse sentido, o poeta recorre a metáforas para mostrar a saída de uma situação de inércia.
b) Os versos possuem sete sílabas métricas e, por isso, são chamados de redondilha maior ou heptassílabos. 
Resposta da questão 8:
 [C]
Padre Antônio Vieira está inserido no contexto da Contrarreforma, período histórico em que os valores religiosos, alicerçados na crença da vida eterna, ganham predominância. Assim, o discurso dirigido ao público cristão pressupunha a aceitação de que a vida terrena seria apenas uma passagem efêmera que levaria, através do cumprimento dos ditames religiosos e da renúncia dos valores materiais, à salvação eterna, livre de danações, como se afirma em [C]. 
Resposta da questão 9:
 [A]
Gregório de Matos foi um grande poeta do período Barroco e Aleijadinho foi um grande pintor desse período. 
Resposta da questão 10:
 [A]
Na primeira geração do modernismo no Brasil, houve criação de diversos manifestos que propunham uma renovação nas artes e valorização da cultura nacional (3). Sob violentos conflitos espirituais, o Barroco expressa, esteticamente, a religiosidade tensa, exacerbada e conflituosa do século XVII (1), assim como os dilemas e as contradições do ser humano (1). O Romantismo contribuiu para a construção de uma identidade brasileira, como o exemplificam as obras indianistas de José de Alencar, através da descrição das suas belezas naturais e mitificação do indígena como componente principal da nação (2).
Assim, a sequência correta de preenchimento, de cima para baixo, é: 3 – 1 – 1 – 2, como transcrito em [A]. 
Resposta da questão 11:
 [A]
A frase de Vieira, “Digo que menos mal será um ladrão que dois; e que mais dificultoso serão de achar dois homens de bem que um”, responde de maneira clara à pergunta do rei sobre se seria melhor o Estado ser administrado por dois capitães-mores ou um só governador. Assim, é correta a opção [A]. 
Resposta da questão 12:
 [C]
Ao denunciar as péssimas condições de trabalho e os maus tratos infligidos pelos administradores da capitania do Pará aos que viviam a seu mando, Padre Antonio Vieira relata os padecimentos dos nativos e dos colonos pobres: ”além da injustiça que se faz aos índios, é ocasião de padecerem muitas necessidades os portugueses e de perecerem os pobres”. Assim, é correta a opção [C]. 
Resposta da questão 13:
 [B]
No contexto da argumentação de Vieira, Baltasar de Sousa e Inácio do Rego são caracterizados, respectivamente, pela necessidade e cobiça : o primeiro “porque nada tinha”, ou seja, vivia em condição de pobreza, o segundo “porque nada lhe bastava”, acumulando riquezas para proveito próprio e descurando dos interesses do reino. Assim, é correta a opção [B]. 
Resposta da questão 14:
 [E]
Na oração “Eu, Senhor, razões políticas nunca as soube”, a repetição do objeto direto, no sintagma “razões políticas” e no pronome oblíquo “as”, enfatiza a afirmação de Vieira de que nunca foi conhecedor de questões políticas. Assim, é correta a opção [E]. 
Resposta da questão 15:
 [A]
Gregório de Matos foi um poeta do Barroco, movimento artístico caracterizado sobretudo pela contradição. Assim, o tema do respeito da brevidade da vida, valorizando o gozo do momento era comum em sua obra, em oposição às restrições impostas pela Igreja. 
Resposta da questão 16:
 [D]
Os ideais árcades, baseados na Arcádia Lusitana que pregava a volta ao classicismo renascentista através da normatização da estética, da métrica e da ordem e cultivando o gosto por uma natureza que se organizasse segundo as leis da mimese, combatiam os arroubos e excessos do movimento artístico que imediatamente os precedeu: o barroco, a “hidra de mau gosto” mencionada no texto. 
Resposta da questão 17:
 a) Além da caveira iluminada por um feixe de luz, outros objetos aludem à fugacidade da vida humana, como a vela se extinguindo lentamente, o relógio marcando o avanço do tempo, a flor simbolizando a efemeridade da beleza e o fruto seco aludindo ao envelhecimento de todo o ser vivo. 
b) A data que assinala a produção da obra remete à estética barroca, movimento artístico que reflete os conflitos dualistas entre a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média e o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento, reveladores da consciência integral da fugacidade da vida humana sujeita aos efeitos da passagem do tempo. 
Resposta da questão 18:
 [A]
[A] Correta: o eu lírico enaltece os aspectos físicos de Inês, a mulher amada.
[B] Incorreto: o eu lírico estabelece uma situação de diálogo com Deus, buscando perdão.
[C] Incorreto: o eu lírico critica o comportamento de uma figura pública baiana.
[D] Incorreto: a temática central da estrofe é a lírica religiosa.
[E] Incorreto: a temática central da estrofe é a crítica ao contexto social baiano do século XVII. 
Resposta da questão 19:
 [C]
A poesia barroca é marcada fortemente pelas antíteses, que criam um conflito do eu lírico entre sagrado e profano, luz e escuridão. Isso ocorre no soneto acima, afinal, o eu lírico vale-se de antíteses como “bem e mal”, “chorar e rir”, “confiança e desconfiança”, “sentir e não sentir”, etc. 
Resposta da questão 20:
 a) O sermão recupera o sentido da penitência como exercício espiritual que transforma o homem, dando destaque à necessidade de liberar-se dos prazeres materiais em vista da salvação da alma. Preservar a memória da morte é não perder de vista a finitude humana, produzir uma atenção máxima ao tempo presente e reiterar, como a Igreja faz na liturgia da Quarta-Feira de Cinzas, a mensagem cristã contida na advertência da própria epígrafe do sermão: “Lembra-te homem que sois pó, e em pó vos haveis de converter”. 
b) As perguntas que aparecem no texto têm uma função exortativa, ou interpelativa. As últimas, sobretudo, destacadas por Vieira, incidem sobre a relação entre os tempos presente, passado e futuro, temporalidades que abarcam a totalidade da experiência humana, mensurando-a quantitativa e qualitativamente no que concerne à salvação cristã. Tais perguntas conclamam o ouvinte do sermão a manter o firme propósito do exercício da virtude, a examinar sua vida pessoal com base na mensagem bíblica e, por fim, a realizar uma reflexão sobre a condição humana.Página 1 de 3

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