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Epidemiologia das Doenças Ocupacionais W BA 00 23 _v 2. 0 Monitoramento clínico-epidemiológico das populações humanas expostas a situações de risco Bloco 1 Valéria Masson Programas de prevenção na empresa • Cumprimento básico de normas: a empresa adota somente o mínimo exigido pela legislação. • Programas específicos de saúde do trabalhador: o empregador entende que o investimento em ações além do exigido pela legislação, confere melhor saúde ao trabalhador e, com isso, maior produtividade. • Situação intermediária: quando se tem o cumprimento das normas mínimas e ações mais específicas em situações pontuais, como em atividades de maior risco. Vigilância epidemiológica É definida como o conjunto de atividades que proporciona: A informação indispensável para conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, finalidade a prevenção e controle de doenças. (ROUQUAYROL, 1993) Dados epidemiológicos Dados são divididos em: • Demográficos. • Morbidade. • Mortalidade. • Áreas e situações de risco. Dados demográficos • São dados utilizados para a estimativa de taxas e coeficientes, que possibilitam comparação entre grupos populacionais. • As fontes mais utilizadas para obtenção desses dados são o Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) e o censo demográfico. Exemplos: número de habitantes, sexo e idade. Dados de morbidade • Refere-se à ocorrência sintomática ou assintomática de surtos e epidemias, sendo que as doenças já são conhecidas ou endêmicas. Exemplos: casos de HIV e dengue. • Algumas doenças necessitam de um monitoramento especial. Para isso, existe uma lista de doenças de notificação compulsória, para que a ocorrência desses agravos seja informada à vigilância epidemiológica. Dados de mortalidade • Diz respeito aos dados referentes ao número de mortes, por meio das declarações de óbito. Observa-se a distribuição de óbitos por idade, sexo, causa e local. • A causa de morte é registrada segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), com o objetivo de padronizar as denominações. • Esses dados podem ser usados para comparações e compreensão da distribuição de agravos por período de tempo, região, sexo. Áreas e situações de risco • O levantamento desses dados, tem como objetivo avaliar situações e acontecimentos que podem levar a agravos de saúde. • Exemplos: condições de saneamento, abastecimento, qualidade de água e exposição a agentes tóxicos. Controle do absenteísmo • Absenteísmo é a expressão utilizada para designar a falta do empregado ao trabalho. • É a soma dos períodos em que o trabalhador de determinada empresa se encontra ausente do trabalho. Absenteísmo → Ausentismo Hábito de não comparecer, de estar ausente, não comparecer ao trabalho, a uma reunião, às aulas, ausência do emprego. (CHIAVENATO, 1994; FERREIRA, 2004) Absenteísmo é definido por: • Falta injustificada, não deferida pela chefia e não justificada. • Falta justificada, motivo alegado é considerado justo. • Licença saúde, a qual é comprovada por atestado médico, podendo o trabalhador gozar da licença para tratamentos de saúde. • Nojo, quando do falecimento de parentes. • Gala, quando contrair matrimônio. • Licença gestante, para trabalhadoras que dão à luz. (COUTO, 1987) Dos diversos tipos de absenteísmo existentes, o mais importante é o absenteísmo por doença, visto o volume de ausências e, acima de tudo, por ser imprevisível. Controle de absenteísmo Controle do absenteísmo: consequências • Aumento da carga de trabalho da equipe presente. • Problemas na organização do trabalho, gerando riscos à saúde do trabalhador, que prejudicam o desenvolvimento das tarefas. • Indicam a existência de problemas preocupantes quando relacionados às condições de saúde. (OLIVEIRA; MUROFUSE, 2001; SILVA; MARZIALE, 2003; SILVA; MARZIALE, 2000; BARBOSA; SOLER, 2003) Atestados O controle dos atestados tem por objetivo verificar as condições de saúde dos trabalhadores, e identificar os agentes causadores de afastamentos. Os atestados podem ser emitidos por médicos e dentistas. Os profissionais devem considerar: • O tempo necessário para a completa recuperação do paciente. • Descrever o diagnóstico, mediante autorização do paciente. • Registrar de maneira legível. Estudo do absenteísmo na empresa • Verificar a ocorrência e distribuição dos agravos à saúde do trabalhador. • Conhecer as frequências totais e as específicas, como ocorrências por função, sexo, idade, tempo de serviço, local de trabalho, riscos. Estudo do absenteísmo na empresa • A situação da empresa é diagnosticada com o estudo e acompanhamento dos atestados recebidos, e em seguida são traçadas estratégias de enfrentamento. • O controle periódico (mensal, semestral e anual) permite avaliar as intervenções implantadas, e ainda reforça a necessidade de medidas para prevenção contra doenças. Presenteísmo • É definido como a presença do trabalhador na empresa, porém doente, não conseguindo produzir. • Entre os casos mais comuns, observa-se: cefaleia, dores musculares, alergias, irritação. • O presenteísmo é de difícil identificação; a empresa deve investir em estratégias de saúde e prevenção, desenvolver ações pensando na saúde do trabalhador e de sua família. Monitoramento clínico-epidemiológico das populações humanas expostas a situações de risco Bloco 2 Valéria Masson Programas de promoção à saúde • O enfermeiro do trabalho atua ativamente no planejamento, elaboração, execução e avaliação do PCMSO. • O planejamento ocorre com base nos dados coletados pela equipe de Segurança e Saúde do Trabalhador. • A elaboração deve contemplar as exigências legais e as medidas adotadas devido à filosofia da empresa. Proposta de programa de prevenção • Justificar a necessidade da implantação do programa (utilize literatura científica, bases de dados, estudos de diagnósticos realizados pelo serviço). • Estabelecer o objetivo do programa (seja claro e específico). • Definir a população-alvo (pode ser a empresa toda ou alguma área específica). • Definir os materiais e métodos (como serão alcançados os objetivos propostos). Proposta de programa de prevenção • Realizar a cotação de custos. • Definir responsabilidades. • Prever possíveis resultados. • Estabelecer o cronograma de atividades. • Definir metas a curto, médio e longo prazo. Propostas de programas de saúde do trabalhador • Programas de prevenção a distúrbios metabólicos e nutricionais. • Programas de prevenção a distúrbios auditivos e visuais. • Programa de imunização em adultos. Indicadores de promoção à saúde Indicadores de saúde relativos a estilo de vida e determinantes de risco: • Proporção de trabalhadores sedentários. • Proporção de trabalhadores tabagistas. • Proporção de trabalhadores etilistas. • Proporção de trabalhadores em obesidade, sobrepeso. Indicadores de saúde relativos à alteração de exames laboratoriais • Proporção de trabalhadores com alteração de perfil lipídico. • Proporção de trabalhadores com alteração glicêmica. • Proporção de trabalhadores com alterações referentes ao gênero (colpocitológico para mulheres e PSA para homens). Indicadores específicos de saúde ocupacional • Proporção de ações planejadas e executadas. • Proporção de ações implementadas pelo programa de prevenção auditiva. • Proporção de ações de prevenção respiratória. • Proporção de ações realizadas baseadas no Programa de Prevenção a Riscos Ambientais. Exemplos de metas • Identificar os portadores de (patologia ou condição) entre todos os trabalhadores da empresa. • Reduzir o nível pressórico em 10% dentre os trabalhadores hipertensos em um ano. • Realizar em um ano a dosagem de PSA em 100% dos trabalhadores do sexo masculino com idade superior a 40 anos. Teoria em prática Bloco 3 Valéria Masson Teoria em prática Você, como enfermeiro do trabalhode uma metalúrgica, deverá realizar um estudo para levantar incialmente o perfil sociodemográfico, o estilo de vida e perfil de saúde de todos os trabalhadores do setor de produção. Após o estudo, os dados serão analisados, e você terá que propor uma intervenção com enfoque no estilo de vida e perfil de saúde desses trabalhadores. Depois da intervenção, a próxima etapa será avaliar novamente os dados de estilo de vida e perfil de saúde para verificar a efetividade de sua intervenção. Teoria em prática Com base no caso, reflita sobre as questões abaixo: 1. Quais os indicadores de perfil sociodemográfico, de estilo de vida e de saúde você irá utilizar na avaliação pré-intervenção? 2. Como você executará o planejamento da intervenção? 3. Quais as metas que você pretende alcançar com esse estudo dos trabalhadores da produção? Teoria em prática 1. Indicadores sociodemográficos: idade, sexo, naturalidade, estado civil, filhos. 2. Indicadores de estilo de vida: tabagismo, etilismo, atividade física, hábitos alimentares. 3. Indicadores de saúde: pressão alta, colesterol, triglicérides, diabetes, lombalgia, tendinite, dores, sono e repouso, obesidade. Teoria em prática A execução da intervenção será baseada: 1. Pela análise dos indicadores elencados anteriormente, que podem ser tabulados em banco de dados e, posteriormente, passar por uma análise estatística para levantar a frequência de cada indicador. 2. A partir daí, poderemos elaborar um plano de intervenção de acordo com os problemas mais frequentes de saúde ou estilo de vida da população de trabalhadores. Teoria em prática As principais metas seriam: 1. Estilo de vida: adoção de hábitos nutricionais saudáveis, prática de atividade física, redução do tabagismo. 2. Saúde: reduzir ou prevenir problemas osteomusculares, obesidade, controle da pressão arterial e diabetes. Dica da professora Bloco 4 Valéria Masson Dica da Professora Os programas de promoção à saúde são atividades previstas no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é definido pela Norma Regulamentadora 7 (NR 7). Faça uma pesquisa na internet e leia a Norma Regulamentadora 07 na íntegra! Referências BARBOSA, D. B.; SOLER, Z. A. S. G. Afastamentos do trabalho na enfermagem: ocorrências com trabalhadores de um hospital de ensino. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 11, n. 2, p. 177-183, 2003. BRASIL. Senado Federal. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 20 set. 1990. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos na Empresa. 3 ed. v. 2. São Paulo: Atlas, 1994. Referências COUTO, H. A. Absenteísmo: uma visão bem maior que a simples doença. In: COUTO, H. A. Temas de Saúde Ocupacional. Belo Horizonte: ERGO, 1987. p. 45-72. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio de Língua Portuguesa. Rio de janeiro: Editora Positivo, 2004. FERREIRA JUNIOR, M. Saúde no trabalho: temas básicos para o profissional que cuida da saúde dos trabalhadores. São Paulo: Roca, 2000. Referências GASPAR, P. J. S. Enfermagem profissão de risco e de desgaste: perspectivas do enfermeiro do serviço de urgência. Nursing, São Paulo, v. 10, n. 109, p. 24, 1997. MONTEIRO, C. A.; CONDE, W. L. A tendência secular da obesidade segundo estratos sociais: nordeste e sudeste do Brasil, 1975-1989-1997. Arq Bras Endocrinol Metabol, v. 43, n. 3, p. 186-194, 1999. OLIVEIRA, B. R. G; MUROFUSE, N. T. Acidentes de trabalho e doença ocupacional: estudo sobre o conhecimento do trabalhador hospitalar dos riscos à saúde de seu trabalho. Revista Latino-americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 9, n. 1, p. 109-115, 2001. Referências ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 1993. SILVA, D. M. P. P.; MARZIALE, M. H. P. Problemas de saúde responsáveis pelo absenteísmo de trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 25, n. 2, p. 191-197, 2003. SILVA, D. M. P. P.; MARZIALE, M. H. P. Absenteísmo de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitário. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 5, p. 44-51, 2000. Número do slide 1 Número do slide 2 Programas de prevenção na empresa Vigilância epidemiológica Dados epidemiológicos Dados demográficos Dados de morbidade Dados de mortalidade Áreas e situações de risco Controle do absenteísmo Absenteísmo é definido por: Controle de absenteísmo Controle do absenteísmo: consequências Atestados Estudo do absenteísmo na empresa Estudo do absenteísmo na empresa Presenteísmo Número do slide 18 Programas de promoção à saúde Proposta de programa de prevenção Proposta de programa de prevenção Propostas de programas de saúde do trabalhador Indicadores de promoção à saúde Indicadores de saúde relativos à alteração de exames laboratoriais Indicadores específicos de saúde ocupacional Exemplos de metas Número do slide 27 Teoria em prática Teoria em prática Teoria em prática Teoria em prática Teoria em prática Número do slide 33 Dica da Professora Referências Referências Referências Referências Número do slide 39
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