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Amanda Rodrigues Pereira RGA: 201711649048 Câncer de endométrio: resumo Definição: O câncer de endométrio (CE) é ocasionado por uma proliferação desenfreada das células endometriais, que tem como principal causa exposição prolongada ao estrogênio. Esse hormônio causa a proliferação das glândulas, porém sem a atuação da progesterona, o endométrio não sofre mudança para a fase secretora e segue por mais tempo na fase proliferativa. Desta forma as células em proliferação acentuada podem sofrer mutação e essa mutação progredir causando dano genético. A hiperplasia endometrial (HE) é considerada uma lesão precursora de CE, e é caracterizada pelo aumento da quantidade de glândulas endometriais quando comparado ao endométrio proliferativo normal. É classificada em: 1. Hiperplasia benigna; 2. Hiperplasia atípica ou neoplasiaepitelial endometrial. Já o CE é dividido histologicamente em 8 tipos: carcinoma endometrioide, carcinoma mucinoso, carcinoma seroso, carcinoma de células claras, tumores neuroendócrinos (baixo e alto grau), adenocarcinoma misto, carcinoma indiferenciado e carcinoma desdiferenciado. Há ainda o carcinossarcoma uterino que possui dois componentes (epitelial e sarcomatoso), esse tipo de tumor é agressivo e similar aos carcinomas de alto grau. As mutações desse câncer geralmente são no K-ras, MHLL, PTEN quando relacionado ao tipo endometrioide e no TP53, ERBB2 (HER2) quando relacionada aos outros tipos. Lesões precursoras: 1. Classificação arquitetural Simples: quando a forma glandular é cística e apresenta grau leve de alteração na arquitetura, apenas aumento da relação glândula-estroma. Complexa: anteriormente chamada de hiperplasia adenomatosa, há presença de glândulas com brotamento e/ou invaginações, aglomeradas com menos estroma interposto, sem atipia. 2. Classificação quanto à presença de atipia Hiperplasia atípica: presença de células epiteliais alargadas, hipercromáticas com nucléolos proeminentes e aumento da relação nucleo-citoplasma. Fatores de risco: O principal fator é a exposição prolongada aos estrógenos (sem progesterona), uma vez que há aumento do período proliferativo. Desta forma situações que contribuem para esse estado são principalmente a obesidade e a síndrome dos ovários policísticos. Outros fatores se destacam ainda, sendo eles: diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, idade, nuliparidade, infertilidade, idade precoce da menarca, idade tardia da menopausa, história familiar/predisposição genética, raça branca, elevada condição socioeconômica, uso de tamoxifeno, hipotireoidismo, antecedentes de radiação pélvica, hiperplasia endometrial atípica, colelitíase. Quadro clínico: 1. Pós menopausa: metrorragia e corrimento vaginal, hematométrio ou piométrio, pressão ou desconforto pélvico 2. Pré-menopausa: sangramento uterino anormal com intervalor irregulares, duração prolongada e fluxo excessivo, ou escasso ou cíclico após a idade habitual da menopausa. Geralmente não apresenta alterações significativas no exame físico. Diagnóstico: Na colpocitologia podem estar presentes células endometriais. Inicialmente é realizado exame de ultrassonografia transvaginal que apresenta espessura da linha endometrial, podendo também estar presente coleções liquidas intrauterinas e/ou endométrio hiperecogênico ou irregular com egogenicidade mista. Na paciente pós-menopausa a espessura endometrial deve ser de até 4mm, quando deve-se iniciar a investigação. Nas pacientes em uso de terapia hormonal o limite é de 8mm, mas se houver sangramento vaginal o limite é de 5mm. No entanto o diagnóstico definitivo é dado histologicamente a partir da biópsia ou de histeroscopia cirúrgica. O diagnóstico definitivo é feito por avaliação histológica do tecido endometrial. Não há indicação para rastreamento. Estadiamento do CE: É cirúrgico e baseia-se na diferenciação histológica e na extensão da disseminação 1. Extensão: I: Confinado ao corpo uterino Ia: Limitado ao endométrio ou envolve menos da metade do miométrio Ib: Invasão da metade ou mais do miométrio II: Invasão do estroma cervical, mas nenhuma extensão para fora do útero. III. Disseminação local e/ou regional do tumor IIIa: Invasão da serosa, dos anexos ou ambos (extensão direto ou metástase) IIIb: Metástaases ou propagação direta para a vagina e/ou disseminação para os paramétrios. IIIc: Metástases nos linfonodos pélvicos ou para-aorticos ou ambos IIIc1: Metástases nos linfonodos pélvicos IIIc2: Metástases linfonodais para-aorticas, com ou sem metástases linfonodais pélvicas IV: Envolvimento da bexiga e/ou mucosa do intestino e/ou metástases à distância IVa: Invasão da bexida ou da mucosa do intestino, ou ambas. IVb: Metástases distantes, incluindo metástases para os linfonodos inguinais, pulmões, fígado ou ossos e doenças intraperitoneais. 2. Diferenciação: Grau G: indica a porcentagem do tumor com um padrão de crescimento sólido não escamoso ou não morular G1: ≤5% G2: 6-50% G3: >50% Tratamento da hiperplasia endometrial 1. Acompanhamento: Devem ser realizadas biópsias de endométrio para acompanhamento; 2. Tratamento Farmacológico: Pode ser realizado tratamento com progestágenos, principalmente o sistema intrauterino liberador de levonogestrel. Os progestagenos cíclicos não devem ser usados para esse tratamento. 3. Tratamento Cirúrgico: A histerectomia total é indicada quando já existe prole completa e há progressão para hiperplasia atípica, não há regressão após o tratamento em 12 meses, reincidiva, persistência de sangramento ou não aderência ao seguimento. A cirurgia deve ser realizada preferencialmente por via laparoscópica com ou sem salpingo-oferectomia bilateral Tratamento do câncer de endométrio É cirúrgico e terapia adjuvante de acordo com os achados. 1. Cirurgia Estagio I: histerectomia total com salpingo-oferectomia bilateral (G1 ou G2 – endometrioide confinado ao utero) A partir do estágio II: histerectomia total alargada com linfadenectomia pélvica e retirada do terço superior da vagina. 2. Tratamento adjuvante: É realizado em pacientes em risco intermediário ou alto, sendo o baixo risco representado por pacientes com baixa incidência de recorrência a alta taxa de cura sem qualquer tratamento pós operatório; Risco intermediário, pacientes com menor taxa de cura cirúrgica, mas que podem ou n´~ao ser beneficiadas pelo tratamento suplementar; Alto Risco: pacientes com alta taxa de recorrência e baixa taxa de sobrevida sem tratamento opôs operatório.
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