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Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – M2 UPE Módulo Morfofuncional II – Fisiologia Caracterizado como “hormônio do estres- se” Hormônio esteroide Principal glicocorticoide humano Sintetizado pelo córtex das glândulas adrenais o Zona fasciculada (constitui cerca de 75% do córtex adrenal) o Secreção controlada pelo eixo hipo- talâmico-hipofisário por meio do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) Assim como todos os outros hormônios esteroides, é sintetizado a partir do coles- terol o Reações envolvem as enzimas do citocromo P450 localizadas tanto na mitocôndria, quanto na membrana do retículo endoplasmático Células esteroidogênicas – podem conver- ter colesterol em pregnenolona (primeira etapa comum a todas as vias esteroido- gênicas, que é limitante da velocidade do processo). o Têm capacidade de síntese de coleste- rol o Na maioria das vezes, obtêm colesterol das lipoproteínas circulantes ricas em colesterol (LDL e HDL) Colesterol transportado para dentro da mitocôndria pela ação da proteína regula- dora aguda da esteroidogênese (StAR) Mecanismo de feedback – ACTH aumenta o número de receptores de LDL nas célu- las adrenocorticais, bem como a atividade das enzimas que liberam o colesterol da LDL Colesterol Pregnenolona progeste- rona CORTISOL Hormônio Cortisol Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – M2 UPE Módulo Morfofuncional II – Fisiologia A via é regulada por retroalimentação ne- gativa pelo cortisol ao nível da secreção de ACTH o A presença de níveis elevados de cor- tisol diminui tanto a síntese quanto a libera- ção de ACTH Ações do ACTH sobre a via de produção do cortisol o Regula a síntese de receptores de lipo- proteínas o Regula a hidrólise de ésteres de coles- terol o Regula a expressão da proteína StAR e a síntese da CYP11A (catalisa a etapa limitan- te da via) A secreção dos glicocorticoides é regulada também por fatores como estresse e cito- cinas inflamatórias A secreção pulsátil de ACTH e a secreção do cortisol obedecem a um ritmo circadia- no endógeno Transportado predominantemente ligado a proteínas plasmáticas o Globulina ligadora de corticosteroides ou transcortina – liga-se a cerca de 90% do cortisol circulante o Albumina – liga-se com baixa afinidade a cerca de 5% do hormônio circulante o 5 a 10% na forma livre o Meia-vida de 60 a 90 minutos Por sua natureza lipofílica, atravessa livre- mente as membranas celulares Atua pela ligação a receptores nucleares, assim como todos os hormônios esteroides o Receptor de glicocorticoides (GR) REGULA A GLICOSE SANGUÍNEA o Aumenta a glicose ao estimular a gli- coneogênese o Aumenta a expressão gênica da princi- pal enzima gliconeogênica hepática, a fosfoe- nolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) o Diminui a captação de glicose mediada por GLUT4 no músculo esquelético e no teci- do adiposo o Inibe a síntese proteica e aumenta a proteólise, especialmente no músculo esque- lético, fornecendo assim uma rica fonte de carbono para a gliconeogênese hepática AÇÕES SOBRE O SISTEMA CARDIO- VASCULAR o Ações permissivas sobre catecolaminas ao aumentar a expressão do receptor adre- nérgico e consequentemente contribuir para aumentar o débito cardíaco e a pressão arte- rial o Estimula a síntese de eritropoietina e por isso aumenta a produção de eritrócitos. ANTI-INFLAMATÓRIO E IMUNOSSU- PRESSOR o Juntamente com a epinefrina e a no- repinefrina, reprime a produção de citocinas pró‑inflamatórias e estimula a produção de citocinas anti‑inflamatórias o Estabiliza as membranas lisossomais, diminuindo a liberação das enzimas proteolíti- cas que aumentam o edema local o Reduz a permeabilidade dos capilares o Reduz a migração de leucócitos para área inflamada e a fagocitose das células le- sadas Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – M2 UPE Módulo Morfofuncional II – Fisiologia o Inibe a resposta imune, reduzindo o número de linfócitos T circulantes (a produ- ção de anticorpos e linfócitos B não é com- prometida) AUMENTO DA REABSORÇÃO ÓSSEA o Diminui a absorção intestinal de Ca²⁺ e a reabsorção renal de Ca²⁺ reduz o Ca²⁺ sérico estímulo para liberação de parator- mônio estímulo para reabsorção óssea o Inibe diretamente as funções de for- mação óssea dos osteoblastos AÇÕES NOS RINS o Inibe a secreção e a ação do ADH, comportando-se como antagonista do hor- mônio o Estimula a síntese angiotensinogênio o Aumenta a taxa de filtração glomerular tanto por meio de um aumento do débito cardíaco quanto pela ação direta nos rins. AÇÕES SOBRE OUTROS TECIDOS o Tecido conjuntivo – inibe a proliferação de fibroblastos e a formação de colágeno o Tecido muscular – fraqueza e dor muscular (resultante da proteólise excessiva) AÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO FETAL o Necessário para o desenvolvimento normal do SNC, retina, pele, trato GI e pul- mões o Nos pulmões, induz a diferenciação e a maturação de células alveolares do tipo II EFEITOS PSICOLÓGICOS o Excesso de corticosteroides pode pro- duzir inicialmente uma sensação de bem‑ estar, mas a exposição excessiva contínua eventualmente provoca labilidade emocional e depressão. o Psicose franca pode ocorrer com ex- cesso ou deficiência do hormônio o Aumenta a tendência de insônia e di- minui o a fase REM do sono o Pessoas com deficiência de corticoste- roides tendem a ser deprimidas, apáticas e irritáveis. AMOSTRA SANGUÍNEA o Jejum, 8 a 12h 5 a 25 μg/dL o 12 a 20h 5 a 15 μg/dL o 20h a 8h 0 a 10 μg/dL EXAME DE URINA E PROVA DE FUN- ÇÃO RENAL o 20 a 70 μg/dia Resulta da exposição prolongada a quanti- dades excessivas de glicocorticoides (hi- percortisolismo) o Administração prolongada de doses suprafisiológicas – SC exógena o Hiperprodução de cortisol – SC endó- gena O hipercortisolismo pode ocorrer por múl- tiplas causas 1. Adenomas hipofisários secretores de ACTH (hipercortisolismo secundário também chamado de Doença de Cushing) 2. Secreção ectópica de ACTH por tumor não hipofisário 3. Adenoma ou carcinoma adrenocortical (hipercortisolismo primário) 4. Hiperplasia suprarrenal nodular 5. Iatrogênico (administração de glicocor- ticoides exógenos para o tratamento de vá- rias condições inflamatórias) Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – M2 UPE Módulo Morfofuncional II – Fisiologia REFERÊNCIAS BERNE; LEVY. Fisiologia. Tradução da 7ª Edição. Elsevier: Rio de Janeiro, 2018. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 13ª ed. Elsevier: Rio de Janeiro, 2017. JAMESON, J. L. Endrocrinologia de Harrison. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017 SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017 VILAR, Lucio. Endrocrinologia clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. WAJCHENBERG, B. L. et al. Tratado de endocrinologia clínica. 2. ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.
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